ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Sub-Área: Planejamento e Operação de Transportes Departamento de Engenharia de Transportes SEMINÁRIO AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO DE AUTOMÓVEIS E CAMINHÕES EM CURVAS HORIZONTAIS ESPECÍFICAS Orientador da Dissertação - Prof. Dr. Hugo Pietrantônio Aluno: Sergio Ejzenberg no USP 1790220 17/abril/2008 ב״ה AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO DE AUTOMÓVEIS E CAMINHÕES EM CURVAS HORIZONTAIS ESPECÍFICAS OBJETIVO Estudar o efeito do Perfil Longitudinal Descendente e do Limite de Tombamento Lateral de Caminhões no projeto de curvas horizontais rodoviárias. Desenvolver e validar Modelo para Projeto de Curvas Horizontais sensível ao tipo de veículo, e à declividade longitudinal. JUSTIFICATIVA Critérios usuais de projeto de curvas horizontais são baseados apenas no limite de derrapagem dos veículos e conforto para os ocupantes dos veículos. Relacionam o Raio da curva à Velocidade, ao Atrito Lateral, e à Superelevação, não considerando os demais fatores. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO DE AUTOMÓVEIS E CAMINHÕES EM CURVAS HORIZONTAIS ESPECÍFICAS TAREFAS METODOLÓGICAS • Identificação de categorias de caminhões, segundo o limite de tombamento lateral, elegíveis a veículos de projeto, considerando: • Características geométricas dos caminhões • Características das cargas: densidade e lotação • Inclusão do Fator Declividade Longitudinal no Projeto de Curvas Horizontais Rodoviárias. • Proposta de Método de Projeto de Curvas considerando a declividade longitudinal, o tipo de caminhão e sua carga. • Validação do Método Proposto: • Ensaio de campo com Acelerômetros, ou • Correlação com acidentes. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE RISCO DE AUTOMÓVEIS E CAMINHÕES EM CURVAS HORIZONTAIS ESPECÍFICAS ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO 1. RISCOS EM CURVAS HORIZONTAIS. 2. PROJETO DE CURVAS HORIZONTAIS. 3. FORÇAS E FATORES ATUANTES. 4. MODELOS ALTERNATIVOS PARA PROJETO. 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS OBJETIVO Identificar a incidência de acidentes de veículos isolados em curvas horizontais, considerando diferentes tipos de veículos, identificando fatores de risco previstos, e explicitando fatores não considerados no projeto dessas curvas. CONCLUSÕES 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO 1.2. FATORES CAUSAIS – VIA 1.3. FATORES CAUSAIS – VEÍCULO 1.4. FATORES CAUSAIS – CONDUTOR 1.5. FATALIDADE NOS TOMBAMENTOS 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO • Falhas por TOMBAMENTO são predominantes para CAMINHÕES em curvas horizontais. O problema é mais intenso nas curvas de menor velocidade (NCHRP Report 439; Navin, 1992), com raios pequenos e maior aceleração lateral. • Falhas por DERRAPAGEM são predominantes para AUTOMÓVEIS em curvas horizontais (NCHRP Report 439). • É escassa margem de segurança ao tombamento de caminhões em curvas fechadas. É virtualmente impossível ocorrer, em condições normais, o tombamento de automóveis (NAVIN 1992). • Pelas características da suspensão, veículos semi-reboque + trator possuem reduzido limite de tombamento (NCHRP Rep. 505, 2003 pg. 106) 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO TOMBAMENTO • Qualquer manobra na qual o veículo gira 90 graus ou mais em torno de seu eixo longitudinal, com o corpo do veículo fazendo contacto com o solo (Gillespie, 1992, pg. 309). LIMITE DE TOMBAMENTO LATERAL ESTÁTICO SRT - STATIC ROLLOVER THRESHOLD (também chamado por SSF – Static Stability Factor - TRB SR-265, 2002) • ACELERAÇÃO LATERAL MÁXIMA (fração de g, como o f) na IMINÊNCIA de ocorrer o TOMBAMENTO, ou • ACELERAÇÃO LATERAL na qual o tombamento começa (Gillespie, 1992, pg. 311). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO VALORES DO LIMITE DE TOMBAMENTO LATERAL ESTÁTICO SRT Gillespie, 1992 (pg. 312): Automóveis esportivos - 1,2 a 1,7g Automóveis - 1,1 a 1,6g Camionetas caminhonetes - 0,9 a 1,1g. Caminhões médios - 0,6 a 0,8g Caminhões pesados - 0,4 a 0,6g OUTROS VALORES DE SRT PARA CAMINHÕES PESADOS NCHRP Report 505 2003: 0,35 a 0,38g UMITRI 99-19 1999: 0,25 (carga desfavorável) 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO Acelerações Laterais Nominais de Caminhões, constatadas em Determinadas Curvas (NCHRP Rep. 505, 2003 pg. 106). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO LIMITES DE TOMBAMENTO LATERAL DE VEÍCULOS (Rollover of Heavy Commercial Vehicles UMITRI-99-19, pg. 02. 1999) O limite de tombamento lateral “estático” está diretamente relacionada à probabilidade da ocorrência de tombamento (NRTC /AUSTROADS Project A3 and A4, 2001). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO Probabilidade de Tombamento de AUTOS em acidente de veículo isolado x SRT / SSF (TRB SR-265, pp. 51, 53. 2002). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.1. TIPO DE ACIDENTE EM CURVA POR CATEGORIA DE VEÍCULO Probabilidade de Tombamento de CAMINHÕES em acidente de veículo isolado x SRT / SSF (UMITRI-99-19, 1999 pg.04) 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.2. FATORES CAUSAIS – VIA • O perfil longitudinal descendente de rodovias reduz as margens de segurança de caminhões ao tombamento (NCHRP Report 439). 1.3. FATORES CAUSAIS – VEÍCULO • Para caminhões em pistas descendentes, o efeito de perda de eficiência do freio – fade – pode agravar o risco de acidente (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005). • No caso brasileiro o efeito do fade é agravado pela elevada IDADE DA FROTA DE CAMINHÕES (Lucas, M. de J., Widmer, J. A., 2004), portanto com caminhões ainda sem retardadores, e pela existência de caminhões com TERCEIRO EIXO ADAPTADO (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005), com freio de serviço/freio motor sub-dimensionados. 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.3. FATORES CAUSAIS – VEÍCULO (continuação) Influência do Carregamento Gráfico da Relação do CARREGAMENTO com o Limite de Tombamento Estático e com a Porcentagem de Acidentes com Tombamento de Veículos Isolados (Ervin et at, 1983, apud Harwood, D. W., et al. – in NCHRP Report 505, 2003). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.3. FATORES CAUSAIS – VEÍCULO (continuação) Influência do Carregamento • Tombamento lateral é a causa de 68% dos acidentes de caminhões com metade da carga ou mais (Wolkowicz e Billings, 1992). • 28% dos acidentes nas rodovias brasileiras envolveram pelo menos um veículo de carga, sendo que 80% desses veículos transportavam carga no momento do acidente (Relatório IPEA / ANTP, 2005). • Além da altura do centro de gravidade, a maior lotação de carga reduz a estabilidade lateral de caminhões e aumenta o risco de acidentes (NRTC /AUSTROADS Project A3 and A4, 2001). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.3. FATORES CAUSAIS – VEÍCULO (continuação) • O fenômeno da amplificação traseira agrava a instabilidade de veículos articulados em curvas, principalmente em combinações de veículos de carga CVCs (Melo et ali, 2004 ). • A segurança para caminhões em pistas descendentes (Allen et ali, Report no FHWA-RD-00-078, 2000) requer o estudo do perfil de velocidades, para que as seguintes condições sejam atendidas: • Não ocorrência de fade ao longo do percurso. • Segurança contra o limite de tombamento em qualquer curva, ou possibilidade de redução adequada da velocidade antes de entrar em determinada curva. • Manutenção da capacidade de parada operacional, com desaceleração de 3,4 m/s2, ou superior. 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.4. FATORES CAUSAIS – CONDUTOR • A NHTSA acredita que o desconhecimento do fenômeno tombamento pelos condutores impede sua prevenção (TRB SR265, pp. 123. 2002). • É nosso entendimento que condutores de veículos comerciais (principalmente caminhões pesados) tenham pleno conhecimento do fenômeno tombamento, porém desconhecendo seus limites e seu maior risco relacionado às curvas fechadas de menor velocidade. • A manobra rápida de desvio (de buraco, obstáculo ou outro veículo) pode levar veículos articulados ao tombamento, devido ao fenômeno da amplificação traseira (UMITRI, outubro– dezembro 2000 - Vol. 31, no 4 pg. 09). 1. ESTUDOS ANTERIORES SOBRE O RISCO DE ACIDENTES EM CURVAS HORIZONTAIS 1.5. FATALIDADE NOS TOMBAMENTOS • É elevada a fatalidade decorrente dos tombamentos de CAMINHÕES (UMITRI Out-Dez 2000 - Vol 31 no 4 – Winkler, 2000; TRB SR-265, pp. 122 e 123, 2002). Fatalidade dos Tombamentos de Caminhões (NHTSA SR 265 pg. 01, 2002 ) 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS OBJETIVO: Identificar fatores e critérios de projeto para estabilidade de veículos em curvas horizontais, constantes do Manual de Projeto Geométrico do DNER 1999 e do Greenbook AASHTO (2001 e 2004). Definição do Raio (Rmin) e da Máxima Superelev. (emax): - Modelo físico adotado para estabilidade do veículo. - Variações do coeficiente de atrito lateral. ... Distribuição de (e) e (f) para uma faixa de variação de (R): - Critérios para seleção dos valores adotados. ... Elementos complementares: - Espiral de Transição. - Giro da seção transversal no início e fim de curva. 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.1. CRITÉRIOS COMUNS DE ESTABILIDADE DOS MANUAIS DNER 1999 E AASHTO 2001 E 2004 PARA O RAIO MÍNIMO • Raio Mínimo decorrente do limite de derrapagem lateral obtido com o Modelo de Massa Pontual PMM - Point Mass Model: o veículo é um ponto de massa, em trajetória circular horizontal, com velocidade constante, em um trecho com superelevação dada. • Limite do Fator de Atrito Lateral: fixado por critério de conforto dos ocupantes do veículo em curvas, com ampla margem de segurança contra derrapagem (AASHTO Greenbok 2004 pg. 135). 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.2. MODELO FÍSICO DE EQUILÍBRIO – Derrapagem de Veículo Ponto de Massa – Manuais DNER 1999 e AASHTO 2001 e 2004 ... Fcos α CG Psen α α Fsen α 2 F=m V R Fat = f Pcos α α P Onde: Pcos α R = raio da curva horizontal V = velocidade g = aceleração da gravidade a = ângulo que mede a declividade transversal da pista e = tg a = superelevação f = coeficiente de atrito lateral (fração decimal) 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.2. MODELO FÍSICO DE EQUILÍBRIO – Derrapagem de Veículo Ponto de Massa – Manuais DNER 1999 e AASHTO 2001 e 2004 ... Mov. Circ. Uniforme: Aceleração = V2 / R F = m V2 / R Equilíbrio de forças na direção paralela à pista: P sen a + f P cos a ≥ F cos a Dividindo por (cos a): P tg a + f P ≥ F Substituindo (F); (P = m g); (tg a = e): m g e + f m g ≥ m V2/R g (e + f) ≥ V2/R Donde ou ainda R V2 V2 R ≥ min . = . g(e+f) g (emax + fmax) Substituindo g = 9,8m/s2 , e sendo R em [m], e V em [km/h]): Rmin = V2 . 127 ( emax + fmax ) Derrapagem: f < fmax< flim 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.3. VARIAÇÃO DE (f) x VELOCIDADE DE PROJETO (DNER, 1999) ... Vprojeto fmáx 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 DNER 1999 ----- 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 AASHTO 2001 0,18 0,17 0,17 0,16 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 0,09 AASHTO 2004 0,35 0,28 0,23 0,19 0,17 0,15 0,14 0,13 0,12 0,11 0,09 DNIT 2005 ----- 0,28 0,23 0,19 0,17 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 VELOCIDADE X COEFICIENTE DE ATRITO TRANSVERSAL MÁXIMO 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.3. VARIAÇÃO DE (f) x VELOCIDADE DE PROJETO (DNER, 1999) ... RMIN emáx=4% RMIN emáx=6% RMIN emáx=8% RMIN emáx=10% RMIN emáx=12% 30 30 25 25 25 20 40 60 55 50 45 45 60 150 135 125 115 105 80 280 250 230 210 195 90 355 320 290 265 245 110 595 530 475 435 400 VProjeto km/h RAIO MÍNIMO x VPROJETO x emax x fmax (DNER 1999 pg.71) 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS 2.4. MÉTODOS DE SELEÇÃO DOS VALORES: (R), (e), (f). ... - Critérios comuns dos manuais DNER 1999 e AASHTO 2001 e 2004 para (e) x (R) adotado: 2.Rmin Rmin 2 e emax . R R 2 - O coeficiente de atrito transversal (f) e a superelevação (e) podem ser combinados segundo 5 diferentes métodos (AASHTO Greenbook 2004, pg. 140, 141). - O método que estabelece relação de (e + f) com o inverso do raio R, através de curva parabólica, apresenta as seguintes propriedades: 1. (R) aumenta (e+f) diminui. 2. (R) pequeno (f) contribui mais que (e). 3. (e) aumenta contribuição mais equilibrada de (f), (e). emáx = 7% G ráfic o 1-A G ráfic o 1-B 0,2500 0,2500 ei 0,2000 ei 0,2000 fi 1/R * 10^ (- 4) 1/R * 10^ (- 4) G ráfic o 2-A G ráfic o 2-B 81 71 61 51 41 31 e i+ fi 1 81 71 - 61 - 51 0,0500 41 0,0500 31 0,1000 21 0,1000 11 fi 0,1500 21 e i+ fi 11 0,1500 1 0,2500 1/R * 10^ (- 4) 1/R * 10^ (- 4) G ráfic o 2-A G ráfic o 3-B 0,2500 81 71 61 e i+ fi 1 81 71 61 51 41 - 31 0,0500 21 0,0500 11 0,1000 1 0,1000 51 e i+ fi fi 0,1500 41 0,1500 ei 0,2000 31 fi 21 ei 0,2000 11 0,2500 0,2500 1/R * 10^ (- 4) 81 71 61 51 41 e i+ fi 31 81 71 61 - 51 - 41 0,0500 31 0,0500 21 0,1000 1 0,1000 1/R * 10^ (- 4) fi 0,1500 21 e i+ fi 11 fi 0,1500 ei 0,2000 1 ei 0,2000 11 Vd = 60 km/h Vd = 80 km/h Vd = 100 km/h Visão Comparativa – Método 5 emáx = 5% 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS CRITICA AO MODELO DE PONTO DE MASSA • Não é sensível ao tombamento lateral – rollover (limitante importante para caminhões). • Desconsidera deformações da suspensão e da própria estrutura dos veículos (fenômeno importante para caminhões, principalmente para veículos articulados), que alteram a posição do centro de gravidade e a segurança ao tombamento. • Não considera o efeito da amplificação traseira – rearward amplification (importante para veículos articulados). 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS REFAZER COM OS VALORES DE f DA AASHTO 2004 NCHRP Report 505, 2003 (pg. 59) 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS CRITICA ÀS HIPÓTESES DE CÁLCULO • Desconsideram DIFERENÇA entre TRAJETÓRIA do veículo e RAIO DA CURVA (pode ser menos significativo para caminhões em curvas de grande raio, porém pode ser IMPORTANTE em CURVAS de raio pequeno). • Desconsideram a influência da DECLIVIDADE LONGITUDINAL (velocidade variável OU frenagem/aceleração simultânea), adotando VELOCIDADE CONSTANTE do veículo = VPROJETO: • Aumento de velocidade Aumento da aceleração lateral Redução da Margem de Segurança ao Tombamento. • Desaceleração em curva Desequilíbrio (momento da reação decorrente do uso do freio serviço e/ou freio motor). • O efeito combinado reduz a resistência (atrito) lateral. • Perfil longitudinal da via (à montante) tem um efeito não considerado, sobre a velocidade de operação na curva e sobre a necessidade de frenagem simultânea (ou 2. REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE PROJETO DE CURVAS CRITICA AOS VALORES DO COEF. ATRITO LATERAL • • Para velocidades menores (raios mínimos inferiores a 200 m), AASHTO 2004 uniformizou os coeficientes máximos de atrito transversal adotando nos trechos normais de rodovias os valores antes aplicados apenas em ramos. Decorrência: redução da margem de segurança ao escorregamento em curvas fechadas 3. FORÇAS E FATORES ATUANTES SOBRE CAMINHÕES EM CURVAS DESCENDENTES OBJETIVO: Discutir e selecionar elementos de modelagem da dinâmica veicular de diferentes modelos: pontual, linear ou bidimensional, rígido, articulado ou com suspensão. Incluir o efeito do declive longitudinal sobre a velocidade e a estabilidade de caminhões em curvas. Incluir o limite de tombamento lateral na determinação da velocidade de projeto de curvas horizontais. 3.1. EQUIPAMENTOS DETERMINANTES DA SEGURANÇA DE CAMINHÕES Modelos computacionais para simular efeitos transitórios e a estabilidade direcional de veículos descendo em pista inclinada, consideram: - sistema de freio - sistema anti-travamento das rodas (ABS) - modelagem dos pneus - massa (suspensa e não suspensa) - sistema de molas e amortecedores - geometria lateral e longitudinal da suspensão - retardo de marcha engrenada – “freio motor” - retardadores 3.2. PRINCIPAIS FORÇAS ATUANTES EM DECLIVES Os estudos sobre a dinâmica do movimento veicular ao longo da via, consideram: - arrasto aerodinâmico ... (importância nos trechos descendentes; para a AASHTO é notável apenas acima de 80km/h). - resistência ao rolamento ... - freio de serviço ... (crítico nos declives para veículos pesados; fade: perda de eficiência pelo aquecimento do “freio”) - dispositivos retardadores ... (importância em declive: evita o fade; frota envelhecida: pequena contribuição; freio motor é usual; outros retardadores menos usuais) 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES OBJETIVO Análise de distintos modelos de representação veicular, considerando o tombamento lateral de caminhões e a declividade longitudinal em curvas horizontais. MODELOS ESTUDADOS 4.1. Modelo Clássico para Tombamento - Veículo Bidimensional Rígido (conforme Notas da Aula, Kabbach, 2007). 4.2. Modelo para Tombamento - Veículo Bidimensional com Molas (Chang, 2001). 4.3. Modelo para Tombamento - Veículo Tridimensional (Navin, 1992). 4.4. Modelo para Escorregamento - Veículo Rígido com Esterçamento e Desnível Longitudinal (Eck & French, 2002). a. Veículo Unitário. b. Veículo Articulado. 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES RESUMO DAS CONCLUSÕES: • A declividade longitudinal afeta negativamente o equilíbrio de caminhões em curvas descendentes. • A altura do centro de gravidade da carga, e a largura do eixo influenciam fortemente o limite de tombamento lateral de caminhões (Chang, 2001; Navin, 1992). • São de segunda ordem os seguintes fatores: tipo de suspensão, pneus, rigidez do veículo, e eixo longitudinal de tombamento (Navin, 1992). 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.1. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL RÍGIDO Modelo de cálculo de forças em curvas horizontais considerando veículo bidimensional rígido (Kabbach. Notas de Aulas EPUSP PTR-5725, 2007): Fcos α CG α Psen α Fsen α A h α b b t α P Pcos α 2 F= m V R 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.1. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL RÍGIDO Limite da condição de equilíbrio, supondo que não ocorra escorregamento, (Kabbach, 2007), na iminência do tombamento: Momento de Tombamento MT e de Resistência MR no Ponto A: MT = MR (F cos α – P sen α) h = (F sen α + P cos α) b Desenvolvendo: F h cos α – F b sen α = P h sen α + P b cos α Dividindo por cos α F (h – b tg α) = P (h tg α + b) Substituindo e = tg α e F = (mV2) / R tem-se: V2 = (h.e + b) . g . R (h – b.e) R = (h – be) . V2 (he + b) g 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.1. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL RÍGIDO Igualando a equação simplificada de tombamento com a equação simplificada para escorregamento do Modelo de Ponto de Massa: Rmin = V2 g (emax + fmax) Tem-se: 1 = (h – be) (emax + fmax) = (h – be) (emax + fmax) (he + b) (he + b) . Para vias sem superelevação: e = 0 fmax = h/b Ou, sendo a largura do eixo t = 2b fmax = h / (t/2) = 2h / t Essa simples medida do limite de tombamento é freqüentemente utilizada como estimativa de primeira ordem da resistência ao tombamento de um determinado veículo (Gillespie, 1992, pg. 311). 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES Os slides adiante deste ponto ainda não foram revistos. Falta rever Chang, Navin, ECK, e avançar adiante 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.2. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL COM MOLAS Modelo de cálculo de forças em curvas horizontais considerando veículo bidimensional, com suspensão/ molas (Chang 2001): 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.2. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL COM MOLAS CG CG Desequilíbrio transversal em curvas, acentuado em veículos mais altos, com suspensão/molas. 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.2. MODELO PARA TOMBAMENTO VEÍCULO BIDIMENSIONAL COM MOLAS As equações da curva horizontal do modelo com molas (Chang 2001) guardam semelhança com a equação básica dos Manuais DNER e AASHTO GREENBOOK: R= V2 para automóveis 121 (0,5e + f ) R= V2 para caminhões 122,5 (0,75e + f ) (Chang , 2001- pg. 90) Raios mínimos calculados por Chang resultaram entre 12-30% acima dos fornecidos pela equação básica da curva horizontal. O fator de tombamento lateral suplanta o fator de escorregamento horizontal na determinação do raio mínimo da curva. 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Modelo de cálculo de curvas horizontais considerando veículo articulado bidimensional, e apoiado sobre molas (Navin, 1992): Fonte: Navin (1992, pg. 132). 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Fonte: Navin (1992, pg. 132) 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Equação dinâmica básica do tombamento lateral do veículo: onde I é a média do momento de inércia (kg x m2); α = aceleração angular (rad/s2); e d = distância da origem. Navin assume que a aceleração angular é nula, devido à baixa velocidade (longitudinal) dos tombamentos estudados (pg. 132), reduzindo o problema para as forças estáticas a seguir mostradas: 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Modelos que consideram corpo rígido e superelevação, suspensão e superelevação, e rotação no entorno da quinta roda em via superelevada (modelos de complexidade crescente), indicaram velocidade de tombamento com variação entre 2% e 5% com relação à velocidade de tombamento indicada no tacógrafo. Fonte: Navin (1992, pg. 136) 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Como resultado a máxima aceleração lateral pode ser simplificada pela expressão: Considerando que o veículo em processo de tombamento deixa marcas dos pneus traseiros no pavimento, o RAIO DA TRAJETÓRIA circular na iminência do tombamento pode ser obtido por medida da corda C e da sua ordenada média M: Tendo o raio R e a aceleração lateral an, Velocidade na iminência do tombamento: Nota: fórmula idêntica a Kabbach, 2007 sendo b = T ; tgQ = e g R = (h – be) . V2 (he + b) g 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Uma análise de sensibilidade de erro compara velocidades calculadas com as velocidades medidas em tacógrafos (valor esperado da velocidade): Fonte: Navin (1992, pg. 141). Navin prossegue buscando fator de segurança para curvas, considerando os reduzidos limites de tombamento lateral encontrados nos estudos efetuados: 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Fonte: Navin (1992, pg. 142). 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.3. MODELO PARA TOMBAMENTO - VEÍCULO TRIDIMENSIONAL Considerando-se a medida de confiabilidade definida por Hart (1982): então o índice para veículos articulados trafegando na velocidade sinalizada é 4,17, indicando a possibilidade de 1 veículo a cada 100mil atingir aceleração lateral superior ao limite de tombamento. O índice de segurança de um automóvel é 10,8, implicando ser virtualmente impossível um automóvel tombar lateralmente, em condições normais de operação. 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.4. MODELO PARA ESCORREGAMENTO COM ESTERÇAMENTO E DESNÍVEL LONGITUDINAL a. VEÍCULO UNITÁRIO: Modelo de cálculo de forças em curvas horizontais considerando escorregamento de veículo bidimensional não articulado (Eck et al. 2002): Rampa i% Forças Agindo em veículo em curva horizontal descendente 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.4. MODELO PARA ESCORREGAMENTO COM ESTERÇAMENTO E DESNÍVEL LONGITUDINAL a. VEÍCULO UNITÁRIO : O modelo de cálculo introduz o fator fRD = i senQ , que reduz o equilíbrio proporcionado pela superelevação da pista (Eck et al. 2002): R= V2 g ( e + f – fND ) = V2 . g ( e + f – i senQ ) Adaptado de Eck et al. 2002. Onde: R = raio da curva horizontal V = velocidade g = aceleração da gravidade e = superelevação (fração decimal) f = coeficiente de atrito lateral (fração decimal) fND = fator de redução de f devido ao veículo em descida i = rampa, em % (negativo, descendente) Q = ângulo de esterçamento das rodas 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.4. MODELO PARA ESCORREGAMENTO COM ESTERÇAMENTO E DESNÍVEL LONGITUDINAL b. VEÍCULO ARTICULADO: Modelo de cálculo de forças em curvas horizontais considerando escorregamento de veículo bidimensional articulado (Eck et al. 2002): Rampa i% Ângulos do trator e do semi-reboque com as rodas dianteiras. 4. REVISÃO DE ESTUDOS DE MODELOS VEICULARES 4.4. MODELO PARA ESCORREGAMENTO COM ESTERÇAMENTO E DESNÍVEL LONGITUDINAL b. VEÍCULO ARTICULADO: O fator fAD que reduz o equilíbrio proporcionado pela superelevação da pista (Eck et al. 2002): R= V2 g ( e + f – fAD ) . fAD = i . PT senQ T-rodas + PS senQ S-rodas PT + PS Adaptado de Eck et al. 2002. Onde: R = raio da curva horizontal V = velocidade g = aceleração da gravidade e = superelevação (fração decimal) f = coeficiente de atrito lateral (fração decimal) fAD = fator de redução de f devido ao veículo articulado em descida i = rampa, em % (negativo, descendente) Q T-rodas = ângulo de esterçamento das rodas com o trator Q S-rodas = ângulo de esterçamento das rodas com o semi-reboque PT = peso do caminhão-trator. PS = peso do semi-reboque ETAPAS DE TRABALHO A SEGUIR • Pesquisa de Campo / Acidentes • Análise de Dados • Desenvolvimento de Modelo • Validação • Conclusões Opções de Validação: - Acidentes x Modelos: locais seguros ou inseguros, para cada categoria de veículo. -Acidentes x Modelos: correlação entre taxa de acidentes observada e margens de segurança, ou probabilidade de falha, ou risco de acidente, previstos, para cada categoria de veículo. -Veículos x Modelos: aceleração lateral medida x prevista na curva, condição controlada (categoria de veículo, condição de carga, caract. da via, ...). -Análise de Acidentes: determinação da condição de falha (derrapagem, tombamento, ...) em campo x prevista pelo modelo. -... 3.2. PRINCIPAIS FORÇAS ATUANTES EM DECLIVES 3.2.1. ARRASTO AERODINÂMICO ... Velocidades Limites para longos declives, que seriam atingidas se os veículos estivessem desengatados, e portanto sem efeito do “freio motor” (item 3.3.2.a. adiante), e se os caminhões não desequilibrassem antes. VELOCIDADES LIMITE EM LONGOS DECLIVES – VEÍCULOS DESENGATADOS DECLIVIDADE LONGITUDINAL CAMINHÃO TIPO AUTOMÓVEL TIPO [m/s] [km/h] [m/s] [km/h] 4% 46,9 165 25 89 6% 60,0 216 32 116 8% 72,0 257 39 139 se 3.2. PRINCIPAIS FORÇAS ATUANTES EM DECLIVES 3.2.1. ARRASTO AERODINÂMICO ... Velocidade de caminhões em pistas descendentes, unificando os efeitos do atrito e do arrasto aerodinâmico, considerando a velocidade real em cada posição calculada (Stanley 1978): onde: Vx = velocidade à distância x do topo da descida K = constante que incorpora o atrito do piso e perda mecânica (igual a 0,01675 para superfície pavimentada e 0,26125 para leito de cascalho) Vm = média da Vi (velocidade inicial) e Vx (velocidade na posição x) F = área frontal do caminhão (m2) Vn2 = média de Vi e Vx (km2/h2) W = peso bruto total do caminhão X = distância de descida calculada a partir da parada, com passo decimal. 3.2.2. Resistência ao Rolamento ... A expressão desenvolvida por Stanley (1978) incorpora o efeito da resistência do ar e do atrito de rolamento. ATRITO DE ROLAMENTO AASHTO Greenbook (2001, pg.260) Consome 1,2% da decliv. longitudinal - piso asfalto Consome 1,0% da decliv. longitudinal - piso de concreto. 3.3. Efeitos dos Sistemas de Frenagem de Serviço e Auxiliares ... 3.3.1. Freio de Serviço É o sistema de controle de velocidade do veículo, através do atrito entre lona e tambor ou entre pastilhas de freio e discos do sistema. Quanto maior a inércia dos veículos, maior a exigência sobre os respectivos sistemas de freios de serviço. Essa limitação não é significativa para os automóveis e veículos de menor porte, onde a segurança está associada à distância de frenagem, mais do que a problemas de aquecimento de pastilhas e/ou lonas. Porém a elevada inércia de veículos de carga exige grande eficiência dos sistemas de frenagem. Em longos declives, o freio de serviço precisa ser preservado para o controle da velocidade em situações de emergência, evitando-se a ocorrência do fade (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005). 3.3.1. Freio de Serviço ... por FADE: diminuição acentuada do desempenho do sistema de freios de serviço aumento excessivo da temperatura de seus componentes (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005). Corresponde à saturação térmica do freio de serviço, permitindo o aumento da velocidade em longos declives, com conseqüências graves para a segurança do caminhão e do trânsito em geral (Lucas, M. de J., Widmer, J. A., 2004). Elevada idade média da frota de caminhões (ANTT, 2006) reflete-se na sua limitada relação potência/peso (Lucas, M. de J., Widmer, J. A., 2004), e pequena capacidade do freio motor. TRANSPORTADOR IDADE MÉDIA DOS CAMINHÕES AUTÔNOMOS EMPRESAS COOPERATIVAS 20,6 anos 10,2 anos 13,8 anos 3.3.2. Dispositivos Retardadores ... As normas técnicas NB1254 e NB1255 estabelecem que veículos produzidos a partir de dezembro/94 consigam descer uma rampa de 6,5% de declividade longitudinal com uma velocidade de 30 km/h sem usar o freio de serviço, estando carregados no limite legal (Lucas, M. de J., Widmer, J. A., 2004). Caminhões fabricados a partir de 23 de dezembro/96, conforme estabelecido pela resolução 808/95 do CONTRAN, devem atender a requisitos mínimos de freios e ação de retardo do motor e seus auxiliares indicados na resolução 777/93 do CONTRAN (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005). a. “Marcha Reduzida” - Freio Motor Convencional O freio motor, que consiste no uso de marcha reduzida permite que ... o condutor percorra a descida numa velocidade adequada ao desempenho térmico do motor, do seu sistema de arrefecimento, preservando o freio de serviço. Os caminhões trucados, comuns na frota nacional, com pequena relação potência/peso, não dispõe de potência redutora suficiente, exigindo velocidades iniciais extremamente reduzidas mesmo para declives suaves de 4% (Lucas, M. de J., Widmer, J. A., 2004). A grande dificuldade é a escolha da “marcha reduzida” segura para a descida que o condutor vai enfrentar. A orientação “Longo Trecho em Declive – Use Marcha Reduzida” é insuficiente para o condutor de veículo pesado, que pode ficar aquém ou além da velocidade segura determinada pelo local (Lucas e Widmer, 2004). a. “Marcha Reduzida” - Freio Motor Convencional ... O torque de frenagem no veículo proveniente do motor utilizado como “freio motor” depende da marcha engrenada e da velocidade do veículo (Canale USP – Desempenho na Frenagem). b. Retardadores ... Existem três diferentes tipos de retardadores: freio motor retardadores eletromagnéticos retardadores hidráulicos Freio Motor ... Sistemas de “freio motor” incrementam o torque de frenagem do motor, e são distintos do efeito de marcha reduzida engrenada anteriormente descrito. - válvula colocada no sistema de escape dos gases de combustão - dispositivo que atua nas válvulas do motor, ou comprimindo o ar na câmara de combustão - Existem combinações de atuação nas válvulas e na câmara de combustão. Combinações e variantes desses sistemas de “freio motor” podem dissipar até 90% da potência nominal do motor, permitindo descidas longas sem utilização do freio de serviço (Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H., 2005). Retardadores eletromagnéticos e hidráulicos ... Retardadores são dispositivos auxiliares que geram torque de frenagem, através de sistemas eletromagnéticos ou hidráulicos. Retardadores eletromagnéticos geram torque de frenagem através do giro de um rotor metálico dentro de um campo magnético. Existem sistemas que retardam o trem de força, e outros que retardam os eixos traseiros da combinação veicular. Retardadores hidráulicos, comuns em veículos super-pesados, baseiam-se no fluxo forçado de óleo através de condutos ou cavernas, entre um rotor e um estator, causando torque de retardo, com a energia térmica dissipada no radiador do veículo. 3.4. Dinâmica com Manutenção de Velocidade ou Frenagem Restrita em Declives - Allen et alli (2000). - Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H. (2005). ... 3.4.1. Forças que Atuam num Veículo Desacelerado em Declive ... Allen - ... Canale - Velocidade de Equilíbrio em declive: esforço trator dado pela massa do veículo e pela projeção do campo gravitacional na direção do movimento é igual à soma das forças que resistem ao movimento. Considerando a preservação necessária do freio de serviço para evitar o fade, as forças que resistem ao movimento são: freio motor forças de resistência ao rolamento força de resistência aerodinâmica torque de frenagem gerado pela ação do freio motor e/ou retardador 3.4.2. Energia e Potência Durante o Declive e a Frenagem ... Allen - ... Canale - A condição de descida segura decorre do balanço energético da energia potencial gerada pelo declive, e as energias dissipadas principalmente no motor, pneumáticos, retardadores. A resistência aerodinâmica nesse caso é considerada como sendo de segunda ordem. A velocidade limite resultante desse balanço energético depende da marcha engrenada, da velocidade, e do peso do veículo, conforme mostra Canale, A. C., Gutiérrez, J. C. H. (pg. 34, 2005). ...