PNEUMONIA ASPIRATIVA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM PARALISIA CEREBRAL: RELATO DE CASO Gomes, C.F. 1; Tiscoski, K.A. 1; Baungarten, I.S. 1; Krahl, E.M. 1; Martínez, T.M.L. 2; Pauletto, M.C. 1 1 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas. 2 Programa de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas. INTRODUÇÃO: Define-se aspiração como a inalação de conteúdo gástrico ou da orofaringe para vias respiratórias baixas. O material aspirado pode ser alimento, corpos estranhos, ácido gástrico ou bactérias da orofaringe o que pode levar a patologias pulmonares como a pneumonia aspirativa. O mecanismo da deglutição normal - elevação e anteriorização da laringe, a retroversão da epiglote e o fechamento glótico - bem como o esfíncter esofágico superior são a primeira linha de defesa contra a aspiração. Ocorrendo a aspiração, a tosse funciona como mecanismo de defesa. Pacientes com paralisia cerebral, contudo, possuem lesões em áreas corticais de controle da deglutição levando a disfagia e, consequentemente, a aspiração e suas complicações. RELATO DE CASO: Paciente masculino de 7 anos e 3 meses, portador de paralisia cerebral apresentou dificuldade respiratória, muita secreção em vias aéreas e cianose, sendo levado ao Pronto Socorro Municipal de Pelotas onde foi diagnosticado com pneumonia aspirativa. Levado a UTI do Hospital Escola da UFPel, foi tratado com Cefepime e Amicacina que, após 72 horas sem melhora, foram trocados por Meropenem. Introduziu-se a alimentação por sonda. Paciente evoluiu bem, recebendo alta após 11 dias para enfermaria, onde recebeu fisioterapia e concluiu antibioticoterapia. CONCLUSÃO: As complicações relacionadas à alteração na deglutição são comuns em portadores de paralisia cerebral e acarretam grave comprometimento pulmonar elevando a morbimortalidade desses indivíduos. Portanto esses pacientes devem ser avaliados continuamente quanto à perturbação da deglutição, a fim de aplicar medidas adequadas na prevenção da aspiração e assim melhorar sua qualidade de vida. REFERÊNCIAS: Curado, A.D.F; Garcia, R.S.P.; Francesco, R.C.D. Investigação da aspiração silenciosa em portadores de paralisia cerebral tetraparética espástica por meio de exame videofluoroscópico. Rev CEFAC. 2005; 7(2):188-97. Metheny, N.A.; Davis-Jackson, J.; Stewart, B.J. Effectiveness of an aspiration risk-reduction protocol. Nurs Res. 2010; 59(1):18–25. Silvério C.C.; Henrique, C.S. Indicadores da evolução do paciente com paralisia cerebral e disfagia orofaríngea após intervenção terapêutica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(3):381-6. Toufen Junior, C.; Camargo, F.P.; Carvalho, C.R.R. Pneumonia aspirativa associada aalterações da deglutição. Relato de caso. Ver Bras Ter Intensiva. 2007; 19(1):118-122. Vianna, C.I.O; Suzuki, H.S. Paralisia cerebral: análise dos padrões da deglutição antes e após intervenção fonoaudiológica. Rev. CEFAC. 2011; 13(5):790-800.