AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO:
A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO INTERFERE NA PREFERÊNCIA DA DISCIPLINA?
ZONTA, Marinez Arruda – FACIAP/UNIPAN
FERREIRA, Josiane Peres – FACIAP/UNIPAN e PUCRS
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RESUMO
As relações afetivas estão presentes nos diversos grupos de relações humanas e inclusive na área
escolar. Ela pode ajudar ou prejudicar os resultados esperados dependo dos vínculos estabelecidos.
No caso da relação professor/aluno a afetividade pode influenciar no processo de aprendizagem e na
preferência dos alunos por alguma área do conhecimento. Mas será que o fato de uma criança gostar
mais de uma disciplina que da outra está relacionado ao tipo de afetividade que existe entre ela o
professor? Objetiva-se com este estudo verificar alguns aspectos no relacionamento professor/aluno
que podem levar o educando a preferir esta ou aquela disciplina em detrimento das outras. Para
tanto, além da pesquisa bibliográfica, foi realizada uma coleta de dados com 180 alunos do Ensino
Fundamental – Séries Iniciais, em uma instituição privada de Cascavel. O instrumento de pesquisa
utilizado foi um questionário com questões abertas e fechadas, cujos resultados indicaram que a
postura do professor interfere na escolha da matéria escolar, sendo que esta preferência também está
relacionada com as habilidades próprias que cada aluno possui. Outro fator importante é a
metodologia utilizada pelo docente que possibilita ao estudante se desenvolver mais ou menos em
determinada área do conhecimento e, portanto afirmando que gostam mais desta ou daquela
matéria. Conclui-se que, para os entrevistados, existem vários fatores que interferem na preferência
por alguma disciplina escolar e que as relações afetivas inerentes à relação professor/aluno contribui
para esta escolha.
Palavras-chave: postura, relacionamento, disciplina, preferência.
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Muito já se falou sobre educação, mas os problemas relacionados a ela atingem patamares
cada vez mais complexos. Por mais incorreto que seja o ponto de vista de um aluno, ele deve ser
ouvido com respeito, pois sua opinião pode trazer grandes progressos para o processo de
aprendizagem, já que, ao ingressar no ambiente escolar, este não deixa de lado suas características
individuais, que são uma marca da riqueza humana, podendo ser explorada em sala de aula.
Mesmo o aluno sendo um sujeito ativo do processo de aprendizagem, precisa de orientação
e de líderes que possam conduzi-lo a caminhos de desenvolvimento pessoal. Professor que não
gosta de aluno, deve mudar de profissão, pois a convivência com os alunos é fundamental.
O prazer de acompanhar a chegada, os olhares curiosos, o desejo de aprender, as
“fofoquinhas” sobre como é o professor, como ele trabalhará, o que trará de novidades. Assim, a
relação saudável entre professor e aluno só contribuirá para o crescimento de um e a realização de
outro, pois, muitas vezes, o aluno não gosta da disciplina por não aceitar a postura do professor.
Diante do exposto, levando-se em consideração o contato diário entre professor e aluno, questionase: Será que a postura do professor influencia na preferência do aluno por determinada disciplina?
Educar é um dos trabalhos mais delicados em termos psicológicos, mas, ao mesmo tempo,
tem tudo para ser o melhor, pois é o professor quem controla seu processo produtivo. Isto porque,
em sala de aula, possui grande liberdade de ação para criar, definir ritmos e seqüência das
atividades a serem realizadas, mesmo tendo que cumprir um programa. Desta forma, faz-se
necessário verificar como está ocorrendo o processo pedagógico e que atitudes podem ser tomadas a
fim de melhorar as condições de participação dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.
À medida que os processos produtivos dão novas formas às organizações sociais, a escola
também passa por processos de mutações, entre os quais por ela defrontados, são as questões
referentes à relação professor e aluno. Esses motivos levaram a escolher o tema, pois se trata de um
assunto vivenciado diariamente na atuação em sala de aula, enfrentando questões problemáticas que
envolvem a relação professor e aluno.
Sabe-se que o impacto das transformações científicas e tecnológicas sobre as classes
sociais, apontam para a necessidade de compreender as diversas determinações que os fatores sóciopolíticos, culturais e psicológicos realizam nos sistemas educacionais e no processo de
desenvolvimento do educando.
Sendo esta pesquisa voltada à área psicológica, poderá oferecer algumas contribuições para
a comunidade escolar, por apontar o porquê de algumas disciplinas serem vistas como preferidas
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pelos alunos, servindo de referências para outros professores que queiram se aprimorar, visando o
atendimento das necessidades da criança.
Sabe-se que não há receita de como ensinar, visto que se torna necessário ter em mente que
o processo de ensino pode levar à construção ou à destruição. Isto porque, quando se mantém um
bom relacionamento, se constrói, de maneira mais adequada, um bom aprendizado. Por outro lado,
se a relação afetiva não se faz presente, poderá influenciar negativamente o aluno, considerando que
o mesmo possa vir a adquirir dificuldades disciplinares.
A formação de profissionais da educação está passando por mudanças, porém, ainda não se
podem ver os resultados. Um embasamento teórico torna-se fundamental para a propagação da
educação, pensando em formar cidadãos atuantes no mundo em que vivem. Existem manuais,
porém, há de se questionar sempre a respeito de sua ligação com a ideologia dominante. Não
existem fórmulas, mas torna-se necessário estar atento à visão do mundo em relação ao tema.
Todo trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador, quer seja na
relação estabelecida com outros, quer mesmo na relação estabelecida com o produto de trabalho,
pois, apesar dos diferentes caminhos e dos inevitáveis conflitos, a afetividade tende se desenvolver
e a se consolidar como o mais forte elo, ou seja, aquele que propicia condições de desenvolvimento
da pessoa como um todo, como diz Codo (1999, p. 50): “Sem uma relação afetiva ampla e
abrangente, o processo de desenvolvimento acontece de forma desarmônica, isto é, determinados
aspectos da pessoa ficam atrofiados, sobretudo no que diz respeito às emoções.”
Vale ressaltar, também, a importância da mediação do professor no processo de construção
do conhecimento, que possibilita o crescimento do aluno de forma integral, principalmente no que
diz respeito aos aspectos cognitivos e emocionais pois, através destes, ocorre a interação entre um
sujeito que aprende e outro que ensina. O mediador promove modificações, nas quais o sujeito pode
ser sensibilizado pelo estímulo do que foi modificado, devolvendo suas funções cognitivas.
Assim, percebe-se que, na relação professor e aluno, a ligação afetiva é obrigatória para o
próprio exercício do trabalho, visando atingir seus objetivos. Já que o objetivo do trabalho do
professor é a aprendizagem dos alunos, para que a mesma ocorra, muitos fatores são necessários,
como a capacidade intelectual e vontade de aprender por parte do aluno, conhecimento e capacidade
de construção de conteúdos por parte do professor, apoio extra-classe por parte dos pais e tantos
outros. Entretanto, existe um que funciona como o grande catalisador: “a afetividade”, que para
Codo (1999, p.50), “a partir do envolvimento, em que o professor se propõe a ensinar e os alunos se
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dispõem a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai se formando, propiciando uma troca
entre os dois”.
Além disso, reforça-se a importância da motivação, cooperação, boa vontade, cumprimento
das obrigações, tanto para professores quanto para alunos, sendo que deixam de ser tarefas árduas
para os últimos. Ainda, tais ações estimulam o interesse, a criatividade, a disposição dos alunos
para, exaustivamente, sanar dúvidas e, consequentemente, motivam o
professor. Em outras
palavras, o papel do professor acaba estabelecendo um jogo de sedução, através do qual ele vai
conquistar a atenção e despertar o interesse do aluno para o conhecimento que está querendo
abordar.
Esta conquista envolve um enorme investimento de energia afetiva, canalizada para a
relação estabelecida entre aluno e professor. Neste sentido, Codo (1999, p.50) comenta:
É nesta dança, entre sedutor e seduzido, na sincronia dos passos, na harmonia dos
movimentos, que o professor transfere seus conteúdos e o aluno fixa o conhecimento. É
mediante o estabelecimento de vínculos afetivos que ocorre o processo ensino e
aprendizagem, onde o significado de conquistar é trazer para o seu lado. O professor
precisa de que os alunos estejam do seu lado se estiverem contra ele, funcionarão como
obstáculo a qualquer conteúdo a ser assimilado. Além disso, a necessidade deste ou
daquele conteúdo, muitas vezes, só será percebida muito tempo depois de ser
assimilado. O professor precisa de que os alunos confiem em si, acreditem que o que
está aprendendo lhes será útil; outra vez sedução, outra vez afetividade.
Se a relação afetiva com os alunos não se estabelece, é complicado querer acreditar que o
sucesso de educar será completo. Se os alunos não se envolvem, poderá até ocorrer um tipo de
fixação de conteúdos, que somente contribuirá para o processo de aprendizagem, mas poderá não
ser significativa, deixando esse processo com certas lacunas.
A aprendizagem afetiva possibilita a formação do caráter do educando, expressado na sua
maneira de agir diante de diferentes situações. O crescimento do aluno não se encontra somente na
sua habilidade para fazer ou armazenar conhecimentos, mas na qualidade ou intensidade de seus
ideais em relação ao meio em que vive. E este aprendizado não surge espontaneamente, precisa ser
ensinado e cultivado pela escola.
De acordo com Campos (1987), é preciso levar em conta a personalidade do educador, o
método de aprendizagem e a situação que servem de base ao ensino. A autora complementa,
dizendo que “um professor que não expresse em seus comportamentos as atitudes que deseja formar
nos alunos, não poderá esperar alcançar os objetivos visados”(p.71).
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Sendo assim, nota-se a importância do educador vivenciar os ideais, atitudes e valores que
deseja cultivar nos alunos, para que o processo de aprendizagem ocorra harmoniosamente,
proporcionando um convívio diário saudável, e a sala de aula um espaço agradável para ambos,
professor/aluno, que serão contagiados pelo afeto e pelo saber.
Seguindo a mesma linha de pensamento, Chalita, cuja obra “A solução está no afeto”
(2001), comenta sobre a importância da afetividade na relação professor/aluno, propondo uma
mudança neste sentido, já que a escola, muitas vezes, se encontra perdida em meio a tantos
acontecimentos desenfreados e tecnológicos.
Segundo Chalita (2001, p.13), “a tarefa de todo o educador, não apenas do professor, é a de
formar seres humanos felizes e equilibrados. Para isso, um bom relacionamento é essencial, já que
possibilita a construção da autonomia do ser humano.”
Dessa forma, o professor poderá repensar sua prática, visualizando o futuro do educando
como um ser completo, possuidor de habilidades cognitivas, sociais e emocionais, capaz de atuar de
maneira transformadora na sociedade.
Diante dessa perspectiva, torna-se necessário um estudo mais aprofundado sobre o tema, já
que a relação afetiva proporciona um amplo desenvolvimento, promovendo a construção e a
transformação do ser humano.
Em virtude do exposto, realizou-se uma pesquisa de caráter exploratório, envolvendo as
abordagens qualitativas e quantitativas, buscando desenvolver um estudo sobre a relação professor e
aluno, envolvendo a afetividade. Tal pesquisa foi norteada, principalmente, pela obra de Codo
(1999), que trabalha numa perspectiva histórico-crítica, onde o ser humano é visto como um ser
histórico, capaz de construir seu conhecimento a partir de suas necessidades.
Para esse trabalho, foi feito também, levantamento de dados em uma instituição privada
católica de Cascavel, localizada no centro da cidade, que atende alunos da Educação Infantil ao
Ensino Médio: a pesquisa abrangeu 180 alunos, com faixa etária entre 6 e 10 anos, totalizando 6
turmas do Ensino Fundamental – séries iniciais. As mesmas foram escolhidas porque, recentemente,
a instituição propôs o desenvolvimento de atividades por áreas do conhecimento, onde cada
professor trabalha uma disciplina diferente e, em cada turma, 5 professores. Assim, tornou-se
possível perceber, de maneira mais clara, que a postura do professor pode interferir no processo de
entendimento dos educandos e também na relação entre ambos.
O instrumento utilizado foi um questionário, com três questões fechadas e duas abertas,
aplicado de uma só vez, no mês de maio de 2005. Os resultados obtidos pelos participantes são
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analisados através das respostas dadas pelos mesmos, por parte de questionamentos sobre qual a
disciplina preferida, seguido de alguns apontamentos que explicam o porquê da preferência.
A primeira questão referia-se às disciplinas que, na opinião dos alunos, eram consideradas
preferidas. Nesta, os 180 participantes da pesquisa tinham que indicar apenas uma resposta. Através
dos resultados obtidos, foi possível constatar que a maioria escolheu Matemática ( 33% ), seguido
da disciplina de Arte ( 31% ), conforme figura 1.
70
60
PORTUGUES
50
MATEMATICA
HISTORIA
40
GEOGRAFIA
CIENCIAS
30
ARTES
RELIGIÃO
20
10
0
1
Figura 1 - Disciplina Preferida
Fonte: Dados Primários, 2005.
Pode-se perceber que as disciplinas escolhidas como preferidas são diferentes entre si, pois
o que se estuda em Matemática está distante de se relacionar com Arte em questão de conteúdo,
pelo menos no que diz respeito às séries iniciais. Outro item que chama a atenção é o fato de não
haver indicações para a disciplina de Geografia. Que fatores podem ter levado a esse resultado?
Embora não tenha sido questionado, há de se refletir sobre a postura do professor, sua metodologia,
entre outros aspectos. Será que entre 180 alunos, nenhum possui habilidades nesta área?
Ainda referindo-se à predileção por alguma disciplina, foi solicitado através do
instrumento de pesquisa, que os participantes explicassem por que indicaram “aquela” área do
conhecimento. Como as respostas eram abertas, a organização dos dados foi feita por aproximação
de idéias. Assim, obteve os seguintes resultados: Habilidades ( 75% ), Postura do Professor ( 21% ),
Metodologia ( 14% ), Compreensão ( 6% ).
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Como ficou evidenciado através dos resultados, a maioria diz gostar mais de uma
disciplina por ter maior habilidade na área, como foi relatado pelo aluno A da 2ª série “Eu gosto da
Matemática porque está presente em todos os lugares e as atividades são interessantes. Usamos
calculadora, jogos e muito mais”, e pelo aluno B da 3ª série “ Matemática é legal porque
aprendemos a contar nossos brinquedos e fazer jogos.”
Tais respostas evidenciam que as habilidades fazem parte do desenvolvimento e da
aprendizagem do educando, juntamente com a afetividade presente na relação entre professor e
aluno. Vale ressaltar que as habilidades, citadas em pesquisas, revelam a presença das inteligência
em todas as pessoas, porém, algumas se mostram mais acentuadas em determinadas áreas do
conhecimento. Com relação ao resultado da pesquisa, percebe-se que a área de preferência é a da
Matemática (33%).
O autor Celso Antunes, contribui com sua teoria sobre as inteligências múltiplas dizendo:
Em sala de aula, o estímulo dessa inteligência pode tornar-se uma atividade muito
interessante, onde o simples exercício de buscar a lógica das coisas ou de descobrir que
determinados enunciados não apresentam qualquer lógica, constituem operações mentais
estimuladoras dessa competência como também as constituem os exercícios pedagógicos de
trabalhar as habilidades de classificação, comparação ou dedução. ( 2002, p. 32 )
Estas respostas surpreenderam, porque se esperava mais indicações relacionadas à postura
do professor. Elas ocorreram, mas com menor freqüência. Alguns alunos responderam assim:
“Matemática é bom porque eu gosto de fazer contas e minha professora é muito legal”
( Aluno Y,
3ª série ) ou “Eu gosto de Matemática porque a gente aprende bastante e a professora não briga
com ninguém.” ( Aluno X, 2ª série ).
Nota-se, através desses depoimentos, que a postura do professor apresenta peso
considerável e torna-se um meio para que a aprendizagem ocorra com harmonia. Portanto,
habilidades e postura não são distintas no que diz respeito à aprendizagem.
Outra questão, referia-se à disciplina que menos gostavam. Nesta, houve predominância
para uma determinada disciplina1, visto que 20% dos alunos demonstraram rejeição. Optou-se por
analisar as causas da rejeição e nesta, ficou evidenciado que a postura do professor está relacionada
à rejeição. Conforme foi relatado pelo aluno C da 1ª série “Não gosto desta disciplina porque a
professora é chata e grita.” Tal resposta indica que o relacionamento professor/aluno se faz
necessário para um melhor desenvolvimento em sala de aula. Outros alunos ainda complementam
1
Por questão de ética, e em respeito à instituição pesquisada, optou-se por não citar o nome da disciplina.
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“Não gosto da disciplina porque a professora fala muito alto e briga com a gente.”( Aluno E ) “Eu
acho a disciplina chata porque a professora grita com a gente.”( Aluno F ) “Não gosto porque a
professora faz a gente de criancinha, passa a mão na cabeça e isso é ruim.” ( Aluno G ) “Essa
disciplina é a que eu menos gosto porque a professora é raivosa e chata.” ( Aluno H ) “Não gosto da
disciplina porque não gosto da professora.” ( Aluno J ).
Como já foi citado durante todo o trabalho, se não há afetividade o aprendizado se torna
difícil, pois, através dos depoimentos acima, nota-se que o professor deve estabelecer um bom
relacionamento com seu aluno, a fim de que o mesmo sinta prazer em participar da aula,
percebendo que aquilo que ele está aprendendo lhe será útil. Diante disso, retoma-se o comentário
de Codo ( 1999, p. 50 ), sobre o estabelecimento de vínculos afetivos, com os quais o professor traz
o aluno para o seu lado, fazendo que os mesmos confiem em si e compreendam que a necessidade
deste ou daquele conteúdo, muitas vezes só será percebida algum tempo depois de ser assimilado.
Ainda foi questionado sobre a aula que os alunos mais participam. Nesta, predominou a
disciplina de Matemática, que vem ao encontro da primeira questão, onde a área de preferência foi a
mesma. Compreende-se, então, que realmente há relação entre habilidades e postura, já que, para
haver participação, primeiramente deve haver interesse e, posteriormente, estímulo para se envolver
na aula.
Tal relação parte de uma boa comunicação entre professor e aluno, que implica em
motivação por parte do professor, lançando situações desafiadoras para que haja envolvimento por
parte do aluno, de forma que o mesmo cresça no desenvolvimento de valores e atitudes, podendo
desenvolver também suas habilidades.
A afetividade se faz presente num bom relacionamento entre professor e aluno. Este
estudo teve como objetivo, apontar alguns aspectos para que aconteça esse bom relacionamento.
Através dos resultados, pôde-se perceber que, mesmo não aparecendo em primeiro lugar, constatase a postura do professor como dado marcante e significativo no
desenvolvimento da
aprendizagem, juntamente com a preferência da disciplina. Porém, nota-se a necessidade da relação
entre a afetividade e as habilidades, pois a partir da existência da afetividade, as habilidades
poderão ser desenvolvidas com maior êxito.
Quanto aos resultados da pesquisa, por apresentar um número significativo de
participantes, não está livre de, possivelmente, apresentar algumas falhas. Por outro lado, é visível
que os fatores citados realmente influenciam na preferência por certas disciplinas. Em relação à
falta de indicações na disciplina de Geografia, nada impede que seja alvo de novas pesquisas,
621
podendo apontar respostas interessantes e relevantes, permitindo um novo olhar para essa área do
conhecimento.
Este estudo poderá contribuir com a comunidade educativa, já que abre novos caminhos
para o trabalho do professor, em que o mesmo estará repensando sua prática, visando a um melhor
aproveitamento da área a ser trabalhada. A contribuição também se fará presente na sociedade, pois
se formarmos pessoas críticas e com autonomia, será refletido no desenvolvimento de uma
sociedade mais justa e comprometida.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 8ª ed. Campinas: Papirus, 2002.
CAMPOS, Dinorah. Psicologia da Aprendizagem. 30ª ed. Petrópolis: Vozes, 1987.
CHALITA, Gabriel. Educação: A Solução está no Afeto. 8ª ed. São Paulo: Gente, 2001.
CODO, Wanderley. Educação: Carinho e Trabalho. Petrópolis: Vozes, 1999.
MARCOS, Méier. O que os alunos pensam sobre a mediação de seus professores. Educação
Marista, São Paulo, nº9, p. 24-28, jul/dez. 2004.
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AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO: A RELAÇÃO PROFESSOR