Minoritários da OGX acusam Eike de informação
privilegiada e preparam ação legal, diz ‘FT’
Procurado por meio do grupo EBX, empresário não comentou as acusações
Acionistas alegam que Eike vendeu suas ações antes do anúncio da suspensão do
desenvolvimento de poços de petróleo
FONTE: O GLOBO
RIO - Um grupo de cerca de 60 acionistas minoritários da OGX, petroleira de Eike
Batista, prepara uma ação legal contra o empresário, informou neste domingo o jornal
“Financial Times”. Segundo a reportagem, os investidores alegam que Eike tinha
informações privilegiadas ao vender o equivalente a mais de R$ 70 milhões em ações,
pouco antes do anúncio da suspensão de três campos de petróleo, que desencadeou uma
intensa crise na empresa.
De acordo com o “FT”, as acusações começaram a ser preparadas há duas semanas pelo
advogado Márcio Lobo, um dos integrantes do grupo de minoritários. Além de Eike, as
ações envolvem os ex-ministros Pedro Malan, Rodolpho Tourinho Neto e Ellen Gracie
— ex-integrantes da diretoria da OGX que, para os acionistas, foram “negligentes”.
Procurado pelo jornal por meio de seu grupo EBX, Eike Batista preferiu não comentar,
assim como Tourinho Neto. Pedro Malan e Ellen Gracie não responderam aos pedidos
de entrevista da equipe do “FT”.
Os minoritários alegam que Eike Batista vendeu 56 milhões de ações por R$ 75,4
milhões entre 7 de junho e 13 de junho. Em 1º de julho, a OGX informou que
suspenderia o desenvolvimento de três campos de petróleo, além de ter interrompido a
construção de cinco plataformas.
— Foi claramente um ato de má fé — disse Aurélio Valporto, um dos investidores, que
afirma que o grupo, que cresceu de 20 para 60 pessoas, já perdeu, coletivamente, cerca
de R$ 70 milhões até agora.
Já a acusação de negligência contra os ex-diretores é baseada na saída dos executivos da
companhia. Malan, Tourinho Neto e Ellen Gracie deixaram a companhia em junho, sem
explicações.
— Já era evidente que a empresa precisava do dinheiro... Nós os consideramos culpados
por neglicência — acrescentou Valporto.
O grupo alega ainda que Eike Batista divulgou “informações enganosas” ao mercado,
privando investidores do aviso sobre as dificuldades de produção que viriam.
Desde o ápice em 2010 até agora, as ações da OGX derreteram 97%. Após o estouro da
crise na petroleira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apura 13 demandas a
respeito da empresa.
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