Como atingir o óptimo social? Regulação pelos preços Impostos sobre a emissão (ou sobre a quantidade produzida) – Nível de imposto fixo sobre unidade de poluentes emitida, com o objectivo de aumentar os custos do emissor, por forma a que o seu óptimo privado coincida com o óptimo social. Subvenção à redução de emissões – Funciona como um pagamento compensatório ao emissor por reduzir a sua produção com o objectivo de diminuir as quantidades de poluentes emitidas. No fundo está-se a admitir que o produtor tinha o direito de produzir a quantidade do óptimo privado. EGRN – Aula 5_2 Página 1 Como atingir o óptimo social? (#2) Regulação pelas quantidades Quotas – Imposição de quotas quer à quantidade de poluentes emitidos, quer à quantidade de produto obtida. No fundo está-se a admitir que o produtor não tem a priori o direito de causar danos ao ambiente e sociedade. Mercado de direitos – Imposição de uma limite máximo de emissões para toda a sociedade. Transformação desses limites máximos em direitos negociáveis. Criação de mecanismos para que os diferentes agentes possam negociar entre si os direitos de emissão de poluentes. EGRN – Aula 5_2 Página 2 Regulação pelos preços Seja a função de produção Y= X Onde Y é a quantidade produzida e X a quantidade de factores de produção utilizada Seja Px = 1 e Py = 12 Podemos obter a função lucro como sendo dada por Π = 12 Y – Y2 Sendo Px = 1 então o custo = X Sendo Y = X 0,5 então X = Y2 De onde se pode retirar C = Y2 Como Π = Py Y – C (Y) Ficamos com Π = 12 Y – Y2 Admitamos também a existência de uma emissão de poluentes q q = 0,01 Y2 E admitamos que estes poluentes levam a um custo externo (Dano) D D = 50 q EGRN – Aula 5_2 Página 3 Nesta situação o nosso óptimo privado será dado por: Max Π 12 – 2Y = 0 Y=6 De onde podemos retirar os valores do óptimo privado: Πº = 36 qº = 0,36 Dº = 18 Paralelamente o nosso óptimo social será obtido adicionando à função lucro o dano social (obtendo assim a função de lucro social) Π social = 12 Y – Y2 – 50 (0,01 Y2) De onde: Dano Max Πsocial 12 – 2Y – Y = 0 Y* = 4 Π* = 32 q* = 0,16 D* = 8 EGRN – Aula 5_2 Página 4 Cálculo da taxa de imposto e da subvenção Necessários para atingir óptimo social Podemos converter a função de lucro numa função da variável q (quantidade de poluentes) Π = 12 Y – Y2 q = 0,01 Y2 q0,5 = 0,1 Y Y = 10 q0,5 Π = 120 q − 100q De onde podemos tirar ∂Π 60 ΠMg (q ) = = − 100 ∂q q ∂D = 50 DMg (q) = ∂q Para obtermos o óptimo social poderíamos ter igualado o lucro marginal ao dano marginal 60 q-0,5 – 100 = 50 => q = 0,16 EGRN – Aula 5_2 Página 5 Se quisermos impor uma imposto constante sobre as emissões: T = tq = 0,01 t Y2 O imposto óptimo será aquele que leve a q = 0,16 Havendo imposto o óptimo privado será dado quando ΠMg (q*) = ∂T =t* ∂q No fundo tem que levar a que o produtor interiorize nos seus custos o dano que está a causar: t* = 50 T = 50 . 0,16 = 8 Querendo criar uma subvenção para redução das emissões: Seja s a taxa de subvenção Total de subvenção: S = s ( qº - q*) ΠMg (q*) = (qº = 0,36) ∂S = s* ∂q s* = t* = 50 S = 50 (0,36 – 0,16) = 10 No fundo tem que ser tal que o lucro marginal (que se perde por deixar de produzir determinada unidade de poluente) seja igual à subvenção. EGRN – Aula 5_2 Página 6 Analisando os efeitos macro-económicos: $ t* = s* (1) (2) q* qº q T = (1) = t* . q* S = (2) = s* . (qº - q*) Comparando as diferentes formas de alcançar o óptimo social: Outra Imposto Subvenção Emissor 32 24 42 Receptor -8 -8 -8 Estado 0 8 -10 Total 24 24 24 Outra = Alcançar o óptimo social por outra forma de regulamentação que não envolva o Orçamento de Estado, e.g., regulamentação pelas quantidades. EGRN – Aula 5_2 Página 7 Regulação pelas quantidades (mercado de direitos) Teorema de Coase – (...) não existindo custos de transacção (...) sendo dois agentes claramente definidos (...) Existem custos de transação! Não são dois agentes mas vários de cada lado! Podemos apresentar o problema de uma outra forma: $ S ( emissor) D (sofredor) qº z despoluição (qº - q) O que está em causa é a procura e oferta de despoluição. Estamos a admitir uma situação inicial em que vigorava o óptimo privado, com a máxima poluição. D representa o interesse do sofredor. Está disposto a pagar algo por alguma despoluição. S representa o interesse do emissor. Está disposto a despoluir se lhe pagarem para tal EGRN – Aula 5_2 Página 8 E se existirem custos de transacção? Hipótese 1 – Admitindo que os custos de transacção são da responsabilidade do sofredor. No fundo se admitirmos que é o emissor quem detém os direitos. $ S ( emissor) D1 D (sofredor) qº q1 z despoluição (qº - q) A curva da procura de despoluição desloca-se para baixo porque para dar início ao processo o sofredor tem que suportar esses custos. Neste sentido é menor o pagamento ao emissor que está disposto a suportar. Atingir-se-á q1, não se reduzindo tanto os níveis de poluição como seria de esperar. EGRN – Aula 5_2 Página 9 Hipótese 2 – Admitindo que os custos de transacção são da responsabilidade do emissor. $ S1 S ( emissor) D (sofredor) qº q2 z despoluição (qº - q) A curva da oferta de despoluição desloca-se para cima porque para dar início ao processo o emissor tem que suportar esses custos. Neste sentido é maior o pagamento que exige do sofredor para reduzir os níveis de poluição. Atingir-se-á q2, não se reduzindo tanto os níveis de poluição como seria de esperar. EGRN – Aula 5_2 Página 10 Havendo dois emissores Admitindo que os dois emissores têm tecnologias diferentes, terão consequentemente diferentes curvas de oferta de despoluição. No fundo decorrentes das curvas doa lucros marginais $ ΠMg1 ΠMg total ΠMg2 0,42 EGRN – Aula 5_2 0,48 0,9 Poluição Página 11 Havendo mais do que um sofredor Dado que a propensão a pagar para despoluir é difere entre cada um dos sofredores, cada um terá uma diferente curva da procura EGRN – Aula 5_2 Página 12