SOCIEDADE CIVIL REFLEXÕES Geancarlo Stein Orientador: Rogério Portanova Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores. Sociedade Civil compreensão do que é sociedade civil , como se forma e qual seu papel no cenário jurídico-político. os diferentes agentes e seus meios de atuação SOCIEDADE CIVIL 2 Governo Comum o governo que se pode chamar de geral é a junção do governo civil com o estatal evoluções e acidentes de percurso: os diferentes interesses em conflito dentro da nação SOCIEDADE CIVIL 3 Sociedade Política a união de todos não significa a comunhão ou coincidência de objetivos a soberania delegada pelo pacto se multifaceta e retorna de forma desequilibrada aos diversos contratantes SOCIEDADE CIVIL 4 Segundo os Jusnaturalistas o critério de propriedade :o homem em estado de natureza nada possui senão aquilo que consegue manter. a sociedade nasce com o objetivo de estabelecer um poder comum SOCIEDADE CIVIL 5 Segundo os Teólogos o termo Sociedade Civil é usado para distinguir a esfera temporal da espiritual, mantendo-se intocada a reserva de poder da igreja diferentes tipos de relações de poder, viciados por interferências das diversas castas SOCIEDADE CIVIL 6 Segundo Rousseau o Estado somente se justifica enquanto garantir o bem estar do indivíduo “o homem nasce livre e em todo lugar encontra-se a ferros, aquele que se crê senhor dos demais é mais escravo do que qualquer um” SOCIEDADE CIVIL 7 Segundo Rousseau seus conceitos sobre sociedade civil foram apropriados por regimes totalitários que os utilizaram para interpretações dirigidas SOCIEDADE CIVIL 8 Segundo Hegel a família é uma sociedade natural e a partir dela se constituem os núcleos base da sociedade Sociedade Civil vs Estado : quando a vitória significa derrota para os dois lados SOCIEDADE CIVIL 9 Segundo Hegel o Estado é mais que um pacto voluntário, é o desenrolar natural da evolução social a sociedade civil é preliminar ao Estado, não é o Estado que a fundamenta, mas o contrário SOCIEDADE CIVIL 10 Interpretação de Marx um sistema econômico engendrado para favorecer e manter a hegemonia da classe dominante sobre a dominada é o espaço onde têm lugar as relações econômicas e onde a sociedade civil reflete em diferentes graus os desajustes SOCIEDADE CIVIL 11 Interpretação de Marx o homem egoístico e o homem social: há uma luta anterior à própria luta de classes as relações econômicas predominam sobre as razões políticas, resultando num comprometimento de todo o sistema SOCIEDADE CIVIL 12 Gramsci Estado e sociedade civil formam as duas superestruturas que se debatem cada um na busca de fazer prevalecer a sua ideologia a superestrutura estabelece padrões que servirão de ponto de apoio para um novo patamar SOCIEDADE CIVIL 13 Conceituação Atual a sociedade civil, em termos gerais,é representada pelos espaços onde ocorrem as relações de poder de fato o Estado, por sua vez, abrange os espaços das relações do poder legítimo SOCIEDADE CIVIL 14 Agentes da Sociedade Civil instituições de diversos níveis e finalidades estabelecem relações dentro de uma civilização anacrônica a disputa que se observa é para estabelecer de quem será a ideologia e disciplina a que irão predominar SOCIEDADE CIVIL 15 Governo poder legítimo (se não levarmos tão a sério as diferenças de finalidades sociedade vs Estado) capaz de levar a efeito diretrizes o Governo transparece o exercício das ações da classe ideológica temporariamente no poder SOCIEDADE CIVIL 16 Governo a predominância de um grupo tende a desencadear reações em cadeia e contraposição dos demais elos da sociedade civil o poder soberano é obrigado a abrir espaço para outras esferas num jogo de equilíbrio constante SOCIEDADE CIVIL 17 Igreja ocupa espaço influente na sociedade mas e encontra-se dividida entre suas diferentes correntes, dividindo assim a própria força a espiritualidade (com sua força de juízo de valor) trabalha como coercitivo moral e anteparo à certos tipos de crises SOCIEDADE CIVIL 18 Igreja a maturidade das religiões evangélicas forçaram uma reinterpretação das regras de influência as mudanças de costumes como fator de preocupação para a igreja Católica e como oportunidade para as correntes menos ortodoxas SOCIEDADE CIVIL 19 Partidos Políticos mecanismo por excelência da representatividade da sociedade civil é a instituição com a definição mais ética do ponto de vista social: assume como seu objetivo a conquista do poder SOCIEDADE CIVIL 20 Partidos Políticos o modelo brasileiro deverá necessariamente passar por adaptações e depurações diretrizes e segmentos: programa a seguir ou adequação à realidade? O conflito entre ideologia e prática SOCIEDADE CIVIL 21 Sindicalismo força transformadora da sociedade e instrumento do corporativismo de classe possuidor das mesmas mazelas típicas dos partidos políticos, onde grupos menores travam uma batalha surda entre si SOCIEDADE CIVIL 22 Comunidade Universitária modelo reprodutor de comportamentos que refletem o macrocosmo quando deveria sugerir novos caminhos a universidade é a seara onde se confrontam e germinam ideologias SOCIEDADE CIVIL 23 Comunidade Universitária um modelo nem sempre democrático, mas de fundamental importância para o desenvolvimento social e o aprimoramento dos debates enter suas virtudes está a prerrogativa de estabelecer laboratórios a serviço da pólis SOCIEDADE CIVIL 24 Mídia com seu poder disseminador ocupa função determinante para a politização do grupo social através do acesso aos meios de comunicação seleciona-se a mensagem, a forma de transmiti-la e quem irá alcançá-la SOCIEDADE CIVIL 25 Mídia comportando-se como verdadeiro quarto poder tem-se na mídia ao mesmo tempo um aliado e um adversário SOCIEDADE CIVIL 26 Classe Hegemônica na disputa pelo poder é comum a constituição de barreiras como forma de preservar sua posição essa manutenção de posições ocasiona movimentos interessantes de não interferência: a nova moeda de troca grupo social fechado SOCIEDADE CIVIL 27 Classe Hegemônica as inter-relações dão-se entre os diversos agentes de acordo com os interesses em jogo a manutenção do status quo pode ser moeda de troca entre grupos com interesses específicos SOCIEDADE CIVIL 28 Povo dono do maior poder potencial mas sem os instrumentos de validação de suas demandas a sua moeda de troca mais forte é legitimação de outros grupos como forma de alcançar parcela de poder SOCIEDADE CIVIL 29 Povo a transformação de indivíduo para cidadão é feita por um processo de conhecimento, adaptação e recepção “toda canção de liberdade vem do cárcere...” (Graciliano Ramos) SOCIEDADE CIVIL 30 Organização Criminosa alcançou status de Estado civil alternativo, com sua normatização ora rivalizando ora interagindo com os demais agentes papel de exército sublevado,diferenciandose de guerrilha pela falta de unidade e de ideologia SOCIEDADE CIVIL 31 Organização Criminosa os modelos sociais que se reproduzem dentro da comunidade criminosa a sociedade primeiro exclui para depois punir: a criminalização fabrica uma nova (sub)classe SOCIEDADE CIVIL 32 Sociedade Civil Hoje amálgama de diferentes e contraditórias correntes. A Sociedade Civil brasileira requer uma reflexão crua sobre seu papel e sua orientação SOCIEDADE CIVIL 33 Bibliografia BOBBIO, Norberto. O conceito de sociedade civil. Rio de Janeiro: Edit. Graal, 1987. BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: Edit. UnB, 1983. JAPIASSU, Hilton. MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Edit. Jorge Zahar, 1990. SOCIEDADE CIVIL 34 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Disciplina: INFORMÁTICA JURÍDICA Professor Aires José Rover Florianópolis, Julho de 2000