Finalmente, mais de um mês após o anúncio de Bento XVI sobre sua renuncia, o
conclave* elegeu um novo Papa para estar à frente da Igreja Apostólica Romana. A
decisão aconteceu na quarta-feira, 13 de março, por volta das 19 horas da noite – 15
horas aqui no Brasil. Nessa hora, a fumaça branca surgiu e os sinos da basílica de São
Pedro tocaram em Roma.
O Papa eleito se chama Jorge Mario Bergoglio, que tem 76 anos e é argentino.
Bergoglio de ali em diante passou então a ser Papa Francisco. Ele disse ter escolhido
esse nome para homenagear São Francisco, e alega que também tem as mesmas
intenções do santo: ajudar os pobres.
Logo que foi eleito, na mesma noite, o Papa Francisco concedeu a sua primeira benção
na Praça de São Pedro, que estava lotadíssima de fiéis.
Conheça um pouco sobre Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco
Bergoglio é natural de Buenos Aires, na argentina, e nasceu em 17 de dezembro de
1936. Ele atualmente era Cardeal e Arcebispo de Buenos Aires. Declarou-se amante do
tango e de San Lorenzo – um time argentino de futebol.
O Papa Francisco começou a se dedicar a sua vida religiosa no ano de 1967, quando
começou a estudar teologia. Logo, em 1969, Bergoglio tornou-se sacerdote no dia 13 de
dezembro.
Um pouco mais tarde, em 1973, ficou a frente da congregação jesuíta local e continuou
a liderar a congregação até o ano de 1979. No ano seguinte, em 1980, Bergoglio tornouse o reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, cargo que ocupou até o
ano de 1986. Então ele finalizou sua tese de doutorado e passou a ser diretor espiritual e
confessor na província de Córdoba.
A ascensão de Bergoglio na Igreja veio realmente em 1992, quando foi nomeado Bispo.
Cinco anos depois, de Bispo passou para Arcebispo de Buenos Aires, cargo que
ocupava até esses dias atrás.
Foi então que 2001 o Papa João Paulo II o nomeou também como Cardeal.
O Papa Francisco é dono de algumas polêmicas em seu país.
A primeira envolve os tempos negros da ditadura militar na Argentina (que foi de 1976
a 1982), que coincidiram com a ascensão de Bergoglio em sua vida religiosa. Ele foi
acusado de retirar a proteção de dois jesuítas que foram seqüestrados e presos pelo
governo militar. Um jornalista, Horacio Verbitsky, lançou um livro chamado
“Silêncio”, em que existem muitos relatos feitos por um dos jesuítas que foi
seqüestrado, muitos citando Bergoglio.
O sociólogo Fortunato Mallimacci acredita que a história condena Bergoglio, e ainda
disse que a história também o mostrou muito próximo ao poder militar naquela época.
Claro que, os defensores do Papa disseram que não existe nenhuma prova sobre alguma
ligação dele com a ditadura, e que ele inclusive ajudou muitas pessoas a escapar das
prisões naquela época.
A outra polêmica é mais recente e envolve a presidenta Cristina Kirchner e o casamento
homossexual. Começou em 2010, quando o governo argentino aprovou uma lei
aceitando o casamento gay no país. Na época, Bergoglio enviou uma carta ao governo
dizendo que não era apenas um caso de política, mas também uma destruição do plano
de Deus.
Os primeiros dias do Papa Francisco
Pela primeira vez, em toda a história da Igreja Católica, esse será o primeiro Papa
jesuíta, e aos poucos, o Papa Francisco está mostrando seu jeito simples de ser.
A inauguração oficial do novo Papa será na terça-feira dia 19 de março, na Missa de
Inauguração de Pontificado, que acontece às 09h30minh da manhã em Roma –
05h30minh aqui no Brasil. Mas muito antes da Missa Inaugural o Papa Francisco já
vem chamando a atenção do público.
O Papa logo em sua primeira cerimônia se recusou a usar a tão tradicional capa
vermelha, muito usada nas cerimônias em que os Papas participavam.
Ao conhecer a Casa Papal, Francisco disse “Há espaço para 300 pessoas aqui” ele
estava imóvel ao observar a casa “Eu não preciso de todo esse espaço” concluiu.
Ele também disse aos seus amigos bispos argentinos para que não precisam gastar indo
à Roma para sua cerimônia de posse, ele pediu que gastassem o dinheiro da viagem
doando-o aos pobres.
Acredita-se que muitas surpresas possam ser esperadas de um Papa que chama seus
cardeais de “irmãos” e dispensa regalias do cargo. Um Papa que, quando bispo, usava o
transporte público na Argentina e preparava sua própria comida em seu pequeno
apartamento.
*O conclave é uma reunião feita rigorosamente com os cardeais para eleger um novo
Papa.
Fonte: g1.globo.com
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O Novo Papa Eleito