Universidade de São Paulo Escola Politécnica REALIZAÇÕES DO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO ASSOCIADAS AO SAD 69 - UMA PROPOSTA METODOLÓGICA DE TRANSFORMAÇÃO Leonardo Castro de Oliveira São Paulo 1998 LEONARDO CASTRO DE OLIVEIRA - REALIZAÇOES BRASILEIRO DO SISTEMA GEODÉSICO ASSOCIADAS AO SAD 69 - UMA - ~ PROPOSTA METODOLOGICA DE TRANSFORMAÇAO Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia. são Paulo 1998 LEONARDO CASTRO DE OLIVEIRA - REALIZAÇOES BRASILEIRO DO SISTEMA GEODÉSICO ASSOCIADAS AO SAD 69 - UMA - ~ PROPOSTA METODOLOGICA DE TRANSFORMAÇAO Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de são Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia de Transportes Orientador: Dr. Denizar são Paulo 1998 Blitzkow Oliveira, Leonardo Castro de Realizações do sistema geodésico brasileiro associados ao sad 69: uma proposta metodológica de transformação. são Paulo, 1998. XVI + 209 p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Uni versidade de são Paulo. Departamento ria de Transportes. de Engenh~ 1. Sistema geodésico brasileiro. 2. TransfoK mação de sistemas geodésicos. I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Transportes. 11. t. DEDICATORIA "Na história de qualquer problema, há um momento em que ele é suficientemente grande para ser identificado, mas pequeno demais para ser resolvido." Mike Leavitt "A confiança, tal como a arte, não deriva de termos respostas para tudo, mas de estarmos abertos a todas as perguntas." Earl Gary Stevens "A ciência não s6 é compatível com a espiritualidade como ela própria é uma profunda fonte de espiritual idade. " Carl Sagan Dedico este trabalho à meus pais Antonio & Lucy e à minha mulher Leila Freitas AGRADECIMENTOS Não será possível agradecer a todos que, de modo direto ou indireto, colaboraram para a conclusão desta pesquisa. Aqueles cujos nomes aqui não forem mencionados, tenham certeza de que não foi por esquecimento, mas por obrigação ao protocolo. às grandes Forças da Natureza; à minha família, em especial aos meus pais Antonio e Lucy; ao comando do Instituto Militar de Engenharia (IME), particular ao ex-comandante Gal. Div. Moniz de Aragão; em a todos os integrantes, sem exceção, Engenharia Cartográfica do IME; de do Departamento a todos os integrantes, sem exceção, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP. Em especial, aos professores Cintra, Denizar, Edvaldo e Nicola; à amiga Eta; e às secretárias Conceição e Cidinha; à IBM Brasil e a Capes, pelas bolsas de estudo concedidas; à especial amiga Suzane e ao Hotel de Trânsi to do 2Q Batalhão de Polícia do Exército, pela acolhida durante o período de créditos; ao orientador, prof. Denizar, trabalho, e pelas críticas - pelo exemplo na pesquisa, no "quase" todas pertinentes; ao IBGE, particularmente ao Departamento de Geodésia, pelos recursos e atenção dispensados; em especial, aos amigos(as) Kátia, Luiz Paulo, Roberto e Sônia, um grande abraço; aos Drs. Galera (UNESP) e Marcelo (UFPR), sem comentários: dois fortes abraços pelas discussões e grande incentivo; aos integrantes da banca de qualificação, Drs. Denizar, Galera e Nicola, pelos comentários e correções "impostas"; a eles, e aos demais integrantes da banca de defesa, Dr. Marcelo e Dra. Verônica, pela oportunidade de discussão e de sugestões apresentadas; ao companheiro da UERJ, do IME, das estradas, das aulas na USP: "amigo de bar" Felipe, valeu, completamos mais uma; a todos os amigos e amigas, pela sempre "boa cobrança"; às Estradas e ao Voyage, pelos 67.075,6 Kms rodados e 6.915,01 litros de ácool (combustível !) consumidos: exceto 2 "sustões" e 2 "enguiçozinhos", foi um tempo muito bom; à FREITAS, jamais por último, porque tudo é dividido com ela, todo meu amor, respeito, ..., e muito mais ainda :) ! SUMARIO IX ....................... Lista de Figuras Lista de Tabelas ....... X Lista de Abreviaturas XII Lista de Símbolos XIV Resumo XV Abs trac t 1 XVI INTRODUÇAO 1 1.1 Conceituação do Problema 1 1.2 Objetivos 5 1.3 Justificativa 6 1.4 Estrutura 8 2 SISTEMAS E REDES DE COORDENADAS GEOD~SICAS 13 2.1 Introdução 13 2.2 Conceituação Teórica 14 2.3 Classificação dos Sistemas de Coordenadas 17 2.4 Caracterização tre s de um Sistema de Coordenadas Terre§ 21 2.5 Construção 2.6 Transformação 2.7 Modelos Aplicados à Transformação Geodés icas de um Sistema de Coordenadas entre Sistemas Geodésicos . . . . . . . . . . 22 . . . . . . . . . . 27 de Coordenadas 3O 2.8 A Experiência Brasileira 33 2.9 Apreciação Final 36 3 O SISTEMA GEOD~SICO BRASILEIRO - SGB 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 . . . . . . . . . . . . . 3.2 Definição 3.3 O Sistema SAD 69 (South American Datum of 1969) 3.4 A Realização do SGB do SAD 69 no Brasil . . . 38 ................. ................. 38 .. 40 43 3.5 A Realização SAD 69/96 44 3.5.1 O Conjunto de Observações 48 3.5.2 Os Sistemas Computacionais Empregados 54 3.5.3 Metodologia Empregada 56 3.5.4 Indicadores de Exatidão 61 3.6 Problemas Associados 79 3.7 Apreciação Final 83 4 METODOLOGIA PROPOSTA SAD 69 E SAD 69/96 PARA A TRANSFORMAÇAO ENTRE 86 86 .... 4.1 Introdução 4.2 Concepção Básica para Transformação 4.3 Abordagem Cartesiana Clássica... 4.4 Diretriz Básica da Metodologia Proposta 4.5 Triangulação 4.6 Transformação Geométrica Afim Geral 3-D 110 4.7 Determinação das Correções 115 4.7.1 4.8 5 de Coordenadas . 86 ... 87 100 ........... de Delaunay Coordenadas Baricêntricas de um Ponto P 102 117 Apreciação Final 119 IMPLEMENTAÇÃO. TESTES. METODOLOGIA PROPOSTA E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA 121 5.1 Introdução 121 5 .2 Imp Iementação 122 5.2.1 Considerações Sobre os Dados da RGB 5.2.2 Triangulação 5.2.3 Determinação das Regiões da RGB 128 5.2.4 Transformação Geométrica Afim Geral 3-D 130 5.2.5 Determinação um Ponto P de Delaunay 122 124 ...................... das Coordenadas Baricêntricas 135 5.2.6 Determinação das Correções.. 5.2.7 Cálculo 5.2.8 Considerações Sobre a Estrutura do Programa Final das Coordenadas de ... Transformadas 137 138 144 5.3 Descrição dos Testes 5.4 Limitação da Metodologia 5.5 Resultados 5.6 Indicadores 5.7 Apreciação .. e Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . para Avaliação Final . . . . . da RGB . . . . . . . . . ... 6 ANALISE FINAL, CONCLUSOES, 6.1 Introdução 6.2 Análise 6.3 Conclusões 6.4 Recomendações 6.5 Sugestões RECOMENDAÇOES e SUGESTOES .......... Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ANEXO A .......... ANEXO B ...... ANEXO C . ANEXO D . . . . . . . . . . . . ... REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 149 151 155 157 162 165 165 166 168 169 172 176 178 .......... 180 ...... 182 .... 184 Apêndice I ....... A01 Apêndice 11 ....... A03 Apêndice 111 Apêndice IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A07 . AIO LISTA DE FIGURAS Figura 01: Estações de triangu1ação do SGB SAD 69/96. 49 Figura 02: Estações de po1igonação do SGB - SAD 69/96. 50 Figura 03: Estações doppler do SGB SAD 69/96 Figura 04: Estações da Rede Nacional GPS - - . . . . . . . . 51 SAD 69/96.. 52 SAD 69/96 ... 53 Figura 06: Histogramas relativos à influência da variação de altitude: (a) p1animetria ( distância geodésica); (b) a1timetria (diferença de a1titud e) 67 Figura 07: Histogramas relativos à injunção da RNGPS: (a) p1animetria ( distância geodésica); (b) a1timetria (diferença de a1itude) 71 Figura 05: Estações astronômicas do SGB Figura 08: Estações a RNGP S coincidentes - entre a RGB clássica e 73 Figura 09: Variações p1animétricas (a) e altimétricas (b) entre diferentes RGB versus distância contada a partir do VT Chuá Figura Figura 10: Variações p1animétricas (a) e a1timétricas (b) entre diferentes RGB versus azimute conto a partir do VT Chuá Figura 78 11: Po1ígonos de Freqüência relativos aos resíduos nas coordenadas X, Y e Z para: (a) mod~ 10 de 3 parâmetros; (b) modelo de 7 parâmetros 101 Figura 12: Exemplo de Triangu1ação de De1aunay 3-D Figura 77 13: TD 2-D: (a) triângulos (b) triângulos 124 e 234; 123, 234 e 134 14: TD 3-D: (a) tetraedros 1235 e 2345; 106 109 (b) tetraedros 1234, 1235 e 2345 ... 109 Figura 15: Parâmetros da transformação afim 3-D. Figura 16: Fluxograma geral do programa desenvolvido 114 .. 147 Figura 17: Mensagem de advertência impressa quando um ponto P testado não pertence ao domínio da RGB 15 2 IX LISTA Tabela Tabela Tabela Tabela Tabela DE TABELAS 01: Influência da variação de altitude: distriby ição de freqüência das estações da RGB, segundo as distâncias geodésicas (componente planimétrica) 65 02: Influência da variação de altitude: distriby ição de freqüência das estações da RGB, segundo as diferenças de altitudes (componente a 1timé tr ica) 65 03: Injunção da RNGPS: distribuição de freqüência das estações da RGB, segundo as distâncias geodésicas (componente planimétrica)... 69 04: Injunção da RNGPS: distribuição de freqüência das estações da RGB, segundo as diferenças de altitudes (componente altimétrica)... 69 05: Distâncias geodésicas e diferenças de altity des entre diferentes soluções para as 34 estações coincidentes entre a RNGPS e a RGB c 1ás si ca 74 Tabela 06: Parâmetros da transformação SAD 69/96 - Modelo Tabela 69 . . para . . . . . . - Modelo com 3 Parâmetros 91 08: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da Y - Modelo com 3 Parâmetros Tabela SAD 69/96 Tabela da - transformação Modelo SAD com 7 parâmetros 69 92 para ........ 95 11: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da X Tabela 92 09: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da Z - Modelo com 3 Parâmetros Tabela 10: Parâmetros Tabela 89 07: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da X Tabela SAD com 3 Parâmetros - Modelo com 7 Parâmetros 12: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da Y - Modelo com 7 Parâmetros 97 97 13: Distribuição de freqüência para as estações da RGB, considerando os resíduos na coorden~ da Z - Modelo com 7 Parâmetros X 98 Tabela 14: Exemplo de regiões definidas por uma TD, delimitadas pelos PN e seus vizinhos 129 Tabela 15: parâmetros e preciões da TGAG 3-D para as r~ giões cujos PN são as estações 270, 915, e 11083, considerando as transformações de SAD 69 para SAD 69/96, e de SAD 69/96 para SAD 69 132 Tabela 16: Número de Estações com RM maior que 1,0 m e valor máximo dos RM para as componentes X, Y e Z das materializações SAD 69 e SAD 69/96 Tabela Tabela . 159 17: Distribuição de freqüência para as estações com supostos problemas, considerando o Resíduo Resultante Médio (RRM) 160 18: Estações da RGB (SAD 69) com distâncias ciais (3-D) menores que 1.000 m AOl esp~ Tabela 19: Estações da RGB que diferiram quanto ao núm~ ro de vezes que apareceram na TD, usando as coordenadas SAD 69/96 e SAD 69 A03 Tabela 20: Estações da RGB com número de vizinhos dife- rentes nas realizações SAD 69/96 e SAD 69 Tabela 21: Estações da RGB com resíduo (RRM) superior a 1,000 m XI resultante .. A07 médio AlO LISTA DE ABREVIATURAS ACSM American Congress ASCE American Society of Civil Engineers; ASPRS American on Surveying and Mapping; Society for Photogrammetry and Remote Sensing; DMA Defense Mapping EOP Earth Orientation GL graus de liberdade; GPS Global Positioning IAG International Association IAU International Astronomical IBGE Fundação Agency; Parameters; System; of Geodesy; Union; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; IERS International IPGH Instituto ITRF IERS Terrestrial Reference Frame ou International Terrestrial Reference Frame; ITRS IERS Terrestrial Reference System International Terrestrial Reference System; IUGG International m metro ou metros; MMQ Método NIMA National NNSS Navy Navigation NOAA National Oceanic NOS National Ocean Survey; PN Ponto Nodal; REPLAN Projeto de Reajustamento Planimétrica Brasileira; RGB Rede Geodésica Earth Rotation Pan-americano Service; de Geografia Union of Geodesy dos Mínimos e História; ou and Geophysics; Quadrados; Imagery and Mapping Satellite Agency; System; and Atmospheric Brasileira; XII da Administration; Rede Geodésica RM resíduo RNGPS Rede Nacional RRM resíduo SAD 69 South American SBC Sociedade SGB Sistema Geodésico SIRGAS Sistema de Referência do Sul; TD Triangulação TG Transformação Geométrica; TGAG 3-D Transformação Geométrica WGS 84 World Geodetic médio; GPS; resultante médio; Datum Brasileira of 1969; de Cartografia; Brasileiro; Geocêntrico para a América de Delaunay; Afim Geral 3-D; System of 1984. XIII LISTA DE SIMBOLOS grau sexagesimal; minuto " sexagesimal; segundo sexagesimal; X,+: multiplicador,divisor; -> de para, num só sentido; : <->: de para, nos dois sentidos; l3i : coordenadas baricêntricas, (ou diferença) i = 1, 2, 3, 4; ~ : variação associada À : longitude o : desvio padrão de uma observação ~ : latitude a : semi-eixo à alguma grandeza; geodésica; isolada; geodésica; maior do elipsóide Di : componente de revolução; i, i = x, y, z, de um vetor espacial; DO : distância geodésica; e2 : quadrado E : fator de escala da 1~ excentricidade idêntico do elipsóide de revolução; aos 3 eixos coordenados; Ei : fator de escala no eixo i, i = x, y, z; h : altura geométrica; H : altitude ortométrica; N : desnível, ondulação N' : raio de curvatura R3 : espaço real ou altura geoidal; da seção 1Q vertical; tridimensional; R. : rotação no eixo i, i = x, y, z; 1 SAD 69 realização vigente no Brasil do South American Datum of 1969 até 1996; SAD 69/96: realização vigente no Brasil do Datum of 1969 a partir de 1996; Ti : translação no eixo i, i = x, XIV y, z. South American RESUMO A transformação de coordenadas entre Sistemas e/ou Redes Geodésicas é um procedimento amplamente utilizado por usuários de informações associadas a coordenadas. A posição de um móvel, feição ou corpo pode ser estabelecida em diferentes Redes, desde que se conheça os parâmetros que as interrelacionam. Do ponto de vista conceitual pode ser entendido como um problema trivial, mas na prática, sua solução é complexa. Isso decorre, basicamente, das diferentes maneiras que podem ser usadas para definir um Sistema, bem como das deformações existentes nas suas material izações, originadas pelas várias influências sistemáticas pertinentes à estimação das coordenadas. Uma metodologia para a transformação entre as duas materializações do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), associadas ao Sistema Geodésico SAD 69, é proposta nesta tese. A primeira, que vigorava desde o primeiro ajustamento, realizado na década de 70; e a segunda, referente ao primeiro reajustamento, terminado no ano de 1996. Doravante, para efeito somente desta pesquisa, as realizações serão denominadas SAD 69 e SAD 69/96, respectivamente. A metodologia proposta tem, como condicionante, a preservação da integridade daquelas duas realizações do SGB, de modo a garantir suas precisões e exatidões. Fundamenta-se, basicamente, em 3 etapas: 1) regionalização da Rede Geodésica Brasileira produzida por uma Triangulação de Delaunay 3-D; (RGB) 2) estimação, para cada região, dos parâmetros resultantes aplicação de uma transformação geométrica 3-D entre dois conjuntos de coordenadas; 3) apl icação de transformação correções às coordenadas calculadas geométrica Afim Geral 3-D. , da os pela Adicionalmente, realizou-se um estudo sobre Sistemas e Redes de Coordenadas, enfatizando aquelas de natureza Geodésica, bem como sobre o SGB. Foi realizada ainda uma investigação sobre o reajustamento da RGB, quando foram abordados aspectos relativos à metodologia empregada e à sua exatidão. Finalmente, são apresentados os resultados dos testes executados para validação da metodologia, comprovando a viabilidade de sua aplicação. xv ABSTRACT The coordinate transformation between Reference Systems and/or Reference Frames is a procedure extensively used by users of information associa te to coordinates. The position of any stationary or moving object can be established in different frames since their interrelation parameters are well known. Considering the conceptual point of view, it can be understood as a trivial problem, but in the practice, its solution is very complex. This real ity resul ts from the different possibilities in which one system can be defined, as well as of the existing deformations in the frames, originated from several influences related to the estimation of the coordinates. A methodology for transforming the coordinates between the two materializations of Brazilian Geodetic System (BGS), associated with the Geodetic System SAD 69 is proposed. The first materialization refers to the first adjustment, carried out in the 70's. The second one refers to the first readjustment, finished at the end of 1996. From now on, only for the purpose of this research, these materializations will be named SAD 69 and SAD 69/96, respectively. The proposed methodology preserves the integrity of the BGS realizations and assures their precisions and accuracies. Its foundation has three main stages: 1) partitioning of the Brazilian Geodetic Network, to a Delaunay 3-D Triangulation; according 2) estimating, for each region, parameters derived from the application of a geometric transformation between the two sets of coordinates; 3) application of corrections to the coordinates evaluated the Affine Geometric Transformation. by Additionally, a study on Geodetic Coordinate Systems and Frames and on the BGS has been carried out. An investigation on the readjustment of BGS has been achieved, where aspects refering to the used methodology and its accuracy have been taken into account. Finally, the results of themethodologyare of its application. of the tests carried out for validation presented, emphasizing the reliability XVI