G.8.1 - Psicologia.
TEA, jogos cooperativos e professores da educação básica: uma pesquisa exploratória no
município de São Carlos.
Ana Rubia Saes Menotti¹, Josiane Maria Donadeli², Letícia Dal Picolo Dal Secco de Oliveira³, Marineide Aquino de
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Souza Aran , Rafael Vilas Boas Garcia , João dos Santos Carmo .
1. Estudante de mestrado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São Carlos- UFSCar;
2. Estudante de mestrado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSCar; * [email protected]
3. Estudante de doutorado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSCar;
4. Estudante de mestrado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSCar;
5. Estudante de mestrado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSCar;
6. Docente do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSCar.
Palavras Chave: TEA, Jogos cooperativos, Educação básica.
Introdução
O indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é
considerado pessoa com deficiência (BRASIL, 2012) e
embora existam meios legais que tratem sobre os seus
direitos prezando pela sua inclusão no ambiente escolar, a
falta de informações especializadas e de apoio técnico aos
profissionais nas escolas para desenvolver intervenções
inclusivas eficientes ainda é uma realidade (SANT’ANA,
2005; DAGUANO, FANTACINI, 2011). Defende-se que a
educação lúdica seja aliada da educação formal por
possibilitar que a criança assimile valores, desenvolva
diversas áreas de conhecimento, exercite-se fisicamente,
adquira novos comportamentos e aprimore habilidades
motoras e sociais (SANTOS, 2008; DAGUANO,
FANTACINI, 2011). Dentre diversas atividades lúdicas, os
jogos cooperativos se destacam como ferramenta auxiliar
ao desenvolvimento destes aspectos (ARIMATÉA et al,
2009). Na cidade de São Carlos-SP, observou-se, nas
falas de nove pais participantes de um grupo que discute
experiências em relação aos filhos com TEA, a dificuldade
das escolas em promover a inclusão dessas crianças em
suas atividades. Considerando a necessidade de
professores serem capacitados para lidar adequadamente
com alunos com TEA e que os jogos cooperativos são
ferramentas eficientes, o presente estudo teve como
objetivo averiguar se as demandas em relação ao TEA de
professores de uma Escola Municipal de Educação Básica
(EMEB) de São Carlos condizem com o que consta na
literatura e com o que é relatado pelos pais. Realizou-se
um estudo exploratório nessa EMEB do município e
questionários semiabertos foram entregues a todos os 80
professores, sendo que 25 foram respondidos. Este
procedimento foi autorizado pela Secretaria Municipal de
Educação e pelas diretoras da EMEB.
Resultados e Discussão
Temas explorados no questionário: utilização de jogos
cooperativos como instrumentos de ensino, as dificuldades
em inserir as crianças com TEA nesses jogos, a
importância e o interesse deles em participar de cursos de
capacitação sobre o tema, os conteúdos que consideram
relevantes para a capacitação, dificuldades de outros
professores sobre TEA e os horários que achariam
adequados para o desenvolvimento desses cursos.
Percebeu-se que a maioria dos professores respondentes
desconhece o que são jogos cooperativos, referindo-se a
eles como “atividades em grupo” ou “atividades
colaborativas”. Dos 25 professores, 8 nunca trabalharam
com crianças com TEA e os outros indicaram que a maior
dificuldade em sala de aula é em relação aos outros
alunos que prejudicavam o acolhimento dos alunos com
TEA. Observou-se também que os professores não
conhecem as características do TEA, almejando
comportamentos e respostas similares aos dos outros
alunos. Ao mesmo tempo, todos responderam que cursos
de capacitação são importantes e que participariam de um
curso com a perspectiva de aprender técnicas para
trabalhar com as crianças, de conhecer as características
do TEA e de auxiliar na inclusão desses alunos no
contexto escolar. A maioria não conhece dificuldades de
outros professores, o que pode indicar que este tema é
pouco discutido entre eles. Eles sugeriram também, que
os cursos deveriam ocorrer durante o HTPC, o que sugere
que eles consideram a formação como parte do trabalho.
Conclusões
Os dados obtidos nos questionários confirmam o que a
literatura indica. A maioria dos professores não se
considera preparada para trabalhar com alunos com TEA.
Há muita dúvida em relação a como realizar a integração
do aluno nas atividades de sala, o planejamento
pedagógico e sobre que estratégias/atividades são mais
efetivas. Os professores têm interesse em participar de
cursos de capacitação sobre o tema, sendo importante
que eles ocorram, pois ensinar conteúdos teóricos sobre o
TEA e a elaboração de jogos cooperativos aos
professores contribuirá com sua formação e para a
melhora das intervenções realizadas pelos mesmos, bem
como para efetivar a inclusão escolar da criança com TEA.
Agradecimentos
Agradecemos o fomento
da
Coordenação
de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES –
Brasil - e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP) (Processo nº 2014/13091-7). As
opiniões, hipóteses e conclusões ou recomendações
expressas neste material são de responsabilidade dos
autores e não necessariamente refletem a visão da
FAPESP.
____________________
ARIMATÉA et al. Jogos Cooperativos e sua relevância para a
Inclusão nas aulas de Educação Física. Brasília, Universidade Gama
Filho, 2009
BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 28 dez. 2012.
DAGUANO, L. Q.; FANTACINI, R. A. F.: O lúdico no universo autista.
Linguagem Acadêmica, Batatais, v. 1, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2011.
SANT’ANA, I. M. Educação inclusiva: concepções de professores e
diretores. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 2, p. 227-234,
mai./ago. 2005
SANTOS, S. M. P. dos. (Org.). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o
lúdico. Petrópolis: Vozes, 2008.
67ª Reunião Anual da SBPC
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