PARACOCCIDIOIDOMICOSE
BLASTOMICOSE SUL AMERICANA
Doença infecciosa de evolução aguda ou crônica causada
pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis.
- Enfermidade multissistêmica
- Complexa interação agente-hospedeiro
- Dificuldades terapêuticas
- Recidivas freqüentes
MORFOLOGIA
Dimorfismo térmico:
Forma Miceliana (M) – temp. amb. (25 ºC)
Forma leveduriforme (L) no tecido e in vitro (37 ºC)
células-mães de 6 a 30 m de diâmetro, com célulasfilhas de 2 a 10 m de diâmetro conectadas
RESERVÁRIA (nicho ecológico): ainda não
caracterizada
Recentemente foi isolado de tatus (Dasypus novemcinctus)
O fungo é saprófita na natureza
TRANSMISSÃO
Inalação do fungo
( penetração se dá principalmente por via pulmonar ou
digestiva, sendo raro observar-se pele ou mucosa
retal como porta de entrada)
Tempo de latência grande (até 60 anos)
Fungo inalado:
- destruído no parênquima pulmonar ou
- multiplica-se produzindo foco primário
Disseminação hematogênica (focos metastáticos em
diferentes órgãos ou sistemas)
Podem ocorrer:
- infecção sem doença
- doença localizada
- doença generalizada (mais comum) - imunidade celular
deprimida, aferida pela negatividade dos testes
intradérmicos à paracoccidioidina
FORMAS CLÍNICAS (conforme o órgão afetado)
Lesões mucosas: ulcerações de fundo granuloso e pontilhado
hemorrágico (estomatite moriforme)
Sialorréia: muito freqüente
Paracoccidioidomicose:
ulceração com pontilhado
hemorrágico na gengiva
Pode ainda manifestar-se por lesões infiltrativas, vegetantes e/ou
ulcerativas
Lesões cutâneas: ocorrem, em geral, por
disseminação hematogênica
-lesões papulosas, papulotuberosas, vegetantes,
ulcerações, entre outras
Paracoccidioidomicose:
vegetações discretas no nariz
Lábio trombiforme
Paracoccidioidomicose: lesão
vegetante exuberante no lábio
inferior
As adenopatias são comuns, podendo ser regionais ou
generalizadas, com amolecimento e fistulização
Paracoccidioidomicose:
fistulização no pescoço e lesões
na face
Lesões, geralmente bilaterais e na metade inferior
dos pulmões, ocorrem em 80 a 90% dos casos,
caracterizando-se por alterações macro ou
micronodulares, infiltrativas ou cavitárias (Figura 5).
Paracoccidioidomicose:
RX de tórax - lesões
infiltrativas bilaterais
É importante investigar a tuberculose concomitante,
(doença associada em 12% dos pacientes)
Outros órgãos afetados (em especial nos casos mais
graves):
- trato gastrointestinal
- fígado
- baço
- supra-renais
DIAGNÓSTICO
Exame direto do material da lesão ou do escarro:
- formas arredondadas, com membrana de duplo
contorno, reproduzindo-se por gemulação única ou
múltipla, que dá o aspecto de roda de leme
Cultivo em meio de Sabouraud e ágar-sangue
Ao exame histopatológico: observa-se granuloma e o
fungo pode ser detectado por meio de métodos de
impregnação pela prata (Grocott) ou pelo PAS.
IDR- reação intradérmica à paracoccidioidina, que
também é positiva na infecção inaparente (como
método auxiliar)
TRATAMENTO
sulfonamidas, cetoconazol, itraconazol e fluconazol,
(via oral)
Anfotericina B (uso endovenoso)
Controle de cura é importante
EPIDEMIOLOGIA
DG: -Doença restrita ao continente americano
-Ocorre em toda a América do Sul e Central, à exceção
do Chile, onde até hoje nenhum caso foi descrito
-Muito freqüente no Brasil (regiões centro e sudoeste)
Regiões de alta endemicidade: 1-3 casos/ 100 mil hab
Sexo: 90% dos casos é masculino
É micose comum em lavradores adultos (expressiva
maioria dos casos)
Idade: entre 30 e 50 anos (> freq)
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