CERIMÓNIA DE TOMADA DE POSSE DOS TITULARES DOS CARGOS ESTATUTÁRIOS DA ACADEMIA DE MARINHA PARA O TRIÉNIO 2013-2015 Palavras proferidas pelo Presidente da Academia de Marinha, Almirante Nuno Vieira Matias, em 10 de Janeiro Exmo. Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada; Senhores Membros do Conselho Académico; Senhores Almirantes; Senhor Presidente da Academia de Engenharia; Senhor Presidente da Comissão Portuguesa de História Militar; Senhora representante da Presidente da Academia Portuguesa da História; Senhor Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes; Senhores Membros da Academia de Marinha e distintos Convidados; Minhas Senhoras e Meus Senhores, É meu dever de gratidão dar as boas vindas à Academia de Marinha ao Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e agradecer-lhe a disponibilidade para presidir a esta cerimónia de tomada de posse do Presidente e dos detentores dos demais cargos estatutários, conferindo, assim, especial relevância e dignidade a este acto de alcance trienal. Muito honrado estou, igualmente, pela presença dos senhores presidentes das academias, num gesto de nobre amizade para com a Academia de Marinha, e também, se me é permitida a interpretação, de consonância no propósito de valorizar tudo o que diga respeito ao Mar Português. Grato fico também pela vinda até à Academia, em horário não usual, das senhoras e dos senhores Académicos que quiseram, com a sua presença, conferir identidade ao voto anónimo e dar-lhe ainda mais força. Dou ainda as boas-vindas às Senhoras e Senhores convidados e transmito-lhes a mensagem de que serão sempre recebidos com gosto em qualquer das nossas sessões culturais ou em quaisquer outras actividades. Cumprida gostosamente esta formalidade protocolar, constitui minha obrigação reiterar, publicamente, o meu compromisso de cumprir com todo 1 NUNO VIEIRA MATIAS o empenho, a honrosa missão que acabo de assumir e que, como aqui disse há três anos, é mais uma forma de servir o País, a Marinha e o mar que com ambos se identifica e funde. Para um velho marinheiro, trata-se de um privilégio poder exercer tais funções e, por isso, testemunho a minha gratidão á Assembleia dos Académicos por ter elegido, sem qualquer voto contra, a lista proposta para os Cargos Estatutários. Bem hajam todos, incluindo o único que se absteve. Contudo, a mensagem mais significativa que gostaria de transmitir aqui hoje, aproveitando até a solenidade da sessão para lhe dar especial realce, tem uma expressão dupla e dirige-se à Senhora e aos Senhores Membros do Conselho Académico. Na verdade, devo testemunhar-lhes os meus profundos agradecimentos pelo elevado sentido de serviço que demonstraram ao aceitarem integrar a lista agora eleita e, assim, servirem a Academia durante mais um mandato. Trata-se de um reconhecimento que, na verdade, tem ainda uma outra componente que me compete traduzir na forma de público louvor à Senhora Professora Raquel Soeiro de Brito e ao Senhor Professor Contente Domingues, Presidentes das Classes de Artes, Letras e Ciências e de História Marítima, respectivamente, ao Senhor Secretário-Geral, Comandante Beça Gil, e aos Senhores Secretários das Classes, Comandante Malhão Pereira e Dr. João Abel da Fonseca. Trata-se de um elogio da maior justiça pela forma competente, dedicada e materialmente desinteressada como serviram a Academia, atribuindo-lhe muito do seu tempo, dos seus conhecimentos e, acima de tudo, da sua exemplar entrega aos objectivos e actividades desta Casa. Foi, e estou seguro de que continuará a ser, uma dádiva exemplar de cidadania em que o único interesse se situa no prazer altruísta da nobre causa do serviço ao País. Por isso aqui lhes endereço o meu sentido e grato louvor. Felizmente que a guarnição da Academia de Marinha conta, para além destes elementos, também com um dedicado conjunto de académicos, para além do competente apoio de serviços, com os quais tem sido possível continuar a desenvolver uma intensa e metódica actividade, quer de sessões culturais, por regra em cada terça-feira útil, quer de exposições, simpósios, seminários, conferências no exterior, etc. Exemplifico que a Exposição de arte O Mar e Motivos Marítimos, organizada pela Classe de Artes Letras e Ciências, durante o período do passado Verão, onde estiveram expostas obras de pintura, escultura e modelismo de quase uma centena de artistas, constituiu um assinalável êxito. Também a publicação de textos tem estado a recuperar de atrasos significativos, como o demonstram a publicação no ano pretérito dos volumes de memórias correspondentes a três anos, bem como a ultimação de um quarto a sair dentro de dias, e temos também já 2 CERIMÓNIA DE TOMADA DE POSSE DOS TITULARES DOS CARGOS ESTATUTÁRIOS… previsto o lançamento dos sétimo e oitavo livros da História da Marinha, no próximo mês. Trata-se de uma actividade intensa a que iremos dar continuidade com a força que a experiência incrementa e, nessa linha, está já planeado para o corrente ano aumentar o número de ciclos temáticos de conferências, dar grande expressão ao XIII Simpósio de História Marítima sobre o tema Nos Mares da China – a propósito da chegada de Jorge Álvares, em 1513, bem como promover a publicação de textos relativos às últimas actividades operacionais da Marinha em África e na Índia. Sobre estas operações, encontra-se em tradução, para ser editada com direitos exclusivos em língua portuguesa da Academia de Marinha, a versão do livro do Prof. John Cann, Brown Waters of Africa, actualizada com a nossa colaboração. Também está a ser ultimada a colecção de textos das conferências proferidas no IESM, no seminário intitulado A Marinha em África (19551975). Especificidades, assim como se encontra em fase final de preparação o conjunto de textos sobre os últimos combates navais na Índia Portuguesa. Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, Senhoras e Senhores Académicos, Ilustres Convidados, A missão da Academia de Marinha tem por tarefas o estudo e a divulgação da história marítima, das artes, das letras e das ciências do mar e de tudo o que diga respeito ao mar, como se pode ler no seu estatuto. O propósito destas tarefas não se encontra nos documentos formais, mas é, certamente, o de contribuir para que o Mar Português constitua, no presente e no futuro, elemento determinante do interesse nacional, assim como o foi quando bem utilizado, em tempos idos. Para isso, temos de desenvolver o enorme potencial que o mar contém, em valores morais, científicos e económicos e é imperativo que o saibamos proteger, no domínio da segurança, contra velhas e novas ameaças, mas também, em âmbito político e diplomático, contra antigas e novas cobiças. E estas são até frequentemente mais danosas do que aquelas, porque usam de subtileza e exploram falhas de conhecimento e até, às vezes, de determinação. Penso que a objectividade das tarefas que nos são cometidas não nos vai deixar esquecer o enorme alcance do propósito da Academia e que iremos fazer tudo o que estiver nas nossas capacidades para servir o interesse nacional. Para isso, peço o contributo de todos os Senhores Académicos, mas também o de todos os amigos que sentem o portuguesíssimo orgulho de termos um mar quase tão vasto quanto a Língua Lusa. É esse mar que aqui continuaremos a esforçarmo-nos por conhecer melhor e melhor divulgar. 3 NUNO VIEIRA MATIAS Aqui, todo e qualquer dia das nossas sessões têm de continuar a ser não apenas Dia do Mar, mas Dia do Mar Português. É esse o nosso propósito. 4