Amor que nos amadurece
Quando lemos Lucas 6, 37-39 somos convidados a olhar para as aparências e os
pré-conceitos e julgamentos... tocando os ressentimentos, aqueles “rancores” que
guardamos em nós e vamos alimentando o tempo todo.
Ninguém pode “errar” com você – “é meu ponto de vista e pronto!”
Precisamos aprender a “ceder”. Quem sabe seja uma forma mais leve de viver,
colocando-se sempre no lugar do outro.
Vamos descobrindo aquelas tendências que nos “atraem” no outro e vamos
vencendo os egoísmos da nossa vida ao nos abrirmos para o outro e nos aproximarmos.
Como a criança “ensimesmada” cujo foco da vida está em si mesmo. Processo
de MATURIDADE – sair de si (conhecer-se / possuir-se) e ir em direção ao outro.
Como pedir favor a uma criança? Como queimar fases?
A vida nos ensina que precisamos tomar posso do que somos – localização humana –
quem sou?
Não nascemos amando. Queremos “possuir” o outro - Freud falava da fase oral
(morder). Quando se é criança, o possuir não pode ser entendido como pecado, até que
cheguemos ao juízo moral.
Uma sociedade normal é uma sociedade de pessoas maduras. O contrário é o
caos social. O desequilíbrio nas relações humanas marca a ausência do Evangelho –
amar, segundo o amor cristão, é um processo que se aprende.
Amo quando descubro que o outro não deve ser o que eu quero. Aquela
expressão comum: “Melhora para que eu possa gostar de você”.
Jesus trazia os piores...o amor que os transformaria: ladrões, cobradores de
impostos, prostitutas...
O homem amadurecido na capacidade que o amor lhe faz – gente lapidada –
cada fase da vida foi bem vivida.
NÃO MATURIDADE: não posso mudar o fato e fico batendo cabeça.
O imaturo chupa o limão e faz careta. O maduro ganha o limão e faz limonada.
E quando se é a “vítima”? Não tem jeito... não se quer discutir nada...
Muitas vezes as nossas relações de amizade são um fracasso porque somos
imaturos. Temos os “amigos” como ursinhos de pelúcia que decoram nossas vidas. Ser
amigo não tem que ser o que você imagina dele. Isso é coisa de criança. Alma de
criança não tem que ter medo do outro.
A maturidade nos leva a experimentar o flagelo do povo sem se desanimar.
O padre só pode ser padre à medida que ele é apaixonado pelo calvário da
humanidade. O Ministro da Eucaristia é um verdadeiro ministro eucarístico quando sua
vida toca o sabor da bondade, da entrega, da alegria de anunciar o Reino. Quando o
outro “perde” o valor e assim mesmo continua amando. Quando passa a “utilidade”
sobra o que somos de fato.
Conquistemos o amigo a partir do que somos. O que você é, é mais importante
do que aquilo que você faz.
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Setembro - Amor que nos amadurece