Módulo Clima da RAS Critérios para a Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas © Sustainable Agriculture Network Fevereiro 2011 DISCLAIMER: This Portuguese version is a translation from the original English version of SAN Climate Module, February 2011 – Sustainable Agriculture Network. In the case of errors due to translation, the original wording of the English version applies. Please, contact the Sustainable Agriculture Network Secretariat at [email protected] for further information. Sustainable Agriculture Network (SAN): Conservación y Desarrollo, Ecuador · Fundación Interamericana de Investigación Tropical, Guatemala · Fundación Natura, Colombia · ICADE, Honduras · IMAFLORA, Brazil · Nature Conservation Foundation, India · Pronatura Sur, Mexico · Rainforest Alliance · SalvaNatura, El Salvador Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Cópias deste documento estão disponíveis gratuitamente em formato eletrônico com qualquer membro da Rede de Agricultura Sustentável ou na seguinte página web: www.sanstandards.org Se não for possível acessar este documento de forma eletrônica, pode-se solicitar cópias impressas por um preço que cubra os custos de impressão e de envio à: Secretaria da Rede de Agricultura Sustentável P.O. Box 11029 1000 San Jose Costa Rica Envie seus comentários ou sugestões relacionados ao conteúdo desse documento da Rede de Agricultura Sustentável a: [email protected] ou pelo correio para: Secretaria da Rede de Agricultura Sustentável P.O. Box 11029 1000 San Jose Costa Rica Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Índice Introdução ............................................................................................................................... 4 A Rede de Agricultura Sustentável (RAS) e a Rainforest Alliance..................................... 4 Missão da Rede Sustentável Agrícola: ............................................................................... 4 Prólogo do Módulo Clima ....................................................................................................... 5 Histórico .............................................................................................................................. 6 Visão do Módulo Clima ....................................................................................................... 7 Estrutura .............................................................................................................................. 8 Escopo ................................................................................................................................ 8 Sistema de Qualificação ..................................................................................................... 9 Termos e Definições ........................................................................................................... 9 Fontes ............................................................................................................................... 12 1. SISTEMA DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL .......................................................... 13 2. CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS .......................................................................... 14 4. CONSERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................... 14 6. SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL....................................................................... 15 7. RELAÇÕES COM A COMUNIDADE ............................................................................... 15 8. MANEJO INTEGRADO DO CULTIVO ............................................................................. 15 9. MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO......................................................................... 16 10. MANEJO INTEGRADO DE RESÍDUOS ........................................................................ 16 Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Introdução A Rede de Agricultura Sustentável (RAS) e a Rainforest Alliance A Rede de Agricultura Sustentável (RAS) é uma coalizão de organizações independentes sem fins lucrativos que promovem as atividades agrícolas sustentáveis tanto a nível social como ambiental desenvolvendo normas ou padrões. A implementação e revisão das normas está coordenado pela Secretaria da RAS em San Jose, Costa Rica. Organismos de certificações certificam propriedades agropecuárias ou administradores de grupos que cumprem com as normas e políticas da RAS. As propriedades agropecuárias certificadas ou administradores de grupos podem solicitar o uso do selo Rainforest Alliance Certified™ para produtos cultivados em propriedades agropecuárias certificadas. Desde 1992, mais de 700 certificados para mais de 130.000 propriedades agrícolas incluindo propriedades membro de cooperativas familiares e propriedades individuais - em 29 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Costa do Marfim, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Etiópia, Gana, Guatemala, Honduras, Índia, Indonésia, Jamaica, Quénia, Malawi, México, Nicarágua, Panamá, Papua Nova Guiné, Perú, República Dominicana, Tanzânia, Sri Lanka, Vietnã e Zâmbia) têm cumprido os requisitos da Norma de Agricultura da RAS em mais de 700.000 hectares, com mais de 30 cultivos: abacate, amora, cacau, café, cana-de-açúcar, castanhas, cebola doce, ameixa, cereja, citros, cupuaçu, flores, folhagens, couve-flor, kiwi, macadâmia, manga, maçã, mangostão, palmeiras de açaí, palmito, pêra, pimenta, abacaxi, banana, alho-poró, radicchio, chá, tomate e uva. Os representantes da RAS são: Conservación y Desarrollo (C&D), Equador; Fundación Interamericana de Investigación Tropical (FIIT), Guatemala; Fundación Natura, Colômbia; ICADE, Honduras; IMAFLORA, Brasil; Nature Conservation Foundation, Índia; Pronatura Chiapas, México; SalvaNatura, El Salvador; e Rainforest Alliance. Missão da Rede Sustentável Agrícola: A Rede de Agricultura Sustentável promove os sistemas produtivos agropecuários, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento humano sustentável mediante a criação de normas sociais e ambientais. A RAS estimula as melhores práticas para o setor agropecuário incentivando os produtores para que cumpram as suas normas, e encoraja os comerciantes e consumidores a apoiar a sustentabilidade. A RAS apóia sua missão com: A integração da produção agropecuária sustentável com as estratégias locais e regionais que favorecem a conservação da biodiversidade e protegem o bem-estar social e ambiental. Aumentar a consciência de agricultores, comerciantes, consumidores e indústrias envolvidas sobre a interdependência entre um ecossistema saudável, a agricultura sustentável e a responsabilidade social. Demonstrar aos empresários e consumidores a importância de escolher produtos cultivados em propriedades agropecuárias ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis. Estimular o diálogo entre grupos ambientalistas, sociais e econômicos, de norte a sul, sobre os impactos dos sistemas agropecuários sustentáveis e seus benefícios. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Prólogo do Módulo Clima A implementação da Norma para Agricultura Sustentável da RAS têm gerado impactos ambientais e sociais positivos e mercados mais vantajosos e estáveis para os produtores. As propriedades agropecuárias certificadas pela RAS, que tem o direito do uso do selo Rainforest Alliance Certified™ (aquelas que cumprem os critérios da Norma para Agricultura Sustentável da RAS) estão tomando providências que reduzem seu impacto às mudanças climáticas. A Norma para Agricultura Sustentável da RAS introduz práticas que reduzem a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), promove o estoque de carbono nas propriedades agropecuárias e ajuda os agricultores a aumentar a sua resiliência frente às mudanças climáticas. A conservação dos ecossistemas naturais previne a conversão de uso da terra que levam ao menor estoque de carbono. A restauração dos ecossistemas naturais e o reflorestamento de áreas agrícolas marginais também aumentam o estoque/reserva de carbono nas propriedades agropecuárias, assim como a proibição do desmatamento de florestas naturais e a queima da vegetação, evitam a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) gerados por essas atividades. Além disso, permitindo somente a extração de madeira, plantas e produtos florestais não-madeireiros que estejam de acordo com um plano de manejo sustentável, a perda de estoques de carbono resultante da sobre-extração e do emprego de técnicas inapropriadas e ineficientes são minimizadas. As propriedades agropecuárias certificadas também programam atividades de longo prazo que promovem a melhoria dos solos utilizados para a produção agrícola. Estas atividades incluem o aumento da cobertura vegetal para prevenir e evitar a erosão do solo, o qual permite e mantém estoque de carbono no solo. O plantio de árvores também é promovido, visto que conservam a umidade dos solos e fazem com que as propriedades agropecuárias tenham maior capacidade de recuperação frente aos efeitos causados pelas alterações climáticas. Além disso, as Normas RAS prevêem a aplicação cuidadosa e criteriosa de fertilizantes, dando prioridade aos adubos orgânicos produzidos na propriedade, minimizando assim as emissões de gases de efeito estufa e as emissões de carbono associados ao seu uso, produção e transporte. As propriedades agropecuárias certificadas reduzem a quantidade de resíduos que produzem e assim, não somente diminuem a emissão de gás de efeito estufa diretamente, mas também indiretamente, pela economia de energia e/ou evitando o uso de material proveniente de fontes não-renováveis utilizadas para a produção do material que será descartado. No entanto, as Normas RAS não são explícitas sobre quais as práticas, medidas, ações, e registros são necessários para que os agricultores demonstrem, de maneira verificável, sua “relação amigável com o clima”. Apesar de existir muitas práticas de mitigação das mudanças climáticas já definidas nesta norma, para que os agricultores possam fazer declarações verdadeiras e defensáveis sobre essas ações, é preciso haver critérios claramente definidos, aplicados de forma consistente e verificáveis. O Módulo Clima da RAS continua no caminho de promover a produção agropecuária sustentável por meio de um conjunto de critérios específicos, voluntário, de mitigacao e adaptação às mudanças climáticas, os quais complementam as Normas RAS existentes. Os critérios do Módulo Clima reforçam os critérios de certificação já existentes e fornecem valor adicional. Os agricultores que cumprem este Módulo serão capazes de avaliar os riscos provenientes das mudanças climáticas tanto em suas propriedades agropecuárias como em suas comunidades, analisar suas práticas para quantificar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) gerados pelas atividades de cultivo, colheita e Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima processamento; e aumentar os níveis de carbono armazenado em suas propriedades, através da restauração de áreas degradadas, reflorestamento e conservação do solo e ao mesmo tempo podem adaptar-se melhor as alterações das épocas de cultivo e outras condições. Histórico Com o apoio da Efico (www.efico.org) uma empresa de comércio de café e cacau, a Efico Foundation (www.eficofundation.org) e seus parceiros: ANACAFE (Asociación Nacional del Café; www.anacafe.org) e a Universidad Del Valle da Guatemala, a Rainforest Alliance, a Fundación Interamericana de Investigación Tropical (FIIT), e outros membros da Rede de Agricultura Sustentável identificaram melhores práticas de gestão que os agricultores podem utilizar para reduzir seu próprio impacto ambiental e adaptar-se aos desafios criados ou agravados pelas mudanças climáticas. Utilizando propriedades agropecuárias da Guatemala, selecionadas como laboratórios, a coalizão implantou um projeto para medir o estoque de carbono em propriedades agropecuárias típicas, realizou testes de hipóteses sobre as práticas das Normas RAS existentes que reduzem ou compensam a emissão de gás com efeito estufa (GEEs) e desenvolveu critérios válidos que possam ser verificados como parte da rotina dos procedimentos e da auditoria agropecuária. A ajuda econômica foi recebida da Rockefeller Foundation e expandiu estes trabalhos em propriedades agropecuárias de café e cacau situadas em Ghana, Tanzânia, Kênia e Brasil. A ZZurich Foundation e Caribou Coffee apoiraram as atividades relacionadas na América Central (Costa Rica e El Salvador) e a colaboração com a Sangana Public–Private Partnership (parceiros: GTZ, Sangana Commodities Ltd., 4C Association, World Bank e Tchibo GmbH) gerou insumos adicionais para o desenvolvimento do Módulo. De Julho de 2010 a Outubro de 2010 foi realizado um processo de consulta pública de acordo com a ISEAL Alliance Code of Good Practice for Setting Social and Environmental Standards (http://www.isealalliance.org/). A consulta pública foi constituída por uma rodada de 100 dias de consulta on-line, consultas públicas presenciais e auditorias teste. Mais de 160 organizações de 41 países (Bélgica, Bolívia, Botsuana, Brasil, Cambodia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Etiópia, Alemanha, Ghana, Guatemala, Honduras, Índia, Indonésia, Itália, Quênia, Malásia, México, Holanda, Nova Zelândia, Nicarágua, Nigéria, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Portugal, Espanha, Sirilanka, Suécia, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela) registraram um total de 825 comentários. A maioria dos participantes interessados faz parte de grupos de interesses ambientais (82%), seguidos por setores econômicos (9%) e setores sociais (9%). Uma categorização diferente mostrou as seguintes estatísticas de participação: produtores (7%), ONG’s (44%), acadêmicos e pesquisadores (26%), indústria e comércio (10%) e governamentais (3%). Consultas públicas presenciais foram realizadas em sete países: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Ghana, Guatemala, Indonésia, e Quênia com uma participação de 172 interessados incluindo produtores e suas organizações, representantes de universidades, agências governamentais e ONG’s. Foram recebidos 225 comentários durante estas consultas presenciais. Além disso, 15 testes de campo foram realizados em propriedades agropecuárias de cacau, café e chá no Brasil, Costa Rica, El Salvador, Ghana, Guatemala, Indonésia, Quênia e Tanzânia. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima O Comitê Internacional de Normas da RAS, formado por 12 especialistas independentes se reuniram em novembro de 2010 para redigir o texto final deste Módulo e aprovaram sua versão atual em dezembro de 2010. Visão do Módulo Clima O objetivo do Módulo Clima da RAS é aumentar consciência sobre as mudanças climáticas e promover melhores práticas de gestão que podem ajudar aos agricultores e comunidades a se adaptarem melhor aos desafios das mudanças climáticas e trabalhar no sentido de um compromisso de toda a cadeia de abastecimento e para mitigação e adaptação aos seus efeitos. Os produtores “amigos do clima” implementam políticas, procedimentos e melhores práticas de gestão para reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes de sua propriedade agropecuária. As propriedades agropecuárias certificadas que querem ser mais eficientes, reduzindo suas emissões de gases de efeito estufa, aumentam seus estoques de carbono através do plantio de árvores e outras estratégias e que também evitam o desmatamento e a destruição dos ecossistemas, podem passar pela verificação do Módulo Clima da RAS. O Módulo Clima da RAS é um sistema de verificação voluntária dentro do sistema de certificação da Rede de Agricultura Sustentável já existente. Não se destina ser uma metodologia de Carbon footprint, análise de ciclo de vida ou ser um módulo ou selo de carbono neutro ou uma tentativa de gerar créditos de carbono. O Módulo Clima da RAS incentiva: Aumento de consciência e preparação por parte dos produtores para se adaptarem e poderem lidar com os impactos das mudanças climáticas ao nível de paisagem; Implementação de programas e procedimentos para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas; Redução das principais fontes de emissão de GEEs e o acompanhamento das mudanças ao longo do tempo; Análise de ações para enfrentar os riscos das mudanças climáticas e melhorar a resiliência das propriedades agropecuárias; A regeneração da vegetação nativa de áreas degradadas ou vulneráveis aos eventos climáticos extremos; Contribuir com a comunidade para aumentar sua capacidade de adaptação às mudanças climáticas através de instituições e associações locais; Melhorias no conhecimento técnico dos produtores e de redes sociais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas; Conservação ou aumento das reservas de carbono no solo; Uso eficiente de fertilizantes nitrogenados; Optar por tratamento de efluentes que minimizem as emissões de metano; Gerenciamento de resíduos agrícolas e seu uso na geração de energia ou outros insumos. Além de tornar os produtores aliados na luta contra as mudanças climáticas e ajudar para que eles se preparem para o impacto do aquecimento global, a implementação do Módulo Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Clima da RAS precisará da participação das empresas e dos consumidores para promover os cultivos de propriedades agropecuárias que cumprem os critérios. Potenciais benefícios aos produtores que implementem atividades a fim de cumprir com os critérios do Módulo Clima da RAS incluem o seguinte: Aumento de conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas no setor agropecuário, incluindo os efeitos sobre a produtividade e a renda, melhorando assim a resiliência da propriedade às mudanças do clima; Melhoria da subsistência e promover alianças em toda a cadeia de abastecimento para o acesso aos mercados, empresas e consumidores. Demonstração de preparação para se engajar em pagamento por serviços ambientais e/ou programas de restauração de ecossistemas. Bases de parcerias com iniciativas públicas e privadas orientadas para a redução de emissões da GEEs nas propriedades agropecuárias. Estrutura O Módulo Clima da RAS é constituído por 15 critérios voluntários que uma propriedade “amiga do clima” deve cumprir, adicionalmente aos critérios das Normas RAS, se a propriedade agropecuária quiser ser verificada pelo Módulo Clima da RAS. O Módulo Clima da RAS não contém critérios críticos. A tabela abaixo mostra como o Módulo Clima da RAS se relaciona com os princípios e critérios das Normas RAS vigentes. Critérios da Critérios Adicionais do Norma para Agricultura Sustentável Módulo Clima da RAS da RAS Princípio1: Sistema de Gestão Social e Ambiental 1.1 1.12 1.11 1.13 1.2 1.15 1.9 1.16 1.8 1.17 Princípio 2: Conservação de Ecossistemas 2.1 2.10 Princípio 4: Conservação dos Recursos Hídricos 4.4 4.10 Princípio 6: Saúde e Segurança Ocupacional 6.18, 6.20 6.21 Princípio 8: Manejo Integrado do Cultivo 8.2; 9.2 8.10 Princípio 9: Manejo e Conservação dos Solo 9.1, 9.3, 9.4 9.6 Escopo O Módulo Clima da RAS pode ser implementado pelas propriedades agropecuárias ou grupos certificados pela RAS e que têm direito ao uso do selo Rainforest Alliance Certified™ que plantam cultivos mencionadas na Lista de Cultivos autorizados pela certificação da RAS incluídas nas políticas de certificação das propriedades agropecuárias Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima da RAS, ou dedicada à pecuária conforme a Norma para Sistemas Sustentáveis de Produção Pecuária. Sistema de Qualificação O cumprimento do Módulo Clima será verificado separadamente ao cumprimento das Normas RAS, mas pode ser realizado durante o processo de auditoria de certificação. No entanto, o resultado positivo da verificação do Módulo Clima (ou o resultado negativo) não interfere no status de empreendimento certificado pelas Normas RAS de um empreendimento ou de um grupo e seu administrador. Para ser verificado pelo Módulo Clima da RAS, as propriedades agropecuárias deveram ser inspecionadas, através de auditorias, e devem alcançar os seguintes requisitos: a. Ser certificado pelas Normas RAS (Norma para Agricultura Suatentável; Norma para Sistemas Sustentáveis de Produção Pecuária; Norma de Grupos da RAS) por um organismo de certificação; b. Obter a pontuação mínima de 80% de todos os 15 critérios do Módulo Clima; . c. O não cumprimento de alguns requisitos definidos nos critérios do Módulo Clima, resultará em uma não-conformidade. Existem duas categorias de nãoconformidades: 1) Não-conformidade maior e 2) Não-conformidade menor. A seguir, é explicado o nível de conformidade definido para cada uma dessas categorias: 1. Não-conformidade Maior (NCM): Indica o cumprimento com o critério de menos de 50% – equivale a 0 pontos. 2. Não-conformidade menor (ncm): Indica o cumprimento de 50% ou mais dos requisitos do critério, mas inferior a 100% - equivale a 0,5 pontos. Termos e Definições Adaptação à mudança climática: Iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos contra os efeitos atuais ou esperados das mudanças climáticas. Adaptação: As adaptações nos sistemas naturais e humanos em resposta às mudanças climáticas atuais ou esperadas e seus efeitos, às quais moderam os danos e exploram as oportunidades benéficas (Fonte: United Nations Framework Convention on Climate Change, UNFCCC). Agropecuária “amiga do clima”: Práticas agropecuárias com impactos benéficos para o clima, demonstrada por produtores, que reduzem as emissões, aumentam os estoques de carbono em suas propriedades agropecuárias e melhoram a resiliência dos agroecossistemas em adaptar-se à mudança climática, e mesmo assim, mantém o seu sustento. Avaliação de riscos: A determinação do valor quantitativo ou qualitativo relacionado ao risco a uma situação de ameaça reconhecida (também chamado de risco). Biomassa lenhosa: Árvores, matas, arbustos ou outros derivados de plantas lenhosas, que são plantas que utilizam a madeira como tecido estrutural (Fonte: Agriculture and Natural Resources, University of California). Biomassa: Material orgânico tanto acima quanto abaixo do solo, vivo ou morto, por exemplo: árvores, cultivos, pastagem, raízes, etc. (Fonte: IPCC). Material orgânico Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima renovável como madeira, cultivos ou resíduos agrícolas, e resíduos municipais, sobretudo os usados como fonte de combustível ou energia. Capacidade de adaptação: A capacidade de um sistema em adaptar-se ao ambiente em que ele se encontra. A propriedade agropecuária precisa ter capacidade de adaptação a fim de responder à mudança climática (Fonte: Millennium Ecosystem Assessment, 2005). Capacidade de resiliência: A quantidade de alterações que um sistema pode sofrer, sem alterar o seu estado. (Fonte: IPCC). Clima: O curso médio ou condições do tempo. Mais rigorosamente, pode ser definida como a descrição estátistica em termos da média e da variabilidade das quantidades relevantes durante um período de tempo que varia de meses a milhares ou milhões de anos. O período clássico é de 30 anos, definidos pela Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization - WMO). Essas quantidades são geralmente variações como a temperatura, precipitação e vento (Fonte: IPCC). Combustíveis fósseis: Combustíveis formados no interior da terra ao longo de milhões de anos a partir de sedimentos de plantas e animais mortos, por exemplo: petróleo, carvão e gás natural. Cultivo mínimo: A prática de minimizar o revolvimento do solo e permitindo que os resíduos das colheitas (palha e restos culturais) permaneçam no solo ao invés de serem recolhidos, descartados ou incorporados ao solo. Práticas de cultivo mínimo podem evoluir a partir da redução do número de atividades de preparo do solo para não mais revolver o solo (plantio direto). Também é conhecido como plantio direto. Degradação de solo: É um processo natural ou provocado pelo homem que afeta negativamente as funções do solo dentro de um ecossistema, através da aceitação, armazenamento e reciclagem de água, energia e nutrientes (Fonte: United States Department of Agriculture). Emissões de Gás de Efeito Estufa: Massa total de GEE lançado na atmosfera durante um período de tempo específico (Fonte: ISO 14064-2:2006). Emissões Diretas de Gás de Efeito Estufa (GEE): Emissões de GEE provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pelas entidades que relata. (Fonte: GHGprotocol.org). Emissões Indiretas de Gás de Efeito Estufa: As emissões que são conseqüência das operações, mas que ocorrem a partir de fontes pertencentes ou controladas por outra entidade, por exemplo: como conseqüência da importação de eletricidade e alimento para os animais. Energia Renovável: Energia proveniente de recursos naturais como a luz solar, vento, chuva, marés e calor geotérmico que seja renovável (substituído naturalmente). A fonte mais utilizada de energia renovável é a energia hidroelétrica, outras fontes renováveis de energia são: solar, sonora, eólica, energia das marés e energia de biomassa. Espécies adaptadas: Espécies que são adequadas ou compatíveis com uma determinada situação ou uso de espécies que se adaptam bem aos climas tropicais. Estoque de Carbono: O estoque de carbono, em qualquer lugar, é a soma total do carbono armazenado em uma biomassa. Eventos climáticos extremos: Ondas de calor intensas, chuvas torrenciais, chuvas de granizo, furacões. Estes causam impactos severos como: deslizamentos de terra, incêndios florestais, inundações, pestes e epidemias. Fertilização nitrogenada: Aumento de crescimento de uma planta através da deposição de compostos nitrogenados. Isso usualmente se refere à adubação com Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima fontes antrópicas de nitrogênio como, fertilizantes sintéticos - químicos e orgânicos (Fonte IPCC). Fertilizante orgânico: Fertilizante derivado de uma fonte animal ou vegetal. Gás de efeito estufa (GEE): Componentes gasosos da atmosfera, tanto naturais como antropôgenicos, que absorvem e emitem radiação por comprimentos de ondas através de distâncias específicas dentro do espectro da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra, a atmosfera e as nuvens. Esta propriedade causa o efeito estufa. Dióxido de Carbono (CO2), Óxido Nitroso (N2O), Metano (CH4) e Ozônio (O3) são os principais gases de efeito estufa da atmosfera terrestre. Há uma série de gases de efeito estufa na atmosfera, gerados pelo homem, tais como os halocarbonos e outras substâncias contendo cloro e brômio. GEEs são medidos por toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). (Fonte: ISO 14064-3:2006). Inventário das Árvores: Um registro documentado dos nomes das espécies de árvores, diâmetros à altura do peito (DAP) e a altura de todas as árvores localizadas dentro dos limites da propriedade agropecuária. As características do local também deve ser listada como os tipos e condições do solo, espaço da raiz, declividade, profundidade do solo e grau de conservação e vulnerabilidade aos eventos climáticos extremos. Mitigação à mudança climática: Ações tomadas para reduzir ou para ajudar a estabilizar a concentração de gás de efeito estufa na atmosfera. Isso pode incluir reduzir a emissão de fontes ou aumento de depósitos/reservas. Mitigação: No contexto das mudanças climáticas, a intervenção humana para reduzir as fontes ou diminuir os resíduos dos gases de efeito estufa. Exemplos incluem o uso de combustíveis fósseis de forma mais eficiente para processos industriais ou geração de eletricidade, mudando a fonte de energia para energia solar ou eólica, melhorando o isolamento térmico das construções/instalações e expandindo florestas para remover maiores quantidades de dióxido de carbono da atmosfera (Fonte: UNFCCC). Mudança climática: Uma mudança de clima a qual é atribuída direta ou indiretamente às atividades humanas, que altera a composição da atmosfera global além da variabilidade natural do clima observada ao longo de períodos de tempo comparáveis. (Fonte: IPCC). Mudança de uso do solo: Mudança no uso ou manejo do solo pelo homem, a qual pode levar a uma mudança na cobertura do solo. A cobertura do solo e as mudanças de uso do solo podem ter um impacto na evapotranspiração, fontes e resíduos de gás de efeito estufa em outras propriedades do sistema climático e podem ter um impacto sobre o clima, localmente ou globalmente. (Fonte: IPCC). Partes interessadas (stakeholders): Uma pessoa, grupo ou organização que possui interesse direto ou indireto em uma organização/empreendimento porque pode afetar ou ser afetada por ações das organizações/empreendimentos, objetivos e políticas. (Fonte: ISO 14064-2:2006). Práticas “amigáveis com o clima”: Práticas de manejo que mitigam a mudança climática através da diminuição das emissões de GEEs ou aumentando os estoques de carbono associados a práticas que permitam operações de adaptação às mudanças climáticas. Prestador de serviços: Entidade que fornece serviços ou produtos a outras entidades. Reservatório: Qualquer processo, atividade ou mecanismo que remova GEEs, um aerossol ou precursor de GEEs da atmosfera. Florestas e outros tipos de vegetação são consideradas reservatórios porque removem o dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima Resíduo Orgânico: Qualquer resíduo, proveniente de organismo vivo, de origem animal ou vegetal, ou composto por componentes orgânicos, por exemplo, o esterco. Resíduos Agrícolas: Resíduos agrícolas que serão tratados e ou eliminados com outros resíduos sólidos. Por exemplo: esterco, cadáveres de animais, plástico e cobertura morta. (Fonte: Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC). Riscos Climáticos: Riscos decorrentes das mudanças climáticas e que afetam os sistemas naturais e humanos e regiões. Seqüestro de Carbono: O processo de remoção do carbono da atmosfera e armazenamento na forma sólida. Nas plantas isso é realizado através da fotossíntese que utiliza a luz solar para transformar o dióxido de carbono atmosférico em biomassa. Sistema de Tratamento Aeróbio: O tratamento de esgotos, derramamentos ou resíduos, com microorganismos dependentes de oxigênio (biodegradáveis) que quebram a substância poluente em compostos inofensivos ao longo do tempo. Vulnerabilidade Climática: O grau em que um sistema é suscetível a, ou incapaz de lidar com os efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo a variabilidade climática. Vulnerabilidade: O grau em que o sistema é suscetível a, ou incapaz de lidar com os efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo a variabilidade climática e extremos. A vulnerabilidade é uma função de caráter, magnitude e taxa de variação climática ao qual o sistema está exposto por sua sensibilidade e capacidade de adaptação (Fonte: United Nations Framework Convention on Climate Change). Fontes Os conteúdos deste documento foram consultados através das seguintes fontes: AdapCC. Adaptation to climate change for smallholders of coffee and tea. Training Handbook "Cambio Climático y Café". http://www.adapcc.org Glossary of Climate Change Acronyms. UNFCCC (United Nation Framework Convention on Climate Change). http://www.unfccc.int Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). http://www.ipcc.ch International Organization for Standardization Organization http://www.iso.org. PAS 2050. Assessing the life cycle greenhouse gas emissions of goods and services. http://www.bsigroup.com. Voluntary Carbon Standard Proposed Methodology: Adoption of sustainable agricultural land management (SALM). http://www.v-c-s.org/. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima 1. SISTEMA DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas possuem um sistema de gestão social e ambiental para a implementação das boas práticas de gestão indicadas nas Normas RAS, incluindo um programa de formação pessoal e avaliação de prestadores de serviços. O compromisso de uma propriedade agropecuária com a adaptação e mitigação às mudanças climáticas está representado em um conjunto de políticas e procedimentos gerenciados pelo administrador da fazenda ou um grupo de administradores sob o mesmo sistema. As políticas relacionadas às mudanças climáticas implementam boas práticas de gestão para reduzir emissões de gases de efeito estufa nas atividades de produção, processamento e gerenciamento dos estoques de carbono nos solos e na biomassa das propriedades agropecuárias. O sistema de gestão de uma propriedade “amiga do clima” também deve ter um programa focado na identificação dos riscos climáticos, implementando estratégias para adaptar-se às mudanças climáticas e aumentando a consciência sobre as mudanças climáticas. 1.12 O sistema de gestão social e ambiental da propriedade agropecuária deve avaliar os riscos, vulnerabilidades climáticas e incluir planos de adaptação e mitigação a essas mudanças climáticas. 1.13 A propriedade agropecuária deve recolher, anualmente, informações relacionadas as suas principais fontes de emissão de GEEs com o mínimo uso de fertilizantes nitrogenados, uso de pesticidas, combustível fóssil para maquinaria, metano gerado dos resíduos e tratamento de águas e agricultura. 1.14 A propriedade agropecuária deve obter informação disponível sobre as variações climáticas e seus impactos predeterminados, de forma a adotar práticas na propriedade, considerando essa informação. 1.15 A propriedade agropecuária deve mapear o uso do solo e manter um registro das mudanças realizadas do uso do solo. 1.16 As práticas para minimizar e adaptar-se às mudanças climáticas da propriedade agropecuária devem ser incluídas em seus programas de educação e treinamento. 1.17 A propriedade agropecuária deve, até onde seja possível, eleger os prestadores de serviços que incorporem práticas “amigáveis com o clima” em suas operações. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima 2. CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas protegem os ecossistemas naturais e trabalham para proteger plantas e animais que dependem desse ambiente como hábitat e refúgio. As propriedades agropecuárias “amigas do clima” realizam esforços para manter e melhorar a conservação do ecossistema em face as mudanças climáticas aumentando sua capacidade de sequestro de carbono, reduzindo a vulnerabilidade dos agroecossistemas às mudanças das condições climáticas e melhorando sua resiliência aos eventos climáticos extremos. 2.10 A propriedade agropecuária deve reduzir a vulnerabilidade, prevenir a degradação dos solos ou melhorar as funções ecológicas com o plantio de espécies nativas ou adaptadas ou promovendo a regeneração natural. 2.11 Deve manter ou aumentar seus estoques de carbono através do plantio ou conservação de árvores ou outra biomassa lenhosa. Deve realizar inventários de árvores a cada cinco anos. 4. CONSERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas implementam atividades para conservar a água, evitar a contaminação de águas superficiais causadas por agroquímicos ou assoreamento e realizar esforços para reduzir o uso de energia no bombeamento e distribuição da água. Qualquer irrigação deve incorporar boas práticas conhecidas para o uso eficiente da água na região. Estas propriedades agropecuárias “amigas do clima” realizam atividades para conservar e minimizar o uso da água nos processos pós-colheita, reduzindo assim a quantidade de água residual que necessita de tratamento e minimizando a emissão de metano a partir das águas residuais. Também identificam medidas de adaptação para aumentar a eficiência da água e se adaptam à escassez de água quando afetados pelos impactos das mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos extremos. 4.10 A propriedade agropecuária deve analisar e implementar opções para o tratamento de efluentes que reduzam as emissões de metano e recuperar o metano gerado, quando possível. 4.11 A propriedade agropecuária deve adaptar-se a escassez de água com práticas como a coleta e armazenamento de água da chuva assim como utilizando variedades tolerantes à seca. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) Módulo Clima 6. SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas identificam potenciais emergências e estão preparadas para respondê-las de forma eficiente e minimizar os possíveis impactos aos trabalhadores e ao ambiente. As propriedades agropecuárias “amigas do clima” estão preparadas com planos e medidas para responder às potenciais mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos extremos, (ondas de calor, chuvas fortes, secas prolongadas) e seus impactos associados (incêndios, deslizamentos de terras, inundações ou outros incidentes que possam acontecer). 6.21 A propriedade agropecuária deve implementar um plano de emergência e respostas às mudanças climáticas extremas para prevenir danos a pessoas, animais e propriedades. 7. RELAÇÕES COM A COMUNIDADE Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas mantêm boas relações com as comunidades vizinhas e consultam periodicamente as partes interessadas sobre as mudanças nas propriedades agropecuárias que potencialmente possam impactar o bem estar social e ambiental das comunidades vizinhas. As propriedades agropecuárias “amigas do clima” trabalham com instituições locais e associações para melhorar a capacidade de adaptação das comunidades às mudanças climáticas. 7.7 A propriedade agropecuária deve iniciar ou participar ativamente nos esforços das comunidades para a adaptação ou mitigação às mudanças climáticas, incluindo a identificação dos recursos relevantes. 8. MANEJO INTEGRADO DO CULTIVO Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas trabalham para reduzir a utilização de produtos químicos através do manejo integrado do cultivo. Os agricultores das propriedades agropecuárias “amigas do clima” são conscientes de que os fertilizantes a base de nitrogênio podem liberar óxido nitroso (N2O) e podem ser um importante emissor de gás de efeito estufa (GEE) na propriedade. Os produtores “amigos do clima” utilizam fertilizantes de forma eficiente, já que as emissões de GEE durante a aplicação dependem do tipo e fórmulas dos agroquímicos utilizados e do tempo e quantidade de fertilizante aplicado. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011 Red de Agricultura Sustentável (SAN) 8.10 Módulo Clima A propriedade agropecuária deve reduzir as emissões de óxido nitroso através do uso eficiente de fertilizantes nitrogenados para minimizar a perda no ar e na água. 9. MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas implementam práticas para manter solos produtivos e realizam atividades para prevenir a erosão e perda de nutrientes. Os solos são grandes estoques de carbono e possuem o potencial de reter gás de efeito estufa (GEE) ou, quando mal administrado, de liberá-lo. As propriedades agropecuárias “amigas do clima” implementam práticas que causam alterações nos solos com os resíduos culturais e adubo orgânico, aumentam a acumulação de biomassa e carbono do solo e minimizam a alteração do solo com o plantio direto. Melhoram a fertilidade do solo, sua estrutura e capacidade de retenção de água aumentam a produtividade e reduzem a vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas. 9.6 As propriedades agropecuárias devem manter ou aumentar suas reservas de carbono nos solos implementando práticas de manejo, tais como a reciclagem dos resíduos culturais, cobertura permanente dos cultivos e otimizando a retenção e infiltração da água nos solos. 10. MANEJO INTEGRADO DE RESÍDUOS Resumo dos Critérios do Módulo Clima da RAS (não vinculante para propósitos de verificação). As propriedades agropecuárias certificadas contam com um programa para administrar todos os resíduos, levando a diminuição das emissões de gás de efeito estufa (GEE) e a economia de energia e materiais de fontes não-renováveis utilizadas para produzir os objetos descartados. Os resíduos, em particular o gás metano liberado da decomposição anaeróbica da matéria orgânica, é um grande contribuinte para a emissão de GEE. As propriedades agropecuárias “amigas do clima” usam procedimentos de tratamento de resíduos que minimizam a emissão de GEE e fazem esforços para controlar as biomassas de resíduos agropecuários para gerar energia e outros insumos. 10.7 As propriedades agropecuárias devem implementar práticas de manejo de resíduos orgânicos para reduzir emissões de GEEs, tais como a produção de fertlizantes orgânicos ou geração de energia de biomassa. Modulo Clima de RAS (SAN), Fevereiro 2011