nacional 2ª quinzena de fevereiro de 2015 3 A soberania da vontade coletiva No quinto dos infernos - o Microestado como solução E m que aspectos esse dever de Estado vem sendo corroído pela nova dinâmica política do PT, não apenas do PT, mas de todo o organismo político brasileiro? Da legitimação da minoria pelo processo democrático das escolhas em que a maioria escolhe a minoria para assentá-la no poder. Essa é a metodologia que contraria a realidade dos fatos e replicam de uma forma ou de outra a velha monarquia. Dá-se o poder, não para um Conselho, mas para um indivíduo. Vemos aí a replicação do processo de dominação social pela legitimidade, ainda que ilegítima. Por que ilegítima? Porque ela não representa a totalidade das intenções sociais, o que condena parte da sociedade ao ostracismo e por conseqüência, a oposição. E dela, da oposição, surge a energia circulante que, ao cabo de um tempo, causa a revolução e a revolução é o remonte do caos e o caos geral, a intermitência dos ciclos ‘involutivos’ da democracia. É um repetir infinito. O presidente Do caos A geração das leis é devido à inconformação social, a minoria suprimida do código social, precisa ser contida porque sobre ela não há poder e, onde não há poder, há violência. Nesse sentido, a própria construção democrática se autodestrói, posto que cerceia a minoria daquilo Fotos: Divulgação FHC e Lula. O discurso dominante das massas sem representatividade de equivalência – a origem do caos. não passa de um rei e o “conselho dos sábios”, o Congresso, apenas uma extensão mais alargada dos méritos de uma classe de eleitos, de selecionados, que são alçados pelo mesmo critério de seleção natural de espécimes. De modo geral, a escolha do líder é um processo de seleção natural imposto por questões evolutivas da espécie em qualquer comunidade de seres vivos. Assim, essa velha obrigação animal (a escolha do macho dominante) pode ser observada na natureza, o homem não é diferente. Escolhemos segundo as alfaias do candidato. O primitivismo conceitual da escolha do melhor pelo processo das aparências ou pela medição de forças, sejam elas intelectuais ou corporativas, tem sido a desgraça da democracia – doutrina política que declaro assassinada por aquilo que chamamos de “voto consciente” e participação massiva de instrumentos utilizados meramente como peças de manobra. As minorias, através da instrumentação dos meios para alcançar o poder, adquirem o verniz da legitimidade através do ato eleitoral da maioria o caso em tela pode ser analisado na Ucrânia: Vi- cktor Yanukovich. O presidente deposto daquele País é de etnia russa, só aprendeu a falar ucraniano depois de adulto. Na verdade, Yanukovich, só pode ser entendido como pivô da causa russa naquela região ao fechar com Putin o estreitamento diplomático em detrimento da União Européia (UE). A maioria ucraniana é de etnia russa. No Brasil, os fins são atingidos pelo mesmo colóquio, só que com outro viés, o racial: uma massa ignara domina, pelo poder do voto, as ações de governo, o resultado disso é o que estamos vendo, a não aceitação de suas políticas públicas. que lhe seja próprio. A violência social como manifestação do “não poder” encontra sua razão fora da representatividade, visto que esteja na inconformidade, segundo a classe dominante, o que gera o universo paralelo da estratificação social. A sociedade é um caos inadvertido que se arranja nas inconformidades que surgem em sua própria construção e o estabelecimento estático de leis que a regule, na verdade são apenas anteparos de contenção, posto que não haja justiça em sua totalidade. Que solução dar ao processo de construção das sociedades? Os Estados Unidos possui uma característica singular que é a de ajuntar pequenos países (estados) entorno de uma constituição. O fato de cada estado possuir leis independentes cria o sentido de independência como arranjo de características sociais próprias em grupos afins. Com isso, o Estado é gerido com rapidez e a estrutura gerencial passa a ser dinâmica em todos os aspectos, ou seja, o Microestado se torna enxuto com maior poder de reação no aspecto socioeconômico. Quando surgiu o mago do petróleo brasileiro, Eike Batista, o mundo entrou em consternação. Como o Brasil precisava vender uma ideia de plenitude financeira e sucesso no mundo subterrâneo do petróleo, um herói foi elevado ao patamar dos homens mais ricos do mundo. Na verdade, um Porta-Bandeira do Présal. Segundo a revista Forbes, Eike chegou a ser o 7° mais rico do planeta com uma fortuna avaliada em US$ 30 bilhões. Com isso elevamos um herói ao pantheon dos deuses orientais no ramo, como se ele fosse um rei saudita ou algo semelhante. Na verdade, Lula precisava de um personagem que pudesse transmitir a ideia de pujança, de riqueza e competência. Tudo isso vindo de um buraco negro feito no chão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Aqui começa o quinto dos infernos. Uma metáfora do velho imposto cobrado pela coroa portuguesa no Brasil colônia e o filme de Carlos Lombardi que mostra onde fica isso. Nababesco Por cima da carne seca, o bilionário não se vexava em mostrar a opulência em que vivia, afinal, ele era um “garoto propaganda”, inclusive decorando a sala de sua mansão no Rio com um carro importado – salvo engano uma Lamborghini branca. Certamente, Eike nunca passou de um boneco para mostrar ao ‘idiotificado’ povo brasileiro o quanto somos imbecis por acreditar nesse modelo econômico que grassa no País – Eike foi a grande enganação que não colou. Uma verdadeira empulhação no mundico do petróleo brasileiro. Símbolo do capitalismo petista, Eike foi ostensivamente financiado pelo BNDES, banco que, se aberta a caixa preta, poderá se tornar o inferno pelo avesso, ou seja: O quinto dos infernos. O iceberg do BNDES começa com o terno usado por Lula na posse, o qual foi arrematado pelo Midas do petróleo brasileiro à Lula por R$ 500 mil. Daí para cá, tudo foi só sucesso na vida desse mineiro de Governador Valadares. Uma análise feita pelo Bank of America/Merry Linch demonstra que os aportes financeiros de suas empresas estão, ou estavam, concentradas em cinco bancos, o principal dele é o BNDES com R$ 4.888 bilhões a juros de 6% ao ano, uma pechincha. A política econômica do PT é tão efêmera que a velocidade com que subiu e desceu Eike é assombrosa, o que mostra que o modelo econômico feito na base da empulhação não cola. Assim, o sétimo homem mais rico do mundo se tornou a gafe da economia internacional. Eike simboliza a efemeridade da governança do PT em termos de economia que teve a chancela de ninguém menos que o ex-ministro Guido Mantega. Eike corrobora a ideia de que Lula sempre foi um presidente marqueteiro, que usava dos meios da publicidade para revestir seus produtos Tabajara, Eike foi um deles. O BNDES, depois dos burros n’água com as empresas X, cancelou seu projeto de empresas Campeãs Nacionais. Com as políticas econômicas do PT, o mundo sabe onde fica o inferno, é aqui mesmo, sempre foi. Desde a coroa portuguesa. Eike Batista enfim chega ao purgatório. A nobreza sempre debochou de nossa ignorância.