Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal
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Efeito do tempo de mobilização pelo método maitland nas cervicalgias e lombalgias
inespecíficas.
MTP&RehabJournal 2014, 12:671-692
Luís Eugênio Silva de Aguiar
Mafra Raiele Torres Oliveira
Rafael Rêgo Caldas
Mariana Cavalcanti Correia
Sérgio Rocha
Maíra Izzadora Souza Carneiro
Angélica da Silva Tenório
Marcelo Renato Guerino
Kátia Karina Monte-Silva
Maria das Graças Rodrigues de Araújo
ISSN 2236-5435
Article type Research article
Submission date 11 August 2014
Acceptance date 7 November 2014
Publication date 14 November 2014
Article URL http://www.submission-mtprehabjournal.com
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
Efeito do tempo de mobilização pelo método maitland
nas cervicalgias e lombalgias inespecíficas.
Effect of mobilization time by maitland method in nonspecific low back pain and neck pain.
Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife (PE),
Brasil.
Luís Eugênio Silva de Aguiar(1), Mafra Raiele Torres Oliveira(2), Rafael Rêgo Caldas(3),
Mariana Cavalcanti Correia(4), Sérgio Rocha(5), Maíra Izzadora Souza Carneiro(6), Angélica
da Silva Tenório(7), Marcelo Renato Guerino(8), Kátia Karina Monte-Silva(9), Maria das
Graças Rodrigues de Araújo(10).
(1,2,3,4)
Discente do curso de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife(PE), Brasil.
(5)
Doutorando, Programa Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife(PE), Brasil.
(6)
Mestranda, Programa de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife(PE), Brasil.
(7,8)
Docente do curso de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife(PE), Brasil.
(9,10)
Orientadora, Docente do curso de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife(PE),
Brasil.
Autor Correspondente
Maria das Graças Rodrigues de Araújo
Laboratório de Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais
Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Av. Jornalista Aníbal Fernandes, s/n - Cidade Universitária, Recife (PE), Brasil.
CEP: 50740521. Fone/Fax: (81)2126-8939.
E-mail: [email protected] \ [email protected]
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Luís ES Aguiar, Mafra RT Oliveira, Rafael R Caldas, Mariana C Correia, Sérgio Rocha, Maíra IS Carneiro, et al.
RESUMO
Introdução: Método Maitland é uma técnica de manipulação e mobilização articular
para redução da dor, recuperação da mobilidade e alinhamento articular. Objetivo:
Analisar efeitos da manipulação vertebral de Maitland nas algias da coluna cervical e
lombar, considerando redução do tempo de aplicação de cada manobra sobre a dor, a
amplitude de movimento e a função muscular. Método: 11 pacientes aleatoriamente
alocados
em
2
grupos:
(i)
Experimental
Convencional
(GEC;06):
indicações
convencionais da técnica; (ii) Experimental Modificado (GEM;05): protocolo com
mesmas manobras, mas tempo de aplicação reduzido. Todos avaliados antes (t0) e após
(t1) o período das sessões terapêuticas com Escala Visual Analógica (EVA) para dor,
Teste de Flexibilidade com Banco de Wells e Eletromiografia de Superfície (EMG) para
atividade elétrica muscular das regiões cervical e lombar. Os dados foram analisados
estatisticamente;
p<0,05.
Resultados: No
GEM dor diminuiu significativamente
(p=0,047), atividade elétrica muscular na região cervical mostrou tendência significante
(p=0,068). Na flexibilidade no GEC houve melhora, mas não significativa. Houve
tendência do Root Mean Square na região cervical do GEM (p=0,068) à atingir valor
significativo, mas esta tendência não foi observada no GEC. Na região lombar não houve
diferenças nos dois grupos estudados. Conclusão: Os voluntários nos dois grupos
obtiveram resultados positivos mesmo que não significantes estatísticamente. Os efeitos
da redução do tempo e do tempo preconizado por Maitland (1 minuto) nas sessões
foram eficazes para diminuição dos sintomas, dor e restrição da mobilidade articular,
mas consideramos importante a continuidade de mais estudos nessa área do
conhecimento e da práxis da fisioterapia.
Palavras-chave: Mobilização Articular, Cervicalgia, Lombalgia, Eletromiografia
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
ABSTRACT
Introduction: Maitland method is a technique of manipulation and joint mobilization to
reduce pain, recovery of mobility and joint alignment. Objective: Analyze effects of
spinal manipulation in Maitland pains of cervical and lumbar spine, considering reducing
the exposure time of each maneuver on pain, range of motion and muscle function.
Method: 11 patients randomly assigned to two groups: (i) Experimental Conventional
(GEC; 06): conventional technical indications, (ii) Experimental Modified (GEM; 05):
protocol with the same maneuvers, but reduced application time. All evaluated before
(t0) and after (t1) the period of therapeutic sessions with Visual Analogue Scale (VAS)
for pain, Flexibility Test Bank with Wells and Surface Electromyography (EMG) for
muscle electrical activity of the cervical and lumbar regions . The data were statistically
analyzed; p <0.05. Results: In GEM pain decreased significantly (p = 0.047), muscle
electrical activity in the cervical region showed a significant trend (p = 0.068). Flexibility
in GEC was improved, but not significantly. tended Root Mean Square in the cervical
region of the GEM (p = 0.068) to achieve significant value, but this trend was not
observed in GEC. In the lumbar region there were no differences in both groups.
Conclusion: Volunteers in both groups had positive results even though not statistically
significant. The effects of reduced time and time recommended by Maitland (1 minute)
the sessions were effective in decreasing symptoms, pain and restricted joint mobility,
but we consider important to continue further studies in this knowledge and practice of
physical therapy area.
Keywords: Neck Pain, Low Back Pain, Articular Mobilization, Electromyography
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Luís ES Aguiar, Mafra RT Oliveira, Rafael R Caldas, Mariana C Correia, Sérgio Rocha, Maíra IS Carneiro, et al.
INTRODUÇÃO
Algias
vertebrais
são
desordens
multifatoriais
decorrentes
de
problemas
posturais, fatores ambientais, mudanças de estrutura corporal, permanência prolongada
em
determinado
posicionamento,
nível
de
atividade
física,
tipo
de
trabalho,
comportamentos sedentários.(1,2) Mundialmente 60% a 80% das pessoas têm ou terão dor
na coluna vertebral(3), é a principal causa de absenteísmo ao trabalho com prejuízos
econômicos.(4)
A lombalgia lidera essa condição, aproximadamente entre 10% e 20% dos
pacientes desenvolvem quadro crônico (dor e incapacidade por tempo maior que três
meses).(5) Acomete homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos; está
associada a pouca flexibilidade, principalmente, do tronco e quadril.(2,6)
A cervicalgia é prevalente entre 10% e 20% em mulheres com aproximadamente
50 anos. Está relacionada com movimentos bruscos, longa permanência em posição
forçada, esforço, trauma e perda de amplitude de movimento.(6,7)
As alterações biomecânicas podem ser causadas por hábitos posturais, idade ou
pelo tempo de acometimento das algias, levando a vulnerabilidade dos tecidos, em
alguns casos a hipotonia muscular,(8) atrofia muscular paravertebral mesmo após a
regressão dos sintomas.(9)
Os estudos dos músculos paravertebrais refletem a importância atribuída à
disfunção muscular na dor crônica e a análise do sinal eletromiográfico de superfície
(EMG), consiste no método objetivo e não-invasivo de avaliação da função muscular.(10)
Inúmeros
tratamentos
são
propostos
desde
fármacos,
terapia
manual,
acupuntura, eletroterapia, exercícios, tração, educação postural do paciente.(5,7) No
entanto, os métodos de mobilização articular/ manipulação para tratamento de algias da
coluna é uma prática frequentemente usada e recomendada na fisioterapia.(7,11,12)
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
A mobilização articular proposta por Maitland baseia-se na avaliação e
tratamento através de movimentos passivos oscilatórios, rítmicos. A avaliação é
realizada através da movimentação passiva e da palpação da região a ser tratada.(3) Os
movimentos passivos são graduados em cinco níveis, de acordo com a amplitude dos
movimentos acessórios presentes nas articulações. Os graus I e II correspondem à
aplicação dos movimentos oscilatórios lentos no início da amplitude do movimento, na
presença de dor nas regiões avaliadas. Os graus III e IV são realizados no final da
amplitude do movimento, ou a partir da resistência dada pelos tecidos periarticulares,
para recuperar mobilidade articular em presença de restrição de movimento. O grau V,
conhecido como manipulação, é de pequena amplitude e de alta velocidade.(13,14)
Maitland afirma que com quatro sessões o paciente já poderá ter resultados
satisfatórios, desde que se respeitem intervalos regulares entre cada uma destas quatro
sessões. Ele indica que entre a primeira e a segunda o intervalo seja de dois a três dias;
da segunda para a terceira de três a quatro dias; de cinco a sete dias da terceira para a
última.(13,14)
Considerando o exposto, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da
manipulação vertebral de Maitland nas algias da coluna cervical e lombar, considerando
a redução do tempo de aplicação de cada manobra sobre a dor, a amplitude de
movimento e a função muscular.
MÉTODO
Trata-se de um estudo do tipo quase experimental, cego, realizado no período
de Setembro de 2011 a Junho de 2012 no Laboratório de Cinesioterapia e Recursos
Terapêuticos Manuais do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) aprovado pelo RBR-78bq5x.
Os voluntários foram convidados por meio de cartazes informativos, distribuídos
no campus da UFPE. Após triagem foram inclusos no estudo indivíduos com quadro de
cervicalgia ou lombalgia crônica (> 6 semanas) de origem inespecífica, idade entre 18 e
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55 anos, e que não se enquadrassem como contra-indicação para o Método Maitland
(MM), por exemplo, hérnia de disco.
Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), conforme requerimentos éticos e, posteriormente foi feita anamnese (relato dos
sintomas, história pregressa de patologias relacionadas, atividade física, idade, sexo,
escolaridade, estado civil) para caracterização da amostra. Todos foram orientados
quanto ao número de sessões, e em caso do não comparecimento, ocorreria a sua
exclusão do tratamento; assim como não poderiam participar de outra intervenção no
período de tratamento da pesquisa a fim de evitar fatores de confusão que interferissem
nos resultados.
De acordo com o protocolo preconizado por Maitland, estabeleceu-se que todos
os voluntários receberiam as intervenções com intervalo de três dias da primeira para a
segunda sessão; da segunda para a terceira sessão, quatro dias e de sete dias da
terceira para quarta e última sessão.(13,14)
Os pacientes que atenderam os critérios de elegibilidade foram alocados em dois
grupos: (i) Grupo Experimental Convencional (GEC): recebeu protocolo de MM com
repetições de 1 minuto; (ii) Grupo Experimental Modificado (GEM): este grupo teve
redução do tempo à metade, tanto para as mobilizações, como para a tração, sendo
mantida a quantidade de três repetições para as primeiras manipulações e de uma
repetição para esta última.
Aplicação do Método Maitland (MM)
1. Região Cervical – Aplicação de pressão póstero-anterior central e unilateral
(em cada lado da região), seguido de mobilizações de flexão, extensão, flexão lateral e
rotação para ambos os lados, seguido de movimento longitudinal e finalizado com
tração.
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
2. Região Lombar – Na região lombar alta (L1 e L2) foi aplicada uma pressão
vertebral central, pressão vertebral transversa com posterior rotação e tração, enquanto
na lombar baixa (L3 a L5) foi utilizado movimento longitudinal e tração.
As manipulações foram executadas no GEC com três repetições, sessenta
segundos cada, sendo finalizadas com tração ao final do processo por trinta segundos.
No GEM foi mantido o número de repetições com redução do tempo de aplicação à
metade (trinta segundos), inclusive da tração (quinze segundos) ao final da aplicação.
Todos tiveram um mesmo intervalo entre as sessões, ou seja, três, quatro e sete dias,
respectivamente.
Os voluntários que referiram desconforto ou comprometimento tanto na região
cervical quanto na lombar, foram questionados qual região era a mais incapacitante no
momento da avaliação e sendo assim selecionada para ser tratada.
Avaliação dos Pacientes
Foram avaliados antes da primeira sessão (T0) e reavaliados após a última
intervenção (T1) realizada por um avaliador que desconhecia a intervenção que cada
voluntário
receberia.
Após
anamnese,
os
voluntários
foram
avaliados
por
tres
instrumentos de avaliação:
1. Escala Visual Analógica (EVA)– escala numérica pontuada de 0 (ausência de dor)
até a 10 (dor máxima), com 10cm de comprimento que quantifica o patamar de
dor. Tanto na avaliação, quanto na reavaliação, foi solicitado e instruído que cada
voluntário informasse a “média” da dor na coluna cervical ou na lombar. Entre 02 são consideradas dores leves, 3-7 moderadas e 8-10 intensas.(15)
2. Banco de Wells – avalia flexibilidade; os indivíduos foram posicionados sentados
em colchonetes com as superfícies plantares em total contato com a face anterior
do banco, extensão de joelhos e quadris fletidos. Foram orientados a moverem o
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escalímetro do banco ao máximo que conseguissem, realizando flexão anterior do
tronco, com orientação de evitarem compensações posturais. O valor obtido para
cada tentativa foi expresso em centímetros (cm) e registrado pelo avaliador.(16)
3. Eletromiografia de Superfície (EMG) – utilizou-se o eletromiográfo EMGSystem de
Brasil S.A. Paciente em decúbito ventral (DV), pele limpa com álcool, pares de
eletrodos de superfície (diâmetro-1cm, com adesivo de fixação) foram posicionados
bilateralmente, distantes 2,5cm um do outro, na musculatura paravertebral da
terceira vértebra torácica (T3), da primeira vértebra lombar (L1) e no processo
estilóide da ulna direita (fio terra, eletrodo de referência para garantir a qualidade
do sinal). Os procedimentos de colocação dos eletrodos seguiram as recomendações
SENIAM (Surface-EMG for the Non Invasive Assessment of Muscle). Foi utilizado
filtro padrão do equipamento (Filtro Passa Baixa = 10 Hz; Passa Alta = 500 Hz e
Butterwort = 4ª ordem) valores similares aos utilizados por Tanaka e coloboradores
(2002). (17) O paciente foi orientado a permanecer em repouso (1 minuto) e coletada
a atividade elétrica da musculatura; em seguida realizou extensão da coluna com
contração máxima da musculatura, no mesmo período de tempo (1 minuto). Foram
eliminados os 5 primeiros segundos (0-4,9s) e os 5 últimos (55,1–60) da janela
amostral, restando 50 segundos, e escolhidos os 20 segundos contínuos mais
harmônicos, com mínima interferência, sendo os dados eletromiográficos analisados
pelos valores do RMS (Root Mean Square) nas duas condições citadas. Esta
normalização entre atividade e repouso do RMS foi para eliminar alterações
existentes entre indivíduos, por exemplo, constituição de massa corpórea, dentro de
cada grupo.(17,18)
Análise dos Dados
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
A análise estatística foi realizada de forma descritiva para as variáveis
demográficas e antropométricas de caracterização da amostra (sexo, idade, peso, altura,
IMC, patologia, cervicalgia ou lombalgia).
Para verificação da distribuição normal dos dados para as variáveis de medida
foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov; para a análise de normalidade inter-grupos
o teste Mann-Whitney.
ANOVA multifatorial com medidas repetidas (2X2) foi usada para investigar os
efeitos principais e de interação entre os grupos antes e após as intervenções, caso
houvesse indicação de significância, foi usado o teste post hoc Bonferroni. O nível de
significância foi p ≤ 0.05.
RESULTADOS
Interessaram-se pelo estudo 26 voluntários, que entraram em contato através
dos telefones fornecidos nos cartazes informativos distribuídos no Campus da UFPE. No
entanto, 01 foi excluído por não se ter conseguido entrar em contato com o mesmo, e 6
pacientes apresentavam características incompatíveis com o estudo. Inicialmente a
amostra foi composta por 19 indivíduos, 8 não concluíram o tratamento, portanto a
amostra final foi composta de 11 voluntários (06 do Grupo Experimental Convencional;
GEC e 05 do Grupo Experimental Modificado; GEM), conforme o fluxograma da figura 1.
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Figura 1. Fluxograma de seleção dos pacientes
Ao final do período de intervenção o GEC ficou composto por 6 pacientes, 3
mulheres e 3 homens, faixa etária média de 28,83 anos (+ 7,05) e distribuição de
frequência de patologia de quatro lombalgias para duas cervicalgias; enquanto o GEM,
com 5 indivíduos, 3 do gênero feminino e 2 do masculino, faixa etária média de 35 (+
18,48) e distribuição de frequência de patologia de 3 lombalgias para 2 cervicalgias. Os
dados de caracterização da amostra estão expostos na tabela 1.
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
Tabela 1 - Caracterização da amostra sob distribuição de frequências e valores
numéricos (Média e DP).
GEC
GEM
Sexo n
p < 0,05
0,608 a
Masculino
3
2
Feminino
3
3
28,83 + 7,05
35 + 18,48
0,931 b
65,01 + 10,95
66,86 + 19,19
1,00 b
1,68 + 0,10
1,64 + 0,11
0,429 b
Idade, em anos
Massa, em Kg
Altura, em metros
Sintomatologia
0,652 a
Lombalgia
4
3
Cervicalgia
2
2
2,83 + 1,72
5 + 1,87
0,082 b
Flexibilidade
24,4 + 22,25
11,3 + 12,74
0,032 b
RMS Cervical
23,1 + 17,1
22,1 + 15,6
0,424 b
RMS Lombar
27,9 + 11,9
21,6 + 7,4
0,329 b
EVA
¹ Grupo Experimental Convencional, que recebeu tratamento com valores normais de
tempo de mobilização;
² Grupo Experimental Modificado,que recebeu tratamento com valores reduzidos de tempo
de mobilização;
a Teste qui-quadrado; b Teste de Mann-Whitney.
Na figura 2 tem-se a diferença obtida na avaliação da Escala Visual Analógica
(EVA). Foi encontrado índice de significância (p= 0,047) na análise do GEM,
0,05, para os dados de avaliação e reavaliação.
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com p<
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8
7
S
C
O
R
E
*
6
5
4
D
A
E
V
A
Avaliação
Reavaliação
3
2
1
0
Convencional (GEC)
Modificado (GEM)
Figura 2. Avaliação da Escala Visual Analógica (EVA). As barras representam as médias obtidas na avaliação
(T0) e reavaliação (T1) dos dois grupos: GEC (T0: 2,8 ± 1,7; T1: 2,0 ±1,2) e GEM (T0: 5,0 ±1,8; T1: 3,3 ±
2,3). As barras de erros indicam o desvio padrão da média. O asterisco indica diferença significativa (p<0,05)
em relação ao T0. (ANOVA de Medidas Repetidas com Post-Hoc de Bonferroni).
O grau de flexibilidade obtido na avaliação e na reavaliação não foi observado
diferença significativa (p>0,05) em ambos os grupos. Observou-se, porém, no GEC uma
tendência a melhora da flexibilidade (Figura 3).
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
40
F
l
e
x
i
b
i
l
i
d
a
d
e
35
30
25
Avaliação
20
Reavaliação
15
10
(cm) 5
0
Convencional (GEC)
Modificado (GEM)
Figura 1. Flexibilidade obtida com o Banco de Wells. As barras representam as médias obtidas nas avaliações
(T0) e na reavaliação (T1), GEC (T0: 24,4 ± 8,9; T1: 22,2 ±10,9) e GEM (T0: 11,3 ±7,1; T1: 12,7 ± 7,4) As
barras de erros indicam o desvio padrão da média.
Observa-se, na figura 4, que apesar do número amostral pequeno, houve uma
tendência do RMS (Root Mean Square) na região cervical do GEM (p=0,068) à atingir
valor significativo; no entanto, esta tendência não foi observada na região cervical do
GEC.
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9,0
8,0
7,0
6,0
R
M
S
5,0
Avaliação
4,0
Reavaliação
3,0
2,0
1,0
0,0
Convencional (GEC)
Modificado (GEM)
Figura 4 – RMS (Root Mean Square) da Região Cervical dos Grupos Experimental Convencional (GEC) e
Experimental Modificado (GEM). As barras indicam a média da normalização entre a atividade e o repouso
(atividade/repouso) na avaliação (T0) e reavaliação (T1) dos valores do RMS obtidos através da
eletromiografia de superfície da Região Cervical, GEC (T0: 4,8 ± 2,8; T1: 3,2 ±1,2) e GEM (T0: 3,8 ±4,0; T1:
3,2 ± 3,8). As barras de erro indicam o desvio padrão da média.
Na figura 5, a avaliação eletromiográfica realizada na região lombar não
apontou diferenças na avaliação (t0), nem na reavaliação (t1) para os dois grupos
estudados.
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
16,0
14,0
12,0
10,0
R
M
S
8,0
Avaliação
6,0
Reavaliação
4,0
2,0
0,0
Convencional (GEC)
Modificado (GEM)
Figura 2 – RMS (Root Mean Square) da Região Lombar dos Grupos Experimental Convencional (GEC) e
Experimental Modificado (GEM). As barras indicam a média da normalização entre a atividade e o repouso
(atividade/repouso) na avaliação (T0) e reavaliação (T1) dos valores do RMS obtidos através da
eletromiografia de superfície da Região Cervical, GEC (T0: 8,0 ± 5,7; T1: 6,8 ± 2,3) e GEM (T0: 5,2 ± 3,9; T1:
4,9 ± 3,1). As barras de erro indicam o desvio padrão da média.
DISCUSSÃO
O presente estudo demonstrou que a dor diminuiu significativamente no Grupo
Experimental Modificado (GEM); no Grupo Experimental Convencional (GEC), o Método
Maitland foi eficaz para reduzir a sintomatologia dolorosa. Corroborando nossos
resultados Jesus-Moraleida et al.
(19)
avaliaram 62 pacientes portadores de cervicalgia
que foram tratados com mobilizações oscilatórias de grande amplitude de Maitland (grau
III), em direção póstero-anterior; outro estudo, com 30 sujeitos com lombalgia, avaliou
o efeito imediato da mobilização póstero-anterior e de exercícios na extensão da coluna
lombar,
os dois procedimentos diminuíram a dor.(20) Já o trabalho de Aquino e
colaboradores(21) não mostrou diferença significativa entre grupos na intensidade
dolorosa pós-tratamento em pacientes com cervicalgia de origem não específica.
A manipulação vertebral apresenta como característica o efeito imediato sobre a
dor, induz um efeito neurofisiológico benéfico e seguro para o paciente através da
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Luís ES Aguiar, Mafra RT Oliveira, Rafael R Caldas, Mariana C Correia, Sérgio Rocha, Maíra IS Carneiro, et al.
estimulação mecânica de neurônios sensitivos da cápsula das facetas zigoapofisárias,
uma hipoalgesia local(13,22), isto ocorre porque
o sistema descendente noradrenérgico
age na medula espinhal e inibe a liberação de substância P, estimulando a liberação de
opióides endógenos(23). A manipulação vertebral ainda melhora a mobilidade articular e
restaura todos os movimentos, sendo assim, uma correção articular feita em qualquer
segmento da coluna, ou no sistema esquelético, influencia no sistema neurológico,
muscular e esquelético em geral.(24)
A flexibilidade melhorou no GEC, o que foi observado no trabalho de Zatarin &
Bortolazzo(25) em 21 mulheres que foram avaliadas pelos testes de Schober e de
elevação do membro inferior estendido (TEMIE) (bilateralmente) e mensuração da
flexibilidade da cadeia muscular posterior pelo Banco de Wells. Outro estudo(26)
comparou a eficácia das técnicas de Maitland, Mulligan e Estabilização Segmentar, em
relação ao ganho de amplitude de movimento de flexão e extensão de tronco
em 21
voluntários com lombalgia crônica, e também observou uma melhora significante da
flexibilidade nos três grupos.
Outro parâmetro investigado foi a função muscular através do registro
eletromiográfico. Na região cervical houve uma tendência a uma melhor ativação da
musculatura no GEM; já na região lombar não houve mudanças na resposta muscular
quando comparadas a avaliação inicial (T0) e reavaliação (T1). No trabalho de Harvey &
Descarreaux(27) foi observado um aumento da atividade elétrica muscular dos músculos
paravertebrais
durante
os
movimentos
de
flexão-extensão
no
grupo
controle,
diferentemente do nosso estudo que foi no movimento de extensão, logo que finalizou a
manipulação vertebral.
De acordo com Kawano e colaboradores(28) a pouca resistência à fadiga dos
músculos paraespinhais é comum em pacientes com dor lombar crônica e que os
indivíduos limitam a mobilidade com receio de aumentar a dor. Os resultados obtidos no
nosso trabalho podem ser devido a este fato, apesar da dor ter diminuído após o
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Maitland nas lombalgias e cervicalgias inespecíficas.
tratamento. Pesquisas(9,29) inferem que a atrofia muscular presente mesmo após a
regressão dos sintomas permite movimentos compensatórios do tronco e a instalação de
alterações posturais.
Heydari
e
colaboradores(30)
com
estudos
eletromigráficos
registraram
a
participação importante da musculatura paravertebral nas algias da coluna, uma vez que
pessoas com dor lombar demonstraram uma assimetria de ativação e de fatigabilidade
em comparação com pessoas saudáveis.
A magnitude dos efeitos da mobilização/manipulação da coluna vertebral, bem
como a sua forma de aplicação, seus mecanismos fisiológicos sobre a dor, flexibilidade,
função muscular precisam ser melhores esclarecidas.
CONCLUSÃO
Os voluntários dos dois grupos obtiveram resultados positivos mesmo que não
significantes estatísticamente. Os efeitos da redução do tempo e do tempo preconizado
por Maitland (1 minuto) nas sessões se mostraram eficazes para diminuição dos
sintomas (dor e restrição da mobilidade articular), mas consideramos ser importante a
continuidade de mais estudos nessa área do conhecimento e da práxis da fisioterapia.
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