Boletim dos trabalhadores da indústria do petróleo e gás
24.03.15
SISTEMA PETROBRÁS - INDÚSTRIAS PRIVADAS - TERCEIRIZADOS - OBRAS E ESTALEIROS - NOVOS - ANTIGOS - APOSENTADOS - DEMITIDOS
VENDA DE ATIVOS É PRIVATIZAÇÃO
ALDEMIR “VENDINE” JÁ CHEGA MOSTRANDO A QUE VEIO
Aldemir Bendine, que era presidente do Banco do Brasil
desde 2009, foi anunciado como novo presidente da
Petrobrás. Mas pesa sobre o homem que veio resolver
nosso problema de corrupção diversos questionamentos
sobre sua conduta – na CVM, por ocasião da IPO da BB
Seguridade, em 2013; na Receita Federal por sua
evolução de patrimônio; e no caso do empréstimo para
uma socialite. O clima de perseguição e mau
relacionamento com os trabalhadores são reportados
pelos nossos colegas bancários.
Mesmo com tudo isso, esta foi a opção – que alguns ainda
chamaram de “esquerdista” – da presidente Dilma. Na
verdade, foi mais uma opção que agradou ao mercado,
como o ministro Levy e agora a proposta de Murilo
Ferreira, presidente da Vale, no Conselho de
Administração.
Homem de confiança do governo, Bendine chegou com
uma tarefa clara, que demonstrou ao anunciar um “plano
de desinvestimento” de US$ 13,7 bilhões logo como uma
de suas primeiras ações, visando frear as atividades da
empresa. Se antes a venda de ativos era um assunto
“tabu”, hoje já se fala abertamente da possibilidade de
vender empreendimentos e participações da empresa à
iniciativa privada.
O cancelamento ou ajustes em empreendimentos está
causando um caos social, como no caso de Itaboraí. Os
concursados estão sem saber o que acontecerá frente à
possibilidade de venda dos ativos em que estão alocados.
Em algumas obras, não se recebe pagamento e nem
verba rescisória, ficando a carteira de trabalho retida pela
empresa. A empresa rasga o ACT e não dá a mínima
satisfação sobre a PLR. Acidentes de trabalho têm
aumentado e pessoas estão pagando com a vida pela
omissão. Frente a esta situação, o novo presidente não só
é indiferente, mas suas ações demonstram que ele
pretende aumentar o ritmo de ataque aos trabalhadores,
tudo para poder “acalmar o mercado”.
Se foi para isso que veio o novo presidente, que ele pegue
o chapéu e dê lugar a alguém que realmente esteja do
nosso lado. E a melhor – e provavelmente única – maneira
de escolher este alguém é confiar nos próprios
trabalhadores de carreira da empresa e, a exemplo de
várias empresas e instituições pelo mundo, adotar o
sistema de eleições diretas para a Diretoria da Petrobrás.
Vire a página e confira:
PLR, RMNR e NÍVEIS encabeçam a
pauta econômica da Jornada de Lutas
Organizar já os comitês de luta na
Transpetro, nas UTEs e em toda a base!
Pelo que parece, o alvo inicial de Vendine é nossa
empresa de logís ca (como a venda de metade da
frota já anunciada na imprensa) e as termelétricas.
Isso, se sua ambição priva zante não atacar logo as
refinarias e campos terrestres, sem falar do
desinves mento das refinarias do Maranhão e Ceará.
Por isso, faz‐se necessário a imediata convocação de
todos os petroleiros e petroleiras à mobilização.
Devemos convocar assembleias, setoriais, reuniões,
debates e toda forma de mobilização nas bases destas
unidades e de toda o Sistema e a par r daí também
convocar os comitês de luta estaduais e organizar a
luta nacionalmente. A FNP deve convocar a FUP, que
representa várias bases da Transpetro e áreas onde
existem UTEs, para esta unidade na luta.
Confira a seguir as iniciativas
da campanha e some‐se à
construção dos
COMITÊS DE LUTA CONTRA
AS DEMISSÕES E A VENDA DE
ATIVOS DA PETROBRÁS
COMITÊS DE LUTA CONTRA AS DEMISSÕES
E A VENDA DE ATIVOS DA PETROBRÁS
Os trabalhadores da indústria do petróleo e gás da CSP-CONLUTAS defendem as seguintes propostas
EM DEFESA DA PETROBRÁS
E DE TODOS OS TRABALHADORES QUE NELA TRABALHAM!
. Pela volta do Monopólio.
. Petrobrás 100% estatal e pública sob controle dos trabalhadores e do povo brasileiro.
. Fora Vendine! Diretas para a Diretoria já!
TRABALHADORES SE RECUSAM A PAGAR O PATO
. Con nuidade das obras, proibição de demissões em massa e criação de uma empresa
pública de engenharia a par r da esta zação das empreiteiras caloteiras e corruptas.
. Estabilidade para fiscais de contrato e qualquer trabalhador que denunciar fraudes
. PLR, fim do desconto na RMNR e pagamento dos NÍVEIS já !
. Fim da terceirização
PRISÃO E CONFISCO DOS BENS DE CORRUPTOS E CORRUPTORES!
. Inves gação rigorosa de todos os desvios e suspeitas, levada a cabo por movimentos sociais independentes.
. Abertura dos livros de todas as empresas estatais ou que trabalham para estatais
. Transparência de verdade ‐ acesso a todas as fases e valores dos contratos
CALENDÁRIO DA LUTA
. Assembleias e reuniões setoriais acontecendo em todas as bases, para formação de comitês locais.
. Manifestação nas bases da Petrobrás no dia 26, data da reunião do C.A., que acontece no Edise às 10h.
. Participação no ato do Dia Nacional de Luta da Educação.
. Formação dos comitês estaduais – no Rio de Janeiro, por exemplo, está sendo convocado para 06 de abril, junto
com a Plenária da Campanha “O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO”.
. Atos, atrasos e paralisações entre os dias 7 e 9/abril, como parte da Jornada de Lutas nacional.
. Conferências em Defesa da Petrobrás, a exemplo da que já ocorreu em Aracaju (ver nota neste boletim).
ADIANTAMENTO IMEDIATO DO VALOR MÍNIMO DA PLR, FIM DO DESCONTO NA RMNR e
PAGAMENTO DOS NÍVEIS PARA TODOS OS APOSENTADOS JÁ !
A história do regramento da PLR e a negativa do
pagamento do adiantamento em janeiro deste ano de 2015
demonstram que o que assegura os direitos dos
trabalhadores são sua organização e mobilização. A
gestão da Petrobrás parece ter escolhido colocar nas
costas dos trabalhadores a conta da corrupção e da crise.
E o tal do regramento, que garantiria a transparência e o
pronto pagamento, foi jogado às favas ou até utilizado
como justificativa para impedir o pagamento, tanto pela
empresa quanto pelos sindicatos governistas da FUP.
INDEPENDE do atraso do balanço auditado, por
exemplo, o pagamento do VALOR MÍNIMO previsto no
Acordo, sob forma de adiantamento. A menos, é claro,
que ela esteja pretendendo não só atrasar, mas dar o
CALOTE mesmo!
Do mesmo modo agiram em relação às ações de RMNR. A
Justiça, em última instância, vinha, reiteradamente, dando
razão à demanda dos trabalhadores de que os adicionais
por condições especiais de trabalho não deveriam compor
a RMNR, mas se somarem a ela. Tinha pacificado o seu
entendimento e vinha condenando a Petrobrás a rever o
cálculo e pagar os trabalhadores. Diante disso, a empresa
recorreu ao TST e tenta provocar um julgamento mais
político que técnico.
No mesmo sentido, defendemos que a Petros/Petrobrás
acabe de vez este cabo de guerra com os Aposentados e
pague os percentuais dos níveis integralmente também
para aqueles que perderam ou não entraram na Justiça.
Além da defesa da Petrobrás contra o ataque do governo
e da velha direita, temos que nos mobilizar também para
defender nossos direitos. Afinal, os trabalhadores são o
maior patrimônio da maior empresa do país!
Cabe a nós nos organizamos e pressionar a empresa pra
garantir a PLR, RMNR e NÍVEIS. Propomos incorporar
na Jornada de Lutas, como um dos eixos principais
da mobilização, nossos direitos econômicos que
estão sendo frontalmente atacados.
Mais uma vez, quando há uma crise, os empresários
fazem uso da velha máxima: “privatizar os lucros,
socializar os prejuízos!”.
NÃO À PRIVATIZAÇÃO E À CORRUPÇÃO, SEJA DO PSDB OU DO PT!
O “Fla-Flu” que se estabeleceu entre as passeatas de 13 e
15 de março já não resume mais o debate nos vestuários,
na fila do almoço, no ônibus e onde mais se encontram
trabalhadores da Petrobrás. Sejam estes “crachá verde”,
terceirizados ou operários dos empreendimentos.
Senão, vejamos: a passeata do dia 13 confirmou-se como
uma tentativa do setor do movimento sindical que apoia
Dilma, de defender o atual governo. A mobilização foi
divulgada como uma passeata em defesa da Petrobrás. Se
assim fosse, se supõe que seria contra todos aqueles que
fizeram leilões, terceirizaram e roubaram milhões como os
tucanos, certo? Afinal, a passeata era para defender a
Petrobrás dos interesses da velha direita golpista que tenta
voltar ao poder para meter as garras na empresa. Mas
como poderia ser assim, se – seguindo o modelo de FHC –
Lula e Dilma realizaram mais leilões que o tucano, se a
terceirização aumentou exponencialmente, se a
roubalheira rolou solta – como num bom e velho governo
neoliberal?
Já a passeata do dia 15 ganhou peso com a revolta contra
o discurso de Dilma na TV, quando esta foi pra rede
nacional dizer que ia aplicar justamente aquilo que os
caçaroleiros das varandas gourmet votaram para o Aécio
implementar.
Ou seja, uma passeata para defender um governo que não
aplica o programa pelo qual foi eleito; outra, para derrubar
este mesmo governo, que tenta fazer aquilo no qual esses
manifestantes votaram.
Nem 13, nem 15 nem 45! Solução para o país,
só com INDEPENDÊNCIA DE CLASSE!
Coisa de louco? Não, mas uma confusão muito bem
calculada e que de nova não tem nada. Por falta de espaço
não abordaremos os aspectos globais e mais históricos
das chamadas frentes populares. Podemos, entretanto,
partir daquele que foi um dos que mais colaborou para esta
confusão ideológica.
Lula, um dia o maior líder operário do país, em 2002
vendeu a ideia de que era uma “vitória” seu governo de
coalisão com um megaempresário. Se não fosse assim,
não “chegaríamos” ao poder, ouvimos repetidamente. A
verdade, entretanto, é que serviu apenas para manter a
burguesia como classe dominante. Não tirá-la do poder,
mas governar em seu nome.
Além desse efeito imediato, levaria, alguns anos depois, a
uma consequência nefasta: a desmoralização da luta
operária. A classe basicamente se dividiu entre aqueles
que continuavam acreditando em um saudoso partido dos
trabalhadores e aqueles que enxergavam que, mesmo
este sonho já tendo acabado, não sentiam forças para
lutar, uma vez que a maioria das lideranças políticas e
sindicais estava submissa ao governo.
Defender a Petrobrás não pode se confundir
com defender Dilma ou o PT
Romper com o governo e construir a Greve Geral em
defesa dos direitos dos trabalhadores
O povo tem que ir pra rua com o sentimento de ser
independente tanto do governo quanto da velha direita,
para poder colocar o dedo na ferida. O PSDB (ou outros
antes dos tucanos) começou e o PT continuou a
privatização e a corrupção. Temos que buscar portanto a
unidade da classe, enquanto trabalhadores, em defesa
dos interesses do povo, não a partir de compromissos
partidários ou interesses privados em carreiras gerenciais.
Por isso, está na hora de FUP e CUT adotarem uma nova
postura. O que precisamos neste momento é juntar todos
os sindicatos, federações e centrais e exigir as mudanças
necessárias para responder à insatisfação da população.
Independente da decisão dos chefes destas entidades,
devemos construir a luta pela base, nas assembleias, nos
locais de trabalho e junto com as direções sindicais que
continuam pregando a independência, como a FNP e a
CSP-CONLUTAS.
Vamos com força total às manifestações do próximo dia 26/03 e as mobilizações entre
7 e 9 de abril. Temos que preparar uma Greve Geral com a nossa pauta de verdade, sem
os freios dos par dos que governam para a burguesia ou fantasmas de golpes. Vamos
apostar na força da classe operária mobilizada!
Somos contra o impeachment, pois nada de bom pode vir deste Congresso. Mais
contra obviamente um golpe militar ou coisa que o valha. Acontece que quem está
dando munição para a direita, para que milhares de trabalhadores se coloquem contra
o governo, alguns deles que inclusive votaram em Dilma e agora se sentem traídos com
o estelionato eleitoral, infelizmente, é o próprio governo.
Isso é o que acontece quando tenta se vender a ilusão de que é possível governar para
banqueiros e trabalhadores, acender uma vela para o santo e outra para o coisa ruim…
NÃO À PRIVATIZAÇÃO E À CORRUPÇÃO, SEJA DO PSDB OU DO PT!
Participe das Conferências Estaduais em Defesa da Petrobrás
Outra iniciativa de caráter estratégico para o
Brasil são as conferências em defesa da
Petrobrás, que têm abrangido setores para
além do movimento sindical.
Em Sergipe, por exemplo, a Conferência
reuniu: Comitê Nacional em Defesa da
Petrobrás, Sindipetro RJ, OAB, Ilaese, AEPET,
CSP-Conlutas, Prof. Ildo Sauer, e Sindicato
dos Bancários de Sergipe. No Rio de Janeiro,
a Conferência deve acontecer em maio.
Queremos mostrar que só é possível acabar
com a corrupção com uma Petrobrás 100%
estatal e controlada pelos trabalhadores, os
mais interessados em que ela cumpra sua
função social.
Paralisação na FAFEN, que precedeu a Conferência de Segipe
no Dia Nacional de Luta 06/março.
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