www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. O fato do documento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usado de qualquer forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante graves. Sobre a Arvoredoleite.org A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, �: 1-50, 1997 Pág.l -REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS "CÂNDIDO TOSTES" DAIRY JOURNAL BIMONTHLY PUBLISHED B Y THE "CÂNDIDO TOSTES" - DAIRY INSTITUTE ÍNDICE - CONTENT Isolamento e identificação de bactérias láticas de soro de queijo da Região do Serro, Minas Gerais. Mônica de Oliveira Leite; Adão 10sé Resende Pinheiro; Antônio Hamilton Chaves; Magdala Alencar Teixeira; Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim 2 ..................................................................................................................................................................................... 3 Seleção de culturas láticas resistentes a bacteriófagos de ocorrência em indústrias queijeiras do Estado de Minas Gerais. Mônica de Oliveira Leite; Adão José Resende Pinheiro; Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim; 10sé Benício Paes Chaves; . Magdala Alencar Teixeira ........................................................................................................................�...........•............................... 8 Avaliação microbiológica e físico-química de leite integral submetido a pasteurização lenta em banho-maria em propriedades rurais do estado de Minas Gerais. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira; Marcelo Resende de Souza; Leorges Moraes da Fonseca; Mônica de Oliveira Leite; Teófilo José Pimentel da Silva; Ronon Rodrigues ..,........................................................ 12 4 Freqüência de Listeria sp e Staphy/ococcus aureus em queijo minas produzido artesanalmente. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira; Mônica de Oliveira Leite; Leorges Moraes da Fonseca; Marcelo Resende de Souza;Maíra Mesquiari; Ronon Rodrigues ...........................................................................................................................................................:................... 17 Caracterlsticas físico-qulmicas de leite pasteurizado tipo "C" processado em usina de beneficiamento do Estado de Minas Gerais. André Lima Brey-Gil; Marcelo Resende Souza; Cláudia Freire de Andrade Morais; Marcos Galelli; (vana Maria de Carvalho Siqueira; Mônica M. O. Pinho Cerqueira; Mônica de Oliveira Leite 6 : ............................................... 21 Avaliação dos padrões microbiológicos da manteiga comum consumida no municlpio de Niterói - RI. Mônica de Oliveira Leite; Luiz Antônio Trindade de Oliveira 7 .............................................. ......................................................................................................... ; ......................................... 25 Características ffsico-qulmicas e microbiológicas de leite integral pasteurizado em propriedades rurais e colhido no comércio varejista da grande Belo Horizonte (MG). Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira; Marcelo Resende de Souza; Leorges Moraes da Fonseca; Mônica de Oliveira Leite; Teófilo José Pimentel da Silva; Ronon Rodrigues ...................................................... 28 Physico-chemical and microbiological characteristics of whole milk pasteurized in rural properties and marketed in Minas Gerais state. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira; Marcelo Resende de Souza; Mônica de Oliveira Leite; Evandro Moreira Barbosa; Maura Regina de Almeida; Ronon Rodrigues ..........................................................................................................�............:............... 33 9 Microbiological quality evaluation of two powder milk trademarks markeled in Belo Horizonte (MG), Brazil. Mônica de Oliveira Leite; Mônica Maria Oliveira Pinho Cer�ueira; Marcelo Resende de Souza; Evandro Moreira Barbosa; Ronon Rodrigues 10 ...................................................................................................................... ;..;..................................................... 37 Evaluation of raw milk submilled to quality paymenl system in dairy planls from Minas Gerais state, -Brazil.Marcelo Resende de Souza; (vana Maria de Carvalho Siqueira; Mônica de Oliveira Leite ; Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira; Ronon Rodrigues II ................................................................................................................................................................................. 41 A Questão dos Paradigmas. Ioel Backer .......................................................................................................................................... 44 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Juiz de Fora - VoI. 52 (299); l-50 .. Jan/Jun de 1997 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS Centro de Pesquisa e Ensino Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" Endereço: Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" Tel.: 224-3116 - 000: 032 / Fa�: 224-3113 - 00D032 Cx. Postal: 183 - 36.045-560 - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: l -50, 1997 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DE SORO DE QUEDO DA REGIÃO DO SERRO, MINAS GERAIS EMPRESA DE PESQUISA. AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG" . -' . .. ; Pág. 3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, .52: 3- 1 1 , 1997 DIRETORIA.EXECUTIVA Isolation and identification of lactic Ô8eteria from cheese whey of Serro Region, Minas Gerais State Presidente· Guy Torres Comissão de Redação . Mônica de Oliveira úite (I) Adão José Resende Pinheiro (2) Chefe do CEPE/ILCT Antônio Hamiltom Chaves (3) Braz dos Santos Neves Fernando Antônio Resplande Magalhães Magdala Alencar Teixeira (2) Maria Cristina Alvarenga Mana Mosquim (2) Edna Froeder Arcuri Fernando Antônio R. Magalhães Editor Heloísa Maria de Souza Luiza Carvalhães Albuquerque RESUMO Luiza C. Albuquerque Maria Cristina D. Castro Revisor Técnico Otacílio Lopes Vargas Otacílio Lopes Vargas Paulo Henrique F. Silva Área. de DiVulgação/Redação Luiza Carvalhaes de Albuquerque Sônia Maria Borges Sete amostras de soro de queijo Minas-(pingo) da região do Serro, Minas Gerais, foram usadas -para a obtenção de culturas láticas visando a fábricação de queijos. Fo.i isolado um total colônias nos meios de cultura ágar púrpura de bromocresol e Impressão Concorde Editora Gráfica Ltda (032) 221-6012 Juiz de Fora, Janeiro de 1998 . EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG- Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1946. v. ilust. 23 em n. 1�19 (1946-48),27 em, com nome de Felctiano, n. 20-73 (1948-57),23 em,com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1958,com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1. Zootecnia - Brasil - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos 1. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Jui z de Fora, MG, ed. CDU 636/637(81)(50) ISSN 0100-3674 �. t 244 M 17. Dentre estas colônias, lOS apresentaram-se como cocos Oram-positivos, catalase e creatina negativas, sendo. por isso. submetidas II uma seqüência de testes bioquímicos para caracterização e identificação.' Desses isolados. 34 foram identificados como prováveis ÚlClococcus lactis subsp lactis. um como LaClOCOCCUS lact;s subsp cremor;s. quatro como StreplococcUs miUeri e um como StreplococCUs faecalis. o restante dos isolados, -por não apresentar características das espécies de .interesse do experimento, foram congeladas a ·em leite desnatado reconstituído, para futura identificação. Palavras-chave: Editoração Eletrônica Templo �ditoração (032) 217-0283 ágar Lactococcus laclis. Streptococcu.<; INTRODUÇÃO A produção de culturas láticas apro priadas constitui necessidade inadiável da indústria queijeira nacional. No Brasil, as culturas l áticas s ã o i m po rtadas. o q ue aumenta a dependência tecnológica do País e leva muitos laticínios a trabalharem com fermento inadequado sua tecnologia de fabricação. O leite cru c onstitui boa fonte de bactérias láticas ( ANTU NES , 1 9 8 5 ) passíveis de s e re m u s ad a s p e l a i ndústria l a t i c i n i s ta nacional, possivelmente até com vantagens sobre as importadas, especialmente pelo fato de já estarem adaptadas às condições de c l i m a e d a maté r i a - p r i m a , n e c e s s i ta n d o , apenas , de mai o re s e s t u d o s s o b re s u as caracterís ticas i n d i v i d u ais e específi cas (FURTA DO, 1 990). Na região do Serro, no Estado de Minas Gerais, o queijo Minas curado de massa semidura, de excelente qualidade, é fabricado artesanalmente, em fazendas. Nessa região, o fermento usado, denominado "pingo" , constitui parte do soro resultante da fabricação de queijo do dia anterior. Os objetivos do presente trabalho foram 1. 2. 3. milleri. Streptococcusfaecalü. queijo. isolar, caracterizar e identificar Lactococcus lactis subsp lactis e Lactococcus lact;s subsp cremor;s, bem como outras bactérias. capazes de conferir -ao queijo sabor, odor e consistência desejáveis, a partir do "pingo" da região do Serro, em Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado nos l aboratórios do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. As amostras de soro de queijo Minas foram coletadas em sete fazendas da região do Serro, no Estado de Minas Gerais, acondicionadas em frascos de diluição esterilizados sendo transportadas, até o laboratório, em caixas de isopor com gelo. As amostras foram, então, diluídas em tampão-fosfato, semeadas em ágar púrpura de bromocresol-carbonato (Wade et aI., 1946 citados por HAMMER e BABEL, 1957) e incubadas a 30°C, por 48 horas. .." Das placas contendo de 30 a 50 colônias foram transferidas as típicas, com fio de platina, para LDR ( 1 2%) e incubadas a 2 1 °C, por 24 horas. Após a coagulação do leite, as culturas foram mantidas sob refrigeração. DTIPOA- Escola de Veterinária - UFMG Departamento de Tecnologia de Alimentos - UFV Estudante de Doutorado - UFV digitalizado por - 20°C, arvoredoleite.org Pág. 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 3-1 1 , 1997 Os isolados foram submetidos à coloração de Gram para a verificação. da pureza e da morfologia das células . . contendo outros tipos de microrganismos, foram reisoladas, por estriamento, no ágar M 1 7 (HULL, 1 977) e incubadas a 30°C por 48 horas. Somente os isolados constituídos de cocos Gram positivos foram testados. As colônias cons tituídas por bastonetes Gram-positivos ou negativos e cocos Gram-negativos foram descartadàs. As cu lturas iso ladas folram mantidas congeladas a -20°C, em LDR (12%). A caracterização e a identificação dos isolados foram realizadas de acordo com as provas indicadas por HARDIE ( 1984). Para realização dos testes, os isolad os foram desco ngelados e ativados, p o r meio de rep iques e m L D R (12 % ) durante três dias c o nsecutivos, apó s incubáção a 21°C, por 24 h oras . Foram realizadas as seguintes provas: prova da· catalase (S PECK, 1984 ) ; creatina (FURTADO, 1989 ; N IELSEN e ULLUM, 1989 ) ; hidrólise de arginina ( M IKOLAJCIK, 1964) ; comportamento em !itmus milk a 21 e 40°C (McDONOUGH et aI. , 19 63 ; COGAN, 1975); fermentação de dextrina, ribose, rafinose, ramnose e s orbitol (KING & KOBURGER, 1970), redução do cloreto de trifenil-tetrazolium (NEAL & CALBERT, 1 955), hemólise em ágar sangue (HARDIE, 1984). Com a finalidade de testar a capacidade de crescimento a diferentes temperaturas, os isolados foram inocu lados em LDR ( 1 2 %) e incubados a 10°C, por 7 a 30 d ias, e a 21 , a 40 e a 4 5 ° C, por 48 horas . O teste foi con s iderad o p o sitivo q u ando o c orreu a c o a gulaç ão do leite . Os isolados foram inoculados no Caldo Bacto Lactose, contendo 4,0 e 6,5% de cloreto de sódio, e incubados a 30°C, por 48 horas, para avaliar o crescimento em diferentes teores de cloreto de sódio. O crescimento da cultura foi detectado por intermédio da turvação do meio (HARDIE, 1 984). Empregou-se o Caldo B acto Lactose na verificação de crescimento dos isolados, em p H 9,2 e 9,6. O meio, após sua este rilização, teve o pH aju s tado com soluções esterilizadas de NaOH 0, 1 N e de ácido lático a 1 0%. Com o pH ajustado, o meio foi, então, distribuído em tubos de ensaio e inoculados com as culturas isoladas. Após incubação a 30oe, p o r 4 8 h oras, o c rescimento foi visualizado pela turvação do meio .. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi isolado um total de 1244 colônias, a partir do "pingo", obtido na região do Serro, em Minas Gerais, semeado no ágar púrpura de bromocresol e no ágar M 1 7 . . De acordo com as características desejadas (cocos Gram- positivos, catalase negativa e creatina negativa), 105 isolados foram, pos teriormente, submetidos a uma seqüência de testes bioquímicos para caracterização e iden tificação, conforme HARDIE (1984). Dentre os 1 05 is olad o s testados, 34 possuíam características da espécie Lactococcus lac tis subsp lactis e somente um apresentava características de Lacto c o c c u s lac tis subsp cremoris (Quadro l). Esses 3 5 isolados foram, então, testados quanto à capacidade de fermentar carboidratos. D entre os 34 .is olados da espécie Lactococcus lactis subsp lactis, 12 apresentaram resultados típicos da espécie (Quadro 2), segundo HARDIE (1984). Os 22 restantes fermentaram o sorbitol, sendo c lassificados como Lactococcus lactis subsp Lactis atípicos. O teste de fermentação da dextrina permite diferenciar o Lactococcus lactis subsp Lactis e o Lactococcus lactis subsp Lactis var diacetylactis do Lactococcus Lactis subsp cremoris, já que os primeiros fermentam a dextrina (GARVIE e FARROW, 1982). O isolado da espécie Lactococcus lactis subsp c r e m o ris ferment o u a dex trina e o sorbitol, tendo sido classificado como estirpe atípica. Os 70 i s o l ad o s restantes, p o r não atenderem aos objetivos deste trabalho, foram mantidos congelados' a -20°C, para a realização de testes adicionais de caracterização, à exceção de cinco isolados, que deram origem a queijos com caracterís ticas d esej áveis de sabor e consistência (LEITE, 1 99 3 ) . No Quadro 3, podem-se observar os resultados encontrados para estes 5 isolados e a identificação feita de acordo com HARDIE ( 1 984). Desses isolados, quatro foram identificados como prováveis Streptococcus mil/eri. Este grupo de Streptococcus inclui S. anginosus, S. Mg, S. constellatus, S. intermedius, S. milleri e pequenos estreptococos dos grupos F e G de Lancefield. Tl-do s esses estreptococos s ão suficientemente semelhantes para ser c o n siderados como m(?'mbros da mesma espécie (HARDIE, 1 984). O quinto isolado foi identificado como sendo um provável S. faecalis. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 3- 1 1 , 1997 Pág. 5 QUAD�O 1- Isolados caracterizados como Lactococcus lactis subsp lactis e Lacto coccus lactis subsp cremorzs. Culturas CataIsoladas lase 69* 85* 121 * 145* 1 46* 1 55 * 1 92* 207* 233* 234* 253* 3 1 5* 328* 348* 3 62* "367* 3 75* 376* 378* 383* 3 84* 3 9 1 ** 398* 408 * 902* 911* 922* 936* 944 * 950 * 953 * 972* 977 * 982* 994 * As culturas impuras, Creatina Temperatura 1 0°C 40°C 450C Argi nina % NaCI 4,0 6,5 9,2 pH Litmus milk 2 1 °C 40° 9,6 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + * Prov�veis Lactococcus lactis subsp lactis. ** Provavel Lactococcus lactis subsp cremoris. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, �: 3-11, 1997 Pág. 6 QUADRO 2 Fermentação de carboidratos pelos isolados de prováveis • Culturas Dextrina Ribose 69 + + + + 85 121 1 45 1 46 1 55 1 92 207 233 234 253 315 328 348 3 62 367 375 376 378 383 384 39 1 398 408 902 911 922 936 944 950 953 972 977 982 994 L. lactis L. cremoris + + + + Sorbitol + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Rafinose CONCLUSÕES Ramnose + + + + + + + + + Key Words: Lactococcus lactis. Streptococcus milleri. Streptococccus faecalis, cheese. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, L.A. Caracterização da flora lática do leite cru. Campinas, SP, UNICAMp, 1 985. 1 1 3 p. (Tese D.S.). CHAVES, A.H. Isolamento de microrganismos de fermentação aromática e seu emprego na elaboração de manteiga. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1 99 1 . 79p. + COGAN, T.M . Citrate utilization in milk by Leuconostoc cremoris and Streptococcus diacetilactis. J. Dairy Res. v. 42. p. 1 391 46. 1 975. a: HARDIE ( 1 984) b: GARVIE & FARROW ( 1 982) QUADRO 3 Caracterização dos isolados do gênero Streptococcus • Cultura * * * * ** Crescimento a 5Ü"C 230 245 268 294 99 1 w: Reação lenta Redução CTT Hemólise Âgar Sangue FURTADO, M.M. Fundamentos básicos da fabricação de queijos semi-cozidos, Viçosa, M.G., UFV, Impr. Univ., 1 989. p. 57-60. + Pág. 7 GARVIE, E.1. & FARROW, J. A.E. Streptococcus lactis subsp cremoris (Orla-Jensen) comb. n o vo and Streptococcus lactis subsp diacetilactis (Malusziwski et aI) nom. rev., comb. novo IDt. J. Syst. Bacteriology. v.32. p.453-455. 1982. HAMMER, B.W. & BABEL, El. Dairy bacteriology s.1. Jonh Wiley & Sons, 1 957. 614p. Seven samples of Minas cheese whey ("pingo") from Serro region, Minas Gerais State, were used for the attainment of lactic cultures to manufacturing the cheeses. It was isolated a total of 1244 colonies on the culture media bromocresol purple agar and M 17 agar. From these colonies, 1 05 presented as Gram-positive coccus, catalase and creatin negatives, being, for this, submited to a sequence of biochemistry tests for characterization and identification. Among these isolated, 34 were identificated as probably Lactococcus lac tis s u b s p la c tis, one as Lactococcus lactis subsp cremoris, four as Streptococcus milleri and one as Streptococcus faeca lis. The others isolated, which didn 't present characteristics of the species of interest to the experiment, were frozen at -20°C, in skim milk rehydrated for future identification. + + o estudo permitiu isolar estirpes de bactérias láticas (Lactococcus e Streptococcus) que após o processo de avaliação poderão ser empregadas na elaboração de queij os Minas e outras variedades de queijos nacionais. SUMMARY + + (b) - (a b) Lactococcus. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, �: 3- 1 1, 1 997 HARDIE, J.M. Genus Streptococcus Rosenbach 1 884. I n : S NEATH , P. A ., M A I R , N . S ., SHARPE, M.E., Holt, J.G. eds. Bergey s manual of systematic bacteriology. 9 ed. Baltimore, The Willians and Wilkins, 1 984. v.2. p. l 043- 1 07 1 . H ULL, R . R . . Methods for m o n i toring bacteriophage in cheese factories. Austr. J. of Dairy Technol. v. 6. p. 63-66. 1 977. KING, S.N. & KOBURGER, A.J. Charac terization of some group N streptococci. J. Dairy Sei .. V. 53. p. 403-409 .. M c D O NO U G H , F.E . ; H A R G R O V E , R . E . ; TITTSLER, P. Selective plating medium for Leuconostoc in mixed lactic cultures. J. Dairy . Sei. V. 46. p. 386-390. 1 963. M I KOLAJ C I K, E . M . S i ngle broth fo r the differenciation of Streptococcus lactis from Streptococcus cremoris. J. Dairy Sei. V. 47. p. 437-438. 1 964. NEAL C.E. ; CALBERT, H .E. The use of 2,3,5-Tripheniltetrazolium chloride as a test for antibiotic substances in milk. J. Dairy Sci . v. 38. p. 629-633 , 1 955. N I ELSEN, E . W : & ULLUM, LA . Dairy Technology. 2 . ed. s . l . Danish Turnkey Dairies, 1 989. 89p. SPECK,M.L. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 2 ed. Washington, APHA, 1 984. 409p. AGRADECIMENTOS + + + (w) + * ** Streptococcus milleri Streptococcus faecalis F U RTADO, M . M . Isolamento de b actérias láticas de leite cru e soro de queijo de leite cru da região do Serro, Mi nas Gerai s . Viçosa, M . G . , UFV, Impr. Univ., 1 990. 1 03p. (Tese M.S.). Agradecemos ao Conselho N acionai de Pesquisa (CNPq) e à CAPES, que permitiram a realização deste trabalho e ao Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa pelo apoio técnico. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 8-11, 1997 Pág. 8 SELEÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS RESISTENTES A BACTERIÓFAGOS DE OCORRÊNCIA EM INDÚSTRIAS QUEIJEIRAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS MATERIAL E MÉTODOS (1) (2) (2) (2) (2) RESUMO . Quatorze estirpes de bactérias isoladas de soro· de queijo (pingo) da região do Serro, Estado de Minas Gerais. e caracterizadas como prováveis L. lactis subsp lactis (nove isolados), S. mil/eri (quatro isolados) e S.faecà/is (um isolado), todas selecionadas quanto a sua capacidade de contribuir com características sensoriais desejáveis na elaboração do queijo Minas curado, foram testadas quanto à resistência a -três tipos de bacteriófagos. Todas as culturas mostraram-se resistentes aos fagos usados como teste, observando-se produção de ácido adequada para a elaboração de queijo e manutenção da resistência por um período de fS meses, . durante os quais :foram usadas na elaboração do queijo Minas curado. Palavt"as-chave: Lactococcus lactis stibsp lactis, Streptococclls mil/e ri, Slreptococclls faecalis, queijo, bacteriófago. INTRODUÇÃO A atividade da cultura lática durante a produção de queijos pode ser alterada por d i verso s fatore s , sendo a presença de bacteriófagos o mais importante. O bacteriófago ataca as células sensíveis da cultura lática, podendo torna-la inativa. Quando esse processo ocorre durante a elaboração do queijo, o resultado é a perda do produto (Mistry e Kosikowski, 1986). D i v e rs o s procedi mentos têm s i d o desenvolvido s p ara c o n trolar o ataque de bacteriófagos. Dentre eles. se incluem as medidas de assepsia durante o preparo e a rotação de culturas. Outro procedimento consiste no uso de estirpes res istentes à bacteri ó fagos . A ocorrência de estirpes dotadas de resistência a diferentes raças de fagos, e que se mantenham com essa característica por longos períodos, é rara (Sanders e Klaenhammer, 1984). Embora 1. 2. DTIPOA - Escola de Veterinária - UFMG DTA - UFV Os isolados dos prováveis Lactococcus lactis testados foram: Lagoa 207, Lagoa 234, Lagoa 253, Lagoa 315, Lagoa 328, Lagoa 362, Lagoa 378. Lagoa 953, Lagoa 977; dos Streptococcus mil/e,.i: Serro 245, Serro 268, Serro 294, Serro 230, e do Streptococcus faecaUs: UFV 991. Essas bactérias, pertencentes à coleção do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), foram testadas quanto à sua 1"esistência a bacteriófagos . Antes d o isolamento, a s .amostr.as d o pingo, coletadas n a região d o Serro, em Minas Gerais, foram submetidas à infecção com tipos de bacteriófagos que vêm causando problemas nas culturas importadas. Os três tipos de bacteriófagos (Sl 1 , Sl2 e S13) pertencentes ao Departamento de Biologia Geral da UFV foram isolados por Oliveira (1990). As culturas a serem testadas foram inoculadas em leite desnatado reconstituído (LDR) a 12% e incubadas a 30°C até, a coagulação do leite. Após o envelhecimento, transferiu-se uma gota da cultura para cada um dos tubos contendo LDR (12%), que fOl:am imediatamente congelados a - 2 0°C. Quando necessário, as culturas foram descongeladas e incubadas a 30°C por 18 horas e, em seguida, submetidas a três repicagens consecutivas em Caldo M 17 (Hull, 1977), para reativação. Para a manutenção dos bacteriófagos, as suspensões de fagos foram man�idas em Caldo M17 a 4°C (Sanders e Klaenhammer, 1 980). Foi usado o meio de cultura M17 (Terzaghi e Sandine. 1975), para plaqueamento das culturas bacterianas infectadas com fagos. Para multiplicação dosbacteriófagos , transferiram-se O,J ml d a suspensão d e fagos, 0,1 ml da bactéria hospedeira crescida em caldo M I 7 (30°C por 12 horas) e 0,05 ml d e uma solução ( 1 ,0 M) esterilizada de CaCI2 .para um tubo es terilizado . Esta mistura· foi i n c ubada, à temperatura ambiente, por 30 minutos. Em se guida, adicionaram-se 3,0 rol do meio M 17 semi sólido, fundido e resfriado a 50°C. Após leve agitação, a·mistura foi vertida nas placas de Petri contendo uma cainada de meio M 17 sólido. Após incubação a 30°C por 12 horas, foram observadas as placas de lise. A partir de cada placa de Petri foram transferidas, com alça de platina, cinco unidades formadoras de placa (UFP) para um tubo de ensaio contendo O, I ml de caldo M17 este rilizado. O tubo foi mantido a 4°C por 12 horas. A seguir, adicionaram-se a esse tubo O, I ml da cultura hospedeira crescida em caldo M17 (30°C por 12 horas) e 0,05 ml de solução ( 1 ,0 M) de lactis subsp. Sellection of lactic culturas resistent to bacteriophages from cheese plants in the Minas Gerais state, Brazil Mônica de Oliveira Leite Adão José Resende Pinheiro Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim J{}sé Benício Paes Chaves Magdala Alencar Teixeira Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52 : 8-11, 1997 algumas estirpes fago-resistentes tenham sido identificadas (Daniell e Sandine, 1981), os de res i s tência delas não são mecan i s m o s conhecidos (Sanders e Klaenhammer, 1983). Até a década de 80, não se conheciam casos de infecção por fagos nos laticínios brasileiros. Entretanto, nos últimos anos a produção de queijo tem sido concentrada em unidades maiores, onde a presença de maciças quantidades de soro e o uso de técnicas ainda precárias de manuseio das culturas láticas favorecem o ataque de fagos (Furtado et aI., 1990). O o bj e t i v o d e s t e trab alho fo i selecionar, da coleção pertencente ao De partamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa, estirpes de bactérias láticas res i s tentes aos bac teri ó fagos q u e vêm causando p roblemas em algumas indústrias queijeiras do Estado de Minas Gerais, durante a elaboração de queijo Minas curado. Pág. 9 CaCI2• Este material foi incubado à temperatura ambiente por 30 minutos e, então, adicionado de 3,0 ml de meio M17 semi-sólido, agitado e vertido em placas contendo uma camada de meio M 1 7 sólido. A s placas foram incubadas a 30°C por 1 2 horas. Após a observação d e Use confluente, foram • adicionados 5,0 ml de caldo M17 sobre a superfície das placas, que foram mantidas a 4°C por 12 horas. O caldo M17, de cada uma das placas, foi recolhido com pipeta esterilizada e transferido para tubo esteril izado contendo O, t ml de clorofórmio. Para a titulação dos bacteriófagos, a partir de 0,1 ml das suspensões amplificadas de fago foram feitas diluições sucessivas, de t 0.1 a IOS, com solução de Ringer (Santos, 1985). Foi transferido 0,1 ml de cada uma das diluições para tubos esterilizados, nos quais se adi cio!laram 0,1 ml da cultura hospedeira, crescida a 30°C por 12 horas, e 0,05 ml de solução (1,0 M) de CaClr Essa mistura foi incubada à temperatura ambiente por 30 minutos e adicionada de 3,0 ml �e meio M17 semi-sólido fundido, resfriado a 5 0 ° C, agitado e vertido em placas de Petri contendo uma camada de meio M17 sólido. As placas foram incubadas a 30°C por 1 2 horas. O título, expresso como unidades formadoras de p l acas/ml ( UFP/ml ) , foi determinado, multiplicando-se o número de placas de lise pelo inverso da diluiçãO correspondente e por t O, já que o volume adicionado da suspensão de fagos foi de 0,1 ml. Visando realizar os testes de resistência aQS bacteriófagos , foram inoculadas duas· baterias de frascos, contendo 10 mI de LDR (10%) este rilizado. A primeira bateria foi adicionada de 0,2 ml da cultura a ser testada, 0,5 ml da solução (1,0 M) de CaCI� e 1 ml de meio M17 esterilizado. A - segunda fo(adicionada de 0,2 ml da cultura a ser testada, 0,5 ml da solução (1,0 M) de CaCl, e 1 ml da suspensão de bacteriófagos (Ful"tado, co municação pessoal}. -Com os objetivos de comparar a acidez titulável .das culturas .testadas com a cultura ·hospedeira e . determinar .() título do· Cago infectante, adicionaram se a uma terceira bateria de frascos de diluição tO ml de LDR (10%) esterilizado e 0,5 ml de solução (1,0 M) de CaCI1. Uso u - s e como c u ltura o Laclococcus lacli.'; subsp. lactis, sensívela fagos. A suspensão de fagos infectantes foi diluída com solução de Ringer (Santos, (985) Até, a diluição 10.6 um mililitro de cada diluição foi transferido para os frascos. Incubaram-se os frascos de diluição por duas horas, a 30°C, e depois, a 35°C, por quatro horas, fazendo-se a titulação com solução de NaOH 0 , 1 N . Para d i ferenciar a p resença de fagos, digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 0 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, na 299, .52: 8-1 1, 1997 comparou-se o resultado dos tubos-teste com o dos tubos-controle. A cultura é considerada sensível ao fago quando a diferença entre a acidez do controle e a do teste é superior a 1 0%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quatorze isolados de prováveisL.lactis subsp. lactis, . S. milleri e S. faecalis foram infeccionados com três tipos de bacteriófagos, com título correspondente a 1 06 UFP/ml. Todas as culturas mostraram-se resistentes diante do teste de produção de ácido, conforme a TAB. I. A acidez titulável não diferiu em mais de 10% em relação ao controle. O mesmo não se observou para a cultura sensível aos tipos de fagos, conforme ilustrado na TAB. 2. Losick et aI. ( 1 967), citados por Sanders e Klaenhammer ( 1 983), verificaram que são raras as estirpes mutantes, resistentes a fagos, que são capazes de manter essa resistência por longos períodos de uso. De modo geral, esses mutantes são lentos na produção de ácido e revertem a sensibilidade ao fago original ou são atacados por novos fagos (Whitehead, 1 953). As técnicas usadas para o isolamento de mutantes são desenvolvidas com base no crescimento de estirpes resistentes, em culturas lisadas por fagos. Por se tratar de processo demorado, favorece o crescimento de mutantes lentos, quanto à produção de acidez, inadéquados à elaboração de queijo (Marshall e Berridge, 1 976). Neste estudo, as esti rpes selvagens apresentaram produção de ácido adequada à elaboração de queijo. Acredita-se que não ocorra a reversão da sensibilidade a fagos, já que as culturas foram empregadas na elaboração de queijo Minas curado, por um período de 18 meses antes da realização dos testes de resistência, acreditando-se, portanto, que somente outros tipos de fagos poderão infeccioná -las. TABELA 1 Suscetibilidade das culturas isoladas em presença de bacteriófagos, em função do percentual de ácido lático produzido pelos isolados. - Cultura Lagoa Serro Lagoa Serro Lagoa Serro Serro Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa UFV TABELA 2 bacteriófagos 207 230 234 245 253 268 294 315 328 362 378 953 977 99 1 - Controle SI1 Sl2 S13 0,74 0,79 0,72 0,68 0,72 0,73 0,86 0,72 0,65 0,72 0,74 0,73 0,79 0,76 0,80 0,78 0,74 0,68 0,72 0,75 0,88 0,73 0,67 0,79 0,78 0,74 0,74 0,78 0,80 0,78 0,75 0,68 0,72 0,75 0,89 0,72 0,68 0,78 0,77 0,74 0,75 0,79 0,81 0,78 0,74 0,68 0,72 0,75 0,88 0,73 0,68 0,78 0,79 0,73 0,76 0,78 Percentual de ácido lático pro d uzido pela cultura hospedeira em presença de B acteriófagos Cultura Hospedeira Controle 1 0° 1 0.1 1 0-2 1 0-3 1 0-4 IO-s 1 0-6 Sl l 0,84 0,60 0,59 0,60 0,6 1 0,59 0,60 0,59 Sl2 0,85 0,60 0,60 0,60 0,58 0,59 0,59 0,58 Sl3 0,85 0,58 0,58 0,60 0,60 0,59 0,6 1 0,63 Pág. 1 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, na 299, 52: 8-1 1 , 1997 OLIVEIRA, M.R. Isolamento e caracterização CONCLUSÃO de Os resultados deste estudo indicam tratar se de bactérias láticas que podem ser usadas na elaboração de queijos em indústrias, em rodízio com outras culturas, graças à sua resistência a bacteriófagos. SUMMARY Fourteen isolated bacteria strains from Serro region cheese whey ("pingo"), Minas Gerais State, Brazil, and characterized as probably L. lactis subsp lactis (nine isolated), S. milleri (four isolated) and S. fa eca lis (one iso lated), alI sellected as its ability of contributing to desired sensorial traits for the manufacturing of type "Minas curado" cheese, were tested concerning to resistence to three breeds of bacteriophages. All isolated cultures showed resistent to phages used as test, observing optimal acid production for the manufacturing of cheese and keeping of resistence for a period of 18 months, during that time they were used for elaboration of "Minas curado" cheese. Key words: Bacteriophages, Lactococcus lactis subsp lactis, Streptococcus milleri, Streptococcus faecalis, cheese. FURTADO, M . M . ; KARDEL, G . ; OLIVEIRA, M.R . ; GUIMARAES, W.W. & ARAÚJO, E.F. Phage attack in a brazilian cheese factory: characterization and prevention. In: International Dairy C ongresso 2 3 Montreal. (s.Ed.) 1 990. HULL, R.R. Methods for monitoring bacteriophage in cheese factories. Aust. J. Dairy Technol. v.6,p.63-66, 1 977. MARSHALL, RJ.; BERRIDGE, NJ. Selection and some properties of some phage-resistant starters for cheese-making. J. Dairy Res. , v.43, p.449-458, 1 976. MISTRY, V.V. ; KOSIKOWISKI, F.V. Influence of milk ultrafiltration on bacteriophages of lactic acid b acteria. J. D airy Sci . , v. 69, p .2577 -2582, 1 986. que infectam (Mestrado em Biologia Geral). SANDERS, M.E. , KLAENHAMMER, T.R. Restriction and modification in group N streptococci: effect of heat on development of modified lytic bacteriophage. ApPI. Environ. Microbiol., v.40, p.500-506, 1 980. S AN D ER S , M .E . ; KLAEN H A M ME R , T. R . Characterization o f phage sensitive mutants from a p hage-insensitive s train of Streptococcus lactis: evidence for a plasmid determinant that prevents phage adsorption. Appl. Environ. Microbiol., v.46, p . 1 1 251 1 33, 1 983. SANDERS, M.E. ; KLAENHAMMER, T.R. Phage resistance in a phage-insensitive strain of Streptococcus lactis: temperate dependent phage development and host-c ontrol led phage rep l icatio n . Appl. Env iron. Mi crobioI.,v.47, p.979-85, 1 984. SANTOS, A.L.L. m olecular Caracterização genética e de estreptoc ocos Iíticos . E S A LQ, 1 9 85 . 1 89 p . Piracicaba, D i s sertação ( Doutorado em C i ê n c i a de Alimentos). BIBLIOGRAFIA DANIELL, S.D. & SANDINE, W.E. Development and commercial use of multiple strain starter. J. Dairy Sci. v.64. p. 407-415, 1 98 1 . bacteriófagos Streptococcus cremoris e Streptococcus lactis. Viçosa: UFV, 1 990. 58p. Dissertação TERZAGHI, B .E. & SANDINE, W.E. Improved medi u m for l actic s treptoc o c c i and theirbacteriophages. Appl. Microbiol., v.29, p.807-8 1 3 , 1 975. WHITEHEAD, H.R. B acteriophage in cheese manufacture. B act. Rev. , v. 1 7, p . l 09-23, 1 953. V ILLELA, J.O.P.. Inatividade das culturas láticas. Rev. Inst. Lat. Cândido Tostes, v.22, p.3-7. 1 967. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e a CAPES, que permitiram a realização deste trabalho e ao Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa pelo apoio técnico. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 12- 1 6, 1997 Pág. 1 2 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E FÍSICO-QUÍMICA DE LEITE INTEGRAL SUBMETIDO A PASTEURIZAÇÃO LENTA EM BANHO-MARIA EM PROPRIEDADES RURAIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Microbiological and physical-chemical evaluation of whole milk submitted to LTLT bath water pasteurization in rural properties from Minas Gerais State. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira (1) Marcelo Resende de Souza (1) Leorges Moraes da Fonseca (1) Mônica de Oliveira Leite (1) Teófilo José Pimentel da Silva (2) Ronon Rodrigues (1) Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299,�; .:t.-lb, 1997 res u ltados o b t i d o s ( B O RGES et a I . , 1 97 8 ; BORGES et alo, 1 984; ANTUNES e OLIVEIRA, 1 9 8 6 ; NADER FILHO et aI. , 1 98 6 ; N A DER FILHO et aI., 1 9 8 8 ; S ILVEIRA et aI. , 1 98 8 ; NADER FILHO et aI., 1 992; SOUZA, 1 994). Em função da baixa remuneração do leite em Minas Gerais, vários produtores vêm utilizando métod o s alternativos de pasteuri zação, caracterizados por processo lento ( 62 - 65°C/30 minutos) em banho-maria. Ressal ta-se que a legislação brasileira não estabelece padrões e nem normas para este tipo de processo. Considerando estes aspectos, este trabalho e propôs a avaliar as característi cas nicrobiológicas e físico-químicas de leite integral, asteurizado por este processo (banho-maria), em ropriedades rurais de Minas Gerais. UFC/rnl, sendo que o desvio padrão encontrado foi de 5 , 5 3 l o g UFC/ml . Estes res ultados demonstram a grande instabilidade da variável, causada pelas diferentes formas de obtenção, manipulação e beneficiamento d o produto. As condições de ordenha, higiene dos utensílios, refrigeração do leite cru e pasteurizado e controle do processo de tratamento térmico são pontos críticos na produção deste tipo de leite, estando sujeitos a grandes variações entre as propriedades produtoras. Dessa forma, os critérios de produção d i fe rem bastante entre si e os p arâmetros micro b i o lóg i c o s apresentam-se variad o s , revelando os múltiplos fatores que interferem na qualidade do leite. As fal has e x i s tentes neste p rocesso, proporcionam contaminação e p r o l i feração microbiana podendo levar a prejuízos econômicos e de saúde pública. Adicionalmente, estes dados confirmam os resultados de análi ses micro biológicas realizadas em leite pasteurizado de várias partes do país (B O RGES et aI., 1 978 ; NADER FILHO et aI., 1 986; SILVEIRA et aI., 1988; SOUZA, 1 994). De acordo c o m os p adrões oficiais (BRASIL, 1980), 18 das 51 amostras analisadas (35, 29%) apresentavam contagem de mes6filos acima do padrão de leite pasteurizado tipo C (Tab. I). Estes dados indicam grande contaminação do leite cru ou problemas de eficiência do método, uma vez que a possibilidade de contaminação após a pasteurização é mínima. Estudos anterio res s obre a qual idade microbiológica de leite pasteurizado tipos A, B e C, comercializados no Brasil, também revelam elevada frequência de amostras com contagem de mesófilos fora dos padrões o ficiais :" 5 8 ,49% (BORGES et aI., 1978); 62,5% (NADER FILHO et aI., 1 986); 54,55% (NADER FILHO et aI., 1988) e 6,94% (SILVEIRA et aI., 1 98 8 ) para o leite tipo C; 8,33% para o leite tipo B e 64,70 % (SILVEIRA et aI., 1988) para o leite tipo A. SOUZA ( 1994) encontrou grande variação na qualidade do leite submetido a pasteurização lenta em banho-maria em amostras colhidas em propriedades rurais de Minas G erais . A médi a de microrg a n i s mos mesofílicos o bservada ( 3 ,49 log UFC/ml), assemelha-se a o s res u ltados deste trabalho fATERIAL & MÉTODOS RESUMO Foram submetidas a análises microbiológicas e físico-químicas, 5 1 amostras d e leite integral pasteurizado pelo processo lento (62-65°C/30 minutos) em banho-maria em propriedades rurais de Minas Gerais. As amostras foram colhidas e encaminhadas pelo produtor ao laboratório do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária da UFMG, onde foram imediatamente analisadas. A contagem média de microrganismos mesofílicos aeróbios foi de 4,92 (Iog UFC/ml) e o desvio padrão foi de 5,53 (log UFC/ml), sendo que 18 amostras (35,29%) estavam fora do padrão estipulado pelo RIISPOA. A pesquisa de coliformes totais demonstrou uma média de 1,17 (log NMP/ml), com desvio padrão de 1,82 (log NMP/ml), sendo que 3 amostras (7,84%) estavam fora do padrão do RIlSPOA. Os resultados de análises físico-químicas revelaram os seguintes valores médios: de�sidade a 15°C (1,0314); gordura (3,8%); extrato seco total (12,59%); extrato seco desengordurado (8,7%); crioscopia (-0,531OH); acidez (15,99°0). Constatou-se que 21,57% das amostras apresentavam fraude por adição de água; 33,33%, gordura inferior ao padrão ; 7,84%, acidez inferior ao padrão; 19,61 %, superaquecimento durante a pasteurização (fosfatase alcalina e peroxidase negativas); 5,88%, subaquecimento, não atingindo a temperatura de pasteurização (fosfatase alcalina e peroxidase positivas). Substâncias inibidoras, conservantes ou reconstituintes não foram detectadas. Palavras-chave: características físico-químicas, microbiologia, pasteurização, leite IN TRO DUÇÃO O leite apresenta em sua composição, macro e micronutrientes, caracterizando-o como um rico alimento. Entretanto, da mesma forma constitui excelente meio de cultura para o desenvolvimento de microrganismos patogênicos para o homem (TEUBER, 1992). Torna-se necessário que o leite produzido e comercializado para o consumo humano seja seguro e não apresente risco para a saúde pública. Durante ou após a ordenha, inicia-se a contaminação do leite que dependendo do estado de s aúde dos animai s , hábitos higiênicos do homem e limpeza dos utensílios e equipamentos, pode ser prej u di cial para a qualidade microbiológica e durabilidade do produto. 1. 2. DTIPOA - Escola de Veterinária - UFMG DTIPOA - Faculdade de Veterinária - UFF No Brasil, de modo geral, o leite é obtido em más cond ições higiênico-san itári as, apresentando elevada carga mi crobiana, constitu i n d o - se em risco à s aúde p ública, principalmente quand o c o n s u m i d o cru . O tratamento térmico (pasteurização), assegura a destruição da flora patogênica e quase a totalidade dos germes banais (ALAIS, 1971), tornando-se um processo de extrema importância, sem alterar o equilíbrio físico-químico do leite, aumentando a durabilidade do alimento. Resultados de análises microbiológicas e fís ico-quími cas de leite cru e pasteuri zado produzidos e beneficiados no Brasil, demonstram grande número de amostras em desacordo com os p ad rões o ficiais e marcante oscilação dos Pág. 1 3 Cinquenta e uma amostras de leite integral, pasteurizado pelo processo lento em banho-maria (62-65°C/30 minutos) foram colhidas em várias propriedades rurais de Minas Gerais e enviadas ao laboratório de microbiologia do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária da UFMG, onde foram imedi atamente s u bmetidas a análises microbiológicas (contagem de microrganismos mesofílicos aeróbios (APHA, 1984) ; pesquisa de coliformes pelos testes presuntivo e confirmativo segundo ICMSF ( 1 978) e a análises físico-químicas : determinação de acidez titulável (ODornic); índice crioscópico ; pesquisa de fosfatase alcalina e peroxidase; densidade a 1 5°C; determinação do teor de gordu ra, extrato seco total (EST) e desengordurado (ESD); pesquisa de conservantes e reconstituintes (água oxigenada, formol, alcalinos e amido) segundo MÉTODOS . . . ( l 9 81) . Adicionalmente, foi realizada também a pesquisa de inibid ores pelo método do cloreto de trifeniltetrazolium (CALBERT & NEAL, 1 955). RESULTADOS & DISCUSSÃO A contagem média de microrganismos mesofílicos aeróbios no leite integral, pasteurizado pelo método lento em banho-maria, foi de 4,92 1 0g TABELA 1. Médias (X) desvios padrões (s) de análises microbiológicas de 5 1 amostras de leite integral pasteurizado em propriedades rurais de Minas Gerais. Análise microbiológica x s Amostras fora dos padrões Contagem de mesófilos (log UFC/ml) 4,92 5,53 18 (35,29%) Coliformes totais (NMP/ml) 1,17 1 ,8 2 3 (7,84) digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", lan/lun, n° 299, 52: 12- 1 6, 1997 demonstrando a falta de padronização deste tipo de leite e o risco de ocorrência de falha do processo. A p e s q u i s a de c o l i formes t o t a i s demonstrou NMP médio d e 1 , 1 7 NMP/ml com desvio padrão de 1 ,82 10g NMP/ml, sendo que 3 amostras (7,84%) ap resentavam- se fora do p a drão o fi c i al ( B R A S IL, 1 9 80 ) , q u an d o comparado com. o s padrões d e leite tipo C . A pesquisa de col iformes fecais n ão revelou a presença deste grupo de bactérias nas amostras de l e i te a n a l i s adas (Tab . 1 ) . Res u lt a d o s semelhantes foram observados por N A DE R FILHO e t aI . ( 1 9 86) e N ADER FILHO e t aI. ( 1 988) que observaram 4,0 1 % das amostras de leite pasteurizado tipo C colhidas em laboticabal (SP) e 4,5 5% das obtidas em B arretos (S P), re s p e c t i v a m e n te , com NM P/ml ac i m a d o s p adrões oficiai s . B ORGES et aI . ( 1 9 7 8) no entanto, v e r i fi c aram q u e 2 3 , 5 3 % d as 53 amostras de leite pasteurizado tipo C de Belo H o r i z o n te (MG) estavam fora dos p adrões . S O U ZA ( 1 9 9 4) verifi c o u que 6 ,6 7 % d as a m o s tras de l ei te i n tegral p as t e u r i zado apresentavam valores de coliformes totais fora d o s p ad r õ e s , s e n d o a m é d i a e n c o ntrada e q u i v a le n te a 0,27 log N M P/ml . Em l e i te pasteuirzado tipo C, a média de coliformes totais foi de 1 1 ,67 log NMP/ml . Os resultados médios das análises físico químicas (Tab. 2) revelaram que 2 1 ,57 % das amostras apresentavam fraude por adição de água (índice criocópico superior a -0,5300H). Este dado pode indicar problemas decorrentes de furos nas embalagens permitindo a entrada de água durante o processo de pasteurização no banho-maria. SOUZA ( 1 994) observou 1 3,3 3% de fraude por água, demonstrando resultados semelhantes neste tipo de leite. Dentre os parâmetros que revelaram maior. número de amostras em desacordo com a legislação de leite pasteurizado integral, destaca-se o teor de gordura com 33,33% de resultados fora dos padrões oficiais (Tab. 2). Além de diversos fatores que interferem na composição do leite, afetando o teor de gordura, a falta de homogeneização do leite no tanque antes do envase pode contribuir para uma maior variabilidade dos resultados com teores inferiores a 3,7%. Esta variação nos teores de gordura deste tipo de leite tem sido evidenciada por outros autores. SOUZA ( 1 994) verificou que 40% das amostras apresentaram teor de gordura inferior ao padrão com uma média de 3,76% e desvio padrão de 0,46%. As análises de acidez (Tab. 2) revelaram que 1 5,69 % das amostras apresentavam valor inferior a 1 5°0. SOUZA (1 994) encontrou valor semelhante ao detectar 1 3, l 3 % de resu ltados inferiores ao padrão oficial para esta prova. Valores inferiores a 1 5°0 podem sugerir ocorrência de processos inflamatórios da glândula mamária sendo necessária a realização de outras provas para confirmação. Verificou-se presença de fosfatase alcalina em 3 amostras (5,88%) conforme Gráfico 1 . Este achado é de grande importância do ponto de vista de s aúde púb lica por revelar subaquecimento destas amostras durante o tratamento térmico, i n d i c an d o que as amo stras não foram pasteuri zadas, podendo veicular diversos patógenos tran s m i s s o res de t o x i n fecções alimentares. Outro fator agravante, refere-se ao fato de que a maioria des tes produtores não executam práti cas sanitárias rotineiras como vacinaç ão e teste contra brucelose e provas i ntradérmicas p ara detecção de tuberculose. Adicionalmente, a falta de higiene durante a ordenha p ode au mentar a contaminação por Staphylo c o c c u s a u re us, patógenos como Salmonella sp, Campy lobacter jejuni , dentre outros. Além disto, muitos produtores compram leite de terceiros , sem nenhum tipo de controle de sua qualidade e integridade, aumentando os riscos acima mencionados. TABELA 2. Médias (X) e desvios padrões de análises físico-químicas de 51 amostras de leite integral pasteurizado em propriedades rurais de Minas Gerais. Análise Físico-químicas Amostras fora do padrão X Acidez (0 O) 1 5,99 1,20 8 ( 1 5 ,69%) Cri os copia (0 H) -0,5 3 1 -0,02 1 11 (2 1,57%) Densidade 1 ,0314 0,0026 6 ( 1 1,76) ESD (%) 8,70 0,48 11 (2 1 ,57%) EST (%) 1 2,59 0,96 7 ( 1 3,73) Gordura (%) 3,83 0,74 17 (33,33% ) Rev. Inst. -Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, S2: 12-1 6, 1997 GRÁFICO 1. Resultados da pesquisa de fosfatase alcalina F.A.) em leite integral pasteurizado em banho-maria em propriedades rurais de Minas Gerais. Pág. IS mi1k pasteurized by LTLT proces � (62-65°C/30 lliinutes) in water bath in rural properties from Minas Gerais State. The samples were collected by the producers and sent to the "Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal" laboratory at "Escola de Veterinária" UFMG, where they were immediately analysed. Mesophylic aerob i c microorgani sms medium count was 4.92 (log CFU/ml) ; the standard error was 5.53 (log CFU/ml) and 1 8 samples (35.29%) were out of the standard set by the brazilian leg i s lation (RIISPOA). Total coliform count showed a medium of 1 . 1 7 (log MPN/ml) and a standard erro r of 1 . 82 (log M PN/ml) with 3 s amples (7 . 84 % ) being o u t of the b razi lian legislation (RIISPOA). The results of physical chemical ana1ysis presented the following medium values : density at 1 5°C ( 1 . 03 1 4) ; fat content (3 .8%); total solids content ( 1 2 . 5 9 % ) ;non-fat solids content (8 .7%); freezing- point (-0.53 1 OH); acidity ( 1 5.99°0). It was observed that 2 1 .57% of the samples had water addition fraud; 33 .33%, fat content below the standard; 1 9. 6 1 % overheating during pasteurization (alkaline phosphatase and peroxidase were both negative); subheating, did not reac hing lhe p asteurizatio n temperature (alkaline phosphatase and peroxidase were both positive). Inhibiting, preservative or recontituting substances were not found. Key words : physi cal chemical charac teristics; microbiology; pasteurization, mi1k _ '_IIh.F.AA.+/ A presença da fosfatase alcalina nestas amostras revela ai nda, a precariedade do equipamento e dos métodos de controle do binômio temperatura x tempo , além da falta de homogeneização das embalagens de leite e de agitação da água durante o tratamento térmico, interferindo na adequada transferência de calor a todas as partículas de leite. Superaquecimento de leite foi verificado em 19,61% das amostras, demonstrando o inadequado controle do processo térmico, sendo evidenciado pela inativação da enzima peroxidase (Gráfico 2). GRÁFICO 2. Resultados da pesquisa de peroxidase em leite integral pasteurizado em banho-maria em propriedades rurais de Minas Gerais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALAIS, C. Ciencia de la leche. Zaragoza: Acribia, 1 97 1 . 594 p. Inibidores ou conservantes e reconstituintes não foram detectados em nenhuma amostra . AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Technical C o mmitee on Microbiological Methods for Foods. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of the Foods. Washington : APHA, 1 984. 701 p. CONCLUSÕES Leite submetido a pasteurização lenta (6265 ° C/3 0 minutos), em banho- maria e m pro pried ades rurais de M inas Gerais, pode apresentar risco à saúde pública pela veiculação de patógenos causadores de toxinfecções alimentares. Leite pasteurizado em banho-maria não possui unifo rmi dade nos p arâmetros físico químicos e microbiológicos, apresentando grande número de amostras fora dos padrões oficiais estabelecidos no Artigo 538 do RIISPOA. SUMMARY Physical-chemical and microbiological analysis were performed on 51 samples of whole ANTUNES, L. A. F.; OLIVEIRA, 1.S. Qualidade microbiológica do leite cru . Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 41, n. 244, p. 20-24, 1 986. BORGES, M . S.; RODRIGUES, R. ; RUB INICH, 1. et aI. Comparison of the quality of two types of milk at two sources in the Belo Horizonte, Brazil Market. Journal of Food Protection, v. 4 1 , n. 9, p . 739-742, 1 978. B RA S IL. Mi nistério da Agricultura. Decreto n° 3069 1 de 29 de março de 1 9 5 2 . Regu- digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 12-16, 1997 Pág. 1 6 lamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília SIPA, DILEI , 1 980. 1 66 p. tipo C comerci alizado em Barretos, São Paulo. Ars Veterinária, v. 4, n.2, p. 29 1 -296, 1988. CALBERT, H. E.; NEAL, C. E. The use of 2,3,5 triphenyl-tetrazolium chloride as a test for antibiotic substances in milk. Jouróál of Dairy Science, v. 38, n. 6, p. 629':633 , 1 955. NADER FILHO, A . ; AMARAL, L. A. ; ROSSI JÚNIOR, O. D. et aI. 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Carac terísticas microbiológicas do leite pasteurizado 't"�� & � � � Frequence of Listeria sp and Staphylococcus aureus in type Minas cheese manufactured handly. Mônica Maria de Oliveira Pinho Cerqueira (1) Mônica de Oliveira Leite (1) Leorges Moraes da Fonseca (1) Marcelo Resnde de Souza (1) Maíra Mesquiari (2) Ronon Rodrigues (1) Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais , 1994. 78 p. Dissertação (Mestrado em Inspeção de Carnes, Leite e Derivados). TEUBER, M. Microbiological problems facing the dairy industry. Bulletin of the International Dairy Federation, n. 276, p.6-19, 1 992. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária - Coordenadoria Inspeção que permitiu a realização deste trabalho e ao departamento de Tecnologia e Inspeção de Prod utos de Origem A n i mal da Escola de Veterinária - UFMG pelo apoio técnico. �� �� � � JS:J� Pág. 1 7 FREQUÊNCIA DE LISTERIA SP E DE STAPHYLOCOCCUS A UREUS EM QUEIJO MINAS PRODUZIDO ARTESANALMENTE pasteurização de leite beneficiado em granjas leiteiras, entrepostos usinas e propriedades rurais do Estado de Minas Gerais. Belo na, Ge,.;, é o ma;, "ad;donal e ; m po,tante pólo de PCOd UÇãO derivados. No E stado localiza-se o m a i o r pa! q u e i n d �.strial de la�icín i o s do País, . ,. res p o nsável por 45 por cento de toda a produçao de qu eIJos, 46 por cento de doce de , leite, 36 por cento de. leit.e em pó e cerca de 4 � por . c � nto d� p:odução de matei ga. � Trinta por cento de leIte "In natura" vem das bacIas leIteIras m i neIras. � É em M i n as, na cidade de Juiz de Fora, que está localizado o ú n ico centro brasileiro dedicado à formação e treinamento de profissi onais para a indústria laticinista - O Centro de Pesquisa e Ensino/Instituto de laticínios "Cândido Tostes", da Empresa de pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAM I G . O ·Cândido Tostes· f o i criado em 1 935, s e n d o a primeira instituição desse gênero rmplantada na América do Sul. Depois de sua incoporação à Epamig, em 1 974, o I nstituto teve i n crementada as suas atividades de ensino e pesquisa ampliando a sua capacidade de suporte ao setor laticinista brasileiro. E m geral, o s resultados da pesquisa agropecuária são pouco percebidos. Pela sua própria natureza, a pesquisa é uma atividade silenciosa. . Mas p o r trás delas estão benefícios que, a todo momento, chegam ao campo e à cidade. E m suas u n i dades, local izadas em todo o Estado, a Empresa de P e s q u i s a Agropecuária de Minas G e r a i s - EPAM IG, realiza trabalhos científicos envolvendo os mais diversos produtos de interesse de Mi nas nas áreas vegetal, an imal, agro-in dustrial e de recursos naturais, melhorando s istemas de produção e permiti ndo o aumento da oferta de alimentos. � Uma das principais áreas de atuação da EPAM I G é a de laticínios. Através da if_ tradição e experiência de cinquenta e cinco anos do seu Centro de Pesquisa e Ensi n o/ • I nstituto de laticínios ·Cândido Tostes·, são aperfeiçoados diversos dos nossos produtos típicos e adaptadas tecnologias européias para fabricação de outros tipos de qu eijos, va, pecspecUva, para a ; n dú,tda nadonal. � �� Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 1 7-20, 1997 RESUMO Foram realizadas análises microbiológicas em amostras de queijo Minas produzido de forma artesanal e colhido aleatoriamente no comércio varejista da grande Belo Horizonte. Após o transporte em caixas isotérmicas contendo gelo até o laboratório do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária da UFMG, foram realizadas as análises microbiológicas para pesquisa de Staphylococcus aureus e Listeria sp em 30 amostras de queijo. Os resultados observados demonstraram uma frequência de 43,33% de amostras com contagens de S. aureus superiores aos padrões recomendados pela Portaria 00 1 187 DINAL - Ministério da Saúde . Em 1 0% das amostras, verificou-se presença de Listeria sp, sendo identificadas L. innocua ( 6,67 %) e L. monocytogenes ( 3,33 %). Considerando os resultados obtidos e as condições de elaboração desses produtos, observa-se uma alta contaminação de queijos Minas por patógenos potencialmente capazes de transmissão de infecção e/ou toxinfecção alimentar ao homem. INTRODUÇÃO A importância do Staphylococcus aureus sob o ponto de vista de saúde pública tem sido evidenciada através de levantamentos epidemiológicos relacionando-o às toxinfecções alimentares relatadas em todo o m u n d o (GENIGEORGIS, 1 989). D a mesma forma, vários autores têm descrito a importância de Listeria sp nas doenças transmissíveis por alimentos. Nos Estados Unidos, no período de 1 983 a 1 98 7, o Staphylococcus aureus foi identificado entre os três principais agentes bacterianos causadores de surtos de origem alimentar (BEAN et aI., 1 990; B EAN & GRIFFIN, 1 990). Estes surtos na maioria das vezes estão associados com carnes p ro c e s s adas, produtos avícolas (especialmente salada de frango), molhos, produtos lácteos (especialmente queijos e pudins) e produtos de padaria (DOHNALEK-HALPIN & MARTH, 1 9 8 9 ) . A maioria dos s urtos res ulta da contami nação dos alimentos p o r S. a u re us, manipulação em más condições higiênicas e aqueci mento do al i mento em temperatura 1. 2. inadequada, seguido de crescimento e síntese de enterotoxina pelo microrganismo. Os alimentos, especialmente os de origem ani m al , exercem u m i mp o rtante papel na transmissão indireta da listeriose humana. Entre eles, o leite e seus derivados representam um grande perigo (GORET & OUDAR, 1965). Vários autores têm relatado a ocorrência de contaminação de queijos por Listeria sp . GILBERT & PINI ( 1 9 8 8 ) ao p e s q u i s arem a frequência deste microrganismo em queijos macios provenientes de vários países, adquiridos no varejo, no Reino Unido,verificaram maior taxa nos queijos oriundo da França (1 4%), seguido da Inglaterra e País de G ales com 4% de positividade. Na Escócia. B EC KERS et al . ( 1 9 8 7) encontraram Listeria mon ocytogenes em 1 0% das 69 amo s tras de queijos macios analisados na Holanda. COMI et aI. ( 1 987) examinaram 1 40 amostras de queijos de vários tipos e encontraram apenas uma amostra positiva para Listeria monocytogenes. Numerosos estudos têm sido desenvolvidos para determinar a taxa de Staphylococcus aureus em queijos. TODO et aI. ( 1 98 1 ), ao analisarem DTIPOA - Escola de Veterinária - UFMG Estudante de mestrado - Fac. de Farmácia - UFMG digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 8 , : Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 17-20, 1997 queijos tipo suiço implicados em toxinfecções alimentares, encontraram contagens médias que variavam de lO" a 1 x i<1 UFC de Staphylococcus/g. De 1 86 amostras testadas para enterotoxina B , 72,6% estavam p ositivas. Enterotoxina A foi detectada em 52,2% das 1 22 amostras testadas. K I VA N C ( 1 9 89 ) , ao estudar a qualidade microbiológica de três tipos de queijos comerciais na Turquia, observou uma frequência de 60% das amostras positivas para o queijo Savah, 35% para o queijo branco e 30% das amostras de queijo Van Herby. No B rasi l , S ANTOS et aI . ( 1 9 8 1 ) ao estudarem a prevalência de Staphylococcus aureus em leite cru e pasteurizado, usados na fabricação de queijo Minas, verificaram em 78 amostras de leite cru analisadas, uma frequência de 46,9% de amostras c o m c ontagens s uperiores a 9 , 8 x 1 05UFC/mI. Deste estudo, Staphylococcus aureus foi detectado em 6,2% das 49 amostras de leite pasteurizado analisados, sugerindo contaminação após o processamento . Segundo CAUDIL & MEYER ( 1 94 3 ) e H A C KLER ( 1 9 3 9 ) , leite contaminado com este microrganismo após a pasteurização tem sido implicado em intoxicação alimentar. SANTOS et alo (198 1 ) estudaram a capacidade de S. aureus sobreviver, crescer e p roduzir enterotoxina no queijo Minas. Nesse estudo, níveis de S. aureus maiores que 1 ,0 x 1 06 UFC/g foram observadas em 57,44% (27/47) e em 1 5,2% (7/46) dos queijos feitos com leite pasteurizado e maior em queijos feitos sem cultura lática. No Brasil, vários autores têm demonstrado a contaminação de queijos por Listeria. DESTRO et aI. ( 1990) ao analisarem a contaminação de queijos Minas comercializados em Campinas (SP) encontraram uma frequência de 25% de contaminação por Listeria monocytogenes. OLIVEIRA ( 1 99 3 ) ao avaliar a contaminação por este microrganismo em queijo M inas frescal, verificou que 2% das amostras apresentavam-se contami nadas para Listeria monocytogenes em 50 amostras analisadas . C o n s i d erando que o queij o M i n as é consumido em grande quantidade no B rasil ( S ANTOS et aI . 1 9 8 1 ) , que seu processo de fabricação é geralmente artesanal, que a qualidade higiênico-sanitária do leite utilizado na fabricação desse queij o é precária e que este leite pode apresentar contagens elevadas de S. aureus,e de Listeria sp, o consumo desse queijo, geralmente não inspecionado, pode se constituir em risco à saúde pública. Adicionalmente, tem sido verificada uma maior demanda de produtos classificados como naturais, elaborados e manipulados muitas vezes sem o mínimo de higiene, colocando em risco a saúde do consumidor. Este p roblema se acentua quando se . considera a elevada prevalência de S. aureus e de Listeria sp em leite cru e pasteurizado utilizados na fabricação do queijo Minas frescal e o grande número de produtores que elaboram o queijo na propriedade, sem nenhuma orientação técnica e higiene. Dada a importância desses dois patógenos e sua distribuição em queijos, este trabalho se propôs a avaliar a contaminação em queij os produzidos em Minas Gerais, artesanalmente. MATERIAL & MÉTODOS Trinta amostras de 1 Kg de queijo Minas curado, não inspecionados, fabricados artesanalmente e comercializados em Belo Horizonte (MG), foram submetidas à análise microbiológica para pesquisa de Staphylococcus aureus e Listeria sp. Para pesquisa de Staphylococcus aureus, cada amostra foi pesada em alíquotas de 25 g., ho mogeneizada e d i luída em série deci mal (FARKAS, 1 984). O diluente utilizado foi o citrato de sódio a 2% (ICMSF, 1 978). O i s o l amen to e enumeração de Staphylococcus aureus foram feitos utilizando-se placas de ágar B aird-Parker enriquecido com gema de ovo e telurito de potássio. As amostras foram incubadas a 35°C por 24-48 horas, conforme método preconizado pelo ICMSF ( 1 978). Três a cinco colônias típicas e atípicas foram selecionadas do ágar B aird-Parker e inoculad as em Caldo Infusão de Cérebro e Coração (BHI) e em ágar simples inclinado, incubados a 3 5°C por 16 a 1 8 horas e 35°C por 24 horas respectivamente. A morfologia colonial, morfologia bacteriana (esfregaço corado pelo GRAM); prova de catal ase, prova de c o agu lase em tubos (DEV R IE S E & HAJEX, 1 9 8 0) ; prova de termonuclease (ICMSF, 1 978) e prova de DNAse (ICMSF, 1 978) foram utilizadas para identificação e confirmação de Staphylococcus aureus nas amostras . Para pesquisa de Listeria sp, 25 g. de cada amostra foram pesadas assepti camente, homogeneizadas e transferidas para 225 ml de caldo de enriquecimento primário de Listeria (LEB 1 ) e incubados a 30 °C por 24 horas . Para o enriquecimento secundário, uma alíquota de 1 ml de cada LEB 1 , foi transferida assepticamente, para o caldo de enriquecimento secundário (LEB 2) e incubada a 30°C por 24 horas. Posteriormente, fo ram fei tas as semeaduras em d o i s meios seletivos: o ágar Oxford e o ágar LPM.As placas foram incubadas a 30°C, por 48 horas e as colônias suspeitas foram submetidas às provas bioquímicas, conforme LOVETT ( 1 98 8). Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 17-20, 1997 RESULTADOS & DISCUSSÃO Pelos res u ltados o b t i d o s (Gráfico 1 ) , verifica-se alta contaminação desses produtos por p atógenos potencialmente capazes de causar toxinfecção alimentar no homem. Este risco pode ser evidenciado p or dados o bservados p o r CARMO & BERGDOL ( 1 990) que descreveram a ocorrência de 18 surtos de toxinfecções alimentares por S. aureus em Belo Horizonte, envoivendo queijo tipo Minas e bolos confeitados. Em um desses surtos, 60 pessoas adoeceram. Nesse relato, as contagens de Staphylococcus aureus variaram de 1 04 a 1 08 UFC/g. ; enterotoxinas A e B foram detectadas em 1 2 surtos e enterotoxinas A e B i s oladamente, em 1 surto cada uma. D as 1 8 amostras i s o l adas nos s urtos, apenas 4 n ão produziram enterotoxinas. GRÁFICO 1. Distribuição de Staphilococcus aureus em queijos tipo Minas segundo a Portaria 00 1187 - DINAL Pág. 1 9 OLIVEIRA ( 1 993) que verificaram frequência de 25 e 6%, respectivamente. TERPLAN et aI. ( 1 986), ao investigarem a ocorrência de Listeria sp em 706 amostras de d i ferentes t i p o s de qu eij os, procedentes de diversos países, encontraram 8,2% de amostras positivas para estes microrganismos. Considerando que o queijo tipo Minas é consumido em grande quantidade no B rasi l ( S ANTOS et aI . , 1 9 8 1 ), q u e s e u processo de fabricação é geralmente artesanal, que a qualidade higiênico-sanitária do leite utilizado na fabricação desse queij o é precária e que este leite pode apresentar contagens elevadas de S. aureus e presença de Listeria sp, o consumo desse queijo, geralmente não inspecionado, pode se constituir em risco à saúde pública. Adicionalmente, tem sido verificada u ma maior demanda de produtos classifi cados c o mo n at urai s , elaborados e manipulados muitas vezes sem o mínimo de higiene, colocando em ri s c o a saúde do consumidor. CONCLUSÕES Queijo M inas fabricado artesanalmente, com leite cru, sem inspeção sanitária, apresenta se contaminado por Staphylococcus aureus e Listeria sp. SUMMARY Das 30 amostras de queijo analisadas para presença de Staphylococcus aureus, 1 3 (43,33%) apresentavam contagens superiores aos padrões legais estabelecidos pela DINALI 001 - Portaria do Ministério da Saúde ( 1 987) com uma variação de 1 02 a 1 ,6 x 1 07 UFC/g. Destas, 1 00% apresentaram se p os i tivas p ara as provas de D N ase, termonuclease e coagulase, sugerindo a ocorrência de estirpes potencialmente capazes de produzir enterotoxinas. SANTOS et aI. ( 1 9 8 1 ) estudaram a capacidade deste microrgani s mo em crescer, sobreviver e produzir enterotoxina no queij o Minas. Nesse estudo, níveis de S. aureus maiores que 1 ,0 x 1 06 UFC/g foram observadas em 57,44% (27/47) e em 1 5,2% (7/46) dos queijos feitos com leite pasteurizado e maior em queijos feitos sem cultura lática. A ocorrência de 3 amostras de queij os, positivas para Listeria sp, sugere risco à saúde pública, uma vez que se trata de microrganismo já incriminado em muitos s urtos envol vendo consumo de queijos, sobretudo aqueles elaborados com leite cru . A taxa de amostras pos itivas observada neste estudo ( 1 0%), assemelha-se aos dados .obtidos p o r DESTRO et aI . ( 1 990) e Microbiological analysis were performed in type Minas cheeses samples manufactured handly and collected at random at the retailed markets from Great Belo Horizonte area. After the transport under isotermic conditions to the microbiology laboratory, the analysis were performed . The following results for searching of Listeria sp and Staphylococcus aureus in 30 samples were: 1 3 samples (43 .33%) showed Staphylococcus aureus above the official standards recommended by the "Portaria 001 /87 DINAL - Ministério da Saú de) .Listeria sp were detected in 3 samples ( 1 0.0%). L. monocytogenes was isolated in one sample and L. innocua was found in 2 samples. According to the results, there is a high contamination of these kind of cheeses by potentialy pathogens capable of causing foodborne diseases. Key-words: cheese type Minas, Staphy lococcus aureus, Listeria sp REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B EAN, N . H . ; GRIFFIN, P. M . ; GOULDING, J.S. ;IVEY, C.B. Foodborne disease outbreaks, 5-year sumaré, 1 983- 1 987. Journal of Food Protection, v.53, n.8. p .7 1 1 -28, 1 990. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 20 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 17-20, 1997 B E A N , N . H . & G R IFF I N , P. M . F o o d b o rne disease outbreaks in the United States, 1 9731 9 8 7 p a t h o gen s , vehi cles and t ren d s . Journal of Food Protection, v. 5 3 , n . 9 , p . 8 04- 1 7 , 1 990. BECKERS, N.J.; SOENTORO, P.S . ; DELFGOU VAN, E . H . N . The occurrence of Listeria monocytogenes in soft cheeses and raw milk and its resistance to heat. 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Intemational Joumal of Food Microbiology, v.9, n. l , p.73-7, 1989. Agradecemos à Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia Coordenadoria Inspeção que permitiu a realização deste trabalho e ao Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária - UFMG pelo apoio técnico. Pág. 21 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE LEITE PASTEURIZADO TIPO "C" PROCESSADO EM USINA DE BENEFICIAMENTO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. (PHYSICO-CHEMICAL CHARACTERISTICS OF PASTEURIZED MILK TYPE "C" PROCESSED IN DAIRY PLANT OF MINAS GERAIS STATE.) André Lima Brey-Gil (J ) Marcel() Resende Souza (3) Cláudia Freire de Andrade Morais (3) Marcos Galetti (J) lvana Maria de Carvalho Siqueira (2) Mônica M. O. Pinho Cerqueira (3) Mônica de Oliveira Leite (3) SANTOS, E.C.; GENIGEORGIS, C . Survival and growth of Staphylococ c us a ureus . i n commercially manufactured Brazilian Minas cheese. Journal of Food Protection, v.44, n.3, 1 98 1 . COMI,G. ; CANTONI, c.; d"ALBERT, S. Indagine sua presenza di Listeria monocytogenes nei formaggi. Industria Alimentaria, v.26, n.247, p.2 1 6-2 1 8, 1 987. de sua ocorrência em carne, leite e derivados. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, nO 299, 52: 21-24, 1997 RESUMO o objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-químicas de leite pasteurizado tipo "C", processado, colhido e analisado em usina de beneficiamento, verificando-se influências entre os meses do ano e entre anos diferentes sobre estes parâmetros. Durante três anos consec""tivos foram colhidas 3 ' amostras diárias, no momento do envase. Os resultados médios encontrados para as análises de densidade: gordura, extrato seco desengordurado (ESD), extrato seco total (EST), acidez tituíável e crioscopia: apresentaram valores bastante semelhantes entre os 36 meses e os três anos pesquisados., .não havendo; diferença estatística significativa entre estes (p < 0,05). Os valores encontrados:para os respectivos desvios padrões e coeficientes de variação dos parâmetros estudados foram baixos, demonstrando,baixa instabilidade destas variáveis para este tipo de leite. Palavras-chave: leite pasteurizado, características físico-químicas, Brasil INTRODUÇÃO O leite pode ser considerado como um alimento que fornece importantes nutrientes ao homem, como proteínas, I íp ides, carboidratos, v itaminas e m inerais , fav o recendo o seu crescimento, desenvolvimento e proteção contra doenças (GURR, 1 992). A constituição físico química do leite deve ser'o mínimo possível afetada pelos processamentos i n d u s triais, como os tratamentos térmicos de pasteurização. Desta forma, o leite torna-se um produto seguro do ponto de vista de saúde pública e ao mesmo tempo apresenta uma composição fís ico-química adequada, sem comprometimento de suas qualidades sensoriais e nutritivas (TEUBER, 1 992). A qualid ade fís i c o -química do leite pasteurizado tipo "C" é avaliada por intermédio de análises laboratoriais. Os critérios de inspeção d o s principais p arâmetro s fís ico -q u ím i c o s pesquisados para verif�cação da integridade deste 1. 2. 3. produto são estabelecidos pelo Ministério da Agricultura (Regulamento . . . , 1996) e incluem: densidade a 1 5 °C ( 1 ,03 1 a 1 ,035), crioscopia (-0,530 OH), extrato seco total (> 1 1 ,2%), extrato seco desengordurado (>8,2%), gordura (3,0%) e acidez titulável ( 1 4 a 1 8 °0). Entretanto, no Brasil, poucos trabalhos têm sido. publicados a respeito da qualidade físico-química do leite pasteurizado tipo "C", colhido em indústrias de beneficiamento ou no mercado. Este trabalho tem o objetivo de avaliar a qualidade físico-química de leite pasteurizado tipo "C", processado por usina de beneficiamento do Estado de Minas Gerais, durante três anos, verificando oscilações existentes entre meses e anos; além de fornecer mais dados para a literatura favorecendo comparações em futuras publicações. MATERIAL E MÉTODOS Durante os anos de 1 994 a 1 996 foram colhidas 30 amostras mensais (sendo três sub- Acadêmico e Monitor d o DTIPOA - EV/UFMG Médicos Veterin�rios Professores Assistentes - DTIPOA - EV/UFMG digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 21-24, 1 997 Pág. 22 amostras diárias: início, meio e fim de produção) de leite pasteurizado tipo "C", na saída da máquina de envase, ' de uma usina de beneficiamento do Estado de Minas Gerais. Cada sub-amostra era constituída de uma embalagem plástica de um litro de leite pasteurizado. Estas eram imediatamente transportadas até o laboratório de ,análises físico químicas da indústria onde eram realizadas as seguintes análises: densidade a 1 5°C (termolac todensímetro de Quevenne), crioscopia (crioscópio eletrônico Laktron 3 2 1 -L), gordura (butirômetro de Gerber e Milkotester), extrato seco total (EST) ( d i s c o de Ackermann) , extrato seco desen gordurado (ESD EST - G) e acidez titulável, de acordo com metodologia proposta pelo LAR A (Métodos . . . , 1 9 8 1 ). Para verifi c ar p o ssíveis variações dos resultados entre os meses e entre os anos, as médias dos resultados encontrados de cada mês e cada ano foram comparadas entre si, de acordo com o seguinte esquema de análise de variância: = Fonte de Variação Grau de Liberdade Total Tratamento Erro 1 080 70 1010 E m seguida, a s diferenças entre o s tra tamentos foram comparadas de acordo com o teste t de Student (Anderson e McLean, 1 974). RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os resultados médios das análises físico;.químicas de leite pasteurizado tipo "C", colhido em uma usina de beneficiamento durante três anos consecutivos. Os resultados médios encontrados para as análises de densidade, gordura, extrato seco desengordurado (ES D), extrato seco total (ES T), acidez titulável e cri o s c o p i a aprese ntaram val ores bastante semelhantes entre os 36 meses e entre os três anos pesquisados, não havendo diferença estatística significativa entre estes (p < 0,05) . Da mesma forma, os valores encontrados para os respectivos desvios padrões e coeficientes de variação dos parâmetros estudados foram também baixos, demonstrando baixa instabilidade destas variáveis (Tabela 2 ) . Estes res ultados de monstram a eficiência da padronização das características físico-químicas de leite tipo "C" processado em usina de beneficiamento. Os resultados médios encontrados neste trabalho, bem como os valores de desvios-padrões e coeficientes de variação assemelham-se a resultados encontrados anteriormente por outros pesq u i s ad o re s . Nader Filho et aI . ( 1 9 9 2 ) encontraram valores físico-químicos médios para o leite pasteurizado tipo "C" de: acidez 1 6,6 °D, densidade 1 ,0324, gordura 3,22%, EST 12,25%, ESD 9,03 e crioscopia -0,556 oH. Souza et aI . ( 1 9 9 5 ) p e s q u i sando o mesmo tipo de leite Tabela 1 . Resultados médios de análises físico-qu ímicas de leite pasteurizado tipo "C" colhido em. usina de beneficiamento de 1 994 a 1 996. Análise físico-químIca 1 994 1 995 1 996 Densidade a 1 5°C Gordura (%) EST (%) ESD (%) Crioscopia (OH) Acidez (OD) 1 ,03 1 6 3 .0292 1 1 , 8050 8 ,7608 -0,5385 1 5,5833 1 ,03 1 5 3 ,0333 1 1 , 8 1 58 8,7592 -0,5393 1 5, 5 8 3 3 1 ,0303 3,0300 1 1 , 8000 8,7973 -0,5392 1 5,5455 Tabela 2. Desvios-padrões (s) e respectivos coeficientes de variação (CV) dos resultados médios de análises físico-químicas de leite pasteurizado tipo "C" colhido em usina de beneficiamento de 1 994 a 1 996. s (CV) Análise físico-química 1 994 1 995 1 996 Densidade a 1 5°C 0,0004 (0,0388) 0,0004 (0,03 88) 0,0001 (0,0097) Gordura (%) 0,0 1 44 (0,4754) 0,0 1 92 (0,6330) 0,0 1 48 (0,4884) EST (%) 0,0769 (0,6514) 0,0942 (0,7972) 0,0768 (0,6508) ESD (%) 0,0644 (0,735 1 ) 0,08 1 7 (0,9327) 0,0450 (0,5 1 1 5) Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Jan/Jun. n° 299. 52: 21-24. 1 997 observaram. para estas características físico químicas. o s seguintes valores médi o s e respectivos desvios-padrões : densidade 1 .0337 (0.0066). acidez 1 6.6 °D (0.92 °D), gordura 3.03% (0.22%). crioscopia -0.532 O H (0.004 O H). EST 1 2.3 1 % (0.27%) e ESD 9.29% (0. 1 8 %). De acordo com o Ministério da Agricultura (Regulamento 1 996). apenas as médias mensais de densidade durante o ano de 1 996 apresentaram valores inferiores ao padrão oficial para inspeção de leite pasteurizado tipo "C". sem entretanto, a p resentarem d i ferenças estati sticamente significativas. quando comparadas com as médias mensais dos anos de 1 994 e 1 995. Os fatores que podem reduzir a densidade do leite (Varnam e Sutherland. 1 994) podem ter causas normais ou acidentais. tais como: temperatura que em que se faz a determinação. composição do leite, porção da ordenha. passagem por equipamentos causando incorporação de ar e incorporação de água residual de tubulações. sendo que estes dois últimos fatos podem explicar a ocorrência destes resultados. pois se trata de leite de conjunto. Pesquisas anteriormente publicadas de monstram alguns casos de amostras deste tipo de leite em desacordo com os padrões físico-químicos oficiais. Entretanto. os resultados destes trabalhos não apresentaram elevado percentual de amostras fora dos padrões. Silveira et aI. ( 1 988,) analisando condições físico-químicas do leite pasteurizado tipo "C" comercializado na cidade de São Paulo. encontraram em setenta e duas amostras. 1 8% apresentando teor de gordura fora do padrão. Nader Filho et alo (1 992), avaliando as características físico químicas de leite pasteurizado tipo "C". comercializado em Ribeirão Preto/SP. verificaram que 9, I % das amostras estavam em desacordo com os padrões oficiais. sendo que apenas uma amostra para acidez Dornic. uma amostra para densidade, uma amostra para teor de gordura e uma amostra para cri os copi a. Abreu et aI . ( 1 995), pesquisando parâmetros físico-químicos do leite pasteurizado tipo "C". comercializado em LavraslMG, verificaram que todas as amostras apresentaram valores de acidez, gordura e crioscopia dentro dos padrões oficiais. Souza et aI. (1 995), avaliaram características físico químicas de 30 amostras de leite pasteurizado tipo "C", colhido em entrepostos-usinas. e verificaram que 1 6.67% destas estavam em desacordo com os padrões oficiais para densidade. e gordura; 2,3% para crioscopia e 3.33% para ESD. ...• CONCLUSÃO O leite pasteurizado tipo "C" colhido em usina de beneficiamento apresenta uniformidade de resultados de análises físico-químicas. não Pág. 23 havendo diferenças estatísticas significativas destes parâmetros (p < 0,05) entre os meses e entre os anos. SUMMARY The aim o f this research w as evaluate physico-chemicals characteristics of pasteurized milk type "C''. processed. collected and analysed at a dairy plant. verifying possible influences among months of the year and among the different years on those parameters. During three following years. 3 samples were collected at packaging time daily. Medium results found for density. fat content. non fat solids content. total solids content. titrable acidity and freezing point showed very similar values among the 36 months and the three years researched. There was not observed significative statistical differences among them (p < 0.05). The obtained vaIues for respectives standard erros and coefficient of variation for the st�died parameters were low. showing little i nstabi l lity o f those characteristics for this type of milk. Key word s : pasteurized milk, physico chemical characteristics. Brazil REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A B REU. L . R . ; C A RVA L H O . E . P. ; SOUZA NETTO. A . C . M . Avali ação de alguns parâmetros físico-químicos e microbiológicos do leite pasteurizado comercializado na cidade de Lavras no ano 1 994. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. v. 50. n. 29 1 , p. 24-30, 1 995. ANDERSON. V.A . ; McLEAN, R.A. Design 01 experiments. New York: Marcel Deckker. 1 974. GURR. M.I. 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Bulletin of the International Dairy Federation, n. 276, p. 6- 1 9, 1 992. AVALIAÇÃO DOS PADRÕES MICROBIOLOGICOS DA MANTEIGA COMUM CONSUMIDA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI - RJ . SILVEIRA, N . V.V. ; SAKUMA, H.; DUARTE, M . ; R O D A S , M . A . B . ; S A R U WATA R I , J . H . ; CHICOUREL, E.L. Avaliação das condições físico-químicas e microbiológicas do leite pasteurizado consumido n a cidade de S ão P a u l o . Re vista do Ins tituto de Pesquisa Candido Tostes, v. 260, n. 43, p. 40-45, 1 9 8 8 . VARNAM, A.H. ; SUTHERLAND, J.P. Milk and milk products. L � ndon: Chap man & H al l , 1 994. 45 1 p . Evaluation of the microbiological standards of butter consumed at Niterói, Estado do Rio de Janeiro Mônica de Oliveira Leite} Luiz Antônio Trindade de Oliveira2 SOUZA, M . R . ; CERQUEIRA, M.M.O.P. ; S ILVA, T.J.P. ; RODRIGUES, R . ; SAMPAIO, L B .M. C aracterís t i c as fís i c o -q u ím i c as de l e i te beneficiado em granja leiteira, entrepostos us inas e propriedades rurais do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Análise de Alimentos, v. 1, n. 1 , p. 60-72, 1 995. RESUMO Procedeu-se uma avaliação microbiológica de 30 amostras de manteiga comum adquiridas aleatoriamente em estabelecimentos comerciais do município de Niterói, Rio de Janeiro. As amostras foram transportaêI�s até o laboratório de microbiologia em caixas isotérmicas contendo gelo. Na contagem de mofos e leveduras 76,6% das amostras apresentaram contagens superiores a 1 ,0 x I 02 /g. Em relação ao " NMP de coliformes fecais 57% das amostras analisadas situaram-se fora do padrão microbiológico estabeleG.ido pela D ivisão Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos (DINAL, 1 987), com resultados acima de 1 O/g. No que d!z respeito a contagem de Staphylococcus aureus, 20% das amostras apresentaram resultado superior a 5 x 1 0 UFC/g, o limite máximo estabelecido pela DINAL, 1 987. Em 1 00% das amostras de mantei ga agalisadas não houve detecção de Salmonella. De acordo com os resultados obtidos, conclui se que 57% das '�m ostras de ma�teiga analisadas estavam em desacordo com os padrões legais vigentes por terem ultrapassado o limite máximo para coliformes fecais e Staphylococcus aureus. Palavr.às-chave: manteiga; microbiologia. INTRODUÇÃO A EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, através do "Instituto de Laticínios Cândido Tostes ", lançou em julho, por ocasião do XIII e XIV Congressos Nacionais de Laticínios, dois livros sobre diversas variedades de queijos de vaca e cabra e a tecnologia de fabricação dos mais afamados queijos do mundo; além de um glossário com mais de 1 00 variedades de queijos e anexos estatísticos sobre o setor. Área de Difusão de Tecnologia CEPE/ILCTIEPAMIG - Caixa Postal Fone: (032) 224-3 1 1 6 1 83 - 36045-560 - Juiz de Fora - MG Fax: (032) 224-3 1 1 3 O Regulam�nto. de Inspeção Industrial e ' S a n i tária de P ro d u t o s · 'd e O ri ge m A n i mal ( R I IS PO A , 1 9 52) em seu artigo 568, defi n e : "Entende-se por manteiga o produto resultante d a batedura do creme d e leite fresco ou fermentado pela adição de fermento lático selecionado, ao qual se incorpora ou não sal (cloreto de sódio)". O creme é a principal origem dos mi crorganismos da manteiga, seja doce ou ácida, pasteurizada ou não pasteurizada. No creme pode-se encontrar a flora eompleta do leite, já que a gordura ao se deslo car para a s u perfície arrasta os microrganismos. Podem ainda ser apontados como fontes de contaminação da manteiga, os equipamentos e i n s tru mentos u t i l i zados no s e u proce s s o de elaboração, no que diz respeito ao seu estado higiênico-sanitário, bem como a provável presença de manipuladores portadores de salmonelose, infecções e outros microrganismos oriundos de hábitos higiênico-sanitários deficientes. No comércio pode ocorrer a recontaminação da manteiga, caso não sejam mantidas as condições adequadas de armazenamento, como a temperatura 1. 2. e o grau higrométrico, que não devem ser superiores a 5°C e 75%, respectivamente, conforme recomenda o artigo 592 do RIISPOA, 1 952. O presente trabalho teve como obj etivo avaliar a qualidade microbiológica da manteiga comercializada no município de Niterói, em relação aos padrões estabelecidos pela Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de alimentos (DINAL), 1 987 que fixa para este produto os seguintes padrões: Salmonella - ausência em 25 g Staplzylococcus aureus - 5 x 10 / g - 10 / g Coliforme fecal NMP Foi realizada ainda a contagem de mofos e leveduras, que embora não componha um padrão oficial tem grande importância como referência da h igiene durante a manipu lação do creme, em particular depois da pasteurização, assim como as condições sanitárias do estabelecimento. MATERIAL E MÉTODOS Foram a n al i s ad as tri nta a m o s t ras de manteiga comum adquiridas em estabelecimentos comerciais do município de Niterói, RJ. DTIPOA - Escola de Veterinária - UFMG DTA - Faculdade de Veterinária - UFF digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 26 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 25-27, 1997 res ultados acima de 5 x 1 0 I g, sendo que 2 amostras apresentaram contagens entre 1 03 e 1 041 g podendo ser classificadas corno possíveis fontes de toxinfecção alimentar, de acordo com a Portaria 00 1 /87 - DINAL (Gráfico 2). P o s teriormente, as a m o s tras foram acondicionadas em caixas de isopor com gelo, e transportadas para o Laboratório de Controle Microbiológico de Produtos de Origem Animal do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Veterinária, UFF. No labo rató ri o , em c o n d ições de esterilidade, procedeu-se a abertura da embalagem. A seguir, com o auxílio de urna espátula , eliminou se aproximadamente 2 centímetros da superfície do produto e colheu-se 50 g de amostra. Esta foi fundida em banho-maria à temperatura de 45°C e centrifugada por 10 minutos a 2500 rpm. Após a centrifugação desprezou-se a matéria gordurosa sobrenadante. A fase líquida foi semeada nos meios específicos para pesquisa de Salmonella (FDA, 1 9 84), contagem de Staphylococcus a u re u s , enumeração d e coliformes fecais (APHA, 1 9 84) e contagem de mofos e leveduras (ICMSF, 1 978). GRÁFIco 2 Distribuição de amostras de manteiga comum contaminadas por Staphylococcus aureus em relação aos padrões oficiais (Portaria 00 1/87 - DINAL). containing ice. At moulds and yeasts counting 76.6% of the samples showed countings above 1 ,0 x 1 02 Ig. In relation to faecal coli forms MPN 57% o f the a n a l y s e d s amples were out o f the microbiological standard set by "Divisão Nacional de Vigilância S anitária de Ali mentos (DINAL, 1 9 87)", wiyh results superior to 1 0/g. Concerning Staphylococcus a ureus counting, 20% of the samples showed result above 5 x 10 CFU/g? the maximum threshold established by DINAL, 1 987. In 1 00% of the butter samples analysed there was not detection of Salmonella. According to the obtained results, it is concluded that 57% of the butter samples analysed were in desagreement with the official standards for having s urpassed the maximum threshold for faecal col iforms and StaphylococcllS aureus. Key-words: butter, microbiology AGRADECIMENTOS RESULTADOS E DISCUSSÃO Os res ultados contidos no gráfico 1 s ão referentes ao número mais provável de coliformes fecais. Nesse gráfico podemos observar que 57% das amostras · analisadas apresentaram NMP acima de 1 0/g. GRÁFICO 1 D i s tribui ção de amos tras de manteiga comum contaminadas por coliformes fecais em relação aos padrões oficiais (Portaria 00 1/87 - DINAL) . - Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 25-27, 1 997 _ Em 1 00 % d as a m o s tras de mantei ga analisadas não houve detecção de Salmonella. A contagem de mofos e leveduras variou de menor que 1 0 a maior que 3 ,0 x 1 05 , sendo que 76,6% apresentaram c o ntagens s u periores a 1 02/g , i n d i c a n d o q u e o produto fo i e l a b o rado em condições higiênico-sanitárias deficientes. A grande ocorrência de contagens elevadas de bolores, leveduras e coliformes fecais verificada nas amos tras an alisadas, i n d i c a as prec ári as condições higiências sob as quais a manteiga é p r o d u z i d a e c o merc i al i z a d a . E s s a elevada contaminação reflete a pouca atenção dada a contaminação por esses germes, apesar da grande importância da E. coli, como causadora de surtos de toxinfecção alimentar. A elevada contaminação por mofos e leveduras já seria suficiente para a rejeição de um produto, pois demonstra o péssimo estado higiênico do alimento. Agradecemos ao Consel ho Nacional de Pesquisa (CNPq) que permitiu a realização deste trabal ho e ao Departamento de Tecnologia e In speção de Pro dutos de Origem A n i m al d a Faculdade d e Veterinária - UFF pelo apoio técnico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pág. 27 DELAZAR I , I. Aspectos microbiológicos de alimentos desidratados. Boletim do Instituto de Tecnologia de Alimentos, v. 1 6(3), p. 227260, 1 979. D I V I S à O N A C I O N A L DE V I G IL  N C I A SANITÁR I A D E ALIMENTOS - D I NAL. Ministério da Saúde. Portaria n° 00 1 de 28 de janeiro de 1 987. Diário Oficial. Brasília, 1 2 FRU . Seção I , 8 . 2 1 87-2200. 1 98 7 . F O O D A N O D R U G A D M I N I S T R AT I O N . . B acteriological Analytical manual o f the division of Microbiology. 6lh ed. FDA . 1 9 84. INTERNATIONAL COMISS ION ON M IC RO B I OL O G I C A L S PECIFI C ATIONS FOR FOODS. Microorganisms in foods. 1. Their significance and methods of enumeration. 2 ed. Toronto: University of Toronto, 1 978. N.p. REGULAMENTO DE INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM A N I M A L . M i n i s t éri o de Agri c u l t ura. D e p artamento Nacional d e In s p e ç ão de Produtos de Origem Animal . Aprovado pelo decreto n° 1 2 5 5 de 25106/ 1 9 6 2 . B rasília. 1 9 52. 1 74 p. AMERICAN PUBLlC HEALTH ASSOCIATION. Techni cal Commi ttee on Microbiol ogi cal Methods for Foods. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 2 nd. ed. Washington: APHA, 1 9 84.62p. CONCLUSÕES As bactérias do grupo c o l i forme, comumente, são destruídas pela pasteurização. A presença deste grupo em manteiga indica que houve recontaminação do creme após o tratamento térmico, ou contaminação da própria manteiga durante sua elaboração ou estocagem. Os coliformes não indicam necessariamente urna contaminação de origem fecal, no sentido de implicar contato imediato com fezes. Em alimentos processados, os coliformes indicam processamento inadequad o, provavelmente por meio de utensílios e eq� ipamentos mal higienizados e manipuladores (DELAZARI, 1 979). N o que diz re s p e i t o a co ntagem d e Staphylococcus aureus, 20% das amostras tiveram De acordo com os resultados obtidos, conclui se que somente 43% das amostras de manteiga analis adas estavam de acordo com os padrões estabelecidos pela Portaria 001/87 - DINAL. As demais amostras não estariam aptas ao consumo por terem ultrapassado o limite máximo para coliformes fecais e S. aureus. SUMMARY A micro b i o l o gical e v a l u a t i o n was performed on 30 samples of butter purchased at radom at commercial stores from Niterói, Rio de Janeiro State. The samples were transported to the Microbiology Laboratory in isothermic boxes digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 28-32, 1997 Pág. 28 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DE LEITE INTEGRAL PASTEURIZADO EM PROPRIEDADES RURAIS E COLHIDO NO COMÉRCIO VAREJISTA DA GRANDE BELO HORIZONTE (MG). Physical-chemical and microbiological characteristics of whole milk pasteurized in rural properties and collected at Great Belo Horizon�e (MG) retailed market. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira (J) Marcelo Resende de Souza (1) Leorges Moraes da Fonseca (J) Mônica de Oliveira Leite (J) Ronon Rodrigues (1) Teófilo José Pimentel da Silva (2) RESUMO (62-65!!C1 Setenta amostras de leite integral, pasteurizado em propriedades rurais em banho-maria varej sta da Grande Belo 30 minutos), sem fiscalização sanitária oficial, foram colhidas no comércio As médias dos resultados de Horizonte (MG) e submetidas a análises físico-químicas e microbiológicas . extrato seco total ( 1 2,94%); análises físico-químicas foram: densidade a 1 5!!C ( 1 ,03 1 ); gordura (3 ,98%); UD). Cons� atou-se que O% extrato seco desengordurado (8,93%); crioscopia (-0,524IlH); acidez (.1 5,8 � ao padrao; 2,86% aCidez das amostras apresentavam fraude por adição de água; 1 4,29%, gordura mfeno n �ga � lv �s? ; 1 ,43%, reduzida « 1 5I1D); 28,57 % , superaquec imento (fosfatase alcalina e peroxldase . de substancla Imbldor� ou subaquecimento (fosfatase alcalina e peroxidase positivas); 2,86%, presença , analises de ltados u � re Os conservante pelo teste de TTC. Reconstitui ntes não fora� detectad�s. aeróblOs de 4,55 Iog UFCI microbiológicas revelaram uma contagem média de microrgamsmos mesófIlos �tou resultado �édl? de 0:32 ml) com 29 amostras fora dos padrões. A pesquisa de coliformes totais aprese o que nao ha p��roes Considerand padrão do fora estavam ,57%) 8 1 ( amostras 3 1 que sendo (log NMP/ml), : . 30 mmu�os, utlhz?u 62-65IlC/ a a" "banho-man em pasteurizado leite, de tipo este para s oficiais estabelecido . Ammal (Artigo Ongem de Produtos de Sanitária e Industrial Inspeção de o se como parâmetro o Regulament 538 que dispõe sobre padrões de leite integral). � ! � � � INTRODUÇÃO O leite ao sair da glând ula mammária apresenta flora microbiana normal, estimada em 500 a 1 .000 bactérias por mililitro (ALAIS, 1 97 1 ) . De acordo com as condições higiênico-sanitárias do método de obtenção e das práticas posteriores de manipulação do leite, contaminações adicionais podem ocorrer, aumentando bastante a população inicial. Esta flora contaminante pode constituir-se de diferentes grupos de microrganismos, estando incluídos entre eles, os patogênicos e os deteriorantes. Portanto, a excessiva contaminação do leite pode causar problemas de saúde pública e redução da durabilidade do produto (TEUBER, 1 992). Os proce s s o s d e p a s teu rização fo ram idealizados para possibi litar a destruição dos microrganismos patogênicos e quase a totalidade da flora banal do leite, sem haver alterações das características físico-químicas e organolépticas do produto (ALAIS, 1 97 1 ). Pos síveis alterações i n t e n c i o n a i s ou ocasionais que podem modificar as propriedades do leite são evidenciadas por análises sensoriais e físico-quími cas . Em associação com o perfil microbiológico da amostra, pode-se caracterizar a qualidade do produto desde as etapas de produção, beneficiamento e comercialização, sendo de grande auxílio aos órgãos competentes de sua inspeção (B ORGES et aI., 1 97 8 ; SILVEIRA et aI. , 1988). Recentemente vários produtores rurais têm introduzido no mercado um novo tipo de leite. Este produto, pasteurizado pelo método lento (62-65IlCI 30 minutos) em "banho-maria", nas fazendas em que são produzidos. Este leite ainda não possui fiscalização sanitária oficial e a literatura ainda Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 28-32, 1997 não d is p õe de e s t u d o s a r e s p e i t o d e s u as características físico-químcias e microbiológicas. Com o obj et i v o d e c onhecer e avaliar estes parâmetros, este trabalho foi realizado. MATERIAL & MÉTODOS S etenta a m o s tras de leite i ntegral, pasteurizado em propriedades rurais pelo método lento (62-65°C/30 minutos), em "banho-maria", foram colhidas na própria embalagem em que são comercializadas, no comércio varejista da Grande B elo Horizonte (MG). Em seguida, as amostras foram tran s p o rtadas para os l ab o ratóri o s d o Departamento d e Tec n o l og i a e I n s p e ç ã o d e Prod u t o s d e O r i g e m A n i m al d a Es c o l a d e Veterinária da UFMG, onde foram realizadas as seguintes análises microbiológicas: pesquisa de microrganismos mesófilos aeróbios (APHA, 1 984) , pesquisas de coliformes totais e fecais (lCMSF, 1 978), e análises físico-químicas: determinação da acidez titulável (OD) ; índice crioscópico; pesquisa de fosfatase alcalina e peroxidase; densidade a I 5llC; determinação do teor de gordura (%), extrato seco total (EST) ; extrato seco desengordurado (ES D); pesquisa de conservantes e reconstituintes (água oxigenada, formol, alcalinos e amido) segundo MÉTODOS . . . ( 1 98 1 ) . Adicionalmente, foi realizada a pesquisa de inibi dores pelo método do cloreto de trifeniltetrazolium (COLBERT & NEAL, 1 955). RESULTADOS E DISCUSSÃO A c o n tagem média d e microrgan is mos mesofílicos aeróbios foi de 4,55 log UFC/ml, sendo o desvio padrão de 0,5 1 log UFC/ml (TA B . I ) . Considerando o padrão oficial (B RASIL, 1 9 80) estipulado para o leite' pasteurizado tipo C, 29 amostras (4 1 ,43 %) estavam com elevada contagem de mesófilos. SOUZA ( 1 994) encontrou resultado semelhante trabalhando com 30 amostras deste mesmo tipo de leite em Belo Horizonte (MG), sendo verificada contagem média de mesófilos de Pág. 29 3 ,49 10g UFC/mI. Amostras de leite pasteurizado tipo A, B , C e integral analisadas e m estudos anteriores também revelam elevado número fora dos padrões : 5 8 ,49 % (B ORGES et aI . , 1 978), 62,5 % (NADER FILHO et aI . , 1 9 86), 54,55% (NADER FILHOet aI., 1 98 8 ) , 6,94% (S ILVEIRA et aI . , 1 98 8 ) e 1 3 ,3 3 % (SOUZA, 1 994) para o tipo C; 8 , 3 3 % ( SILVEIRA et aI . , 1 98 8 ) para o leite tipo B e 64,70% (SILVEIRA et aI. , 1 98 8 ) para o tipo A . Estes resultados revelam a baixa qualidade microbiológica d o leite pasteurizado comercializado no B rasi l . O s elevados números de amostras fora do padrão podem indicar baixa q u a l i d ad e da m at é ri a - p r i m a ; p r o b l e m as de c o n s er v a ç ã o , t r a n s p o r t e e e s t o c a g e m n o c o m é r c i o v arej i s t a o u m e s m o , t r a t a m e n t o t é r m i c o i n adequado e c o n tami nação ap ó s a pasteurização (B ORGES et aI . , 1 97 8 ; NADER FILHO et aI . , 1 98 8 ) . No caso do leite beneficiado e e n s acado previamente, a probabil i d ade de contaminação pós-pasteuri zação é menor em relação aos outros tipo s . A pesquisa d e coliformes totais apresentou resultado médio de 0,32 log NMP/ml com desvio p adrão de 0 , 9 1 l og N M P/ml , s e n d o q u e 1 3 amostras ( 1 8,57%) estavam fora do padrão oficial ( B R A S IL, I 9 8 0) para leite pasteurizado tipo C ( TA B . 1 ) . S O UZA ( 1 9 94 ) o b s e r v o u v alor semelhante de NMP médio de coliformes por ml de leite integral pasteurizaqo (0,27), sugerindo falhas neste processo de pasteurização feita após o envase . Em estudos anteriores, as frequências de amostras fora dos padrões encontradas foram de 1 5,6% (NADER FILHO et aI . , 1 986), 9,09% (NADER FILHO et ai., 1 98 8) , 26,38% (SILVEIRA et ai . , 1 9 8 8 ) e 6,67% (SOUZA, 1 994) para o leite tipo C; 33,33% (S ILVEIRA et ai'. , 1 98 8 ) para o leite tipo B e 52,94% (SILVEIRA et aI. , 1 98 8 ) para o t i p o A, i n d i ca n d o c o n t am i n ação a p ó s o tratamento térmico e revelando problemas de higiene nos equipamentos que o leite pasteurizado p e r c o rre . No c a s o de l e i t e b e n e fi c i a d o em propriedades rurais, a presença de coliformes totais i n d i c a alta c o ntaminação c o m e s te s m i cror- TABELA 1. Médias (X) e desvios padrões (s) de análises microbiológicas de 70 integral pasteurizado em propriedades rurais de Minas Gerais. Análise Microbiológica a m o stras d e l e i te N° amostras fora do padrão* Contagem de mesófilos 4,55 0,5 1 29 (41 ,43%) 0,32 0,9 1 1 3 ( 1 8 ,57%) (log UFC/ml) NMP de coliformes totais (log UFC/ml) 1. 2. DTIPOA - Escola de Veterinária - UFMG DTIPOA - Faculdade de Veterinária - UFF * Padrões estabelecidos pelo RIISPOA (BRASIL, 1 980) para leite pasteurizado tipo C digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 28-32, 1997 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n ° 299, 5 2 : 28-32, 1997 Pág. 3 0 grande v ariação deste parâmetro. Este fato foi observado devido à ausência de v erificação d o p e s o do produto durante o envase, associado a o d e s t e p r o c e s s o , n ão c o n t r o l e ma n u al da u n i fo r m i z a ç ã o melhor p e rm i t i n d o q uantidade de leite util izada. SOUZA ( 1 994) encontrou volume médio de 1 .0 24 , 3 3 ml, sendo que 56,67% das amo stras apresentavam volume inferior ao estipulado . Verificou-se a presença da enzima fosfatase alcalina em uma amostra ( 1 ,43 %), demonstrando que não houve pasteurização, pois o tratamento térmico não foi s u ficiente p ara ina tivar esta enzima. Isto também indica a possibilidade de veic ul ação de p at6gen o s causadores de toxi infecções de importância com relação à saúde pública. Este resultado revela os riscos existentes ganismos no leite cru ou problemas relacionados ao controle do tratamento térmico. Coliformes fec a i s n ão foram e n c o ntrad o s e m n e n h u m a amostra. Os resultados médios das análises físico químicas (TAB. 2) demonstraram que 21 amostras (30%) apresentavam fraude por adição de água, evidenciado pela pesquisa do índice -criosc6pico, sendo este o parâmetro que apresentou maior número de amostras fora {io padrão oficial. Este fato indica possível adulteração intencional o u existência de micro furos nas embalagens d e leite, permiti n d o a e ntrada de água dentro d estes . SOUZA ( 1 994) encontrou menor frequência de amostras ( 1 3 ,33%) fora do padrão para esta prova ao pesquisar este mesmo tipo de leite em Belo Horizonte (MG) TABE�A 2. Médias (X) e desvios padrões (s) de análises físico-químicas de 70 amostras de leite integral . pasteunzado em propriedades rurais de Minas Gerais. Análi�e Físico-química N° amostras fora do padrão* X 1 5 !8 � 0,77 9 ( 1 2,86%) Crioscopia (�H) -0,524 -0, 0 1 7 2 1 (30,00%) Densidade 1 ,0 3 1 0,0 1 0 17 (24,28%) ESD (%) 8,93 0,29 9 ( 1 2,86%) EST (%) 1 2 ,94 0,62 6 (8,57%) Gordura (%) 3,98 0,33 1 0 (1 4,29%) Acidez (°0) . A s análises do teor d e gordura revelaram que 10 amostras ( 1 4,29%) apresentavam valores inferiores a 3,7% e, portanto, abaixo do padrão oficial (TAB. 2). Vários fatores podem interferir no teor de matéri a gorda do leite, sendo que particularmente para o leite integral pasteurizado em "banho-maria", a falta de homogeneização no tanque antes do envase e o longo tempo para o enchimento das embalagens pode causar grande v ariação do teor de gordura. S O UZA ( 1 994) encontrou maior frequência (40,0%) de amostras de leite integral pasteurizado apresentando teor de gordura inferior a 3,7%. A s determi nações d a acidez t i t u l ável revelaram que 9 amostras ( 1 2, 86%) apresentavam valores inferiores a 1 51!D e, portanto, fora d o padrão oficial (TAB. 2). SOUZA ( 1 994) encontrou resultados semelhantes ao detectar 1 3 , 1 3 % de amos tras c o m acidez i n feri o r a 1 51!D . Estes resultados podem sugerir a ocorrência de mamite, sendo necessária a associação com outras provas para a sua confirmação. Observou-se a ocorrência de densidade fora do padrão em 17 amostras (24,28%), demonstrando da u t i l i zação i n c o rreta d e s t e méto d o de pasteurização de leite em banho-maria, onde o c o n tr o l e manual do e q u i pamento l eva à possibilidade de utilização de binômio tempo x temperatura inadequado. A pesquisa d a enzima peroxidase revelou que 20 amostras (28,57%) foram superaquecidas d urante o p r o c es s o de p as t e u ri zação le nta, indicando o i nadequ ado controle do processo térmico. SOUZA ( 1 994) encontrou 6 amostras (20%) apresentando peroxidase negativa, sendo e s t a fre q u ê n c i a s e m e l h a n t e à do pre s e n t e trab a l ho . Os re s u l t a d o s d a s p e s q u i s a s d e inibidores (GR ÁFICO 1 ) revelaram a presença deste tipo de substância em 2 amostras (2,86%), fato em desacordo com os padrões oficiais . Este t i p o de p r o b l e m a p o de s e r c a u s a d o i n te n cionalmente c o m objetivo de preservar o leite por maior tempo ou acidentalmente por falta de informação dos produtores a respeito da correta u t i l i z a ç ã o de d e terge n t e s , s a n i t i z a n t e s e anti b i ó ti c o s . S OUZA ( 1 9 9 4 ) não d etectou a presença destas substâncias nas 30 amostras de leite integral pasteurizado an alisadas. GRÁFICO 1 . Pesquisa d e inibidores e m leite i ntegral pasteurizado emn " b anho- maria" wm propriedades rurais em Minas Gerais. O Neg::ii1.{) 111 PC6ijjl.{) Pág. 3 1 AGRADECIMENTOS Agradecemos à Fundação de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia _ Coordenadoria Inspeção que possibilitou a realização deste trabalho e ao Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária - UFMG pelo apoio técnico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALAIS, C. Ciencia de la leche.. Zaragoza: Acribia, 1 97 1 . 594 p. CONCLUSÕES As a n á l i s e s fís i c o - q u ím i c a s e micro b i o l ó gi c as d e l eite i n tegral pasteurizado e m propriedades rurais, pelo método lento em "banho maria", apresentaram grandes oscilações dos resultados, havendo elevado número de amostras em desacordo com os padrões oficiais. SUMMARY Seventy samples of whole milk, pasteurized rural properties using water bath (62 to 65°C/30 minutes), without official sanitary inspection, were collected at Great B elo Horizonte (MG) retailed marked and submitted to physical-chemical and microbiological analysis. The physical-chemical analysis showed the following medium results . density at 1 5°C ( 1 ,03 1 ) ; fat content (3,98%); solid total content ( 1 2,94 % ) ; non-fat solids content ( 8 , 9 3 % ) ; freezi n g - p o i n t ( - 0 , 5 2 4 ° H ) ; a c i d i ty (1 5,8 1 °D). It was verified that 30% of the samples had water addition fraud ; 14,29%, fat content below the standard; reduced acidity « 1 5°D); 28,57% overheating (alkaline phosphatase and peroxidase were both negative); 1 ,43% subheating (alkaline phosphatase and peroxidase were both positive); 2 , 8 6 % , presence of inhibiting ou preservative substance by TTC test. Reconstitutings were not detected. Microbiological analysis results showed a � average c o u n t of aero b i c mesophy l i c mICroorganisms being 4,55 (log CFU/ml) with 29 samples out of the standards . The total coliforms count presented a medium result of 0,32 (log MPN/ m l ) , being 1 3 s amp les ( 1 8 , 5 7 % ) o u t of the requirements. Taking consideration that there are ?ot official standards set for this type of milk, which lS pasteurized in water bath at 62-65°C/30 minutes it was used as parameter the "Regulamento d Inspeção Industrial e S anitária de Produtos de Origem Animal" (article 53 8 in ' which whole milk requirements are determined). Key -word s : physical-chemical charac teristics ; microbiology; pasteurized milk. . m AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Technical Commitee on Microbiological Compendium of Methods for the Microbiological Examination of the Foods. Washington: APHA, 1 9 84. 7 0 1 p. Methods for Foods. BORGES,M.S., RODRIGUES,R., RUBINICH,J. et ai Comparison of the quality of two types of : mIlk at two sources in the Belo Horizonte' Brazil Market. Journal of Food Protection' vAI , n.9, p.739-742, 1 978. B RA S IL . Mini stério da Agricultura. D ecreto nl! 3069 1 de 29 de março ,de 1 952. Regula mento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília: S IPA, � � DILEI, 1 980. 1 66 p . INTERNATIONAL COMISS ION ON M ICRO B IO L O G I C A L S PECIFICAT I O N S F O R FOOD S . M i c rorgan i s m s i n fo o d s . Their signicance and methods of enumeration. 2a ed. Toronto Press, 1 978. MÉTODOS analíticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes. 1 1 . Métodos fís icos e q u ímico s . B rasília: LANARA, 1 9 8 1 . n.p. � N A D R FILH O , A . , A M A R AL, L . A . , R O S S I JUNIOR, O . D . e t aI . B acterial analysis of c o m mercial pasteurized type C milk distributed in town of Jaboticabal-SP (Brazil). Ars Veterinária, v.2, n.2,p.263-268, 1 9 86. N A DER FILH O , A . , R OS S I J Ú N I O R , O . D . , SCHOCKEN-ITURRINO,R . P. Características microbiológicas do leite pasteurizado tipo C comercializado em B arretos, São Paulo. Ars Veterinária, vA, n.2, p . 29 1 -296, 1 9 8 8 . digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 28-32, 1997 Pág. 32 SILVEIRA, N.V.V, SAKUMA,H., DUARTE,M et aI . Avaliação das condições físico-químicas e m i c r o b i o l ó g i cas do l e i te p a s t e u r i z ad o consumido n a Cidade d e São Paulo. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.43, n.260, p.40-45, 1 98 8 . Ava liação da eficiência da pasteurização de leite beneficiado em granj as leiteiras, entrepostos usinas e S O U ZA , M . R . propriedades rurais do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1 994. 78 p. Dis sertação (Mestrado em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Inspeção de Carnes, Leite e Derivados). Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 33-36, 1997 PHYSICO-CHEMICAL AND MICROBIOLO GICAL CHARACTERISTICS OF WHOLE MILK PASTEURIZED IN RURAL PROPERTIES AND MARKETED IN MINAS GERAIS STATE. Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira (1) Marcelo Resende de Souza (1) Mônica de Oliveira Leite (1) Evandro Moreira Barbosa (1) Maura Regina de Almeida (1) Ronon Rodrigues (1 ) TEUBER, M. Microbiological problems facing the dairy industry. Bulletin of the International Dairy Federation, n .276, p.6- 1 9 , 1 992. Programação Anual de Eventos do Centro de Pesquisa e Ensino Instituto de laticínios Cândido Tostes / 1998 Mês Fevereiro Março A bril Maio Junho Julho A gosto Setembro Outubro No vembro Dezembro Período C. H. Cursos programados 1 2, 1 3, 1 4 20h Tec n o l o g i a d e Q u eijos I 1 8, 1 9, 2 0 20h 0 5, 06, 0 7 20h I o g u rte e B e b i d a s Lácteas Tec n o l o g i a d e Q u eijos 1 1 1 1 , 1 2, 1 3 20h 1 2, 1 3, 1 4 20h 1 9, 2 0, 2 1 20h Tec n o l o gi a d e Q u eijos I 2 6, 2 7 1 6h Tec n o l o g i a de D o ce de Leite 02, 03, 04 20h Te c n o l o g i a d e Q u eijos Finos 1 6, 1 7, 1 8 20h I o g u rte e Bebidas Lácteas 23, 2 4, 2 5 20h Tec n o l o g i a de Q u eijos I 2 8, 2 9 , 3 0 20h Méto d o s B á s i co s e m M i crobiologia " I o gu rte e B e b i d a s Lácteas 1 8 1 9 20 20h I o g u rte e Bebidas Lácteas Tecn o l o gi a de Q u ei j o s I Reciclagem G l o bal d e laticínios Tec n o l ogi a d e ilu eHos I 2 5, 2 6 , 2 7 20h I o g u rte e B e b i d a s Lácteas 0 2, 0 3 , 0 4 20h Tec n o l o gia d e Q u eijos I I 1 6, 1 7, 1 8 20h Tec n o l o g i a d e Q u eijos I 21 a 24 40h XVI Con gresso N a c i o n a l d e Laticínios 2 1 2 2 23 20h 01 a 1 2 80h 2 3 , 2 4, 2 5 20h 2 0, 2 1 , 2 2 20h I o g u rte e B e b i d a s Lácteas I o g u rte e B e b i d a s Lácteas 2 7, 2 8 , 2 9 20h Tec n o l o g i a de Q u eijos I 1 0, 1 1 , 1 2 20h 1 6, 1 7, 1 8 20h Tecn o l o gi a d e Qu elios Finos Métodos B á s i co s e m M i crobiologia 1 7, 1 8, 1 9 20h I o g u rte e Bebidas Lácteas 2 4, 2 5 1 6h Tec n o l o gi a de Doce de Leite 2 4, 2 5 , 2 6 20h 06, 0 7, 08, 0 9 32h Tec n o l o gi a de Q u eijos I Co ntro l e d e Q u a l idade n a Prod ução d e Q u eijos 0 8, 09, 1 0 20h 22, 23, 24 20h Tec nologia de Q u eijos I 2 9 , 3 0, 3 1 20h I o g u rte e B e b i d a s Lácteas 0 5, 06, 0 7 20h 1 9, 2 0, 2 1 20h Tecn o l o g i a d e Q u eijos Finos I o g u rte e Be bidas Lácteas Tecn ologia d e Çueijos I I 2 6, 2 7, 2 8 20h Tec n o l o g i a de Q u e ijos I 01 a 1 2 80h Reci clagem G l obal d e Laticínios 1 7, 1 8, 1 9 20h 1 7, 1 8, 1 9 20h I o gurte e B e b i d a s Lácteas Te cnologia de Q u eijos ABSTRACT One hundred and twenty samples of whole milk pasteurized in rural properties using water bath (62 to 65°C/30 minutes), without official sanitary inspection, were collected in Minas Gerais state retailed market and submitted to physico-chemical and microbiological analysis. The physico-chemical analysis showed the following mean results : di:m sity at 1 5°C (1 .03 1 ); fat content (3.7 %); solids total content (1 2.58 %); non-fat solids content (8.87%); freezing-point (-0.5300H); acidity (1 5.68°D). It was verified that 1 9.83% of the samples had water addition fraud; 42.98%, fat content below the standard; 1 5.32% reduced acidity « 1 5°D) and 0.89% acidity increased; 27.56% overheating (alkaline phosphatase and peroxidase were both negative); 4.72% subheating (alkaline phosphatase and peroxidase were both positive); 0.81 %, presence of inhibiting ou preservative substance by TTC testo Reconstitutings were not detected. Microbiological analysis results showed an average count of aerobic mesophylic microorganisms be1ng 3.39 (Iog CFU/ml) with a variation coeficient of 34% and was verified that 3 .23% of the samples were out of the standards . The total coliforms count presented a medium result of 0.593 1 (Iog MPN/ml), being 1 8 . 1 1 % of the samples out of the legal requirements. Taking consideration that there are not official standards set for this type of milk, which is pasteurized in water bath at 62-65°C/30 minutes, it was used as parameter the "Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal" (article 538, in which " whole milk requirements are determined) and the "Portaria 00 1 1 87 da DINAL 1 Ministério da Saúde". Considering the obtained results, it is possible to conclude that milk pasteurized in rural properties using water bath 62-65°C/30 minutes shows great variation for physico-chemical and microbiological results. In adittion, the consume of this product can be harmful and it can cause a serious risk to public health, mainly due to thermic treatme,!lts fails (both alkaline phosphatase and peroxidase positive). Key-words : physico-chemical characteristics; microbiology; pasteurized milk; water bath INTRODUCTION Milk, when it leaves mammary gland, has normal microbial flora estimated from 500 to 1 000 bacteria per mililiter (Alais, 1 97 1 ) . According to sanitary hygienic conditions of the milking and the milk manipulation, further contamination can occur, increasing the initial bacterial count. This contamination can be represented by different groups of microorganisms such as pathogenics and spoilages. Thus, higher contamination of mi1k can cause public health problems and also decrease the shelf-life of dairy products (Teuber, 1 992) .The pasteurization processes were developed in order to destroy pathogenic microorganisms and almost alI the banal flora of the milk., without altering ( 1 ). Informações e inscrições: Andréa e/ou Rita de Cássia - (032) 2 24-3 1 1 6 - Telefax (032) 224-5450 physico-chemical and sensori al features of the product (Alais, 1 97 1 ) . Intencional or occasional possible changes that modify the milk properties are cleared by s e n s o ri al and p h y s i c o - ch e m i c al a n al y s i s . In association with the sample microbiol ogical profile, one can characterize the product quality since production, processing and marketing steps, giving enough support to the oficial inspection services (Borges et aI., 1 97 8 ; Silveira et aI., 1 988). Recently, a great number of rural farmers have been introducing a new kind of mi1k to the market. This product, is pasteurized by water bath (62-65°C I 30 minutes) approach, in farms where they are pro d u c e d . Th i s m i l k has n o t been inspected and evaluated yet. In addiction, up to DTIPOA -Veterinary School - UFMG - Postal Code - 567 - Belo Horizonte (MG) - B razil digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 34 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 33-36, 1997 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n9 299, 52: 33-36, 1 997 now there are few papers publi shed· about i ts physico- chemical and micro b i o l o g i c al c h aracteri s t i c s . In o rder to eval uate these parameters, this work was carried out. MATERIAL & METHODS A hundred and twenty samples of w hole milk, pasteurized in rural properties by slow process (62-65°C 1 30 minutes) in water bath, were collected in own packages, in which they are sold in Minas Gerais state. After that, the samples were transported under refrigeration conditions to the laboratories of the "Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Ani mal da Escola de Veteri n ária da UFMG", w here the following microbiological analysis were performed : aero b i c mesophyl i c microorgan i s ms c o u n t ( A P H A , 1 9 84) ; total and fae c al c o l i fo rms e n u merat i o n ( l C M S F, 1 9 7 8 ) , and p h y s i c o chemical analysis : titrable acidity determination ( 0 D ) ; freezing point ( 0 H ) ; peroxidase and alkaline phosphatase tests; density at 1 5 °C; fat content (%); total solids content - TSC (%); non fat solids content - NFSC (%); reconstitutings and inhibiting or preservative substances (hydrogen peroxide, formol, alkalines and starch) according to braz i l i an legislation (Métodos . . . , 1 9 8 1 ) . Furthermore, inhibitory test was performed using the 2,3,5-triphenyltetrazolium chloride method (Calbert and Neal, 1 955). RESULTS & DISCUSSION The medium count of aerobic mesophylic m i c r o o rga n i s m s was 3 . 3 9 log CFU/ml and vari at i o n coefi c i e nt w a s 34% (Tab le 1 ) . Consi dering ofic ial standards established by "Portaria 00 1 187 - D INAL 1 Ministério da Saúde" (Brasil, 1 987) ascribed to pasteurized milk grade C, 3.23% of these samples were out of the legal requirements. Souza ( 1 994) found similar results working with 30 s!lmples of the same type of mi1k in B elo Horizonte - MG, when it was verified medium mesophylic count of 3 .49 log CFUlmI. Analysis of pasteurized milk grade A, B, C and whole showed higher number of samples out of legi s l ation standards ( B ras i l , 1 9 8 0 ) : 54.49% (Borges- et aI . , 1 97 8 ) ; 62.5% (Nader Filho et aI . , 1 9 86); 54.55% (Nader Filho e t aI . , 1 98 8 ) ; 6.94% (S ilveira et aI ., 1 9 8 8 ) and 1 3 .3 3 % (Souza, 1 994) for grade C ; 8 . 3 3 % for grade B milk and 64.70% for grade A milk (Silveira et aI . , 1 9 8 8 ) . These results show the poor microbiological quality of pasteurized milk marketed in B razi I . The high n u mber o f samples out o f the s tandards can i n di c ate poor q u a l i t y o f raw mi l k ; hazards concerning to conservation, transport and storage in re tai l market or even u n s u i table thermic process and c o n t am i n at i o n after the pasteurization (B orges, 1 9 8 8 ; Nader Filho, 1 9 88). In case of processed m i l k t h at i s p ackaged previously, the probability of post-pasteurization contamination is lower than the pasteurized milk submitted to other processo According to Tab l e 1 , 1 8 . 1 1 % of the samples were out of the oficial standards to the total coliforms test. So uza ( 1 994) found lower value (6.67%) of the samples out of requirements for the same type of milk and Nader Filho et aI . ( 1 9 86), researching grade C milk quality, showed that 1 5 .6% of the samples analysed were not according to the brazilian standards, indicating in this case, serious contamination after thermic proces s i ng and showing hygiene problems in equipments where pasteurized mik flows. In case of m i l k processed in ru ral propert i e s , to tal coliforms presence indicates high contamination with these microorganisms or problems related to temperature controI. Faecal coliforms were found and 1 4 . 29 % of the s amples were out of the standards (Table 1 ) . Table 1. Media (X) and samples out o f standards ( % ) for microbiological analysis of 1 20 samples of whole milk pasteurized in Minas Gerais ' rural properties. Microbiological Analysis Media Samples out of standard (%)* Aerobic mesophylic count (log CFUlml) 3.39 3 . 23 Total coliforms (log MPN/ml) 0,59 Faecal coliforms (log MPN/ml) 0,22 18,11 1 4,29 * S t a n d ards e s t a b l i s hed by " Portaria 00 1 1 8 7 ( Mi n i s tério da S a ú de , 1 9 8 7 ) " for p as te u r i z e d m i l k grade C. II Table 2 s hows a great number of samples out of legal standards, mainly fat content, which presented 42. 9 8 % of the samples in disagreement w i t h t h e l aw. Free z i n g p o i n t w a s the t hird parameter that showed high number of samples o u t of s ta n d a r d s ( 1 9 . 8 3 % ) , s h o w i ng w at e r addition adulterat i o n . T h i s fact demonstrates intencional possible adulteration or the presence of microholes on milk packages allowing water entering inside these. Souza et aI ., ( 1 995) have b e e n fo u n d s i mi l a r v a l u e of s a m p l e s i n disagreement with the law ( 2 1 .57%). However, Souza ( 1 994) found lower frequence of samples ( 1 3 . 33 % ) out of the standard to this test when evaluating the same kind of milk and higher value (30.0%) was detected by Cerqueira et aI. , ( 1 995). These res u l t s s h o w the great ri s k of w ater adulteration and decreasing nutritive value, total s o l i d s c o n te n t ( % ) a n d the m i c ro b i ol o g i c al q u a l i ty, repre s en t i n g a potential v e h i c l e o f pathogenic microorganisms t o the consumers. The res u l t s o f fat content showed that 42. 9 8 % of the s amples presented inferior v alues i n rel a t i o n to 3 . 7 % and u n d e r the o fi c i a l standards (Table 2 ) . Many different factors can infl uence fat content of mi1k, particularly for w hole milk pasteurized in water bath, lack of homogenization before packaging and the long time for filling those can cause great variation o f fat c o n t e n t . S ou z a ( 1 9 9 4) fou n d s i m i lar frequence (40.0%) to this analysis. Cerqueira et aI. ( 1 9 95) and Souza et aI . ( 1 995) observed that 1 4.29% and 3 3 . 3 3 % of the samples out of the standards, respectively. Another important finding of this study was the presence of alkaline phosphatase enzyme in 4.72% of the mil k s amples (Graphic 1 ), s howing fa i l u re s d U r i n g t h e t h e r m i c tre a t m e n t a n d indi cating n o t sufficient time a n d temperature for d e n aturat i o n of this enzyme. There fo re , according t o t h i s test, these s amples were not Pág. 35 pasteurized. This fact i s highly dangerous and represents a great problem to the public health considering especially the poor condition the raw milk in B razil . Graphic 1. Presence of alkaline phosphatase i n milk pasteurized in water bath in Minas Gerais's rural orooerties. 4.72% 95.28% This finding has been described by other researchers s uch as Cerqueira et aI. ( 1 99 5 ) and Souza et aI . ( 1 995) presenting 1 .43% and 5 . 8 8 % o f t h e s am p l e s in d i s a g re e m e n t w i t h t h e l e g i s l at i o n , res p e c t i v e l y . I n re l at i o n to pero x i d as e e n zyme test, a great n u mber o f samples (27 .56%) were overheating d uring slow p as teuri zatio n process, i n d ic ating fai l u res in controlling the thermic treatment. Other papers describe similar findings, s uch as S ou za ( 1 994) ; Cerqueira et aI. ( 1 99 5 ) ; Souza et aI. ( 1 995) that fo u n d 2 0 . 0 % ; 2 8 . 5 7 % a n d 1 9 . 6 1 % of the s am p l e s out of t h e legal r e q u i r e m e n t s , r e s p e c t i v e l y . T h i s p r o b l e m may b e c a u s e d intenci o n al l y with t h e p u rpose o f i ncreasing s h e l f- l i fe b y d e s t ro y i n g g reater n u mb e r of bacteria, but it can affect vitamin milk content ( Gurr, 1 992). The results of inhibitory test showed the presence of substances in 0 . 8 1 % of the s amples while S ouza ( 1 9 94) and Souza et aI . ( 1 995) did not find them, but Magalhães et aI. ( 1 99 5 ) found 20.0% of positive samples. Cerqueira et aI. ( 1 995) found similar value (2.96%). Table 2. Media (X) and square deviation (s) of physico-chemical analysis of 1 20 samples of ""hole milk pasteurized in Minas Gerais' rural properties. Physico-chemical analysis Media Square deviation Samples out of the standards (%) * Titrable acidity ( 0 D) 1 5,68 - 0,53 1 1 ,03 1 8,87 1 2,58 1 ,3 2 - 0,01 0.00 1 9 0,3 4 0,67 0,50 1 6,27 1 9, 8 3 Freezing point ( O H) Density at 1 5 ° C NFSC (%) TSC (%) Fat (%) 3,7 ° 1 5,93 26,32 42,98 * Standards established by brazilian legislation (Brasil, 1 980) digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanIJun, n° 299, ll : 33-36, 1997 CONCLUSIONS Whole milk pasteurized in rural properties in water bath (62-65°C/30 minutes) in Minas Gerais state show great variation, with high number of samples in disagreement with brazilian official standards. REFERENCES ALAIS, C. Ciencia de la leche. Zaragoza: Acribia, 1 97 1 . 594 p . AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Techni cal Commitee o n Micro b i o l o gi cal Methods for Foods. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of the Foods. Washington: APHA, 1 9 84. 701 p. BORGES, M . S . , RODRIGUES, R., RUBINICH, J. et aI . Comparison of the quality of two types of milk at two sources in Belo Horizonte, Brazil Market. Journal of Food Protection, v.4 1 , n.9, p.739-742, 1 978. B RASIL. Ministério da Agricultura. Decreto nl1 3069 1 de 29 de março de 1 952. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília: SIPA, . DILEI, 1 980. 1 66 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos. Portaria 01 de janeiro de 1 987. Diário Oficial. Brasília. 1 987. CALBERT, H.E. and NEAL, C.E. The use of 2,3 ,5triphenyltetrazolium chloride as a test for anti bioti c substances in mi lk. 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C a r a c terísticas físico-químicas e microbiológica d e leite integral pasteurizado em propriedades rurais e colhido no co mércio varej ista da grande Belo Horizonte (MG). In: ANAIS do XIII Congresso Nacional de Laticínios, Juiz de Fora (MG) . p . 8 5- 8 8 , 1995 . Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 37-40, 1 997 ABSTRACT With the purposal of evaluating powder milk microbiological quality, thirty two samples of two trademarks (A and B) were submitted to the following analysis: aerobic mesophylic microorganisms counting, Staphylococcus coagulase + test, Bacillus cereus, Salmonella spp, mold and yeasts enumeration and total and faecal coliforms tests. The obtained results in relation to trademark A show that 1 7.65% (3/l 7) of the samples presented a mesophylic microorganisms counting from 4.0 to 8.0 X 1 02 CFUlg,; 58.82% (1 O/l 7), counting from 1 . 1 to 9.2 X 1 03 CFU/g and 23.53% of the samples, 1 .7 1 to 7.6 x 1 04 CFU/g. Mesophylic microorganisms mean was 3.97 x 1 03 CFU/g. In relation to trademark B, 1 00% of the results were lower than 2.5 x 1 02 CFU/g. About faecal total coliform test, 1 1 .76% of the trademark A showed 4 MPN/g and considering 88.24% of the total analysed, these microrganisms were not detected. In 1 00% of the powder milk trademark B, total coliforms were not detected (lower than 3.0 MPN/g). Faecal· coliforms were not detected. Staphylococcus aureus was identified in 25% of the trademark A samples, with a range from 2.2 x 1 03 to 3 . 1 x I ()3 CFU/g. Staphylococcus negative coagulase was identified in 62.5% of the samples. The obtained data from analysis of trademark B, showed that alI countings of this microorganism were in agreement with the official standards. In relation to molds and yeasts enumeration, it was verified a higher contamination in trademark A. Samples presented counts from 1 .0 to 6.5 x 1 01 CFU/g in 25% of the total analysed, while in 75%, it was observed values from 1 . 1 5 to 7.0 x 1 02 CFU/g. In trademark B, alI results were inferior to 2.5 x 1 02 CFU/g. Bacillus cereus was not detected in powder milk trademark B, but it was identified in 80% of the trademark A samples, presenting countings that varied from 1 .0 x 1 01 to 5.8 x 1 0 2 CFU/g. Salmonella spp was not detected. According t o "Portaria 001 187 - DINAL / Ministério d a Saúde" it can be concluded that 5.88% of the powder milk trademark A samples submitted t� aerobic mesophylic count presented values indicating unsuitable hygienic conditions of the product. In relation to Staphylococcus aureus, 25% of the trademark A samples showed higher countings above legal standards, characterizing the product as potencialIy able to cause foodborne diseases. Key-words: powder milk, microbiology, Brazil INTRODUCTION Powder milk presents a great importance for allowing storage and economic transport of large quantities of total solids . Furthermore, in B razil where production i s . very different throughout the year, the assurance of milk suply during cold period is only possible by producing powder milk during warm período A n u ally, po wder milk million tons are produced wíthout risk of pathogens. However, failures have been occurred and contaminated products have been marketed, but in many cases it is improbable that thos>� problems c an be detected (Mettler, 1 994) . (1) In the last ten years there were reported some foodborne outbreaks due to powder milk consumption. ( Mettler, 1 994) . In most of them, the isolated microorganism was Salmonella spp and according to Varnam and Sutherland ( 1 994) this bacterium has been recognized as principal r i s k pathogen in t h i s p r o d u c t . B es i d e s this microorganism, other bacteria like Clostridium spp, Streptococcus spp (Mettler, 1 994; Varnam and Sutherland, 1 994), Staphylococcus auresu toxin (EI - D a i ro uty, 1 9 8 9 ) have been o c c a s i onaly reported in outbreaks. In contaminated powder milk, leveIs of microorganisms responsable by foodborne diseases are not often recognized, but known cases show very low numbers as to be DTIPOA - Veterinary School - UFMG - Postal Code: 567 - Belo Horizonte (MG) - Brazil digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 8 Re". ......t . al m o s t i mp o s s ib l e to detect in practice b y convencional sampling and analytical techiniques (Mettler, 1 994). Considering the possibility of this product contamination, the present study had the purposal of evaluating microbiologi cal quality of two p o w d e r milk trademarks marketed i n B e l o Horizonte (MG) - Brazil, i n relation t o standard established by "Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos"- DINAL (Brasil, 1 9 87). MATERIAL & METHODS Thirty two samples of two commercial trademarks of powder milk were collected Belo Horizonte' retai l market and carried to the microbioly laboratory where they were submitted to following analysis : Salmonella spp detection (FD A , 1 9 8 4 ) , B a c illus c e re u s e n u merat i o n (lCMSF, 1 97 8 ) , Staphylococcus a u reus deter mi nati n o n (lCMSF, 1 97 8 ) , molds and yeasts ( A P H A , 1 9 8 4 ) and mes ophylic aero b i c m i croorganisms (APHA, 1 9 84) and total and faecal coliforms test (lCMSF, 1 978). RESULTS AND DISCUSSION The obtained results show that the quality of two powder milk trademarks analysed vary largely. It was verified in relation to trademark A that 1 7. 65 % (3/ 1 7 ) of the samples presented a mesophylic microorganisms counting from 4.0 to 8.0 X 1 02 CFUlg,; 58. 82% ( 1 0/ 1 7), counting from 1 . 1 to 9.2 x 1 03 CFUlg and 23.53% of the samples, 1 . 7 1 to 7 . 6 x 1 04 C FU/g. M e s o p h y l i c m i croorganisms mean was 3 .97 x 1 03 CFUlg (Table 1 ) . In relation to trademark B, 1 00% of the results were lower than 2.5 x 1 02 CFU/g. The observed data in analysing trademark A resemble those described by Leite e Oliveira ( 1 98 8 ) that observed a range from 3.0 x l O ' to 1 .2 X 1 04 CFUlg, showing counting relatively high to this kind of product, when compared to those establised by · brazilian legislation. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, ,52 : 37-40, 1997 In relation to molds and yeasts enumeration, it was verified a higher contamination in trademark A (Table 1 ). Samples presented counts from 1 .0 to 6.5 X 101 CFU/g in 25% ofthe total analysed, while in 75%, it was observed values from 1 . 1 5 to 7.0 x 1 02 CFUlg. These findings show possibilities ofhygienic-sanitary failures during product processing and/or storage. According to Demeter ( 1 969), molds and yeasts enumerations may be a fair microbilogical indicator on powder milk hygienic conditions. In trademark B, alI results were inferior to 2.5 x 102 CFU/g. About faecal total coliform test, 1 1 .76% of the trademark A showed 4 MPN/g and considering 8 8 .24% of the total analysed, these microrganisms were not detected. In 1 00% of the powder milk trademark B, total coliforms were not detected (lower than 3.0 MPN/g). Faecal coliforms were not detected. These d ata d o not agree with those described by Panetta ( 1 969) and Leite e Oliveira ( 1 9 88), who verified negativity in 1 00% of the whole powder milk samples. Staphylococcus aureus was identified in 25% of the trademark A samples, with a range from 2 . 2 x 1 03 to 3 . 1 X 1 03 CFU/g. Staphylococcus negative coagulase was identified in 62.5% of the s ample s . These results show that 25% of the analysed samples were out of the official standards (Grap h i c 1 ) characteri zing the p ro d u c t as potencially able to cause foodborne poisoning, according to Brasil ( 1 987). The obtained data from analysis of trademark B, showed that ali countings of this microorganism were in agreement with the official standards . According to Varnam and S utherland ( 1 994), Staphylococcus poisoning caused by powder milk consumption was identified as the major problem d uring the 1 9 50' s . TI, :, immediate cause could be growth and enterotox l n production by Staphylococcus either in raw mllk before thermic treatment, or more probably, in : " c o n c e n trated m i l k b e fo re d r y i n g . A n o t h important feature refers to the operational failur\ and related to the industry lay-out allowing produl Table 1. Means results of tmicrobiological analysis of wo powder milk trademarks marketed in Belo Horizonte (MG). Microbiological analysis Mesophylic microorganisms count (CFUlg» Total coliform test (MPN/g) Faecal coliform test (MPN/g) Mold� and yeasts count (CFUlg) Salmonella spp detection Bacillus cereus enumeration (CFUlml) Trademark A 3.97 x 1 03 0.47 Trademark B < 2.5 X 1 02 < 3 <3 < 3 2.47 x 1 02 Not detected Absence 25 g Absence in 25 g 2,25 x 1 02 Not detected Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 37-40, 1997 storage at favourable temperatures to microbial development during long time. GRAPHIC 1. Distribution of Staphylococcus in powder milk (trademark A ) marketed i n Belo Horizonte (MG), Brazil. Pág. 39 CONCLUSIONS By the obtained results, it can be concluded that powder milk microbiological quality varies according to trademark, being considered able to be consumed, without foodborne risks, the B trademark. REFERENCES III Coagulase + mCoagulase · oNot detected AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Technical C o mmitee on Micro b i o l ogi cal Methods for Food s . C ompendium of Methods for the Microbiological Exa mination of the Foods. Washington: APHA, 62.5% 1 1 { I .� J P' An i mportant c haracteristc stressed by Mettler ( 1 9 9 4 ) , re fers to the n eces s i ty o f establishing mini mal standards t o Staphylococcus toxins in powder milk, due to the possibility of foodborne disease occurence s uch as described by EI-Dairouty ( 1 989) in Egypt. Despite many authors describe Salmonella spp as the m o s t p re s e n t m i c r o o rgan i s m i n foodborne disease outbreaks throughout the world, in this study, this bacteria was detected in none sample (Table I ) . Bacillus cereus was not detected in powder milk trademark B, but it was identified in 80% of the trademark A samples, presenting countings that varied from 1 .0 x 1 0 1 to 5.8 x 1 02 CFU/g. according to the "Portaria 00 1/87 da D INAL - Ministério da Saúde", alI analysed samples were in agreement to the official standards. According to Stadhoders and Driessen ( 1 992), Bacillus cereus in powder milk could be originated from microorganism spores present in raw milk, and may develop in equ ipment surface of dairies. Heating applied during powder milk processing do not normalIy reduce Bacillus cereus spores number, but can induce a quick germination and endurance heat activation. Although powder milk appear to be enough safe in relation to public health, Mettler ( 1 994) described that any failure during the processing associated with externai and internai commercial pressures can offer the opportunity for product failures to arise. In order to avoid those failures and risks, it must be emphasized the adoption of quality control methods based on Hazards Analysis and CriticaI Control Points. These methods must assure an effective control of hygienic conditions of both industries and equipments, processing, packaging, product's marketing and distribution. If alI these factors were identified and controlled correctly, the legal standards of final product will be find (Jervis, 1 992). 1 9 84. 701 . B RAS IL. Leis, decretos, resol uções, portarias. Portaria nOO l de 28/0 1 187 da Divisão Nacional de V i g i l â n c i a S an i tária. D i ário O fi c i al, Brasília, 1 2/02/87. Seção I, p.2 1 97. DEMETER, K.J. Lactobacteriologia. Zaragoza: Acribia, 1 969. 33 1 p . EL-DAIROUTY, K . R . Staphylococcal intoxication traced to non-fat dried milk. Journal of Food Protection, v. 52, n. 12, p. 901 -902, 1 9 89. Bacte riological Analitycal Manual of Division of Microbiology. 6th êd. FDA. 1984. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. INTERNATIONAL COM I S S ION ON MICRO B I OLOG I C A L S PE C I F I C AT I O N S FOR FOODS. Microrganisms in foods. 1 . Their s ignificance and m e thods of enum e ratio n . 2nd e d . To r o n t o : U n i v e rs i t y o f Toronto, 1 97 8 . JERVIS, D . 1 . A Manufacturer 's view o n how to e n d - p roduct achieve m i c r o b i o l o g i c al criteria. Bulletin of the International Dairy Federation, n. 276, p. 36-43, 1 992. LEITE, M . O . ; OLIVEIRA, L . A .T. Av aliação microbi ológica de leite em pó. Arquivos Fluminenses de Medicina Veterinária, v. 3, n. 4, p. 98- 1 03, 1 9 8 8 . METTLER, A .E. Present d a y requirements for effective pathogen control in sp ray dried milk powder producti o n . Journal of the Society of Dairy Technology, v. 47, n. 3, p. 95 - 1 07, 1 994. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 40 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 37-40, . 1 997 PANETTA, J.C. Contribuição para o estudo da incidência de germes dos grupos coliformes e enterococos no leite e em alguns dos seus derivados. Revista da Faculdade de Medicina Veterinária de São Paulo, v. 8, n. I, p . 2 1 5-24 1 , 1 969. STADHOUDERS, J.; DRIESSEN, F.M. Other milk products. B ulletin of the International Dairy Federation, n. 275, p. 40 -45, 1 992. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 4 1 -43, 1997 EVALUATION OF RAW MILK SUBMITTED TO QUALITY PAYMENT SYSTEM -IN DAIRY PLANTS FROM MINAS GERAIS STATE, BRAZIL. VARNAM, A.H.; SUTHERLAND, J.P. Milk and milk p roducts. L o n d o n : C hapman & Hall, 1 994. 45 1 p . APOSTILAS DO CEPEjl LCTj E PAMIG Pág. 41 Marcelo Resende de Souza (1) lvana Maria de Carvalho Siqueira (1) Mônica de Oliveira Leite (1) Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira ( 1) Ronoll Rodrigues (1) VALOR A n á l i s e S e n sorial d e Produtos Lácteos .............................................................................. R $ 1 5,00 Aposti l a d e I nfo rm ática ....................................................................... ................................... R $ 2 0,00 ABSTRACT Contro l e d e Q u a l i dade de Leite Paste u ri zado ............................................................... R $ 2 0,00 D i ci o nário Lati c i n ista - Vo l s . 1 , 2, 3 - cada ....................................................................... R $ 2 0,00 Doce d e Leite ........ : ................................................................................................................... R $ 5,00 Fabri cação d e Iogurte e Bebidas Lácteas . ........................................................................ R $ 20,00 Fabri cação d e Q u e ijos ........................................................................................................... R $ 2 0,00 Fabricação d e Q u eijo s - D E N ACOOP ............................................................................... R $ 1 0,00 F u n d a m e ntos Básicos da Tecnologia de Q u eijos .......................................................... R $ 2 0,00 Gerência e m Tempos d e Conco rrência . ........................................................................... R $ 1 5 ,00 H i g i e n e e San iti zação n a I n d ú stri a d e Lati c ín i os .............. .............. ............................... R $ 1 0,00 H i gi e n i zação n a I n d ú stria de A l i m en tos .................................................... .... .................... R$ 2 0,00 I n teração d a Salga n a Fabri cação de Q u e ij o s ................. ................................................ R $ 1 0,00 Leites Ferm e n tados e Téc n i cas de Processame nto ....................................................... R$ 2 0,00 Livro : Fís i co-Q u ím i ca do Leite e Derivados . .................................................................... R $ 2 0,00 Livro : Marketi n g Q u a l i dade Tota l ....................................................................................... R $ 2 5, 0 0 Livro : O B r a s i l Lati c i n i sta ....................................................................................................... R $ 2 0,00 Milk quality payment system in Brazil has changed in the last few years in order to assure volume, composition and sanitary-hygienic production of milk. The parameters of evaluation adopted inc1ude milk quality (blue-methylene and sediment tests), production's conditions and scale. With the purpose of evaluating raw milk quality received in three dairies of Minas Gerais state that use this payment system, were analysed 1 75 3 milk samples. According to the results of sediment and blue methylene tests, it was observed significative statistical difference (p < 0.00 1 ) in relation to reduction time and microbiological quality of milk from the three industries. In relation to blue methylene test, 1 3.73% of the 590 samples from Industry A. 1 3.55% of the 273 samples from Industry B and 1 6.62% of the 890 samples from Industry C, showed reduction time lower than 30 minutes. Considering a reduction time from 30 to 1 20 minutes, it was observed that 39.92% of the samples from Industry A, 59.39% from Industry B and 30.4% of the samples from Industry C showed results within this time period. Industry B presented 2 1 .90% of the samples with reduction time interval from 1 20 to 1 80 minutes, while Industries B and C presented respectively, 1 5.75% and 7.98%. Reduction time higher than 1 80 minutes was verified in 30. 1 7% of the samples from Industry A, 1 1 .36% from Industry B and 49.55% from Industy C. The media and standard deviation (s) of fat content of the analysed samples were 3.7% (s = 1 .2%) for Industry A; 3.8% (s = 1 .5%) for Industry B and 3.8% (s = 0.9%) for Industry C. respectively. By the obtained results. it can be concluded that milk received in these three industries presents unstable quality, being necessary the adoption of other physico-chemical and microbiological tests to achieve an evaluation more criticaI and efficient. Key-words: raw milk; quality payment system; Brazil Livro : Q u e ij o de Cabra ...................................... .................................... ................................. R $ 2 0,00 Manual Fotográfi co d e M i cro biologia de A l i mento s ................................................. R$ 1 40,00 M a n u al Práti co da M u ssarela ............................................................................................... R $ 2 0,00 M étoaos A n a l íticos de Contro l e de Q u a l i dade d e Q u e ijos ....................................... R $ 2 0,00 Métodos Básicos e m M i crobiologia ............ .................................... ................................... R$ 1 5 ,00 M i crobi o l o g i a e M étodos para Exa m e ............................................ :................................. R $ 2 0,00 M o n i to ra m en to da Qualidade ............................................................................................. R $ 2 0, 0 0 O Leite e m s u a s m ão s - Vo l s . 1 , 2 , 3 - c a d a ..................................................................... R$ 2 0,00 P ri n cípi o s d e Marketi n g A p l i cados em Laticínios .......................................................... R $ 1 5 ,00 Reciclagem e m Leite e Derivados (cada módulo) . ........................................................ R $ 1 5 ,00 Reg u l a m entos dos Produtos Lácteos ................................................................................. R$ 1 5 ,00 S o l u ções para Laboratóri os ................................................................................................... R $ 1 0,00 Sorvete . .. .. ............ .................................... .................................................................................... R $ 1 0,00 Téc n i cas p ara Análise d e Físico-Q u ím i ca ......................................................................... R $ 2 0,00 Tec n o l o g i a da Prod ução I n d u strial d e Iogu rte ............................................................... R $ 1 5 ,00 Tec n o l o g i a d e C o n ce ntrados e Controle d e Leite e m Pó ........................................... R $ 1 0,00 Tec n o l o g i a Fabri cação d e Queijos Finos ......................................................................... R $ 2 0,00 I nfo rm ações: Caixa Esco lar do Instituto de laticínios Cândido Tostes INTRODUCTION Milk quality is an important factor that has been included in payment systems throughout the worl d . S i nce raw milk quality determines the quality of dairy products, it becomes very useful in establishing the basis for milk payment. The structure of dairy industry varies from country to country. A common feature to milk marketing arrangements in many countries is the principal form of payment according to milk composition or quality (Vamam and Sutherland, 1 994). A c c o r d i n g to I nternati o n al D a i ry Fe deration ( 1 99 1 ) the importance of an effective payment system in a dynamic and modem dairy industry can never be over e mphasized. The success of the dairy milk in many mlIk producing country will largely depend on the s uccess of a payment system in order to provide the necessary raw material in respect of volume, composition and hygienic quality. In order to establish a payment system based on milk quality the following aspects must be taking into account: improve the hygienic quality in the farms; improve milk composition in relation to the adopted system, considering the nacional social interest and the market situation; stimulate milk production based on racional management ptactice; establish an equal and fair system in order to regulate the activity conditions and finally, encourage dairy production development and planning on solid racional economic basis (Sakai, 1990). In Brazil, dairy sector is starting to worry about quality and productivity due to the increase of consumers' demand and market competition among countries that belong to "MERCOSUL" ( B razil, Argentina, Paraguay and Uruguay). In order to improve the brazilian milk quality, several programs have been proposed in different parts of the country. C o n s i dering n o w a d ay s ' s i tuat i o n , the present study was carried out for describing results A/C Rita ou Maurício Fone: ( 0 3 2 ) 2 2 4-3 1 1 6 / Fax: ( 0 3 2 ) 2 2 4-3 1 1 3 (1) DTlPOA - Veterinary School - UFMG - Postal Code digitalizado por - 567 - Belo Horizonte (MG) - Brazil arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 41 -43, 1997 Pág. 42 of raw milk analysis observed in three Minas Gerais dairy industries that use milk quality payment system. MATERIAL & METHODS A total of 1 75 3 s amples of milk were analysed in January 1 996, in three dairy industries from Minas Gerais state being part of a quality p a y me n t s y s te m . The p arameters used for microbiological and physico-chemical assessment included blue methylene test, sedirnent test and fat content . The methods adopted by these industries followed the recommendations of Métodos . . ( 1 9 8 1 ) . The results were obtained in these dairies and they were submitted to statistical analysis using the dispersion of frequence test, according to Anderson & Mc Lean ( l 974). . RESULTS & DISCUSSION According to the results of sediment and blue methylene tests, it was observed a great range among the different kinds of milk received in the studied industries, and a significative statistical difference (p < 0.00 1 ) in relation to reduction time and microb i o l og ical quality. Milk samples analysed i n Industry A presented higher microbiological quality when compared to the others (Table 1 ). It should be questioned the real microbiological quality .of that milk, considering thatlhese dairies did not performed inhibitors test. This fact could modify the interpretation and suggest the probable occurrence of antibiotics, detergent residues and other substances, which could increase the blue methylene reduction time. Unfortunatelly, tl:tese industries do not use this test as an indicator of milk quality (Table 1 ). The media and standard deviation (s) of fat content ofthe analysed samples were 3.7% (s 1 .2%) for Industry A; 3 . 8 % (s 1 .5%) for Industry B and 3 . 8 % (s .0.9%) for Industry C, respectively . (Table 2). Although fat content results seem similar to milk received in ali industries, it can be noted the highest ranges in milk from dairies A and B comparing to Industry C. By the obtained results, it can be concluded that the milk received in these three industries presents variable quality, being necessary the adoption of others physico-chemical and microbiological tests to achieve an evaluation more criticaI and efficient. The sediment test showed a great number of milk samples from Industry A and C classified as grade I , indicating high quality of raw milk or even the use of filter after milking. This procedure, when made without hygienic conditions and with impropriate material (filters), can decrease the milk q uality and increase the total microorganisms. = Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, 52: 41-43, 1997 Although the importance of this test, it can modify . the real conditions of milk production giving a false idea about the milk quality. After evaluating the blue methylene and the sediment tests adopted by those industries, one can note that the best quality milk was received in Industry C. However, it should be enphasized that these tests are not sufficient to assure real quality, being netessary other tests. CONCLUSION = = By the results obtained, it can be concluded that the milk quality evaluated in three dairy industries varies and the tests used for paying rnilk by quality are not sufficient to assure milk quality. Pág. 43 INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION. A survey of systems in use in IOF member countries. Bulletin of the International Dairy Federation, n.262, 1 99 1 . MÉTODOS analíticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingre diente s . l I . Métodos físicos e químicos. Brasília: LANARA, 1 98 1 . SAKAI, I . Quality and hygiene systems on the farm in Japan. Bulletin of the International Dairy Federátion, v.272 1 99 1 . , Milk and m-ilk products. London: Chapman & Hall, V ARNAM, A.H.; SUTHERLAND, J.P. 1 994. 45 1 p. REFERENCES ANDERSON, V.L . ; MC LEAN, R.A. Design of ex·periments. New York: Marcel Deckker, 1 974. 4 1 8 p. Table 1. Results of blue methylene test performed in milk samples received in three dairies from Minas Gerais state. Industry C Reduction time (min.) Industry A Industry B 30 81 37 148 206 162 270 125 43 71 178 31 44 1 < 30 - 1 20 1 20 - 1 80 > 180 Table 2. Media results of fat content (%) and sediment test (grade*) performed in milk samples received in dairies from Minas Gerais state. Analysis Fat content Sediment test * grade 1 grade 2 grade 3 = = = Industry A Industry B Industry C 3 .7 590 - grade 1 40 - grade 1 192 - grade 2 38 - grade 3 5 1 - grade 2 85 - grade 3 3.8 3.8 low quantity of sediments regular quantity of sediments great quantity of sediments I N STITUTO D E LATi C íN I OS C N D I D;O TOSTES 8 1 4 - grade l 'j4 tradição que desen volve a tecnología '� digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, SZ: 44-48, 1997 Pág. 44 A QUESTÃO DOS PARADIGMAS* Joel Backer É tão fácil dizer não a uma idéia nova ! Afinal, idéias novas causam mudanças. . Elas d e s t ro e m o " s t a t u s q u o " , . e l as c r i a m i ncertezas . É sempre m u i t o mais fácil fazer como sempre fizemos . É mais fácil talvez, mais perigoso, com certeza! Idéias novas são repelidas em diretorias e linhas de montagem no mundo intei ro . Idéias boas são derrubadas por pessoas que supõem que o futuro é uma simples continuação do passado. Que as idéias que nos trOUxeram até onde estamos hoje são as mesmas idéias que irão nos levar até o amanhã. Meu nome é Joel Backer, sou um futurista . Trabalho com corporações e instituições pelo mundo i nteiro aj udando-as a melhorar suas habilidades e a avaliar novas idéias e rever mudanças. Há quase 20 anos venho estudado a mudança, em particular tenho estudado a resistência a mudança que tanto impede uma grande idéia nova de ser aceita. E nurica foi nada diferente. Mesmo se a idéia for um modo melhor de se conduzir uma empresa, ou uma descoberta científica, as pessoas têm sempre resistido à mudanças. Em Veneza, no século XVI, este era o problema de Galileu : ele era defensor da teoria de Copérnico de que era o sol, e não a terra, o centro do sistema solar. Para provar esta teoria aos líderes da época, ele os levou ao topo da Torre de S ã-o M arco, e l á, usando um novo telescópio que desenvolvera, ele lhes mostrou as novas descobertas que havia feito no céu noturno de que a terra girava em torno do sol e não justamente o contrário. Bem, em poucas palavras, essa era uma idéia revolucionária, contradizia as observações obvias. Pensem em algumas das idéias novas que vimos nas últimas duas décadas . De minorias lutando por seus direitos bás icos até estes direitos serem garantidos por lei. De computadores de grande p o rte custando milhões de dól ares a computadores lep-top igualmente poderosos que quase todos podem comprar. De uma atitude de que a qualidade era um luxo p ara todos , a qualidade sendo uma expectativa de todos. Essas mudanças e centenas e similares são muito mais que simples melhorias - elas são revoluções que estão mudando o mundo para sempre. Estão nos fazendo reavaliar os velhos modos de se fazer as coisas. Estão abrindo as portas à possibilidades * que não poderíamos ter visto antes. Estão nos libertando de limitações. Mesmo assim, cada uma destas idéias encontrou bastante resistência ' de pessoas sensatas. Muitos me perguntaram de novo: - O que é que nos impede de aceitar novas idéias? Eu sei a res posta à essa pergunta e quando vocês as souberem estarão mais abertos à inovações, mais capazes de conduzir mudanças. Estarão prontos para descobrir o futuro. Percebem, tudo tem a ver c o m os PARADIGMAS ... Paradigma é uma palavra meio incomum, destas que não se ouve, todo dia. Eu a encontrei há quase 20 anos durante meus estudos sobre descobertas científicas. Era o termo que Thomas usava para descrever um conceito em seu livro: a estrutura das revoluções científicas. Se vocês olharem paradigma no dicionário, verificarão que significa padrão ou modelo. Deixe-me propor outra definição: Paradigma são conjuntos de regras e regulamentos que fazem duas coisas - primeiro estabelecem limites, de certo modo é o mesmo que o padrão faz, nos cantos e nas fronteiras. Segundo, essas regras e regulamentos então vão nos dizer como ter sucesso resolvendo problemas dentro desses limites. Em seu livro, Thomas Coe examinava como os cientistas mudavam seus paradigmas em física, química ou biologia. E o que acontecia quando o faziam. O que ele descobriu pode explicar porque tantas vezes deixamos de prever grandes e significativas descobertas. Suas conclusões podem ajudar a você e a mim a lidar com a mudança com mais eficácia. Bem, e o que ele descobriu? Coe descobriu que os paradigmas agem como filtros que retêm dados que vêm às mentes dos cientistas. Dados que concordem com os paradigmas dos cientistas têm acesso fácil ao reconhecimento. De fato, os cientistas vêm este tipo de dados incrivelmente bem, com muita clareza e compreensão. E isso é bom. Mas Coe descobriu também um efeito negativo e espantoso ! Com alguns dos dados os cientistas tinham uma tremenda dificuldade porque estes dados não combinavam com as expectativas criadas por seus paradigmas. E, de fato, quanto mais esperados fossem os dados mais dificuldades os cientistas tinham em percebê-lo. Em alguns casos, s i mplesmente, ignorav am os dados inesperados e as vezes, distorciam estes dados até Tradução de Luiza Carvalhaes Albuquerque do vídeo original de Joel Backer: Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, n° 299, SZ: 44-48, 1997 que se aj ustassem ao paradigma em lugar de reconhecer que eram exceções às regras. E, em casos extremos, Coe descobriu que os cientistas literalmente, fisionomicamente eram incapazes de perceber . os d ados inesperados para qualquer propósito prático aqueles dados eram invisíveis. C olocados em termos genéri c o s , o s paradigmas filtram a experiência q u e c hega. Estamos vendo o mundo através de n o s s os paradigmas o tempo todo. Constantemente, selecionamos do mundo aqueles dados que se ajustam melhor às nossas regras e regulamentos, e tentamos ignorar o resto, Como resultado, o que pode ser perfeitamente óbvio para uma pessoa como um paradigma, pode ser totalmente imperceptível para alguém com um paradigma diferente. Eu chamo esse fenômeno de EFEITO PARADIGMA. E eu já vi muitas vezes que, o mesmo que se escreve para cientistas se aplica a qualquer um que tenha sólidas regras e regulamentos em sua vida. E quem não os tem? . . Trabalhando com empresas d e todo o mundo já vi este efeito paradigma cegar empresários para novas oportunidades, fazer vendedores não verem novos mercados, obstruir estratégias eficazes à gerência. E isso é capaz de cegar todo e qualquer um de nós à soluções criativas para problemas d i fíce i s . S ej a no exército ou no movimento ecológico, a Associação Médica Brasileira ou a Liga das Mulheres Cristãs, seja Citybank ou a IBM, o jeito como o treinador chuta a bola ou como a mamãe l i m p a a cozinha. . . lidamos c o m paradigmas todo o tempo. E eu acredito que são nossas regras e regulamentos que nos impedem de acertar ao prevermos o futuro porque nós tentamos descobrir o futuro procurando por ele com nossos velhos paradigmas. Assim, nos anos 60, olhamos para frente e concluimos: gasolina sempre barata, quatro filhos é o número ideal, televisão a cabo nunca vai pegar, os produtos japoneses nunca vão prestar. Vejam só como erramo s ! Erramos porque nossos paradigmas conseguiram nos impedir de ver o que realmente estava acontecendo. Vocês podem achar isso uma s i tuaç ão i ntere s s ante . . . Eu quero lhes dar exemplos concretos que demonstram como os paradigmas influenciam o modo como você e eu vemos o mundo. Vamos levar isto para a vida real... Milhões de americanos, ultimamente, adotaram paradigmas de se manterem em forma. Eles têm novas regras e novos regulamentos sobre os exercícios. Mas, quantos deles, quantos de vocês estariam dispostos a entrar numa corrida de 1 1 2 Km? É, eu disse corrida! Na cultura ocidental, a palavra 1 1 2 Km de corrida não combina. 1 12 Km de dirigir, sim, mas de corrida, não No norte do Pág. 45 México, corridas de 1 1 2 Km são comuns entre certas tribos de índios. Eles fazem isto co.:oo parte de um festival religioso. Mas, porque é tão fácil para eles e impossível para nós? Porque é um dos paradigmas destes índios eles correm por toda a parte por farra. Vocês poderiam acreditar que a grande Corrida de São Silvestre é brincadeira para estes índios? Poderiam dizer que é um tipo de diferença genética, mas estou pronto para apostar que se um de vocês ti,vesse crescido numa das aldeias deles, correriam exatamente como eles porque teriam aprendido o paradigma deles de corrida. Agora, eu vou c o m vocês até o Centro Técnico Vocacional em Minessouta para mostrar outro paradigma: �ste aqui se trata de automóveis. Em 1 976, um grupo de alunos resolveu fazer um carro de alta eficiência. Eu vou lhes dar os dados do carro: a) pesava uma tonelada b) faz i a de O a 1 00 em menos de 1 0 segundos ' c) fazia 32 Km por litro com um motor de 1 6 HP. B e m , qualquer u m que entenda de automóveis, sabe que isto é impossível. Não se pode fazer um carro tão pesado dar esta velocidade com um motor de só 16 HP. No entanto, foi isso que esses alunos fizeram! Como? Usando um paradigma diferente. Percebem, estes estudantes não estavam n u ma classe de mecâriica automotiva . . . eles estavam numa classe de hidráulica óleo-dinâmica avançada. Eles sabiam que · usando seu paradigma poderiam capturar e reutilizar a energia que os carros comuns jogam fora. Vou mostrar como. É, realmente, um projeto muito simples! Quando se freia este carro ele não usa os freios normais que só criam calor e atrito. Em vez disto, as rodas traseiras giram uma bomba hidráulica que bombeia fluido hidráulico para um acumulador que fica sob pressão. Para criar esta pressão há uma resistência a qual freia o carro. Quando este carro está num sinal fechado, este motor não fica em marcha lenta. Em vez disto, ele gira a 80% do curso do acelérador. E assim, aciona uma bomba hidráulica que põe mais fluido e pressão no acumulador hidráulico. Resultad o : quando este carro c o meça a acelerar depois do sinal ter aberto, a aceleração não vem do pequeno motor, mas de toda a energia que foi armazenada no acumulador. Eu posso acelerar mesmo sem ter ligado o motor. Então, o pequeno motor a gasolina só mantém a velocidade do carro e consegue, com isso, fazer mais de 32 Km por litro. Muito habilidoso! E a pergunta do paradigma é essa: Se os alunos que inventaram este carro digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 46 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52,: 44-48, 1997 estivessem num curso de mecânica automotiva, teriam conseguido? Acho que a resposta é não, porque o paradigma da mecânica automotiva não prevê armazenagem de energia perdida. Não quero dizer que este carro é perfeito, tem um monte de problemas. Mas ele demonstra a força que um paradigma pode ter. O que pode ser impossível com um paradigma pode ser fácil de fazer com outro paradigma! Quero mostrar outra mudança de paradigma na tecnologia. No final da década de 30, um inventor tentava interessar corporações em sua nova idéia. Passou por uma rejeição após outra, porque ninguém levava a sério sua invenção. Ele a levou ao departamento de pesquisa de u ma grande empresa fotográfica e tinha certeza de que eles se interessariam porque sua invenção era um nov o t i p o de fotografi a . Levo u o kit p ara demonstrar o processo. Enquanto pesquisadores experientes assistiam, ele começou sensibilizando uma placa de metal com um revestimento especial. Então, pegou uma transparência e colocou a placa de metal sobre ela. E expôs ambas à uma luz muito forte. Depois, derramou um pó preto fino sobre a placa ejogou fora o excesso. O que restou na placa era u ma vaga lembrança do que estava na transparência. Ele havia, de fato, criado uma espécie de fotografia daquela imagem. B om , n ó s não sabem o s o que os pesquisadores falaram disto tudo. Talvez achassem engraçado e riram. Eles poderiam ter dito que era muito complicado e primitivo, ou podem ter ficado chateados com todo aquele pó preto em cima de suas mesas. Mas sabemos de uma coisa ao certo: ninguém se interessou pôr aquela invenção boba e mostraram ao inventor a saída. Mas o inventor foi quem riu pôr último. Sua descoberta acabou se tornando uma das inovações mais rentáveis da história da indústria. O que ele inventou foi a fotografia eletrostática, a xerografia. Imaginem qualquer escritório hoje sem uma copiadora ... Mas aquele pesquisador fotográfico ficou cego ao potencial dessa nova invenção, pois ela não se encaixava em suas regras e regulamentos de como a fotografia deve ser. Ele foi incapaz de ver além de seu paradigma. COmo resultado, sua empresa perdeu uma das maiores oportunKládes de negócio do século. Vou, agora, mostrar à vocês três palavras e vou pedir para voltarem ao começo dos anos 60 e se perguntarem que tipo de comentário, que tipo de adjetivo eu teria sobre estas três palavras no início dos anos 60. As três palavras são: MADE IN JAPAN. Bom, em 1 960, quais são as palavras que viriam à mente quando vocês vissem esses produtos? . lixo, b a rato, má q u alidade, c ópias, primitivos. . . Agora, vamos perguntar hoje! Que tipo de comentários vêm à mente quando vocês encontram essas três palavras: MADE IN JAPAN? . excelelUe qualidade, tecnologia, preço a lto, lide rança, ba la n ç a de pagamentos, inovação. . . Me parece ser o bastante ! O mais interessante d i s s o tudo, é que perceberam os contrastes? O que os japoneses faziam nos anos 60 mudóu completamente até os anos 90. O ponto básico aqui é esse: o que isso representa, eu acho que é uma mudança de paradigmas. O que eles fizeram realmente começou nos anos 50, qua�do americanos foram ao Japão. Eles adotaram u ma nova série de regras e regulamentos que nós chamamos de produção com defeito zero. Agora chamam isso de administração japonesa ou gerência participativa. O que eles fizeram foi envolver as pessoas com a perfeição das coisas. Vejam, acho que os japoneses criaram a epidemia de qualidade no mundo todo ! É uma doença que, se você n ão pegar, talvez não sobreviva ... As pessoas me dizem: paradigmas ! É uma boa idéia! Mas, quem é que se importa? Vou falar sobre isso. Há uma verdade profunda e crucial escondida atrás de, todos os exemplos de paradigmas que mostrei. Eu a chamo de regra de volta zero, e se não se lembrarem de mais nada, lembrem-se disso: quando um paradigma muda, todo mundo volta a zero. E não importa o tamanho de sua fatia do mercado ou como é a sua reputação, ou como você é bom com o velho paradigma. Com o novo, você volta para o zero. Seu sucesso passado ' não garante nada. Bem, podem achar que estou exagerando . . . Então v o u ilustrar: que nação dominava o mundo da relógios em 1 968? É claro, a Suíça! Renomada por mais de 1 00 anos de sua experiência em relógios. Em 1 968, eles detiam 65% do mercado mundial, e segundo estimativas confiáveis, mais de 80% dos lucros. Isso é dominar o mercado! Mas, 10 anos depois a fatia de mercado havia mergulhado abaixo de 1 0% e nos três anos seguintes tiveram que demitir 50.000 dos seus 65 .000 reloj oeiros. Hoje, que nação domina a relojoaria no mundo? - JAPÃO ! Em 1 968 eles não tinham virtualmente nenhum mercado. Como puderam os suíços que dominaram a indústria de relógios durante o século XX inteiro, que eram famosos pela sua excelência e inovação de seus produtos, ser tão rapidamente derrotados? A resposta é dolorosamente simples: eles voltaram a zero com a mudança de paradigma. Muitos estão usando este novo paradigma em seus pulsos agora. O relógio movido a quartzo. Pensem bem, totalmente eletrônico, mil vezes mais preciso Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 44-48, 1997 que o relógio mecânico que o substituiu. Movido a bateria, incrivelmente versátil. Ele merece ser o novo paradigma de marcação do tempo. Uma idéia tão brilhante e gostariam de saber quem inventou este relógio tão maravilhoso? Alguns de vocês sabem a resposta, mas os que não sabem vão ter uma surpresa ! O relógio a quartzo foi i n v entado p e l o s p rópri os s u í ç o s , em seus l ab o rató r i o s de pesqui s a . Mas q uan do os p e s q u i s adores apresentaram e s ta idéia aos fabricantes de relógios suíços, em 1 967, ela foi rejeitada ! Afinal, ele não tinha nenhuma en grenagem, não tinha mola mestra. . . Nunca poderia ser o futuro dos relógios. Tanta confiança os fabricantes tin ham nessa conclusão, ' que nem patentearam a idéia. A s s i m , m a i s tarde, naquele a n o , o s pesquisadores mostraram o relógio a o mundo, no Congresso Anual de Relojoaria, Até que na ' América e aceito no Japão, foram lá, deram uma ol hada, e o resto é história. Bem, e porque os suíços não perceberam na fantástica invenção que sua própria gente havia criado? É a força d o s p ar a d i g m a s de n o v o . E l e s fi c aram o fu s c ado s com o s u ce s s o de s e u v e l h o paradigma e de todos os s e u s investimentos nele, e quando confrontados com um mundo total mente novo e diferente de continuar seu sucesso futuro adentro,eles o rejeitaram. Porque eles não se aj ustavam às regras em que eles eram tão bons. Mas não se esqueçam que essa história não é só sobre suíços. É uma história sobre qualquer um, qualquer organização, qualquer nação que suponha que o que teve sucesso no passado, terá que continuar para ter sucesso no futuro. Deixe me lembra-los novamente: quando um paradigma muda, todo mundo volta a zero. Seu passado não garante nada no futuro se as regras mudarem. Nem mesmo os melhores relojoeiros do mundo podem parar o tempo. De fato,se não tomar cuidado, seu passado glorioso bloqueará sua visão do futuro. E é por isso que é preciso desenvolver uma abertura para novas idéias, uma disposição para explorar modos diferentes de fazer coisas. Porque, somente com este tipo de tolerância, você pode manter abertas as suas portas para o futuro. Eu poderia lhes dar mais e mais exemplos ! Tenho cerca de 350 nos meus arquivos. O que i mporta aqu i é que "parad igmas afetam dramaticamente nosso discernimento" e nossa tomada de decisões, i n fl uenciando n ossas percepções. E ficou claro para mim que se quisermos tomar boas decisões para o futuro, prever o futuro acertadamente, precisamos ser capazes de Pág. 47 identificar nossos paradigmas atuais e estarmos prontos para ir além deles. Vejam, o paradigma é uma faca de dois gumes. Quando você usa de um jeito, ele corta as informações que concordam com ele em detalhes muito finos e precisos. Mas, quando usa do outro jeito, ele isola você dos dados que contraria o paradigma. Você vê melhor o que se supõe que veja. Exatamente como os suíços, e você vê mal ou nem percebe que os dados não se encaixam no paradigma. Deixe-me compartilhar com vocês algumas observações básicas sobre os paradigmas: J. Paradigmas são comuns. Nós os temos em 'q uase todos os a sp e c tos da v i da, seja profissional ou pessoal, espiritual ou social. 2. Pàradigmas são úteis. Vocês 'podem achar que eu não gosto de paradigmas por tudo ó ' q u e eu disse deles, mas não é 'o caso. D e fato, eles nos mostram o que é importante e o que não é, eles nos ajudam a achar probtemas importantes e então continuam para nos dar regras sobre como resolver estes p roblemas. Concen tram nossa atenção e isso é bom. Mas, e este é' o ponto número 3, e é um : aviso: às vezes, o seu paradigma pode se tornar o "paradigma ", o único modo de faze r uma 'coisa e quando você se depara com uma idéia alternati.va você a rejeita de imediato. Isto pode' levar à uma disfunção, e chamo esta disfunção de PARALISIA DE PARADIGMA . Paralisia de paradigma é uma doença fatal, com certeza, e é fácil de contrair e há muitas instituições que já foram destruídas por e la . É exa t a m e n te o q u e a c o n t e c e u · c o m os fabricantes de relógios em J 968. Isso me lembra uma frase : "Aqueles que dizem que não dá para fazer, devem sair do caminho daqueles que estão fazendo." • 4. As pessoas que criam novos paradigmas costumam ser gente de fora. Elas não fazem parte do paradigma estabelecido, mas elas podem ser jovens ou idosas, a idade parece ser irrelevante. Fica claro que elas não tem nada a perder se criarem um n o v o pa radigma e isso tem um significado especial para você porque se quiserem e n c o n trar os n o v o s p a r a digmas em desen volvimento em sua área, terão que olhar além, do centro para as bordas. Porque, quase sempre, as novas regras são escritas nos limites. Foi onde a XEROX começou. Foi onde a APPLE COMPUTER começou. Foi o nde o Movim e n to Fe minis ta começou. Todos eles nos limites. 5. Os praticantes do velho paradigma que resolverem mudar para o novo paradigma e suas etapas iniciais, e eu os chamo de pioneiros do paradigma, terão que ser muito corajosos, porque sabem que as p ro vas ofe re cidas p e los novos digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 48 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Jun, n° 299, 52: 44-48, 1997 paradigmas ainda não demonstraram que é isso que devem fazer. Agora, deixem-me citar Thomas Coe, pois foi ele quem descreveu melhor esta situação. A pessoa que abraça o novo paradigma logo no iníéio, muitas vezes precisa fazê-lo desafiando as provas oferecidas pela solução dos problemas. Ele precisa, portanto, ter fé que o novo paradigma terá sucesso apesar dos muitos problemas que enfrenta, sabendo apenas que o -paradigma anterior falhou um pouco. Uma decisão deste tipo só pode ser tomada com fé. Os s inai s d o verdad e i ro pio neiro d o paradigma são a grande coragem e confiança em suas idéias. Agora, o último ponto e mais -importante, v o cê pode decidi r mudar _ s ua s r.egras e regulame n t o s . Os seres h umanos não s ã o geneticamente programados c o m essa forma de ver o mund o . Você pode res olver jogar fora 11m paradigma e adotar um novol'aradigma. Você pode decidir ver o mundo diferente: E é por isso que eu sou tão otimista em relação ao futuro. B o m , p ara desa fiá-los a ml1dar seus paradigmas, vou lhes fazer a pergunta da mudança de paradigmas. Sempre que estou em alguma o rganiz ação ou e mp resa, s empre faço e s ta pergunta: O que hoje é- impossível fazer na sua empresa, mas se pudesse ser feito, mudaria radicalmente o que fazem'! Pensem bem nisso, a fundo. Façam a pergunta, brinquem com ela, mas façam regularmente, em toda parte de s u a organização, porque a s respostas à esta pergunta o s levarão aos limites de seus paradigmas, e quando estiverem lá vocês terão meios de ver os próximos paradigmas chegando, Lembrem-se: o que é impossível hoje pode ser o padrão amanhã! E o seu desafio é fazer com que i s s o aconte ç a e es tar pronto p ara ser o pioneiro. Há uma estória que eu quero lhes contar: Era uma vez um jovem rapaz, com um carro muito rápido, que adorava dirigir em estradas de terra. Ele se achava um grande motorista, ele era capaz de tudo. Um dia, ele estava indo por sua estrada predileta, chegando em sua curva favorita, quando saiu da curva um carro derrapando, fora de controle e logo quando iam se cruzar o carro entrou na contramão. Quandó o carro passou a mulher gritou "porco !". B om, ele respondeu imediatamente e gritou "vaca!". Ele pensou ... como ela ousou me xingar, eu estava na mão certa, ela é que estava na contramão ! Mas ele se sentiu bem p o rque devolvera antes dela ir embora. Ele pisou fundo no acelerador, fez a curva com tudo e atropelou um porco ! B o m esta é uma estória de paradigma. Percebem, o rapaz estava reagindo com as regras antigas, você me xinga e eu o xingo de volta. Se pensarem bem, ela estava mesmo tentando avisá lo de que havia um porco no caminho. Acredito que nos próximos dez anos vai estar cheio de gente vi-ndo de curvas cegas gritando coisas à vocês. E se tiverem flexibilidade de paradigmas, o que o uvirão serã o o portunidade s . Mas se tiverem paralisia de paradigmas, o que irão ouvir se parecerão mais com ameaças. A escolha será toda de vocês ! Estivemos falando da antecipação do futuro, e isto coloca um pouco de medo -no coração das pessoas. Muitas vezes, as pessoas ficam assustadas com o futuro. Elas olham adiante e dizem: como vamos enfrentar toda esta mudança'! A resposta à esta perg u nt a po.de se-r encontrada olhando-se para nossos tataravós .. Em muitos casos eles lidaram com mudanças, no mínimo tão :profundas quanto as que estamos atravessando agora. Devemos considerar que em 1 890 o rádio ainda era-considerado mágica, quero dizer, vozes audíveis viajando pelo ár, sem fios. O rádio só foi demonstrado em 1901. Entre 1 890 e 1 9 10, Henry -Ford fez seu primeiro automóvel, 11 câmera de cinema foi i-nventada, Santos :Dumont c ontrario u os especialistas e criou -o novo paradigma do vôo mais pesado que o ar, o raio-x foi inventado, a luz elétrica apenas começara a substituir o lampião a querosene e a iluminação .à gás, o elétron foi descoberto, a causa da malária foi identificada e a era atômica começou . .Os p arad igmas de no s s o s avós .foram alterados para sempre neste período, e sabem de uma coisa'! A despeito de todas as mudanças. eles se saíram muito bem ! Senão não estaríamos aqui! Logo, embora às vezes -o futuro pareça grande demais, muito assustador, muito forte para se l i d ar, não é. N ó s , como s e res humanos, demonstramos repetidamente a capacidade de criar e lidar com mudanças de paradigmas. Percebem, sempre ha\'erá uma outra solução para o problema. Sempre haverá uma outra porta para atravessar e chegar ao futuro. E exatamente como foi para nossos avós, tenho certeza que, do outro lado desta porta, há mais do que oportunidades suficientes para manter - aqueles de nós que quiserem ser flexíveis, felizes e ocup�dos para a vida toda. desinfetante laticínios do produtor moderno ão irritante; radável; ' / . \ corrosIvo; ão volátil. ' /, , \ Química Natural Brasileira Ltda. Rua Sete Lagos, 20 • CEP 1 2238-51 0 São José dos Campos • S P • Brasil Tel. (012) 331 -4455 • Fax (012) 331 -2007 http://www.tecsat.com. br/quinabra e-mail: [email protected] digitalizado por Ouinabra: arvoredoleite.org Pág. 50 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlJun, na 299, S2.: 50-50, 1997 REVISTA DO INSTITUTO DE LATiCíNIOS CÂNDIDO TOSTES O. L. Vargas (i) A revista do Instituto de Laticínios. CÍindido Tostes (REVILcr) publicada em Juiz de Fora, apresenta-se no tamanho de 230mm por 1 60mm e, como um órgão do Centro de Pesquisa e Ensino do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, destina�se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de informações relevantes p,ara o setor de leite e lácteos derivados. A critério de um Corpo Editorial, constituído por membros especialfstas internos e externos à EPAMIG, a revista poderá veicular artigos de revisào bibliográfica exaustiva, pertinente aum tema específico, ou mesmo notícias de interesse geral, (ii) Aos autores p oderá ser solicitada a provi são institucional de recursos financeiros para publicação de trabalhos originais e/ou impressão de separatas, de acordo com a disponibilidade financeira no período em questão. Neste caso, a Revista poderá orientar os professores e pesquisadores na busca institucional de apoio financeiro, como por exemplo, para pagamento de fotolitos a cores . (iH) Os artigos devem ser redigidos em português, inglês ou espanhol. Os autores devem apresentar redações sempre incluindo títulos e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo com a última publicação revista da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NB - 66 revisada ou posterior). Dar-se-á preferência à forma sem destaque, onde o nome dos autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas, isto é, dentro da norma culta do português .. (iv) Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados datilografados em papel branco, tamanho A4, 2 1 0mm x 297mm de 75 g m2, reservando-se as seguintes margens: 1- margem esquerda de 40mm, 2 - margem direita de 25mm, 3 - margem superior .de 25mm, 4 margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). O Corpo Editorial poderá fazer alterações de pequeno porte nos originais. As alterações de grande porte serão sugeridas aos autores juntamente com a devolução do texto a ser reajustado. As correções e os acréscimos encaminhados pelos autores, após protocolo de entrada dos originais poderão ser recusados a critério do Corpo Editorial. (v) Todos os pretendentes ao espaço da Revista,' dentro do subtítulo "Ciência e Técnica ou Engenharia", deverão apresentar um resumo em português no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem da bibliografia. (vi) A bibliografia deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva (1980); Silva 1 980; , (Silva 1 980); (loc. cit., Silva, 1 980); ou (Silva, 1980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Periodicals". Textos que resultam de ensaios devem conter: título, credenciais dos autores, resumo, introdução, material e método, resu ltados e discussão, conclusão, ,agradecimentos, summary e bibliografia. (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e branco e e,1n tintas de desenho ( Rotri ngs ou equivalentes) de cores variadas para reproduções em cores. As i1ústrações deverão ser planejadas em função das seguintes reduções opcionais: I ) 1 ,5X; 2) 2,OX; 3) 2,5X; 4) 3,OX ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de I ) 1 20mm por 90mm; 2) 60mm por 45mm; 3} 1 70mm por 1 27,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como l) 1 20mm; 2 ) 6Orrtm; 3) 170mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo com as exigências de um tratamento estatístico formal. As ilustrações e as tabelas devem vir separadamente em relàção ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamento e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas, as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangulares para espaços impressos preferenciais indicados acima (lado menor dividido pelo lado maior igual a aproximadamente 0,7). O cálculo para previsão da redução das ilustrações deve ser feito de acordo com a orientação de Papavero & Martins (1 983: I 09). As ilustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter indicações da sua localização definitiva em relação à paginação do trabalho, devendo c o n s t ar uma chamada no texto . Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de economia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aproveitamento de espaço, a magnitude da redução poderá ser ajustada. O Corpo Editorial outorga-se o direito de proceder às alterações na montagem dos clichês e das pranchas ou de solicitá las ao autores. As legendas é os títulos das ilustrações deverão ser datilografados à parte do texto e das pranchas. As i lu strações enviadas pelo correio deverão ser protegidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira, de formaa deixá-Ias sempre planas, nunca dobradas. A CE não pode responsabilizar-se pelas perdas e danos com serviços de postagem. (viii) Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores, etc) deverão ser u s adas pal avras escritas s ó com maiúsculas. No corpo do texto serão grifados apenas nomes genéricos e específicos e palavras estrangeiras eventualmente usadas nas referências bibliográficas; grifar apenas os nomes de livros e periódicos e seus respectivos volumes. (ix) Estas normas se aplicam' à produção de testos por meio dos múltiplos instrumentos da informática e os artigos podem ser apresentados empregando-se qualquer recurso de gravação reprodutível e visualizável. As credencicais dos autores e as notas de rodapés podem ser organi zadas dentro dos critérios "Winword 6.0" (ou versão posterior). (x) Todos os artigos publicados poderão ser impressos em tiragem de I O separatas. As separatas acima desse número serão cobradas dos autores a preço de custo. Os autores não receberão provas para exame e correção, os originais serão considerados definitivos. digitalizado por arvoredoleite.org