postado em 11/04/2015 às 09h01min Judiciário paulista tem déficit de 500 juízes, diz presidente de associação Presidente da Associação Paulista dos Magistrados faz visita à região DA REDAÇÃO, MÁRCIO ZENI - ARAÇATUBA Tamanho da Letra Jayme Martins de Oliveira Neto (à esq.) veio à região a convite do juiz diretor do Fórum, Nilton Santos Oliveira O juiz presidente da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados) Jayme Martins de Oliveira Neto, esteve quinta e sexta-feira na região participando de encontros com juízes de Araçatuba, Birigui, Penápolis e Lins para falar sobre o trabalho da entidade, bem como conhecer a realidade local e tomar ciência dos problemas e dificuldades enfrentadas pelos magistrados paulistas. A visita também faz parte de um processo de fortalecimento dos quadros da associação. A Apamagis existe desde 1953 e hoje conta com cerca de 3.000 membros no Estado de São Paulo. É uma entidade político-institucional que atua defendendo os interesses da classe e na melhoria da magistratura paulista, por exemplo, ajudando na solução de problemas como déficit de juízes e funcionários e na estrutura física dos prédios ocupados pelo judiciário. O presidente veio a convite do diretor do Fórum de Araçatuba, o juiz Nilton Santos Oliveira. No caso da região, Jayme Oliveira Neto ouviu sobre a questão da obra do anexo do fórum que começaria este ano, o que não aconteceu por razões orçamentárias. Além da questão do espaço físico para acomodar os processos, a obra se faz necessária pelo fato de judiciário de Araçatuba ocupar três edificações fora do fórum. O ideal seria centralizar tudo em um único local, o que facilitaria o acesso da população. Não há data prevista para a construção do anexo, que seria no terreno onde antes existia o antigo Hospital Modelo. "É uma questão que não depende apenas do judiciário, depende do governador. Até por conta da crise econônica que assola o país, o governador suspendeu alguns projetos e isso também atingiu o judiciário. Nosso trabalho é mostrar as necessidades mais urgentes ao governador", disse Jayme Oliveira citando o caso do Fórum de Nova Odessa, cujo prédio está interditado e a juíza trabalha em um treiler em condições precárias. DÉFICIT Ontem à tarde durante entrevista à reportagem do O Liberal Regional, o juiz Jayme Oliveira estimou um déficit de cerca de 500 juízes na magistratura paulista. Aqui na região o problema também é sentido. “Nós temos varas vagas em Guararapes, em Buritama e em Birigui. Existe a vara, mas falta o juiz porque se faz o concurso e não consegue preencher os cargos. Estamos necessitando não só de juízes, mas também funcionários”, afirmou o diretor do Fórum de Araçatuba, Nilton Santos Oliveira. Na cidade todas as 16 varas estão ocupadas, mas ele gostaria que fossem no mínimo 20 juízes atuando no município. “Os juízes trazem as dificuldades, normalmente que já foram ou são levadas para o TJ (Tribunal de Justiça) e a Apamagis passa a encampar também esse projeto, acompanhandoo e ajudando o TJ. Às vezes são questões que demandam envio de projeto de lei para o TJ e a Apamagis passar a conversar com os deputados na Assembleia Legislativa”, explicou Jayme. PL-049 Nos encontros com os juízes, o presidente da Apamagis falou ainda sobre o andamento do Projeto de Lei 49/2014, em vias de ser votado pelos deputados paulistas. O projeto está prevista a elevação de todos os Foros Distritais à categoria de Comarca e a elevação de entrância das Sedes de Circunscrição, que passarão de iniciais à intermediária, e estas, por sua vez, serão elevadas à final. A medida ajudará a fixar o juiz por vários anos em uma mesma região, evitando deslocamentos acarretados por promoção, fazendo com ele que conheça os problemas e conviva com a realidade local. “Quando elevar a comarca de inicial para intermediária isso vai permitir que o juiz se promova na própria comarca. Ele não vai ter que ir embora da cidade para se promover, ele já fica lá. Ele só vai precisar sair quando se promover da intermediária para a final. Mas como tem final na região, ele se promove e se fixa na próxima região. O juiz passa a conhecer a realidade, ele não está só de passagem, ele passa a querer o progresso daquela região como qualquer pessoa que mora por A projeção é de que o projeto seja votado e aprovado em uma ou duas semanas. lá”.