UNIVERSIDADE DO CONTESTADO IX CONGRESSO DE EDUCAÇÃO 09 e 10 de maio de 2013 – Concórdia/SC PRÁTICA FORMATIVA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA: REFLEXOS DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA SOCIEDADE Bassani, L. T.¹; Cavasin, R. S. F.² 2 ¹Graduanda em Matemática – Licenciatura pelo Instituto Federal Catarinense – Câmpus Concórdia. Professora Msc. do Instituto Federal Catarinense – Câmpus Concórdia. E-mail: [email protected] Palavras-chave: Inclusão, atendimento educacional especializado, políticas educacionais. Introdução Atualmente, verifica-se a tentativa de adaptação de estruturas físicas e de metodologias relacionadas à educação, de modo a propiciar a inclusão de todos os alunos, seja qual for sua condição. Este panorama que se pode observar advém da Constituição Brasileira de 1988, pois aborda em seus incisos o ensino aos portadores de deficiência (BRASIL/PLANALTO, 1988). Nesse sentido, percebe-se que estão sendo executadas modificações da estrutura física em diversas escolas, incluindo-se a implantação de salas multifuncionais, com vistas a facilitar o acesso dos portadores de necessidades especiais e contribuir com a sua aprendizagem, de modo a incluí-lo no ambiente escolar. Nesse contexto, foi desenvolvida uma prática na disciplina de Educação Inclusiva, na qual se realizou o acompanhamento de um aluno portador de necessidades especiais e seu segundo professor durante um turno de aula, e também, visita a uma sala multifuncional, com objetivo de conhecer – já durante a graduação - como está acontecendo o processo de inclusão, preparando, assim, o futuro professor. Materiais e Métodos Na realização da prática foram utilizadas – como subsídios para análise e relato – as observações em campo e as entrevistas com profissionais da área, com o objetivo de identificar como ocorre a inclusão do aluno especial em sala de aula – sendo consideradas as interações de uma aluna portadora de Síndrome de Down moderada com os colegas, com os professores regentes e com a segunda professora –, verificar a estrutura escolar e os recursos didáticos disponíveis para o aluno e ainda conhecer como acontece o atendimento educacional especializado (AEE) e os recursos que compõe a sala multifuncional. Resultados e Discussões Através das observações realizadas, foi possível constatar que a aluna em questão tratava-se de uma jovem simpática, querida por seus colegas e que recebia muita atenção de sua segunda professora. Em relação a este aspecto, deve-se destacar que, a partir do momento que se iniciou o acompanhamento da segunda professora, a aluna demonstrou um considerável desenvolvimento. Todavia, a segunda professora tinha pouco material didático disponível na escola para adaptar o ensino de acordo com as necessidades desta aluna. Sendo assim a professora se utilizava de cartazes e recortes de livros, pois a escola não possuía uma sala multifuncional, a qual poderia auxiliar no desenvolvimento por ser equipada com diversos materiais. Na sequência, visitou-se uma sala multifuncional em outra escola, cujo funcionamento era recente visto que a escola passou a receber os materiais do Ministério da Educação (MEC) a partir do censo de 2010, e era composta de poucos materiais dos que pertencem às salas tipo II. Dessa forma, os cinco alunos que a frequentavam não tinham recursos específicos para sua deficiência e, assim sendo, a professora que os atendia procurava desenvolver atividades direcionadas à higiene, valores morais e éticos, e outros conhecimentos utilizados no cotidiano. Referente a isto, a partir do relato da professora, observou-se que ela enfrentou dificuldade em adaptar atividades para um dos alunos, pois ele apresentava Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, e desenvolvia mais facilmente atividades relacionadas a jogos no computador. Assim, percebeu-se a importância de dispor de recursos direcionados à deficiência do aluno, pois aumentam as possibilidades de ensino, fato que é reforçado quando o aluno tem o acompanhamento de um professor com boa formação. Através das práticas, também pode-se referir a importância da comunicação entre os professores regentes e as professoras que acompanham os alunos inclusos, seja a segunda professora ou a professora da sala multifuncional. Conclusões Através das observações foi possível concluir que as professoras (segunda professora e professora da sala multifuncional) tinham dificuldades de acesso a materiais específicos, de acordo com as necessidades dos alunos, aspecto no qual se verifica a importância de que a escola disponha de recursos didáticos apropriados para contribuir na aprendizagem do aluno e, por conseguinte, em sua inclusão no ambiente escolar. É lamentável que nem todos os municípios possuem escolas com salas multifuncionais, e que nem todos os alunos especiais recebem o acompanhamento do segundo professor, pois o trabalho desenvolvido pode ser ainda melhor quando houver materiais adequados e professor com formação específica. Nesse contexto, pode-se reconhecer e valorizar as políticas educacionais atuais que disponibilizam recurso e segundo professor em diversas escolas, pois estas ações contribuem na inclusão dos alunos, porém deveria ser propiciada a inclusão de todos os alunos, em meio a suas diferenças étnicas, sociais ou culturais. Frente às dificuldades observadas, faz-se necessário que as políticas governamentais contribuam para a inclusão dos alunos com necessidades especiais, afinal o professor regente de turma pode apresentar dificuldades em direcionar toda a atenção que o aluno incluso necessita. A partir disso, considera-se de extrema importância as mudanças no âmbito educacional que estão acontecendo, mesmo porque o trabalho desenvolvido pelas professoras é necessário e admirável, que emociona e encanta, e deveria ser proporcionado a todos os alunos que dele necessitam. Referências 1. BRASIL/PLANALTO. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti tuicao.htm>. Acesso em 06 abr. 2013.