FÁRMACOS NA DOR Dr. Ricardo Cunha Jr. Clinica de Dor e Cuidados Paliativos HUCFF / UFRJ ESCADA ANALGÉSICA 4 3 Métodos invasivos Analgésico+ Opióide forte + Coadjuvante + terapias não-farmacológicas Analgésico + Opióide fraco + Coadjuvante + 2 terapias não-farmacológicas 1 Analgésico + Coadjuvante + terapias não-farmacológicas DOR Cancer Pain Relief, Geneva,OMS,1986. AINES: CARACTERÍSTICAS Grupo heterogêneo Ação periférica e central Efeito teto Ação ruim na dor neuropática MECANISMO DE AÇÃO Fosfolipídeo Ác. aracdônico 5-LPOX 5 HPETE LTA4 LTB4 COX PGG2 5/12/15-LPOX LIPOXINA(LXA/ LXB) LTC4 LTD4 PGH2 PGI2 TXA PGE2 LTE4 QUAL AINES USAR ? Experiência prévia Dor aguda ? Custo CLASSIFICAÇÃO Ácido salicílico: aas, salicilatos, diflunisal Ácido acético: indometacina, sulindac Ácido fenil-acético: diclofenac Ácido propiônico: ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, flubiprofeno Ácido fenâmico: ácido mefenâmico Pirazolônicos: dipirona Oxicams: tenoxicam, meloxicam, piroxicam Metano-sulfonilides: nimesulide Naftilalcanonas: nalbumetona Coxibs: celecoxib, valdecoxib CLASSIFICAÇÃO COX-1/ COX-2: •Aas, indometacina, •Diclofenaco, cetoprofeno •Piroxicam, ibuprofeno PREFERENCIAL COX-2: •Meloxicam •Nimesulide COX-2: •celecoxib •rofecoxib •valdecoxib •etoricoxib DISTRIBUIÇÃO DAS COXS COX - 1 Plaquetas COX - 2 TG Intestinal Renal Inflamação Endotélio SNC Reprodução EFEITOS COLATERAIS Trato Gastro Intestinal Renal ACV Cutâneo Hepático SNC CONDIÇÕES DE MAIOR RISCO Complicação de doença ulcerosa > 65 anos Co- prescrição Uso prolongado em dose plena Co- morbidades AINES RISCO RELATIVO DE COMPLICAÇÃO TGI 18 16 14 12 10 RISCO 8 6 4 2 0 IBUP TEN NAPR CETO DICL ASSOC IND PIROX MEDIDAS DE PROTEÇÃO DO TGI Associar bloqueador próton Opção pela cox2 Associar análogo de prostaglandina Lancet, v. 371, jan 2008 Lancet, v. 371, jan 2008 ALERGIA A AINES alergia d.base r.cruzada dissensibilização Respiratória Asma/sinusit e Urticária crônica Sim Sim Sim Não Não Geral/ não Não ( trocar) Urticária Urticária a anafilaxia AINES: DOSES PARA 24 HORAS AINES INTERVALO DOSE/ dia Dipirona 4/4 h 4 - 6g Paracetamol 4/4 h 4 - 6g Diclofenaco 8/8 h 150 -300mg Cetoprofeno 8/8 h 150 -300mg Ibuprofeno 6/6 h 1200-3200mg Naproxeno 12/12 h 750 - 1000mg Piroxicam 24/24 h 20 - 40mg Tenoxicam 24/24 h 20 - 40mg Celecoxib 12/12 h 200 - 400mg Etoricoxib 24/24 h 60 -120mg Nimesulide 12/12 h 200 – 400 mg Meloxicam 24/24 h 7,5 – 15 mg CONSENSO SARDENHA- 2000 Dúvidas e certezas no uso de AINES Áreas de avaliação: Eficácia dos AINES Manejo da toxicidade do TGI AINES x H.pylori ICOX-2 Dispepsia Uso ideal de aspirina Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 1-Em doses normais AINES são pouco mais eficazes que paracetamol fortemente aceita(50%) nível de evidência:1(74%) Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 2-AINES e paracetamol têm efeito aditivo evidente fortemente aceita(71%) nível de evidência:2(93%) 3-A potêncialidade dos AINES de provocar dispepsia ou úlcera não é relacionada. fortemente aceita(59%) nível de evidência:2(71%) Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 4 - Paracetamol não causa úlcera ou suas complicações. fortemente aceita(69%) nível de evidência: 2(87%) 5- Uso de profilaxia para TGI deve -se basear no risco. nível de evidência: 2 fortemente aceita(90%) (75%) Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 6 - Todos os pacientes com relato de úlcera péptica devem usar profilaxia associada. fortemente aceita (75%) nível de evidência : 2(94%) 7- Todos os pacientes com 2 fatores de risco deveriam usar profilaxia associada fortemente aceita - (79%) nível de evidência : 2(100%) Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 8 - A troca para ICOX-2 em paciente com riscos é alternativa eficaz. fortemente aceita - nível de evidência: 2 (69%) (76%) 9 - Para artrite crônica ICOX-2 são comparáveis ao ibuprofeno, diclofenaco ou naproxeno. fortemente aceita (73%) nível de evidência: 2 (59%) Sardenha-2000 PROPOSIÇÕES: 10 - O nível de úlceração endoscópica com ICOX-2 é marcadamente reduzido. completamente aceita nível de evidência :1 (78%) (100%) 11 - ICOX-2 possuem efeitos na retenção de sódio e água. completamente aceita (97%) nível de evidência :1 (74%) Sardenha-2000 OPIÓIDES AGONISTA Z. ATIVIDADE Z. AFINIDADE ANTAGONISTA AGONISTA PARCIAL OPIÓIDES Agonistas puros Agonistas parciais Antagonistas Morfina Metadona Oxicodona Fentanil Codeína Tramadol Meperidina Nalburfina Buprenorfina Pentazocina nalorfina Naloxona naltrexona OPIÓIDES FRACOS CARACTERÍSTICAS: EFEITO TETO ÍNDICE TERAPÊUTICO ELEVADO TOXICIDADE HEPÁTICA E RENAL NÃO DESCRITA PRECONCEITO MENOR OPIÓIDES FRACOS CODEÍNA: DOSE INICIAL: 30mg 4/4h DOSE MÁXIMA: 120 mg 4/4h APRESENTAÇÃO: COMP DE 30 E 60mg AMP 30mg/ml TYLEX: 30mg CODEÍNA+ 500mPARACETAMOL OPIÓIDES FRACOS TRAMADOL: DOSE: 50 a 100mg 4/4h OU 6/6h APRESENTAÇÃO: COMP 50mg AMP 50mg/ml EFEITOS COLATERAIS: NÁUSEA E VÔMITOS METABÓLITO ATIVO 2X MAIS POTENTE OPIÓIDES FRACOS EFEITOS COLATERAIS: SONOLÊNCIA CONSTIPAÇÃO VÔMITO CONFUSÃO MENTAL SUDORESE PRURIDO DEPÊNDENCIA OPIÓIDES FORTE MORFINA METADONA OXICODONA FENTANIL MORFINA Metabólitos m 3-glicuronídeo_____inativo m 6-glicuronídeo(1%)_45 vezes mais ativo normorfina _____ igual a morfina Intervalo A cada 4 horas Apresentação comp. de 10, 30 mg de ação rápida comp. de 30, 60 100 mg de longa duração METADONA Alta biodisponibilidade pela via oral ½ vida de eliminação longa Ausência de metabólitos ativos Custo baixo Apresentação em comp. de 5 e 10mg e amp. de 10mg/ml OXICODONA Alta biodisponibilidade pela via oral Baixa incidência de efeitos colaterais O dobro da potência da morfina Metabólitos com atividade mínima No Brasil só existe a de ação prolongada Apresentação de 10, 20 e 40 mg Intervalo a cada 12 horas FENTANIL TRANSDÉRMICO Início de ação lento (8-10h) Após retirada seu efeito permanece por 12h Trocar a cada 72h Usar quando o TGI é inviável Apresentação de 25, 50, 75 e 100 mcg/h FENTANIL TRANSDÉRMICO Pele limpa, seca, sem lesões (não raspar pêlos) Limpar o local preferencialmente apenas com água, evitando o uso de sabões, degermantes, loções ou óleos Alternar locais de aplicação OPIÓIDES- EFEITOS COLATERAIS SONOLÊNCIA DEPÊNDENCIA CONSTIPAÇÃO VÔMITO CONFUSÃO MENTAL SUDORESE PRURIDO Fatores Adversos dos Opióides Dependência Física Dependência Psíquica Tolerância Pseudovício Depressão Respiratória EFEITOS A LONGO PRAZO Imunossupressão (em imunocomprometidos) codeína > metadona > morfina > fnt > oxicodona > tramadol ↓estrogênio ↓testosterona (metadona e intratecal) ↓cortisol Infertilidade, disfunção sexual MEDICAÇÕES COADJUVANTES POTENCIALIZAM EFEITO ANALGÉSICO CONTROLAM EFEITOS COLATERAIS TRATAM DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS MEDICAÇÕES COADJUVANTES ANTIDEPRESSIVOS LAXANTES ANTICONVULSIVANTES ANTIEMÉTICOS NEUROLÉPTICOS NEUROLÉPTICOS ANTIESPASMÓDICOS ANSIOLÍTICOS ANTIDEPRESSIVOS CORTICOSTERÓIDES BIFOSFONATOS ANTIDEPRESSIVOS Tricíclicos são 1ª opção em dor neuropática Doses variam de 25 -100mg/d Fazer tomada única noturna Iniciar com dose baixa Mais utilizados: amitriptilina, imipramina ADT Absorção oral boa. Pico tardio ~ 6h. Forte ligação proteíca (70-95%) e tecidual. Metabolismo hepático extenso. ½ vida longa. Concentração no leite materno. Mec. de ação: ● otimização da via descendente inibitória • bloqueio dos canais de cálcio e sódio • bloqueia receptor -2 • bloqueio leve dos receptores NMDA • efeito anti-histamínico Relação de seletividade dos tricíclicos 1000 NASeletiva Não Seletiva 10 Reboxetina Maprotilina Desipramina Imipramina Nortriptilina Amitriptilina 1 5-HT Seletiva 0,1 0,01 0,001 Clomipramina Zimelidina Fluoxetina Paroxetina Farmacologia Lipofílico Metabolização hepática Interação medicamentosa Meia vida longa Perfil Farmacológico Efeitos colaterais Não dialisável EFEITOS COLATERAIS Boca seca retenção urinária Sedação aumento da p.i.o. Taquicardia Constipação Confusão mental Distúrbio de condução cardíaca Reduz limiar convulsivo SEROTONINÉRGICOS ISRS: Fluoxetina, sertralina, paroxetina ½ vida longa: fluoxetina= 5d metabólito ativo: fluoxetina Ação inibitória sobre P 450 Boa absorção oral Ef.colateais: TGI, agitação, insônia, extrapiramidalismo, disfunção sexual, alergia nível sérico de: ADT, CBZ, WARF, neurolépticos, ciclob , insulina, Venlaflaxina Boa absorção oral. Alimentos retardam absorção. Efeitos colaterais: náusea, tontura, sonolência, hipertensão arterial, rash. Dose: 150 – 225mg/d Duloxetina Efeitos colaterais: fadiga, náusea, constipação, boca seca, inquietude, sudorese, disfunção sexual. Neuropatia diabética Dose : 60 – 120 mg/d MEC AÇÃO: inibição seletiva da recaptação de nora e serot ANTICONVULSIVANTES São ótima opção em dor neuropática. Mecanismo por bloqueio canais de sódio e/ou cálcio. Principais: carbamazepina, gabapentina, oxcarbazepina, pregabalina, ácido valpróico. Efeitos Colaterais sedação tonteira náusea diarréia visão turva ataxia confusão mental rash diplopia MEDICAÇÕES COADJUVANTES CARBAMAZEPINA ►1ª opção em neuralgia do trigêmio ►dose: 200 - 1400mg/d ►absorção: errática ►metabólito: ativo ►alteração transitória hepática e hematológica e hiponatremia. ►monitorar nível sérico ACIDO VALPRÓICO ►neuropatia diabetica ? ►absorção: rápida ►alteração hepática frequente ►dose: 500 – 2400mg. 12/12h LAMOTRIGINA ►opção em neuralgia do trigêmio, dor central, neuropatia do HIV, e diabetes. ►absorção: rápida ►dose de 100-400mg. 12/12h GABAPENTINA ►1ª opção em dor neuropática ►absorção: boa ►excreção renal in natura ►dose: 900-3600mg. 8/8h PREGABALINA ►dose: 150 – 600mg. 12/12h ►efeitos indesejáveis: ideação suicida, ganho de peso, edema. TOPIRAMATO ►neuropatia periférica ? Migrânea. ►absorção: rápida ► ½ vida de eliminação prolongada. ►dose: 100 – 400mg/d. Tomada única ►efeito indesejável: cálculo renal Relaxante Muscular Benzodiazepínicos Carisoprodol Tiocolcosídeo Tizanidina Orfenadrina Ciclobenzaprina Baclofen Carisoprodol Ação em interneurônios na formação reticular e medular Absorção: boa ½ vida 6h. Alta concentração no leite materno. Efeitos colaterais: tonturas, vertigem, ataxia, tremores, agitação, insônia, sonolência, rash, taquicardia, hipotensão ortostático, náuseas, vômitos. AGENTES BIOLÓGICOS Sulfato de glucosamina Sulfato de condroitina Ácido hialurônico IA (JOELHOS) Corticóide IA 1500mg/d VO 1200mg/d VO 2mg/sem (3x) 3x/ano Clonidina Agonista α-2 adrenérgico. Atua pré-sinapticamente em receptores acoplados a canais de k Ação v.o. ruim Dose 1-3 mcg/kg em bloqueios. Bifosfonatos Em condições de massa óssea diminuída e/ou alto turnover Osteoporose (inclusive glicocorticóide induzida) Doença de Paget Osteólise provocada por tumores Hipercalcemia Osteogênese imperfeita Bifosfonatos Inibe reabsorção óssea. Previne osteoporose e fraturas patológicas. Absorção v.o. ruim Não são metabolizados. Eliminação renal. Antiespasmódicos Butilescopolamina – ev, im, sc Trimebutina Pinavério Mebeverina