Bedran é o novo Presidente do TJ/SP Tribuna da Magistratura Maurício Vidigal e José Santana são eleitos para Corregedoria Geral da Justiça e Vice- Informativo da Associação Paulista de Magistrados Ano XX - Número 198 - Fevereiro e Março de 2011 Presidência. PÁGinas 10 e 11 Antonio Carreta - TJ/SP Um líder se despede Antonio Carreta - TJ/SP Encontro Regional de Bauru www.al.sp.gov.br Falecimento de Viana Santos traz uma A interiorização da APAMAGIS se aprofunda e traz reflexos extremamente positivos, que perda irreparável para a Magistratura transcendem os limites do Judiciário e se revertem em conquistas para a sociedade brasileira. brasileira. PÁGinas 09 e 10 PÁGinas 04 a 06 Opinião 1ª e 2ª Vice-Presidência Trauma Desde o último artigo publicado na edição anterior da “Tribuna” e até este momento, nosso Tribunal de Justiça sofreu um abalo em sua estrutura como nunca antes aconteceu em sua história. Em pleno exercício do cargo faleceu o Presidente Viana Santos. Aposentaram-se praticamente pela compulsória o Vice-Presidente Marcos César e o Corregedor Geral Munhoz Soares. Tudo aconteceu em dias próximos e apesar dos esforços dos desembargadores que assumiram os respectivos cargos em caráter transitório, não se pode negar que esses eventos provocaram um enorme trauma nas atividades rotineiras da instituição. Imagine você, caro(a) leitor(a), que, de uma hora para outra, sua família fosse privada daqueles que são responsáveis pela condução dos destinos de todos os seus integrantes e tenham que tomar providências em caráter emergencial para evitar um colapso na estrutura da base familiar. É uma situação muito parecida àquela que aconteceu na nossa família forense (desembargadores, juízes e servidores). E de quem é a culpa disso tudo? A resposta é simples e direta: da Lei Orgânica da Magistratura, que determina que os membros efetivos dos Tribunais “elegerão dentre seus juízes mais antigos, em número correspondente ao dos cargos de direção, os titulares destes, com mandato de dois anos, proibida a reeleição” (LC 35/79, art. 102 caput). Portanto, apenas os três desembargadores mais antigos é que estarão legitimados a serem eleitos para os cargos de direção. Pensando acima de tudo no bem da instituição e não apenas em homenagear aqueles que dedicaram praticamente toda a sua vida para a magistratura, a lei poderia ao menos dizer que os candidatos mais antigos deveriam ter no máximo 68 anos para se candidatarem, a fim de assegurar que eles cumpririam os respectivos mandatos até alcançarem a idade para a aposentadoria compulsória. Isso seria o mínimo para garantir estabilidade para as difíceis funções desempenhadas pelos titulares dos mencionados cargos. O ideal, a nosso ver, seria a lei dizer que todos os representantes do Poder Judiciário Estadual, ou seja, desembargadores e juízes de direito, poderiam votar para escolher pelo menos o presidente e o vice-presidente do tribunal, mesmo que fosse entre os mais antigos, observada a data limite retro referida. Se houvesse esse direito, os candidatos seriam necessariamente forçados a percorrer pelo menos as circunscrições do Estado para conhecerem a dura realidade enfrentada pelos juízes e servidores e, assim, comprometendo-se a dar atenção mais específica para as necessidades de cada região. Nem todos aqueles que assumem tais cargos tiveram a preocupação de conhecer as regiões que compõem o Estado, a não ser aquelas que, há longos anos passados, tiveram a oportunidade de exercer a jurisdição. E o tempo, como sabemos todos, provoca mudanças em tudo e diante disso o que acontece hoje não é mais o mesmo que aconteceu ontem. O exercício da magistratura apenas nos fóruns ou nos gabinetes ao longo da carreira, sem a presença efetiva nos locais que são destinatários do trabalho, não habilita plenamente o candidato aos cargos de direção a exercerem o seu mister com pleno êxito. Agora temos um novo Presidente que assumiu para completar o mandato. O Desembargador José Roberto Bedran, além de excelente e exemplar magistrado, trabalhou na Corregedoria Geral da Justiça e dessa forma conhece as circunscrições. Reúne condições para desempenhar um bom trabalho até o dia 31 de dezembro de 2011. Também os Desembargadores José Santana e Maurício Vidigal, igualmente excelentes e exemplares magistrados, assumiram a Vice-Presidência e a Corregedoria Geral da Justiça, respectivamente, e juntamente com o Presidente formam um trio de magistrados de carreira competente para dirigir o Tribunal de Justiça até o final do ano em curso. Como não poderia deixar de ser, a APAMAGIS esteve presente durante todo o dia das eleições – desde a abertura das 12 urnas até a proclamação dos resultados – e espera a colaboração desses eminentes desembargadores na sua atividade fim, que é dar aos seus associados a atenção que eles merecem, em todos os aspectos. Apresentamos aos três os votos de pleno sucesso no desempenho das respectivas funções e rogamos a Deus que os abençoe e ilumine para que tomem decisões justas e consentâneas com a triste realidade do nosso TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Roque Antonio Mesquita de Oliveira 1º Vice-Presidente ([email protected]) Fernando Figueiredo Bartoletti 2º Vice-Presidente ([email protected]) 2 | Associação Paulista de Magistrados A Lei Orgânica da Magistratura poderia ao menos dizer que os candidatos mais antigos deveriam ter no máximo 68 anos para se candidatarem, a fim de assegurar que eles cumpririam os respectivos mandatos até alcançarem a idade para a aposentadoria compulsória Noel Thomas Apresentamos aos três (Bedran, Maurício Vidigal e José Santana) os votos de pleno sucesso no desempenho das respectivas funções e rogamos a Deus que os abençoe e ilumine para que tomem decisões justas e consentâneas com a triste realidade do nosso TRIBUNAL DE JUSTIÇA Palavra do Presidente Magistratura revigorada A posse do Ministro Luiz Fux na mais alta corte brasileira simboliza um verdadeiro marco para a carreira de juiz. Trata-se de um norte para os quase 15 mil juízes estaduais, que olham para cima e pensam: “Sim, é possível”. A sensação de que podemos alcançar o topo é importante em qualquer carreira. Na Magistratura, porém, ela é vital e imprescindível. Afinal, os obstáculos que se colocam à judicatura no Brasil são quase invencíveis, em especial a precária estrutura de trabalho, os reiterados cortes orçamentários, os problemas de segurança pessoal e familiar, além do desumano volume de processos para julgamento que se avolumam. O momento, no entanto, não é o de expor nossas dificuldades, mas de nos regozijarmos com a posse do nosso Ministro Fux, um juiz de carreira como nós e que, por isso, dispõe de uma visão diferenciada sobre a maneira de efetivação da Justiça. Não foi obra do acaso que foi dada, ao Ministro Luiz Fux, uma missão tão complexa quanto a de liderar a comissão que elabora a reforma em nossa legislação processual. As legislações brasileiras sobre o tema sempre contaram com juristas reconhecidos pela comunidade jurídica como alguns dos melhores do mundo em seu respectivo tempo. Assim, nessa dificultosa jornada para modernizar o Código de Processo Civil sentíamo-nos, também, representados. Imperioso testemunhar que não foram poucas as oportunidades abertas para que a Magistratura contribuísse com sugestões – e, por que não dizer, com críticas - sobre o anteprojeto. E a APAMAGIS, cumprindo seu papel institucional, colaborou de maneira efetiva, abrindo espaço para que os seus associados tivessem um canal de comunicação direto com os membros da comissão. Enquanto Presidente da comissão, como agiu o Ministro Fux? Como um juiz de carreira, ele ouviu atentamente os argumentos, ponderou sobre eles com seus pares e ajudou a produzir o que será seguramente uma nova forma de instrumentalizar a Justiça. Agora que o Ministro caminha rapidamente em direção ao topo de uma jornada repleta de êxito, nós – juízes de carreira – olhamos em sua direção com orgulho extremado e conscientes de que a nossa voz será ainda mais ouvida. O próprio Ministro cuidou de expressar com percuciência o sentimento que está no âmago do juiz, em artigo publicado na Folha de S. Paulo: “A presente digressão, longe do ufanismo, revela testamento de fé aos juízes de carreira; esses nobres trabalhadores que dedicam suas vidas ao mais alto apostolado a que um homem pode se entregar nesse mundo de Deus: a magistratura. Os juízes, na tarefa árdua de julgar as agruras da vida humana, suas misérias e aberrações, devem ser olímpicos na postura, na técnica, na independência e na sensibilidade, além da enciclopédica formação cultural que se lhes exige. São altos e raros os predicados que o povo espera de seus juízes: nobreza de caráter, elevação moral, imparcialidade insuspeita, tudo envolto na mais variada e profunda cultura. Os juízes têm amor à Justiça: enfrentam diuturnamente, com a espada da deusa Têmis, o conflito entre a lei e o justo, tratam os opulentos com altivez e os indigentes com caridade. Nesse mister, assemelhado às atividades sacras, cumpre ao juiz substituir o falso pelo verdadeiro, combater o farisaísmo, desmascarar a impostura, proteger os que padecem e reclamar a herança dos deserdados pela pátria.” Na verdade, quando o Ministro Fux entrou pelas portas sempre abertas do nosso Supremo Tribunal Federal, ele levou consigo as aspirações de todos os magistrados de carreira: a de construir um país ainda mais justo. Tribuna da Magistratura Publicação da Associação Paulista de Magistrados Ano XX - nº 198 A sensação de que podemos alcançar o topo é importante em qualquer carreira. Na Magistratura, porém, ela é vital e imprescindível R. Tabatinguera, 140 - sobreloja CEP: 01020-901 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3292-2200 Fax: (11) 3292-2209 Tiragem: 3.600 exemplares APAMAGIS [email protected] Presidência [email protected] Secretaria [email protected] Imprensa [email protected] Convênios [email protected] Noel Thomas Informática [email protected] Site www.apamagis.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 1º Vice-Presidente Roque Antonio Mesquita de Oliveira 2º Vice-Presidente Fernando Figueiredo Bartoletti Diretor Secretário e Financeiro Irineu Jorge Fava Diretora Adjunta Secretária Ana Paula Sampaio de Q. Bandeira Lins Diretor Adjunto Secretário Edison Aparecido Brandão Diretor Adjunto Financeiro Elcio Trujillo COMUNICAÇÃO Roque Antonio Mesquita de Oliveira Fernando Figueiredo Bartoletti José Elias Themer IMPRENSA José Elias Themer Carolina N. Munhoz Rossi Jornalista Responsável Adriana Brunelli (MTB 33.183) Coordenação Geral Luciano Ayres Redação Alexandra Godoy e Jessamy Kisberi Edição, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação AyresPP Comunicação e Marketing Estratégico Tel: (19) 3232.6823 Agora que o Ministro caminha rapidamente em direção ao topo de uma jornada repleta de êxito, nós – juízes de carreira – olhamos em sua direção com orgulho extremado e conscientes de que a nossa voz será ainda mais ouvida Fotos AyresPP CONSELHO EDITORIAL Aloísio de Toledo César Ana Paula Sampaio de Queiroz Bandeira Lins Antonio Ernesto de Bittencourt Rodrigues José Carlos Ferreira Alves Roque Antonio Mesquita de Oliveira Colaboradores Todos os artigos assinados neste jornal são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Paulo Dimas de Bellis Mascaretti Presidente da APAMAGIS ([email protected]) Associação Paulista de Magistrados | 3 Interiorização Encontro Regional de Bauru | Barra Bonita sedia primeiro Encontro do ano APAMAGIS reafirma sucesso com programa de interiorização | Encontro reúne bom humor, cordialidade e simpatia entre Magistrados e familiares Nenhum encontro regional é igual ao outro. Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, Magistrados paulistas se reuniram no Hotel Estância Barra Bonita para o primeiro encontro do ano. A localização do hotel é tão privilegiada – com vista para a famosa eclusa da cidade e para um parque aquático – que foi escolhido pela segunda vez para sediar um evento de juízes do estado. Durante o jantar de boas-vindas, ao som de música popular brasileira, os presentes puderam conversar de maneira descontraída e discutir informalmente algumas questões ligadas às ações da APAMAGIS. Os temas foram posteriormente aprofundados nas reuniões e debates. REUNIÃO INSTITUCIONAL Os participantes prestigiaram a abertura realizada pelo Presidente da APAMAGIS, Paulo Dimas de Bellis Mascaretti. “É uma alegria sempre renovada estarmos concluindo e incrementando nosso programa de interiorização. Obrigado pela participação de todos os colegas”, disse comemorando o sucesso do evento com a presença massiva dos Magistrados e iniciando os trabalhos. 4 | Associação Paulista de Magistrados “É uma alegria sempre renovada estarmos concluindo e incrementando nosso programa de interiorização. Obrigado pela participação de todos os colegas” Paulo Dimas De acordo com o Presidente, estas reuniões são importantes oportunidades para trocar informações, ouvir ideias de colegas, além de ser um excelente momento de confraternização institucional. Na ocasião foi destacado o andamento de importantes proposituras para a Magistratura no âmbito nacional, bem como o estabelecimento de contatos na Assembleia Legislativa de São Paulo, Câmara, Senado, Governo Estadual, Tribunal de Justiça de São Paulo, Conselho Nacional de Justiça, Superior Tribunal de Justiça e, Supremo Tribunal Federal. Entre as questões discutidas estavam: PEC 210/07, que trata do ATS; PEC 3/2007, sobre férias coletivas; PECs sobre carreira de Juízes eleitorais junto ao TRF; PEC 358/05, a respeito da reforma do Judiciário; aposentadoria integral da Magistratura e do MP; recomposição do subsídio; e criação de cargos de assistente jurídico. Compuseram a mesa: o 1º VicePresidente Roque Mesquita; o 2º VicePresidente Fernando Bartoletti; o Diretor-Adjunto Financeiro, Elcio Trujillo; representando a AMB, Sebastião Luiz Amorim; o ex-Presidente e Assessor da Presidência da APAMAGIS, Renzo Leonardi; o Conselheiro da APAMAGIS e Diretor da AMB, Flavio Fenoglio; o Conselheiro da APAMAGIS, Paulo Alcides Amaral Salles; o Diretor do Fórum de Bauru, Mauro Ruiz Daró; os Diretores-Adjuntos do Departamento de Interiorização da APAMAGIS, Jayme Walmer de Freitas e Rossana Mergulhão; e o Coordenador da 31ª Circunscrição - Marília, Ernani Desco Filho. AÇÃO E DEBATE Sobre o subsídio (PL 7749/2010), o Presidente afirmou que a APAMAGIS está tentando recomposição imediata. “O Governo tem feito várias ações para cortar gastos, alegando contenção de despesas públicas. Recentemente, em reunião com o Ministro Peluso, ele afirmou que o orçamento prevê suporte de 5,25% para poder honrar o aumento do subsídio e esperar que a proposta de 14,58% seja aprovada”. TRIBUNAL DE JUSTIÇA Paulo Dimas também comentou a fatalidade que afligiu a Magistratura de São Paulo: a morte do Presidente do TJ/SP, Antonio Carlos Viana Santos, além da aposentadoria do Vice-Presidente Marco César Müller Valente e do Corregedor Geral da Justiça, Antonio Carlos Munhoz Soares. Outros assuntos relacionados ao Tribunal de Justiça de São Paulo também foram mencionados. A eleição do Tribunal, realizada em três de março, levanta a esperança de avanços no que se refere à regra de antiguidade para cargos de eleição dentro do TJ, além de retomar os trabalhos que estavam em tramitação na Corte. MÍDIA Na parte relacionada à Comunicação, o Presidente ressaltou que a APAMAGIS está mantendo contato com agências para lançar nova campanha institucional que mostre à população o que é o Judiciário, o trabalho dos Juízes, da Justiça estadual e a importância desse trabalho. “Temos visto tentativas de desmerecer nossa Justiça. Temos que mostrar nossa importância e firmar proximidade com a cidadania por meio de impresso, televisão ou rádio”. A previsão é ter alguma proposta que cumpra este objetivo até o final de março. PATRIMÔNIO “Tomamos um passo importante: estamos em processo de adquirir nossa sede”, comemorou Paulo Dimas sobre a compra que deve ser finalizada ainda em março. Para a Diretoria da APAMAGIS, a sede da Rua Dom Diniz não é apenas um clube dos colegas de São Paulo, é um espaço para benefício de todos. Local que sedia assembleias, reuniões, encontros, o FOJESP, o FOPEJISP e também atividades assistenciais, por meio do Departamento Feminino. “Temos conseguido imunidade de tributos mostrando que a Associação, embora não seja um sindicato, é uma entidade de representação que faz trabalho assistencial, de âmbito social”, lembrou o Presidente, antes de concluir: “é importante sempre trabalharmos em prol da fraternidade e da solidariedade, nos unindo e trabalhando por avanços”. MOBILIZAÇÃO POLÍTICA O ano de 2010 foi difícil, de acordo com a Diretoria da APAMAGIS, devidos às ações no CNJ e no STF. Apesar disso, a Entidade foi vitoriosa em muitas conquistas, como no caso do auxílio-voto e do mandado de segurança das férias. Porém os representantes disseram que só isto não basta e continuarão trabalhando para melhorar, cada vez mais, a Justiça paulista. Assim, a APAMAGIS levará à AMB todas as questões elencadas por Dimas na reunião. A Associação realizará trabalho conjugado com a AMB e outras en- | Diretoria da APAMAGIS durante abertura do evento | Associados participam da mesa diretora “Temos visto tentativas de desmerecer nossa Justiça. Temos que mostrar nossa importância e firmar proximidade com a cidadania por meio de impresso, televisão ou rádio” Paulo Dimas | Rossana Mergulhão e Mauro Ruiz Daró | Flavio Fenoglio, Renzo Leonardi e Sebastião Amorim estiveram presentes | Pensionistas marcam presença em reunião institucional | Juízes participaram atentamente da reunião Associação Paulista de Magistrados | 5 Interiorização Evento MM´s: MAGISTRADOS MOTOCICLISTAS Por J. O. Souza Nery O evento motociclístico que realizamos neste fim de semana em Barra Bonita foi, em minha avaliação, um grande sucesso. A começar pela inestimável colaboração do Neves, grande amigo e eficientíssimo Diretor de Segurança: mais uma vez tivemos ajuda e proteção da Polícia Militar e atenção especial das concessionárias das rodovias que percorremos, especialmente da Via Oeste. Não bastasse o entusiasmo dos motociclistas que compareceram na Dom Diniz, na sexta-feira, o clima foi extremamente generoso conosco, permitindo uma viagem tranquila e prazerosa. No local do evento divertimo-nos à larga, com três provas, todas muito disputadas. Sagraram-se vencedores: - Flavio Fenoglio, como o que percorreu a maior distancia (383km), secundado pelo André Rossi (377km), conforme os cálculos feitos pelo Guto Barrichello em seu GPS. tidades de classes estaduais e nacionais para que esses projetos sejam apoiados e, consequentemente, aprovados. O Presidente agradeceu aos Magistrados que estão organizando reuniões com Deputados, que têm trazido grande benefício à imagem da entidade. Foi falado, inclusive, sobre a ferramenta no site da APAMAGIS que possibilita aos Juízes enviar propostas para os integrantes do Legislativo em âmbito Estadual e Federal. A Associação apoia o uso deste mecanismo como importante forma de mobilizar os Parlamentares sobre a importância dos projetos do Judiciário. Todas as mensagens são recebidas e isso gera um efeito, que há de produzir bons frutos. Depois de todas as questões serem pontuadas e discutidas com os presentes, o 1º Vice-Presidente da APAMAGIS passou a palavra à Rossana Mergulhão 6 | Associação Paulista de Magistrados - Ramon Mateo Jr., com a moto considerada mais bonita, pelo corpo de 63 eleitores. Aqui um agradecimento especial a Leonel Carlos da Costa, responsável pelo trabalho de apuração, que contou também com a participação do Barrichello e do Elcio Trujillo (creiam, ele esteve presente). Ah, quase me esqueci: a moto do Ramon recebeu 24 votos (38% do total)! E o grande campeão foi Roberto Maia, que venceu a prova de Marcha Lenta e ainda teve disposição para fazer uma sátira muito engraçada. Também aqui André Rossi ficou em segundo, por alguns centímetros. Os três vencedores receberam seus troféus e me pareceram bem satisfeitos. Tudo isso com muito sol, piscina e uma camaradagem que só faz crescer. Abrilhantaram o evento: André Ros- si, Marcelo Benacchio, Renato Gandini, Ramon Mateo, Roberto Maia, Antonio Malanga, Flavio Fenoglio, Elcio Trjillo e respectivas famílias. Não foram de moto, mas emprestaram seu entusiasmo e amizade, Francisco Menin, Leonel Carlos da Costa, Guto Barrichello, André Levy Perrucci, além de todos os demais, que torceram, aplaudiram e curtiram. Um agradecimento especial à Diretoria da APAMAGIS: Paulo Dimas, Roque Mesquita e Fernando Bartoletti. que encerrou os debates e chamou os colegas para o “Caipirinha Break”; em seguida, José Nery convidou todos os presentes para a competição de motociclistas denominada Marcha Lenta (confira o Box especial). Não são apenas os números que impressionam; tudo isto ocorre na parte limpa do rio Tietê. associados festejaram de maneira descontraída o êxito do primeiro encontro regional do ano. NOITE ITALIANA DESPEDIDA A noite de 19 de fevereiro foi especial: os Magistrados festejaram a última noite de hospedagem no aconchegante Hotel Estância Barra Bonita com um variado cardápio de massas, queijos e vinhos, “una vera serata italiana”. Na ocasião também houve a premiação dos vencedores da competição dos Magistrados Motociclistas, com direito a uma sátira feita pelo colega Roberto Maia, que fez todos gargalharem com os versos. Os participantes motociclistas e a Presidência da APAMAGIS ainda ganharam bonés com o logotipo criado especialmente para o grupo. Em seguida, ao som de músicas dos anos 70 e 80, além da clássica tarantela, os O almoço de domingo trouxe uma surpresa: o colega João Thomaz Diaz Parra, de Bauru, mostrou um talento que muitos desconheciam – seu lado cantor. E apresentou repertório variado, de MPB a canções italianas e americanas, acompanhado pelos Magistrados Roque Mesquita e Raphael Salvador. Um verdadeiro show de encerramento. A boa notícia que veio no final é que o próximo encontro regional já tem data e lugar marcados. A APAMAGIS concluiu o evento em Bauru anunciando que, entre os dias 8 e 10 de abril, será realizado o Encontro Regional em Presidente Prudente. Deixe a data reservada em sua agenda. ECLUSA DE BARRA BONITA Com o encerramento dos trabalhos associativos, Magistrados e familiares tiveram um almoço de confraternização com música ao vivo. O Prefeito de Bauru, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, foi recebido pelo Presidente Paulo Dimas e pela Juíza Rossana Mergulhão. Após o almoço, cerca de 100 pessoas fizeram um passeio até a eclusa e conferiram o interessante processo de enchimento e esvaziamento do elevador de águas que tem 142 metros de comprimento, sendo 137 metros úteis; 12 metros de largura; e desníveis médios de 26 metros de altura. APAMAGIS em ação Questão previdenciária | APAMAGIS apoia AMB no restabelecimento da integralidade dos proventos Entidades se unem para que o direito à integralidade seja garantido aos aposentados e pensionistas da Magistratura O Vice-Presidente de Comunicação, Raduan Miguel Filho, e a Diretora-Tesoureira, Maria Isabel da Silva – ambos da AMB – reuniram-se com o Senador Valdir Raupp (PMDB-RO), no início deste ano, para propor o desarquivamento e a reapresentação da Proposta de Emenda à Constituição n° 46/2008, que trata do direito dos aposentados e pensionistas da Magistratura à integralidade de seus benefícios previdenciários. O Magistrado Raduan Miguel Filho afirmou que a visita foi produtiva, pois o parlamentar comprometeu-se a colher a assinatura dos 27 Senadores para poder reapresentar a PEC. De autoria do ex-Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a PEC 46 foi arquivada no Senado Federal já que al- cer qualquer atividade profissional, no entanto, precisam de uma segurança previdenciária. “O Magistrado contribui integralmente durante a carreira para receber o benefício”. Calandra ainda argumentou que “nenhuma outra classe ou categoria de trabalho contribui com a integralidade. Não é justo que, ao se aposentar, o Magis- guns requisitos do regimento interno daquela Casa Legislativa não foram cumpridos. A AMB espera que o projeto seja um dos primeiros a serem reapresentados pela grande importância que tem para a Magistratura. “É preciso trabalhar as lideranças políticas de cada estado”, sugeriu o Senador Raupp sobre como conseguir êxito. A aprovação da PEC 46 se faz necessária, segundo o Presidente da AMB, Nelson Calandra, porque os Magistrados são vetados por Lei de exer- trado não receba a integralidade de seus subsídios”. Apesar dos empecilhos dentro do Senado, diversas associações de Magistrados do Brasil defendem a proposta de emenda. Entre elas, a APAMAGIS, que juntamente com a AMB, continua publicamente apoiando essa iniciativa voltada a assegurar o direito dos Aposentados e Pensionistas da Magistratura. Intercâmbio | Presidente da APAMAGIS participa de reunião com delegação francesa Organizado pelo TJ/SP, encontro solidifica relação internacional O Poder Judiciário paulista preza assuntos relevantes, como relações internacionais, e tem investido em reuniões com representantes estrangeiros para estabelecer intercâmbios culturais entre os Poderes de diversos países. A última aconteceu no dia três de fevereiro, quando o Vice-Presidente em exercício do TJ/SP, Armando Sérgio Prado de Toledo, recebeu a Delegação da Ordem dos Advogados de Paris A comissão trouxe os seguintes representantes: bâtonnier Jean Castelain; Diretor do Departamento de Relações Internacionais, Philippe Georgiades; ex-Secretário da Comissão Internacional da Ordem, Laurent Martinet; e o integrante do Conselho e Secretário da Comissão Internacional da Ordem, Pierre Servan Schreiber. A delegação visitou algumas dependências do Palácio da Justiça, entre elas a Sala Ministro Costa Manso, local das reuniões semanais do Órgão Especial. O sistema de videoconferência já permitiu a realização de sessões com Juízes do Canadá e dos Estados Unidos, ambas com grande sucesso de acessos virtuais Na ocasião, o Presidente da APAMAGIS, Paulo Dimas, comentou sobre a tecnologia utilizada pela Entidade para facilitar a comunicação entre os Magistrados – o sistema de videoconferência –, que já permitiu a realização de sessões com Juízes Antonio Carreta - TJ/SP | Representantes do TJ/SP, da APAMAGIS e da OAB/SP expõem a realidade da Justiça paulista do Canadá e dos Estados Unidos, ambas com grande sucesso de acessos virtuais. O Conselheiro seccional da OAB/SP, George Niaradi, a integrante da Comissão de Relações Internacionais da OAB/DF, Mônica Ventocilla Franco, e o Advogado Philippe Boutaud-Sanz também acompanharam o encontro. Os Advogados franceses foram recebidos inclusive pelo Presidente da Seção de Direito Privado, Fernando Antonio Maia da Cunha, pelo integrante da 6ª Câmara Criminal e da Comissão de Imprensa e Comunicação do Tribunal de Justiça de São Paulo e Diretor do Departamento de Relações Internacionais da APAMAGIS, Marco Antonio Marques da Silva, pelos Juízes assessores da Presidência, Sérgio Rui da Fonseca e João Batista Morato Rebouças de Carvalho e pelo Presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Fábio de Salles Meirelles. Associação Paulista de Magistrados | 7 APAMAGIS em ação Iniciativa | Juiz da Comarca de Santos lança Prática Judiciária no Innovare “Execução Penal Imediata - Acesso Pleno do Preso ao Poder Judiciário”: única prática aprovada na categoria Premiação Especial O Prêmio Innovare foi instituído com o objetivo de “identificar, premiar e disseminar práticas inovadoras realizadas por Magistrados, membros do Ministério Público estadual e federal, Defensores públicos e Advogados públicos e privados de todo o Brasil”. Desde sua primeira edição, em 2004, a premiação divulga inúmeras práticas que contribuem com a qualidade da prestação jurisdicional e com a modernização da Justiça nacional, por meio do intenso trabalho feito por competentes profissionais do Direito. O estado de São Paulo foi novamente aclamado na edição de 2010, com o projeto elaborado pelo Juiz Gilberto Ferreira da Cruz. A prática proposta pelo Juiz é simples. Consiste no critério objetivo de controle de prazos dos benefícios dos sentenciados. Não há custo ao sentenciado ou ao Poder Judiciário – logo sem necessidade de investimentos em infraestrutura, equipamentos ou funcionários – e sem aumento no limite do orçamento. A técnica contribui para a efetiva e célere prestação jurisdicional, eliminando a espera de requerimento de outros órgãos que compõem a Administração da Justiça Criminal e viabiliza melhor acesso à Justiça. Em suma, o sentenciado se integra ao sistema judicial de acompanhamento da pena, considerado mais eficaz do que qualquer outro acesso, por não ter nenhum impedimento sobre a atuação da defesa ou O Prêmio Para conhecer todos os vencedores do Prêmio Innovare desde o seu lançamento e todos os projetos aprovados pelo Instituto, acesse: www.premioinnovare.com.br. 8 | Associação Paulista de Magistrados VENCEDORES PAULISTAS | Juiz Gilberto Ferreira da Cruz tem prática aprovada na categoria “Premiação Especial” do MP na iniciativa. O Poder Judiciário assume a responsabilidade de dar início aos trâmites, sem cerceamento de atuação dos órgãos, o que traz benefício imediato a todos os envolvidos. RETROSPECTO Adotada pelo Juiz Gilberto Ferreira da Cruz na Vara do Júri e Execuções Criminais de Santos, em 1992, a prática contribuiu para que não houvesse presos cumprindo pena além do período de condenação ou carente de benefício imediato por ausência de requerimento prévio na Comarca Santista. De acordo com o autor da prática judiciária, “a integração do preso com a sociedade se dá no momento em que, sentindo-se amparado pelo sistema de Justiça desde o cárcere, passa também a acreditar no Poder Judiciá- “A integração do preso com a sociedade se dá no momento em que, sentindo-se amparado pelo sistema de Justiça desde o cárcere, passa também a acreditar no poder Judiciário” Juiz Gilberto Ferreira da Cruz rio. Com tal suporte é possível diminuir a revolta social daquele que passou tempo determinado em cumprimento de pena privativa de liberdade”. A APAMAGIS orgulha-se de todos os personagens da Magistratura estadual paulista, que trazem à tona a solidariedade, a iniciativa e salientam a real função do Poder Judiciário – trabalhar efetivamente em prol da população. O primeiro prêmio dos paulistas aconteceu em 2005, quando a Magistrada Maria Lúcia Pizzotti recebeu o Prêmio Innovare, na categoria Juiz Individual, por conta da experiência do Setor de Conciliação da primeira instância do Fórum João Mendes Jr. Depois, em 2007, o Juiz João Baptista Galhardo Junior, então da 2ª Vara Criminal da Comarca de São Carlos – e que atualmente faz parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) –, foi o vencedor do IV Prêmio Innovare na categoria Juiz Individual com o projeto “Núcleo de Atendimento Integrado”, com foco na integração dos poderes e a participação da sociedade para que seja garantida agilidade no processo judicial de apuração dos atos infracionais cometidos por adolescentes, além do acompanhamento de todo o processo. A prática hoje também é aplicada nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro. No ano seguinte, pelo segundo ano consecutivo, um associado da APAMAGIS foi responsável por trazer o prêmio novamente para a Magistratura de São Paulo: o Diretor de Interiorização, Juiz João Agnaldo Donizeti Gandini, foi premiado com a láurea do V Prêmio Innovare com o projeto “Moradia Legal”, que versa sobre a erradicação e reurbanização de núcleos de favelas em Ribeirão Preto, cidade onde atua. Na VII edição da premiação o tema foi “Desburocratização da Justiça”, para a qual o Juiz Gilberto Ferreira da Cruz, da Comarca de Santos, elaborou um projeto referente à Execução Penal, com deferimento e publicação no site do Instituto Innovare, na categoria premiação especial, única prática aprovada nesta categoria a um Juiz do Estado de São Paulo. Judiciário Tributo | Um hiato se abre na Magistratura brasileira com a morte de Viana Santos Perda inesperada causa comoção entre familiares e colegas O Des. Antonio Carlos Viana Santos faleceu aos 68 anos, na madrugada do dia 26 de janeiro, em sua casa, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Apesar de estar com a saúde fragilizada desde o ano passado – em consequência de diabetes e pressão arterial alta – a morte do presidente do TJ/SP surpreendeu familiares, amigos e Magistrados. O velório aconteceu no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça e personalidades ilustres da Magistratura e da política estiveram presentes para prestar as últimas homenagens. Paulo Dimas disse que Viana Santos foi um exemplo dentro da Magistratura nacional e que ele tinha “grandezas para inspirar todos nós e exemplo de fibra e capacitação para os mais jovens”. O Presidente da AMB, Nelson Calandra, estava em Brasília quando soube do falecimento de Viana Santos. Bastante sensibilizado, Calandra ressaltou o espírito de liderança, a capacidade de resolução e o amor com que o Presidente do TJ/SP sempre exerceu sua carreira. “No Órgão Especial do TJ, mesmo para as questões mais intrincadas ele sempre tinha à mão a fórmula do bom senso”, relembrou o dirigente da AMB, antes de pegar o vôo para São Paulo. O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve no Salão dos Passos Perdidos no final da noite de O féretro deixou o Palácio de Justiça, por volta das 9h30, em um carro do corpo de bombeiros sob escolta dos batedores da Polícia Militar em direção ao Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, onde foi sepultado. em memória de Viana quarta-feira. Alckmin mencionou as realizações de Viana Santos à frente do Tribunal de Justiça: “fez um grande trabalho para acelerar a informatização dos fóruns e ampliar o acesso à Justiça”, em seguida ainda decretou luto oficial de três dias. Os Presidentes do STF e do TSE, Ministros Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski, respectivamente, compareceram à cerimônia de despedida, por volta das 9h da manhã do dia 27/01. O ex-Governador de São Paulo, José Serra, cumprimentou os familiares e citou a cordialidade que pautou o relacionamento sempre positivo entre eles enquanto chefe de poderes. O ex-Procurador-Geral de Justiça e ex-Secretário Estadual, Luiz Marrey, recordou a ocasião em que Viana Santos assumiu, por quatro dias, o cargo de Governador de São Paulo, devido à viagem de Alberto Goldman ao exterior. Nem todos os amigos puderam comparecer ao velório, mas a manifestação de carinho e pesar foi expressa com dezenas de coroas de flores que preenchiam os corredores do salão. As homenagens foram enviadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, pelo Ministro do STF, José Dias Antônio Toffolli, pelo Corinthians – de quem era torcedor – e por diferentes tribunais, comarcas, escritórios de advocacia e associações. Depois da partida de alguém estimado fica a vontade de deixá-lo próximo sempre que possível e uma das formas de fazer isto é através da fé, em forma de oração. A missa de sétimo dia pelo falecimento do Desembargador ocorreu na Catedral da Sé, em São Paulo, no dia primeiro de fevereiro. O CardealArcebispo metropolitano da cidade, Dom Odílio Pedro Scherer, celebrou a cerimônia ressaltando a importância da vida, da justiça e da ressurreição. O rito reuniu Juízes, Desembargadores, Promotores e Procuradores de Justiça, Advogados, Oficiais militares, servidores, familiares e amigos de Viana Santos. As sessões das câmaras de julgamento encerraram-se a tempo do toque dos sinos da catedral anunciar a celebração das 18 horas. Para lembrar o primeiro mês após a partida de Viana Santos, o Presidente da AMB, Nelson Calandra, mandou realizar uma missa em homenagem ao amigo na Catedral Metropolitana de Brasília, na Esplanada dos Ministérios, no início de março. essas atividades não eram suficientes e também esteve intensamente presente no associativismo da Magistratura. Viana Santos dizia que as atividades associativas deram a ele experiência administrativa e institucional. Foi Presidente da APAMAGIS, associação pela qual sempre expressou grande carinho, por dois biênios seguidos (1996-1999). Também esteve à frente da AMB em 2000/2001. Foi fundador e primeiro Presidente da APM. No biênio de 2008/2009, foi eleito Presidente da Seção de Direito Público. Em janeiro do ano passado, assumiu a Presidência do TJ/SP e junto dela quase 3 mil magistrados, cerca de 45 mil servidores e um orçamento em torno de R$ 4,5 bilhões. Ali tudo tende ao superlativo, assim como a quantida- de de processos no acervo – quase 19 milhões no primeiro grau e aproximadamente 500 mil no segundo. Um dos motivos que garantiram a sua eleição foi sua capacidade indiscutível em conhecer e saber fazer política institucional. Viana circulava com desenvoltura entre todas as autoridades, até mesmo aquelas a quem não conhecia tão bem. Outros pontos significativos certamente foram o trabalho árduo e os resultados expressivos conquistados como dirigente nas associações acima. Para seu mandato de dois anos, a prioridade número um era a informatização total do Judiciário paulista, extinguir as “ilhas que não se comunicam na Justiça de São Paulo”. A implantação começaria nas varas de execuções fiscais e de execuções criminais, uma vez que ambas atendem a interesses do Judiciário e também do Executivo. Outro tema de destaque era a implementação de um novo modelo de gestão, voltado para a distribuição planejada e rigorosa de recursos financeiros, humanos e tecnológicos e que seria responsável pelo cumprimento do plano estratégico quinquenal e de controle interno, tendo sido aprovado pelo Órgão Especial, e pelo programa de metas de sua equipe de governo. O Desembargador Antonio Carlos Viana Santos preparou-se muito para o cargo que assumiu no Tribunal de Justiça de São Paulo e os Magistrados são praticamente unânimes ao afirmar que o Poder Judiciário e a Magistratura sofreram um forte revés com seu mandato tendo sido interrompido pela metade. | Des. Viana Santos foi exemplo de fibra e bom senso Trajetória ascendente Viana Santos nasceu em 21 de setembro de 1942, em Sorocaba, vivendo lá até os 11 anos. Ingressou na renomada Faculdade de Direito da USP, em 1965. Foi Procurador da prefeitura de Osasco, onde fundou e presidiu a primeira Associação dos Funcionários Públicos daquele município. Entrou na Magistratura em 1969. Durante sua carreira, atuou como Juiz nas comarcas de Jundiaí, São Luiz do Paraitinga, Oswaldo Cruz, Presidente Prudente, Taubaté e São Paulo, tendo sido promovido a Juiz do extinto Tribunal de Alçada Criminal, em 1983. Foi alçado ao cargo de Desembargador do TJ/SP em 1988. Versátil, ampliou sua área de atuação e participou ativamente na vida acadêmica. Lecionou por mais de 44 anos, com maior foco na área de Direito Civil. Contudo, todas Associação Paulista de Magistrados | 9 Judiciário Arquivo pessoal “Ao Dr. Antonio Carlos Viana Santos, Presidente da Banca Examinadora do 177o Concurso da Magistratura de São Paulo: Que nos acolheu no dia da nossa prova oral, Que nos falou palavras de carinho antes da arguição do exame, Que, inesquecivelmente, leu os nossos nomes na lista dos aprovados no concurso, abrindo, para nós, a porta da Magistratura Paulista. A nós, Juízes do 177o Concurso da Magistratura, o Dr. Viana deixou a lembrança de um dia feliz, o exemplo de humildade e de carisma a ser seguido e a certeza de que vale a pena sonhar e acreditar no sonho. Deixou saudade, mas, com certeza, levou consigo toda a nossa admiração e carinho.” Paula Micheletto Juíza de Direito pertencente ao 177o Concurso da Magistratura. Eleições | Bedran assume presidência do TJ/SP José Santana e Maurício Vidigal são eleitos para a Vice-Presidência e Corregedoria-Geral da Justiça Com o falecimento do Desembarga- dor Viana Santos e as aposentadorias compulsórias dos Desembargadores Munhoz Soares e Müller Valente, o Tribunal de Justiça de São Paulo experimentou uma condição sui generis e foi obrigado a realizar eleições para os três mais altos postos da Corte Paulista, os cargos de Presidente, Vice-Presidente e Corregedor Geral da Justiça. O processo eleitoral contou com a destacada participação dos Desembargadores Antonio Luis Reis Kuntz, Armando Sérgio Prado de Toledo e Carlos Eduardo de Carvalho, que assumiram de forma provisória, respectivamente, os cargos mencionados e conduziram de maneira escorreita o maior Tribunal do Brasil e seus imensos desafios, agravados pelas perdas significativas dos altos postos. Ainda de luto, o Órgão Especial do TJ/SP estabeleceu os parâmetros para a efetivação do pleito, realizado no dia 3 de março. Luto e devoção A eleição para a Presidência do TJ/SP foi realizada num clima misto de sentimentos: luto pela perda do Des. Viana Santos, tristeza pela despedida dos Desembargadores Müller Valente e Munhoz Soares e convicção de que precisavam levar adiante a missão de administrar a mais importante Corte estadual do país. E esta certeza foi expressa com a maciça participação dos Desembargadores votantes, que elegeram o Desem- 10 | Associação Paulista de Magistrados | Vice-Presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, o novo Presidente do TJ/SP, Bedran, e o novo Corregedor Geral, Maurício Vidigal, entre Desembargadores bargador José Roberto Bedran como Presidente da Corte com 288 votos. O Desembargador Maurício da Costa Carvalho Vidigal foi eleito, também no primeiro turno, como Corregedor Geral de Justiça, tendo recebido196 votos. Vice-Presidência: resultado só no 2o Turno A eleição para Vice-Presidência foi acirrada. Os Desembargadores José Santana e David Haddad receberam votos suficientes para levar o pleito para segundo turno. Com a nova votação, o Desembargador José Santana obteve 128 votos e foi então eleito para o cargo de Vice-Presidente. Posse e novos desafios Finalizado o escrutínio, o Presidente em exercício do TJ/SP, Desembargador Reis Kuntz, deu posse a José Roberto Bedran como Presidente daquele Tribunal, José Santana como Vice-Presidente e Maurício Vidigal como Corregedor Geral da Justiça. Em nome dos eleitos, o novo Presidente discursou, reafirmando os vários compromissos do Judiciário de São Paulo. Confira alguns trechos: Celeridade “É claro que, com a expressão e grandeza de tão conhecido e volumoso número de processos, temos defeitos e passamos por vicissitudes. Vamos, com união e trabalho, procurar superá-los, sobretudo no cumprimento da nossa precípua e finalística função: a de prestadores de serviços públicos forenses, os quais, por mandamento constitucional, ordinariamente têm de ser mais céleres e efetivos, para o melhor atendimento do alvo e o objetivo maior do trabalho jurisdicional – o povo em geral. A esse propósito, | Todos os presentes atentos para a divulgação dos resultados pode-se adiantar que a Corte já vem dedicando toda a atenção pelo que temos a certeza de que, sempre com a prestimosa contribuição de seus ilustres integrantes, os denodados juízes de primeiro grau e os devotados desembargadores e juízes substitutos em segundo grau, em breve haveremos de superar este problema.” Relações institucionais | O Des. Reis Kuntz empossa os novos eleitos “(…) contamos, também, com a inestimável colaboração e solidária parceria do conceituado Ministério Público do Estado e da nobilíssima classe dos Advogados, representados pela prestigiosa Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, com quem formamos o tripé e sustentáculo do Judiciário e aos quais tributamos o nosso profundo respeito Passado, presente e futuro “Invocando as luzes, a inspiração, a sabedoria e a experiência de todas as ilustres figuras de Magistrados que nos antecederam neste expressivo posto, a promessa é de exercê-lo com toda dignidade e respeito, mirando sempre – sem deixar de considerar o presente, a posteridade e o alto prestígio do Poder Judiciário de São Paulo.” Perfil Saiba mais sobre os novos Presidente, Corregedor Geral da Justiça e Vice Antonio Carreta - TJ/SP Des. José Roberto Bedran Natural de Taquaritinga, o Des. José Roberto Bedran integra a 2ª Câmara de Direito. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) na turma de 1967. Em apenas dois anos foi aprovado no Concurso da Magistratura. Passou por diversas comarcas, entre elas Barretos, Piratinga e Itanhaém. Em 1984 foi promovido a Desembargador do TJ/SP. Des. Maurício da Costa Carvalho Vidigal Nascido na Capital do Estado, o atual Corregedor Geral da Justiça, Des. Maurício da Costa Carvalho Vidigal, também se formou nas Arcadas do Largo de São Francisco (USP), em 1965. Na Carreira da Magistratura atuou em relevantes comarcas como Altinópolis, Ourinhos e Guarulhos. Em 1993 foi alçado ao cargo de Desembargador do TJ/SP. Antonio Carreta - TJ/SP Des. José Santana A pacata cidade de Álvares Florence tem no Des. José Santana um de seus filhos mais ilustres. Bacharel em Direito pela prestigiada Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), formou-se na mesma turma do atual Presidente da Corte (1967). Igualmente ingressou na Magistratura no mesmo ano do Presidente Bedran. José Santana judicou, entre outras comarcas, em Pederneiras, Poá e Mogi das Cruzes. Em 1996 tornou-se Desembargador do TJ/SP. Associação Paulista de Magistrados | 11 Judiciário Homenagem | Munhoz Soares encerra brilhante carreira Integridade e empenho - pontos que marcaram sua trajetória É bem difícil encontrar pessoas que sai- bam reconhecer quando chega o momento de fechar um ciclo. Mais complicado ainda é se deparar com as que tenham sabedoria de saírem de cena no ápice. O Desembargador Antonio Carlos Munhoz Soares comprovou que faz parte deste seleto grupo ao decidir aposentar-se antes de completar 70 anos. No dia três de fevereiro, Munhoz participou de sua última sessão no Órgão Especial e agradeceu. “Foram 50 anos de serviço público. Fui funcionário, passei no concurso para ingresso na Magistratura e hoje me afasto para dar oportunidade aos que estão vindo, porque o Tribunal precisa de renovação. Pedi a Deus que chegasse aqui e honrei a minha toga”. Tanto tempo de dedicação, quase 45 anos só voltados à Magistratura paulista, faz com que o momento da despedida seja complexo e cause um emaranhado de emoções. Afinal, é uma relação tão forte e intensa como a gerada no casamento. E, ao olhar para trás, vê-se | Profissional exímio e dedicado muitos frutos. O problema é sintetizar tanto tempo de história selecionando somente alguns desses feitos. O grande momento só chega com esforço e perseverança, conseguidos em anos de trabalho árduo. E o auge não vem para todos, coroa poucos, aliás. Munhoz Soares encerrou sua magnífica carreira como merecia, no topo, à frente da Corregedoria Geral da Justiça. E, homem justo que é, reconhece que só chegou até ali porque teve o suporte e colaboração de diversas pessoas ao longo dos anos de trabalho. Natural de Itapetininga – terra de Júlio e Fernando Prestes, grandes nomes na história política do país – Munhoz Soares formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, em 1965, e ingressou na Magistratura no ano seguinte. Na ocasião já era funcionário da Justiça Estadual. Dono de uma personalidade dinâmica, o Desembargador viveu uma carreira intensa e movimentada, tendo passado por todos os ramos da atividade Judiciária: Direito Privado, Público, Criminal, TACRIM. Trabalhou nas cidades de Jundiaí, Poá, Cajuru e na capital do estado. Até receber o título de Desembargador, em 1987, exerceu diversas funções. Foi Substituto no 1º Tribunal de Alçada Civil e no Tribunal de Justiça, atuou na Segunda, na Sexta e na Quarta Câmara Civil. Foi promovido a Juiz do extinto Tribunal de Alçada Criminal em 1983. Um dos feitos de destaque em sua carreira foi a fundação do Serviço Psicossocial Clínico e Vocacional do Judiciário do em 1995. A estrutura do projeto foi inspirada em serviços semelhantes existentes em países da Europa e no Canadá. O serviço, que foi implantado inicialmente na capital, expandiu para o interior. Campinas, Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru, São José dos Campos e Sorocaba já oferecem tal facilidade que prestou mais de 140 mil atendimentos a magistrados e funcionários. Durante o biênio de 2008/2009, foi Vice-Presidente do TJ/SP e assumiu o cargo de Corregedor Geral da Justiça em janeiro de 2010, posto de liderança no qual se despede da Magistratura. Saiu de cena fazendo jus ao que acredita: “Não se exige senão de si mesmo, ou seja, sem dar o exemplo pessoal de dedicação, de entusiasmo pelo que faz. Quem faz isto tem capacidade de liderança.” Tributo | Müller Valente: exemplo de Magistrado Desembargador se aposenta deixando legado ético e trabalho árduo Meio século é bastante tempo e mui- tos feitos podem ser realizados neste período, deixando consideráveis realizações marcadas na história, principalmente quando usado para se dedicar a uma causa única – a Magistratura. Quase cinquenta anos. Este foi o tempo de contribuição do Desembargador Marco César Müller Valente ao Poder Judiciário. Resumir uma carreira exímia – de significativas conquistas e dedicação exclusiva – como de fato foi o histórico de Müller Valente torna-se um grande desafio. Brilhante desde sempre. Natural da cidade catarinense de Brusque, ingressou na Magistratura aos 25 anos – idade mínima exigida – e apenas dois anos após concluir o curso de Direito na PUC/SP. O Desembargador foi determinado e galgou cada degrau necessário rumo ao cume da carreira. Começou como juiz substituto no interior do estado, na 9ª Circunscrição Judiciária, em Barretos. Os passos seguintes o levaram, como juiz titular, a Miracatu e Pereira Barreto. A capital paulista passou a contar com o trabalho de Müller Va- 12 | Associação Paulista de Magistrados | Quase 50 anos em prol da Justiça lente em 1969, quando passou a atuar como juiz substituto na 27ª Vara Cível do Fórum João Mendes Júnior. Tornou-se juiz titular da 27ª Vara em 1976 onde permaneceu até 1983, quando foi transferido para o 1º Tribunal de Alçada Civil e empossado como juiz. De lá até receber a toga de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo foram quatro anos. A nomeação aconteceu em 18 de fevereiro de 1987. Sua trajetória jurídica foi ainda mais longe. Müller Valente também integrou a Comissão Especial de Planejamento Administrativo e de Banca Examinadora de Concurso de Ingresso à Magistratura. Além disso, foi Vice-Presidente e Corregedor Regional do TRE/SP em 2006. Durante o período de 28 de novembro de 2007 a 1º de dezembro de 2009, assumiu a Presidência do TRE/SP. No dia seguinte de sua saída do comando do TRE/SP, o Desembargador foi eleito Vice-Presidente do TJ/SP para o biênio de 2010/11. No Tribunal, Müller Valente defendeu que o importante e fundamental na realização do trabalho, principalmente como VicePresidente, era garantir estar cercado de colegas qualificados, pessoas entusiastas e entusiasmadas pelo serviço. Assim, aqueles à frente da direção do TJ/SP poderiam orientar suas decisões segundo bons aconselhadores. O Desembargador manteve como Vice-Presidente a mesma postura altiva de toda sua carreira, reconhecendo a importância do trabalho conjunto de colegas Desembargadores, Juízes Auxiliares, em prol de que o Tribunal de Jus- tiça ofereça de forma contínua um trabalho de qualidade e próspero, apesar de todas as dificuldades. Müller Valente nutriu seu lado coerente e diplomático ao reconhecer a importância em receber críticas e sugestões de Desembargadores e Juízes de Primeiro Grau. E com lisura e afabilidade, Müller Valente defendeu sucessivamente o Judiciário paulista. Mesmo não sendo natural daqui, considera a cidade de São Paulo um motivo de orgulho para o Estado, para o Brasil, para todos. Principalmente quando analisando as conquistas da Magistratura. Causídico da ideia de que é muito fácil criticar, mas é difícil construir, exaltou e defendeu as conquistas do Judiciário paulista, especialmente as conquistadas mesmo diante de cortes orçamentários. Deste modo ao olhar para trás e ver o caminho trilhado, no dia 17 de janeiro, poucos dias antes de completar 70 anos, o Desembargador Marco César Müller Valente – ao ver sua aposentadoria publicada no Diário da Justiça – pôde ter a certeza de que cumpriu com êxito seu papel e criou uma marca notável na história da Magistratura paulista e nacional. Integração Segurança | Diretoria da APAMAGIS visita ACADEPOL Encontro firma parceria entre as entidades O Presidente Paulo Dimas e o Vice- Presidente Roque Mesquita visitaram a Academia de Polícia na Cidade Universitária, no dia dez de fevereiro. O atual Diretor da ACADEPOL, Delegado Marco Antonio Martins Ribeiro de Campos, e demais membros da entidade foram responsáveis por recepcionar os representantes da APAMAGIS. Na ocasião, o Diretor Marco Antonio Martins Ribeiro convidou os presentes para um tour pela sede da Academia. Os Magistrados puderam conhecer a sala de tiros, bem como todas as armas usadas pela ACADEPOL para treinamento. O ápice do encontro foi a visita ao Museu do Crime, que abriga um respeitável acervo de criminologia e criminalística. Ali estão armazenadas informações relevantes sobre a evolução da Polícia de São Paulo no que cerne a investigação criminal. De acordo com o Delegado Edemur Ercilio Luchiari, que acompanhou a comitiva na visita, o Brasil é o segundo do mundo – perde apenas para os EUA – na tecnologia de estudo capaz de definir com precisão o horário de morte de uma pessoa, o que é motivo de grande orgulho para a Polícia. | Paulo Dimas e Roque Mesquita em visita à ACADEPOL O encontro permitiu que uma promissora parceria entre a APAMAGIS e a ACADEPOL fosse firmada. Para o Presidente Paulo Dimas, instituições como a Magistratura, a Polícia e o Ministério Público contam com recursos humanos valorosos, formados por pessoas de bem, que, com entusiasmo, desenvolvem suas atividades e aproximam estas instituições da sociedade. O Des. Evilásio Goulart aproveitou a oportunidade para homenagear – mesmo que de maneira breve – o Diretor da ACADEPOL, ao relembrar sua trajetória dentro da Polícia de São Paulo. Na ocasião, os Desembargadores foram brindados com um kit da ACADEPOL. Estiveram presentes o Desembargador James Alberto Ciano e os Doutores Julio Gustavo Vieira Guebert, Ivalda Oliveira Aleixo, Caetano Paulo Filho, Pedro Tonelli Neto, Tabajara Novazzi Pinto, Miguel Affonso Ferreira de Castilho Filho, Marcos Leiva, Carla Priscila Del Nero, Gislaine Aparecida Santa Nieli Borges, Marcia Eloisa Mendonça Ruiz, Martha Luzia Mendonça Vergine, Denise Cristina Lima Baptista, Adilea de Fátima Santos, Claudio José Mene, Pedro Luiz de Freitas Banieti, André Luiz Tewfiq e Maria Cristina de Oliveira Moreno Queiroga Frugoli. Magistrado: temos as melhores soluções para você e seus bens ficarem sempre protegidos! Estamos em campanha com as seguradoras Porto Seguros e Marítima. 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Associação Paulista de Magistrados | 13 Espaço Aberto A competência recursal na Lei nº 11.340/06 e as conclusões do Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher Érica Marcelina Cruz Juíza de Direito da Comarca de Botucatu Com alguns anos de vigência, a lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 já suscitou muitos questionamentos, dentre eles: O diploma legislativo é constitucional? Há ofensa ao princípio da igualdade? É possível ao julgador aplicar a, como ficou conhecida, Lei Maria da Penha, em favor do sexo masculino? A proteção legislativa abarca todas as situações em que figurar, no pólo passivo da relação jurídica de direito penal, uma mulher, ou seja, sempre que a vítima for mulher deve-se suscitar o âmbito de proteção da Lei nº 11.340/06 ou apenas ela terá aplicação nos casos em que o ato delitivo estiver fundado na motivação de gênero, no caso, gênero feminino? Será que os operadores do direito estão preparados para operar o diploma legislativo, isto é, será que o juiz, o promotor de justiça, o delegado de polícia, o advogado conhecem as discussões ou têm a compreensão do conceito de “violência de gênero”? A busca de respostas para estas e outras indagações é o que ainda está por vir. Entretanto, sem esgotar o assunto, cumpre tratar especificamente de um dos primeiros problemas apresentados pelo diploma legislativo nestes primeiros anos de vigência e que parece que, atualmente, já tem solução. Trata-se da divergência a respeito da competência para apreciar os recursos impetrados contra sentenças que reconheceram a autoria e materialidade dos crimes de violência doméstica, ou seja, se a competência para apreciação de tais recursos afeta os Tribunais de Justiça dos Estados ou os Colégios Recursais. A discussão a respeito da competência para apreciar a apelação criminal em casos de violência doméstica ganhou tamanho vulto, a ponto de surgirem inúmeros conflitos negativos de competência no Colendo Superior Tribunal de Justiça, dentre eles o Conflito de Competência nº 89.002-SP (2007/0195003-2), STJ, de relatoria da Eminente Ministra Jane Silva (desembargadora convocada). Fato é que a Magistrada que subscreve o presente ensaio, representando a Associação Paulista de Magistrados – Apamagis, juntamente com o Magistrado do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Marcelo Castro Anátocles, 14 | Associação Paulista de Magistrados formularam e defenderam, no II FONAVID – Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, realizado em João PessoaPB, de 24 a 26 de novembro de 2010, visando uniformizar a jurisprudência, formularam a proposta do enunciado criminal, posteriormente aprovada em plenário, em votação por maioria qualificada, do seguinte teor: “A competência para apreciar os recursos contra as decisões proferidas pelos juizados de violência doméstica contra mulher é dos Tribunais de Justiça, independentemente da pena”. As razões pelas quais os recursos devem ser encaminhados ao Tribunal de Justiça dos Estados, bem como os prejuízos que a divergência acerca da competência podem ocasionar para a prestação da tutela jurisdicional célere, efetiva e em proteção à mulher é o que se pretende evitar, alertando os operadores do direito no sentido de que, embora a lei fale em juizado de violência doméstica (artigos 1º e 14 da Lei Maria da Penha), não equivale ao juizado especial criminal tal como previstos na Lei nº 9.099/95. O objetivo do legislador ao utilizar o termo “Juizados de Violência Doméstica” foi o de imprimir ao feito, a celeridade e a informalidade no atendimento à mulher, com auxílio da equipe multidisciplinar sem as formalidades do rito ordinário processual penal, porém, não se pretendeu que os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher fossem “uma outra modalidade de juizado especial criminal”, independentemente da pena cominada ao crime objeto de investigação. O diploma legal fixou a competência das Varas Criminais para apreciação dos feitos, de natureza cível ou criminal, envolvendo violência doméstica e familiar contra a mulher, com o intuito clarividente de não classificar tais delitos como crimes de menor potencial ofensivo. Se hoje caminhamos para a igualdade material concretizada entre os gêneros, fato é que ainda não atingimos o seu ápice e há muito a fazer. Entretanto, a aplicação do rito processual da lei nº 9.099/95 ainda que em grau recursal, ou seja, o permissivo para que os recursos oriundos dos ditos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher sejam exa- minados pelo Colégio Recursal traduz uma postura de tratar os crimes contra a mulher, fundados na violência de gênero, como algo que não merece punição mais severa, prejudicando a efetiva prevenção de delitos de tal jaez. Esta postura contraria todo o sistema de proteção criado pela lei nº 11.340/06, que estatui mecanismos para aplicação de sanções mais severas e efetivas a fim de erradicar a violência de gênero em prol da sociedade mais justa, igualitária e equitativa. Por todo o exposto, conclui-se que privilegiar o princípio da igualdade, tal como consagrado pelo artigo 5º “caput” da CF é compreender, em um primeiro momento, que existe, ainda hoje, a desigualdade entre os gêneros masculino e feminino. Se referida desigualdade é fruto da sociedade eminentemente patriarcal, o processo de mudança somente obterá resultados com a consciência dos operadores do direito de que é preciso a construção deste direito. É justamente em virtude da necessidade de se igualar os que são diferenciados sem um discrímen razoável, ou seja, sem qualquer fundamentação justa e constitucional, mas sim por motivos veementemente discriminatórios, que surge a legislação protetiva à mulher, para que, com a concretização da igualdade material e com a aplicação adequada, eficaz e precisa deste diploma legislativo, se possa um dia, em um futuro ainda longínquo, revogar esta própria legislação protetiva, quando então se tenha atingido, na sua plenitude, a dita igualdade entre homens e mulheres. É preciso reconhecer que nós juízes, os promotores de justiça, os advogados e os demais atuantes na seara do direito, não estamos acostumados a tratar, no estudo da legislação penal e processual penal, a questão do gênero. Em se tratando da violência doméstica prevista na lei 11.340/06, faz-se necessário um olhar mais cuidadoso na prova da autoria e materialidade, bem como nos elementos indiciários que compõem a formação do inquérito. Isto porque se deve perquirir a motivação do agente infrator fundada na violência de gênero, pois é ela que fundamenta todo o sistema criado pela Lei Maria da Penha, inclusive a intenção do legislador de afastar o procedimento mais benefício da Lei nº 9.099/95. Chega-se à conclusão, deveras, que somente esta postura pró-ativa dos juízes, buscando evitar incidentes processuais e com o foco de conscientizar os infratores de que a sociedade está em constante transformação e que o Poder Judiciário desempenha, por meio de suas decisões, um papel de construtor desta sociedade mais justa e igualitária, é que se poderá exterminar as frequentes agressões à mulher, fundadas na violência de gênero, fazendo com que a evolução do ser humano caminhe de acordo com o respeito e a concretização dos ditames constitucionais. O que pode o Juiz aposentado fazer pelo Judiciário? Antonio Raphael Silva Salvador Desembargador e Professor Universitário O meu preclaro colega e amigo Ro- meu Estevão Ramos deseja saber o que pode o Juiz aposentado fazer pelo Judiciário. Meu Deus, quanta coisa podemos fazer no sentido inquirido pelo Romeu. Em primeiro lugar, jamais deverá o Juiz aposentado afastar-se do Judiciário e de seus antigos colegas. Deixando a luta diária dentro das lides forenses, não devemos abandonar o nosso afeto pela atividade jurisdicional, não devemos olvidar os momentos felizes e operosos praticados nessa atividade tão meritória. Além dessa proximidade com o Judiciário, podemos fazer muita coisa por ele, mesmo quando nos aposentamos. Podemos, por exemplo, atuar como conciliadores nos processos ainda não definitivamente julgados, como eu faço em Santos, onde tenho conseguido sucesso nas conciliações em segundo grau. No geral, podemos chegar a 30% dos processos que nos são entregues para a conciliação e essa porcentagem é muito boa, com quase um terço dos processos limpados, findos, conciliados. Em Santos, eu, Walter Theodósio e Juiz Pacheco de Castro e mais um dedicado advogado temos conseguido milagres em casos difíceis, onde conciliações são realizadas. aposentados de igual valor, quanta coisa poderá ou já está sendo realizada. Nosso grupo, com Sílvio Marques à frente, tomou conta de São Luiz do Paraitinga e lá tem tido efetivo serviço de salvação dos processos da Comarca alagada. Agora estamos partindo para outro serviço, no campo dos Juizados Especiais, onde estou como Coordenador do Juizado da UniSantos, remodelando tudo o que existia e contando com Meu caro Romeu: ainda sonho em poder ver nos Juizados, que sempre considero alta e importante forma de solução das massas de processos, os Juízes e Desembargadores aposentados como Juízes Leigos dos Juizados, quando poderemos realizar a instrução da causa e dar sentença, que será sempre revista pelos Juízes dos Juizados. Precisamos de uma lei que diga que somente Juízes aposentados pode- Além disso, hoje vemos um grupo grande de Desembargadores e Juízes aposentados desejando auxiliar colegas da ativa procurando separar os processos ainda não distribuídos, como vemos na atividade desenvolvida para tornar mais fácil a busca dos processos iguais dentro dos milhões que se encontram no bairro do Ipiranga. Sob a batuta do Des. Gilberto Passos de Freitas, do Des. Laércio Laurelli e do Des. Sílvio Marques, com tantos outros a boa vontade de Professores e alunos da faculdade. Muitos aposentados atuam nos Juizados como conciliadores. Estamos também fazendo cursos para assessores, assistentes e escreventes judiciários, que trabalham nos Gabinetes dos Desembargadores, verificando a alta qualidade desses dedicados e cultos auxiliares e ministrando curso para que possam produzir ainda mais e melhor no auxílio do estudo dos processos pelos Desembargadores. rão ser Juízes Leigos, para fugir da alegação de inconstitucionalidade do dispositivo da Lei dos Juizados, quando colegas reclamam que esses Juízes Leigos podem ser advogados e Professores. Enfim, caríssimo Romeu, muito podem fazer os aposentados pela Justiça e, com isso, muito fazem também por eles, que sofrem com a aposentadoria. Nenhum aposentado quer um tostão pelos serviços ao Judiciário. Apenas querem trabalhar. Novidades da Editora Saraiva. Indispensáveis e superatualizadas! CLT Carrion 2011 Códigos Theotonio Negrão 2011 Indispensáveis e superatualizados 30 aedição Síntese atualizada de todo o Direito do Trabalho, material e processual 43a EDIÇÃO COMEMORATIVA PREVISÃO DE CHEGADA: 04/03/2011 36a edição ainda mais completa Novo projeto gráfico EMBALAGEM PROMOCIONAL O PREÇ NAL* IO OMOC PR X E O BO COMPR IS LIVROS S DO COM O OVEITE O E APR Linguagem objetiva e clara De acordo com as mais recentes inovações legislativas Referência na área trabalhista * Promoção válida enquanto durarem os estoques, apenas para a compra conjunta dos livros Código de Processo Civil e legislação processual em vigor - 43ª edição - 2011 e Código Civil e legislação civil em vigor - 30ª edição - 2011, de Theotonio Negrão, José Roberto F. Gouvêa e Luis Guilherme A. Bondioli. Livraria XIII de Setembro LIVROS JURÍDICOS COM 25% DE DESCONTO Consulte: [email protected] Associação Paulista de Magistrados | 15 Espaço Aberto Novos rumos da AMB: a história de uma caminhada Márcio Antonio Lopes da Costa Jornalista, Diretor do jornal Diário de Notícias A nova diretoria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), eleita para o triênio 2011-2013, tomou posse no dia 16 de dezembro passado. Liderada pelo Desembargador Henrique Nelson Calandra, que se tornou o novo Presidente da entidade, a chapa Novos Rumos venceu as eleições no final de novembro, com 4.552 votos. Calandra promete desenvolver um trabalho que resgate a autoestima dos Magistrados e do Judiciário. “O Brasil precisa de um Judiciário de cabeça erguida, independente. Nossa luta é resgatar a autoestima dos Magistrados, que está depositada nos Magistrados, que está depositada lá no fundo do baú. Vamos abrir esse baú, mostrar a verdade, que os Juízes são gente que faz”, afirmou Calandra. Em sua primeira entrevista após as eleições, Calandra relembrou a caminhada que fez à AMB, destacando o processo traçado com a diretoria da Associação Paulista dos Magistrados (APAMAGIS), da qual foi Presidente. “Começamos esta caminhada junto com o Desembargador Sebastião Luiz Amorim, quando do processo de disputa pela direção da APAMAGIS”, destacou. Ele ressaltou que, na diretoria da APAMAGIS, o trabalho teve como foco a Magistratura de primeiro grau. Calandra atribuiu as vitórias das eleições da APAMAGIS – e agora da AMB – aos colegas da chapa e a Amorim, a quem considera “um homem sensível e irmão mais antigo”. “Por meio dele, eu e o Paulo Dimas (atual Presidente da APAMAGIS) construímos um caminho bom para a Magistratura brasileira e paulista”, afirmou. “Vamos levar agora para o Brasil inteiro aquelas conquistas que obtivemos aqui”, prometeu. O processo de conquista da diretoria da APAMAGIS ganhou força, em reunião na casa do Desembargador Calandra, na qual se reuniram vários Magistrados, representantes da APAMAGIS, que queriam traçar “novos rumos” para os Magistrados paulistas. Eles lançaram novas idéias, em especial, a questão da interiorização. Essas idéias foram ampliadas a partir do biênio 2006-2007, quando na presidência da Associação estava o Desembargador Sebastião Luiz Amorim. Na diretoria também estavam os Vice-Presidentes Calandra e Paulo Dimas. Os três Juízes fundamentaram a administração da entidade na modernidade e na defesa vigorosa da Magistratura. A continuidade desse trabalho deu-se com as gestões posteriores de Calandra e, na atualidade, de Paulo Dimas. Sebastião Luiz Amorim foi eleito Vice-Presidente de interiorização da AMB na gestão passada, quando recebeu apoio decisivo de Calandra, Paulo Dimas, Roque Mesquita, Bartoletti e muitos outros associados não contentes com os rumos dados à AMB pela diretoria da época. Amorim passou a pensar num projeto que pudesse levar aos Magistrados a proteção necessária para o desem- penho de seus cargos. Segundo ele, seu projeto era impor as prerrogativas da classe não como utopia, mas como plena realidade. No caminho da luta, a escolha de Henrique Nelson Calandra para disputar a presidência da AMB, com Sebastião Luiz Amorim integrando a chapa Novos Rumos, possibilitou a divulgação do pensamento dos pretendentes à direção, concretizando a meta final nas eleições realizadas no dia 26 de novembro, quando foi consagrado, de forma definitiva, o nome de Calandra para a direção do Conselho Consultivo. A nova diretoria para o triênio 2011-2013, composta por representantes de todos os Estados – cuja bandeira é a de transformação da AMB em uma instituição de apoio incondicional aos Magistrados – quer que “a justiça impere em todos os quadrantes do Brasil, com Juízes independentes e corretos, de tal forma que o povo brasileiro possa ter confiança integral nos destinos do Poder Judiciário”. Francesca da Rimini Paulo Eduardo Razuk Desembargador do TJ/SP N o século XIII, Ravenna e Rimini, na Itália, estavam em guerra. Ravenna era governada pela família Polenta e Rimini pelos Malatesta. A paz foi selada com o casamento de Francesca, filha de Guido da Polenta, com Giovanni, filho de Malatesta da Verucchio. Como Giovanni fosse disforme e coxo, para evitar a recusa da noiva, foi representado na cerimônia por seu irmão Paolo, na qualidade de seu procurador, o que era ignorado por Francesca, que só tomou conhecimento da fraude no dia seguinte. No entanto, Paolo e Francesca apaixonaram-se e tornaram-se amantes. Tendo sido surpreendidos, foram assassinados por Giovanni enquanto liam a respeito de Ginevra, esposa de Artur, rei da Cornualha, que oferecera a boca a Lancelote, que dela havia se enamorado, para que a beijasse.1 O infeliz romance acabou no canto V do Inferno, da Divina Comédia de Dante Alighieri, em que descreve o segundo círculo, destinado aos que pecaram por luxúria. Luxúria significa dissolução nos prazeres carnais. É pecado capital, que se ca- 16 | Associação Paulista de Magistrados racteriza pelo desvio do sexo da sua finalidade precípua, que é a preservação da espécie. Assim como a comida se dirige à conservação do corpo, o ato sexual se destina à vida do gênero. Como o uso do alimento pode dar-se sem o pecado da gula, se feito do modo devido e adequado a seu fim, a saúde do corpo, também o ato sexual pode ocorrer sem o pecado da luxúria, se feito de modo devido e adequado a seu fim, a geração humana.2 Entre outros, no segundo círculo do Inferno, jazem por toda a eternidade: Semíramis, rainha da Assíria, que franqueara a todos a libido, legitimando o incesto que mantinha com Nino; Dido, rainha de Cartago, que fora esposa de Síqueo, a quem prometera jamais casar de novo, se enviuvasse, mas, abandonada por Enéias, por quem se apaixonara, suicidou-se; Cleópatra, rainha do Egito, que ao vício se entregara; e Helena, esposa de Menelau, raptada por Páris, filho de Príamo, rei de Tróia, por culpa da qual se prolongara a guerra. Lá o poeta encontrou, em amargo martírio, Paolo Malatesta e Francesca da Rimini, que lhe declamou: Nessun maggior dolore che ricordarsi del tempo felice ne la miseria; e ciò sa’l tuo dottore3 Francesca é uma alma gentil e enamorada, que cedeu à força irresistível do Amor. Paolo a amou porque era bela. Ela o amou porque lhe comprazia ser amada. Não é uma depravada, afeita aos prazeres carnais. Afora as ilustrações de Gustave Doré para a Comédia, a tragédia de Paolo e Francesca inspirou diversas obras de arte, entre as quais se destacam o poema Francesca da Rimini, de Gabriele d’Annunzio; a ópera homônima, de Sergei Rachmaninoff; a sinfonia de Piotr Ilych Tchaikovsky; o quadro Paolo e Francesca de Jean-Auguste-Dominique Ingres; e a escultura O Beijo de Auguste Rodin. Do ponto de vista jurídico, contudo, não se justifica a condenação. O caso foi de erro essencial quanto à identidade física do cônjuge (error in corpore), em que ocorre o casamento com pessoa diversa, por substituição ignorada pelo outro cônjuge.4 Mediante expediente fraudulento, Francesca foi induzida ao erro, pois ignorava que o formoso Paolo fosse procurador do disforme Giovanni. O casamento era anulável, por erro essencial. Se o Direito a absolvia, Francesca não merecia o injusto castigo que re- | Jean Auguste Dominique Ingres, Gianciotto descobre Paolo e Francesca (1819) cebeu no Além. Se pecou foi por amor, não por luxúria, fazendo jus à misericórdia divina. Sem a injustiça, todavia, a história não se tornaria famosa, nem teria inspirado os artistas que legaram à posteridade obras tão maravilhosas. Notas 1 Extraído do endereço eletrônico http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisca_ de_R%C3%ADmini 2 São Tomás de Aquino, Os Sete Pecados Capitais, p. 107, Martins Fontes, 2004 3 Dante Alighieri, La Divina Commedia, In- ferno, Canto V, versos 121/123 4 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Bra- sileiro, vol. VI, 6ª ed., p. 148, Saraiva, 2009 Um giro pela APAMAGIS APM empossa três novos integrantes A Academia Paulista de Magistrados (APM) empossou três novos integrantes, no dia 21 de fevereiro, em cerimônia conduzida pelo seu Presidente, Desembargador Heraldo de Oliveira Silva. A APM conta agora com o então Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em exercício, Desembargador Antonio Luiz Reis Kuntz; com o Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sidnei Agostinho Beneti; e com o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli. O objetivo da APM é congregar Magistrados para incentivar o aprimoramento profissional, aperfeiçoamento cultural e reciclagem contínua dos seus membros, além de buscar o desenvolvimento da cultura jurídica, o reconhecimento dos seus valores por meio de seminários, conferências, cursos, congressos, painéis, ciclos, reuniões, fóruns de debates, por iniciativa própria ou em colaboração com outras instituições, sobre assuntos jurídicos em geral. Suas atividades abrangem ainda a divulgação de artigos, monografias e informações de caráter jurídico-científico. Durante a cerimônia de posse, o Presidente da APM comentou sobre a academia e seus propósitos; o Ministro Uyeda fez breve retrospectiva da vida profissional de cada nomeado; e o Ministro Toffoli falou em nome dos novos membros, com palavras de agradecimento pela honra de terem sido escolhidos para fazerem parte da Academia. Homenageou ainda o Des. Antonio Carlos Viana Santos, falecido no dia 26 de janeiro, por sua atuação na Magistratura paulista e nos cargos por ele ocupados. Perfis Antonio Luiz Reis Kuntz Nascido em São Paulo em setembro de 1941, foi Presidente do TJ/SP até as eleições de 3 de março. Cursou a Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, na turma de 1966. No ano seguinte ingressou na Magistratura paulista, nomeado para a 23ª Circunscrição Judiciária, com sede em Piracicaba. Reis Kuntz foi promovido, em 1983, a Juiz do 1º Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo e, em 1990, tomou posse como Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Entre suas atividades jurídicas e culturais destacam-se as atividades de Decano, Corregedor e Vice-Presidente. Sidnei Agostinho Beneti O Ministro nasceu em Ribeirão Preto, em agosto de 1944. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Luiz Fux é o novo Ministro do STF | Juiz de carreira, Fux assume como 11o Ministro A vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal foi oficialmente preenchida no dia três de março, às 16h, quando houve a posse de Luiz Fux como 11º Ministro. O cargo estava em aberto desde a aposentadoria do Ministro Eros Grau em agosto do ano passado. Seu nome foi indicado pela Presidente Dilma Rousseff e a escolha foi elogiada pelos Magistrados uma vez que Fux é Juiz de carreira. A solicitação por um representante da Magistratura foi defendida pelo Presidente da AMB, Nelson Calandra, em um artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, em oito de dezembro de 2010. Em um dos trechos ele faz a seguinte argumentação: “A tarefa de um ministro do Supremo está acima do ato de decidir: é ligada umbilicalmente à de distribuir justiça. Nesse sentido, contar com um profissional lapidado por décadas de judicatura é enorme diferencial. Ao percorrer diferentes comarcas e instâncias, o magistrado foi amealhando uma experiência singular, única mesmo”. A sabatina obrigatória para a aprovação do nomeado ocorreu no dia nove de fevereiro. Fux foi consagrado por unanimidade – 23 votos – na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. Discursou por cerca de 40 minutos e se mostrou bastante emocionado ao dizer que se preparou durante toda a sua carreira para este momento: “a maior capacidade do ser humano é transformar sonho em realidade”. Em seguida, seu nome foi submetido ao plenário do Senado, onde foi aprovado – após aproximadamente quatro horas de perguntas e respostas – por 68 votos a dois. Fux aprova a idéia do Terceiro Pacto Republicano, proposta pelo Ministro Cesar Peluzo, assim como defende “a desformalização de procedimentos, a desjudicialização de algumas questões cartoriais e administrativas e o reforço da unificação da jurisprudência” para facilitar o acesso do cidadão à Justiça, bem como torná-la mais célere e efetiva. | Paulo Dimas prestigia posse dos novos integrantes da APM Direito da Universidade de São Paulo, em 1968. Ele é especialista e doutor pela mesma Universidade. Em 1972, iniciou sua carreira na Magistratura paulista passando pelas comarcas de Rio Claro, Limeira, Palestina, Santa Cruz do Rio Pardo, São Bernardo do Campo e pela Vara da Família do Fórum Central. Ele também foi Juiz auxiliar da Corregedoria Geral de São Paulo e Juiz assessor da Presidência. Foi juiz do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo e do 1º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo. Em 1995, foi promovido a Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e eleito para Presidente da Seção de Direito Público do TJ/SP para o biênio 2006/2007. José Antonio Dias Toffoli Nasceu em Marília, em 1967. Formouse em Direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo (1986-1990). Antes de se tornar Ministro do STF, destacou-se na advocacia privada e pública. Foi ele quem instalou o Centro de Estudos da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República. Como Ministro-Chefe da Advocacia-Geral da União, entre março de 2007 e outubro de 2009, destacou-se pela criação da Ouvidoria Geral; a criação da Comissão de ética e a criação da Câmara de Conciliação e Arbitragem, todos na Advocacia-Geral da União. GAJ retoma atividades O Grupo de Apoio ao Judiciário retomou suas atividades em prol da Magistratura estadual no dia oito de fevereiro, pouco depois de seu primeiro aniversário, completado no dia 15 de janeiro. O tema central da primeira reunião foi a comoção no Poder Judiciário com o falecimento do Des. Viana Santos. O Des. Laercio Laurelli prestou uma homenagem especial ao Presidente do TJ/SP em nome do GAJ e outra em seu programa Direito e Justiça em Foco, na Rede Gospel de Televisão. Estiveram presentes no encontro: Des. Alberto Zvirblis, Des. Américo Izidoro Angelico, Des. Geraldo Ferreira Lanfredi, Desa. Isabela Gama de Magalhães Gomes, Des. Jose Geraldo de Jacobina Rabello, Des. Laercio Laurelli, Des. Luiz Antonio de Oliveira Ribeiro, Des. Renzo Leonardi, Des. Salvador D’andrea, Des. Theodoro Cambrea Filho, Des. Ubiratan de Arruda, Des. Vanderci Alvares, Juiz Alvaro Luiz Damasio Galhanone, Juíza Dalva Rosa de Haro, Juiz Jayme Ap. Tortorello, Juiz Jose Pacheco, Juiz Jose Valério de Souza, Juíza Luiza Rita Ferreira Caeneghem, Juiz Luiz Roberto Ribeiro Bueno, Juiz Romeu Estevão Ramos e o Adv. João Costa Pinto. A segunda reunião teve a presença da Juíza Mônica Rodrigues Dias de Carvalho, membro integrante do Conselho Supervisor dos Juizados Especiais, para debater sobre os Juizados Especiais e as futuras ações do GAJ. Ainda no dia 15 de fevereiro, os Magistrados expuseram a Portaria n. 658/10, da SPPrev, que disciplina o recadastramento de todos os inativos e pensionistas civis e militares no âmbito da São Paulo Previdência a partir deste ano. CARREIRA Carioca de 57 anos, Luiz Fux exerceu a advocacia por dois anos e a promotoria por outros três, antes de ser aprovado, em primeiro lugar, para a Magistratura há 30 anos. Em 1997, foi promovido para Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e, quatro anos depois, nomeado Ministro do STJ pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso. Fux chega ao STF depois de presidir a Comissão de Reforma do Código de Processo Civil do Senado. | Juíza Mônica de Carvalho debate sobre Juizados Especiais durante reunião do GAJ Associação Paulista de Magistrados | 17 Um giro pela APAMAGIS Novo Corregedor-Geral do MP toma posse O Procurador de Justiça, Nelson Gonzaga de Oliveira, foi empossado no cargo de Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo, no dia quatro de fevereiro. A solenidade foi presidida pelo Procurador-Geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, e ocorreu no auditório Queiroz Filho, sede da Procuradoria-Geral de Justiça. O Presidente da APAMAGIS, Paulo Dimas, foi um dos componentes da mesa e fez breve discurso sobre o novo Corregedor-Geral. Os dois são amigos há bastante tempo, desde a época da Faculdade de Direito. O então VicePresidente do TJ/SP em exercício, Des. Armando Sérgio Prado de Toledo, participou da cerimônia representando o presidente naquela ocasião Luiz Antonio Reis Kuntz. Nelson Gonzaga de Oliveira finalizou seu discurso com uma citação de Fernando Pessoa, para agradecer a honra de fazer parte do MP: “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”. Antonio Carreta - TJ/SP APAMAGIS recebe APAMAGIS faz doação ao Lar Escola Diretoria da AASP São Francisco A APAMAGIS, por meio de seu Departamento Odontológico, comandado por Flávio Abramovici, doou equipamentos odontológicos à entidade filantrópica Lar Escola São Francisco. O material doado - uma cadeira odontológica com todos os equipamentos e uma cadeira giratória para uso do dentista, ambas da marca Dabi Atlante - fazia parte do parque odontológico da Sede Administrativa, que foi todo renovado. O Presidente Paulo Dimas recebeu a visita do Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, Dr. Arystóbulo de Oliveira Freitas, e do Diretor-Secretário da Entidade, Dr. Leonardo Sica, no dia sete de fevereiro. A reunião foi para discutir temas de interesse comum da Magistratura e da Advocacia, como a Autonomia Financeira do Poder Judiciário e o pagamento dos precatórios, além de terem estabelecido algumas ações conjuntas a fim de que esses objetivos comuns sejam alcançados. APAMAGIS recebe Manual de Identificação de Falsificações O Presidente Paulo Dimas recebeu dos Consultores do Grupo de Proteção à Marca (BPG), Taciane Macedo e Luiz Claudio Garé, o “Manual de Identificação de Falsificações” para ser distribuído aos Magistrados. A publicação traz recomendações de como identificar produtos falsificados, além de CD-ROM com toda a legislação relacionada à proteção de marcas e patentes. A APAMAGIS vai entregar este material, assim que possível, aos Juízes da área cível, de acordo com a quantidade de exemplares disponíveis pela BPG. Este trabalho é resultado dos estudos que foram desenvolvidos durante o seminário contra a pirataria realizado com auxílio de videoconferência, na sede da APAMAGIS, no segundo semestre de 2010. | Presidente Paulo Dimas prestigia posse de novo Corregedor do MP Ouvidorias são instaladas nos Tribunais nacionais Quase 80 dos 91 Tribunais do país já têm suas Ouvidorias, após a Resolução 103 do Conselho Nacional de Justiça, determinar a instalação delas nos Tribunais brasileiros, no prazo de 60 dias contados de sua publicação, em março de 2010. Finalmente reclamações, consultas, críticas e elogios dos cidadãos para o Poder Judiciário terão um só destino. 18 | Associação Paulista de Magistrados O Supremo Tribunal Federal e todos os Tribunais Superiores — de Justiça, do Trabalho, Eleitoral e Militar – já cumpri- ram a determinação e, assim, abriram um canal de comunicação com o usuário do serviço público. Desde a implantação do serviço, a maioria das reclamações é sobre a morosidade na tramitação dos processos. Em segunda instância, os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais Regionais do Trabalho também instalaram a Ouvidoria. Somente nove Tribunais Regionais Eleitorais ainda não cumprem integralmente com a resolução, pois apresentam apenas a opção “Fale Conosco” em seus sites na internet. Vale lembrar que o TJ/SP foi um dos pioneiros na instituição desse importante mecanismo de comunicação com a sociedade e a implantação da Ouvidoria ocorreu antes mesmo da mencionada resolução do CNJ. Luiz Augusto Barrichello recebe homenagem em Limeira Mais um tributo para a Magistratura. O Juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Luiz Augusto Barrichello Neto, recebeu o Diploma Profissional do Ano no dia 17 de fevereiro, na Câmara Municipal de Limeira. Tal homenagem é o reconhecimento aos profissionais que demonstraram excelente desempenho em suas atividades profissionais no ano de 2010, nas suas respectivas áreas de atuação. De acordo com o Vereador e Presidente da Comissão Organizadora da Homenagem, José Farid Zaine, o prêmio é a retribuição pelo trabalho destes profissionais, e o valor da honraria é a inclusão do nome deles na história de Limeira. A presidente da Câmara, vereadora Elza Tank (PTB) agradeceu a presença de todos e parabenizou os homenageados. “Em relação aos homenageados, cada um com seu estilo e com sua profissão são grandes vencedores. A Câmara pertence ao povo de Limeira, que reconhece a dedicação e o trabalho de vocês”. O Vereador Eliseu Daniel dos Santos (PDT) ressaltou que “com esta homena- Câmara Municipal de Limeira | Juiz Luiz Augusto Barrichello ostenta o Diploma “Profissional do Ano” gem a Câmara de Limeira faz o seu legítimo trabalho de representar o povo. Estes profissionais têm brilho no olhar por fazerem o que gostam, parabéns”. Participaram nesta solenidade os Vereadores: Antonio Braz do Nascimento – Piuí (PR), Carlinhos Silva (PDT), Iraciara Bassetto (PV), Mário Botion (PR), Miguel Lombardi (PR), Nilce Segalla (PTB), Raul Nilsen Filho (PMDB), Ronei Costa Martins (PT), Silvio Brito (PDT). STF inicia Ano Judiciário a todo vapor O Presidente do STF, Ministro Cezar Peluso, abriu o Ano Judiciário de 2011, em primeiro de fevereiro, com um discurso que começou direcionado ao cidadão brasileiro, prometendo modernização responsável e comprometimento com a cidadania, o que definiu como “uma revolução silenciosa do Judiciário brasileiro, um instrumento catalisador de mudanças”. Esta solenidade, que é realizada desde 2004, teve a presença da Presidente Dilma Rousseff, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, entre outras autoridades. Na ocasião, o Ministro promoveu um balanço das atividades do Poder Judiciário e propôs o lançamento do III Pacto Republicano para continuar o processo de aprimoramento jurídico, deixando a Justiça mais célere. Segundo o Ministro, em 2010, os Magistrados brasileiros julgaram 14 milhões de processos, sendo que em sete tribunais foi julgado todo o estoque de ações. Uma grande realização a ser exaltada. Colônia de Férias Peluso ressaltou a importância dos Três Poderes trabalharem em conjunto para se atingir bons resultados. “Os poderes são independentes, mas não podem deixar de ser harmônicos entre si”. O Presidente do STF também elencou a importância de aprovar a lei que alterou o Código de Processo Civil (PLS 166/2010) e apontou projetos que tramitam no Congresso Nacional que podem ajudar na melhor prestação de serviço do Judiciário brasileiro. O Ministro mencionou que 2010 foi um ano bem-sucedido no âmbito financeiro do Judiciário: foram recuperados R$ 19,3 bilhões – metade do valor gasto com a máquina da Justiça – aos cofres públicos. Outra conquista importante citada foi a redução de processos distribuídos aos Ministros da Corte Suprema, conseguido por meio da introdução do procedimento eletrônico para dar maior agilidade aos processos. PERFIL Luiz Augusto Barrichello Neto é Juiz de Direito Titular de Entrância Final da 2ª Vara Criminal de Limeira e Juiz de Execuções Criminais da Comarca, Juiz Corregedor de Presídios e da Policia Judiciária e Juiz Eleitoral da 66ª Zona Eleitoral de Limeira. Também é Professor universitário e membro da Academia Limeirense de Letras. O Magistrado já recebeu diversos prêmios e títulos, além de ter vários trabalhos publicados. Magistratura pela saúde: doação de medula óssea A Diretoria da AMB está incentivando o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). A intenção é conscientizar Magistrados e a toda a população brasileira sobre a importância de aumentar o número de doadores de medula óssea. A iniciativa surgiu a partir do delicado caso da Juíza aposentada do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, Roseane Pinheiro de Castro, que precisa de um transplante. Para se registrar, basta ter entre 18 e 55 anos e boa saúde. O cadastro no Redome pode ser feito em qualquer Hemocentro do país. Se houver doador com informação genética parecida a do paciente, novos testes de compatibilidade são feitos e, então, o doador cadastrado confirma se fará mesmo o transplante de medula. Acesse o site da APAMAGIS (ou o link www.doemedula.com) e confira os endereços para doação. Falta recurso para reforma de fóruns paulistas Quinhentos milhões de reais. Este é o valor que o Poder Judiciário precisa para que sejam construídos ou reformados os principais Fóruns do Estado. O Tribunal de Justiça de São Paulo afirma ocupar 678 imóveis e se diz incapacitado de realizar as devidas benfeitorias devido ao baixo orçamento. O governo paulista prevê verba de apenas R$ 50 milhões para que todas as obras sejam realizadas. Segundo a nova Secretária estadual da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, atualmente buscam-se convênios com Prefeituras para viabilizar as obras e há uma listagem de 59 reformas e construções de novos Fóruns solicitados pelo Judiciário. Assim, é necessário estabelecer uma ordem de prioridades de acordo com o tamanho da população e da precariedade do Fórum. Um dos Fóruns da lista é o de Jandira. Atualmente, as duas varas e o cartório eleitoral da cidade estão instalados em um prédio projetado para abrigar uma fábrica. Os principais problemas são dificuldade de acesso e falta de infraestrutura. A entrada é feita por uma rampa de quase três metros e dois lances de escadas. As salas são divididas por biombos de plástico; fora as goteiras e os vidros quebrados. A estimativa para a melhoria é de R$ 6,7 milhões. O Fórum da Lapa é outro candidato. A Vara da Infância e Juventude está, desde 2007, no segundo andar de um sobrado comercial de fachada pichada. Grávidas e mães com crianças pequenas precisam subir 44 degraus para serem ouvidas pelo Juiz. Em novembro, os Bombeiros consideram o local irregular pela falta de saída de emergência. O cano que escoa a água da chuva passa pela sala da Promotoria. Divulgaremos sempre no Tribuna da Magistratura o calendário oficial de 2011 de inscrições e sorteios de vagas para as colônias da APAMAGIS em feriados e períodos de férias. FERIADOS/FÉRIAS Semana Santa Corpus Christi Férias de Julho Proclamação da República Ano Novo e Férias de janeiro 2012 INSCRIÇÕES 14/02/2011 até 14/03/2011 04/04/2011 até 09/05/2011 04/04/2011 até 23/05/2011 29/08/2011 até 03/10/2011 SORTEIO 16/03/2011 Quarta-feira 11/05/2011 Quarta-feira 25/05/2011 Quarta-feira 05/10/2011 Quarta-feira 26/09/2011 até 07/11/2011 09/11/2011 Quarta-feira PERÍODO 21/04/2011 a 24/04/2011 23/06/2011 a 26/06/2011 Todo o mês de Julho 12/11/2011 a 15/11/2011 Ano Novo e todo mês de janeiro de 2012 Associação Paulista de Magistrados | 19 Turismo Um olé na mesmice | Espanha oferece um mundo de opções U m país pronto para receber visitantes a qualquer época do ano, e se não for durante a alta temporada, ainda melhor – preços mais baixos e mais tranquilidade estarão à sua espera. Brasileiros sempre se sentem em casa, se identificam com a alma latina do povo espanhol. E adoram desvendar as diferenças e descobrir novas semelhanças entre lá e cá. A língua não é empecilho e os preços continuam convidativos para uma viagem ao velho mundo. MADRI E ARREDORES A capital espanhola não ganha título de cidade mais charmosa, mas leva prêmio em outros quesitos. Cultura é um deles, com ótimos museus, como o Prado, Reina Sofía e Thyssen-Bornemisza, com arte do século 13 até arte moderna e contemporânea. Outro ponto forte é a vida boêmia. Os bairros Chueca e Lavapiés têm fama internacional e seus bares ficam cheios até o amanhecer. A Puerta Del Sol, principal praça da cidade, e o Parque Del Retiro, grande área verde no centro madrileno, tam- Espanha Madri, Córdoba, Sevilha, Granada e Barcelona 07 noites | Hotel Husa Princesa (Madri), Colon (Sevilha), Hospes (Córdoba), Nazaries (Granada) e Meliá Barcelona (Barcelona). A partir de R$ 4.802 (por pax, base dupla) ou ENTRADA R$ 1.202 + 9x R$ 400 bém merecem uma visita. Assim como a Plaza Mayor, hoje repleta de cafés e restaurantes, mas que no passado era o local das festas, touradas e dos julgamentos da Inquisição. Quando Madri já tiver sido desvendada de ponta a ponta, vale a pena escapar para cidades próximas, algumas patrimônios da Unesco. Toledo fica a 70 quilômetros e reserva inúmeras ruelas, becos e uma bela catedral – tudo num charmoso estilo medieval. Há ainda obras de El Greco para serem vistas. Outras opções estão disponíveis um pouco mais distantes, a até 200 quilômetros da capital, rapidamente percorridos de trem. Na província de Castilla y León, em Segóvia, está o castelo Alcázar – que serviu de inspiração a Walt Disney para criar a casa da Bela Adormecida. Outro destino é Ávila, cidade medieval que tem uma muralha – considerada a mais bem conservada do mundo – com 88 torres e oito portas de acesso à cidadela. Salamanca, por sua vez, ostenta a Plaza Mayor mais exuberante do país, enfeitada com 96 obeliscos, 112 luminárias e cercada por 247 varandas em seus mais de 6400 m². DESTINO CATALÃO Barcelona é um lugar descontraído, com opções para todos os gostos e estilos, ótima infraestrutura e com um ponto extra: sol o ano inteiro. A capital da Catalunha reúne excelente complexo urbano, diversas atrações culturais, vasta programação noturna e praia. Talvez por isso, muitos turistas desistem de ir embora. Apesar da aura cosmopolita, é possível reconhecer um catalão à distância. Povo marcante, que preza o idioma e a cultura locais e acaba por não se considerar espanhol. Estando na cidade, siga o compasso deles: não tenha pressa. Desfrute o ritmo desacelerado, deixe-se perder nas formas e movimentos das esculturas de Gaudí, no Park Guell. Encante-se com os traços da Catedral da Sagrada Família e desperte seus sentidos para as cores, aromas e sabores do Mercado La Boquería. Desvende o fascinante mundo a céu aberto de La Rambla, a rua mais famosa de Barcelona, e explore a história contida na arquitetura do Bairro Gótico, com suas edificações seculares. Serviço Para Espanha e inúmeros outros roteiros com segurança, comodidade e descontos reais, entre em contato com o Departamento de Turismo da APAMAGIS, no telefone (11) 3292-2200. Os melhores pacotes estão aqui, confira: Todos pacotes incluem: Aéreo, hospedagem com café da manhã, traslados e city tour. T Ma Sevilha, Madri, Córdoba e Granada Có 06 noites n | Hotel Husa Princesa (Madri), Col Colon (Sevilha), Hospes (Córdoba) e Nazaries N (Granada). A pa partir de R$ 4.802 (por pax, base dupla) ou EENTRADA R$ 1.202 + 9x R$ 400 www.agaxtur.com.br Madri e Barcelona Madri e Sevilha A partir de R$ A partir de R$ 04 noites | Hotel Husa Princesa (Madri) e Meliá Barcelona (Barcelona). 3.938 (por pax, base dupla) ou ENTRADA R$ 984 + 9x R$ 328 04 noites | Hotel Husa Princesa (Madri) e Colon (Sevilha). 3.823 (por pax, base dupla) ou ENTRADA R$ 961 + 9x R$ 318 Apamagis 11 3292-2200 Departamento de Turismo www.apamagis.com.br CCondições di õ G Gerais: i VValores l por pessoa em apto t dduplo l e em reaisi convertido tid ao câmbio â bi turismo t i dde R$ 22,36/€ 36/€ dde 16/02/2011 16/02/2011, sujeito j it a variação na data do pagamento. Pacotes e preços sujeitos à disponibilidade e a alterações sem prévio aviso. 10x sem juros (entrada 25% + 9x) exclusivas para pagamento com cartão Visa. Para os outros cartões a condição é de entrada 25% + 5x sem juros. Taxas de segurança, embarque e de serviços não inclusas. Tarifas não válidas para feriados, exceto quando mencionadas. Lugares limitados sujeito a disponibilidade. Consulte seu agente de viagens. anuncio_apamagisESPANHA29,7cmx15,5cm.indd 1 20 | Associação Paulista de Magistrados 28/02/2011 10:51:44