Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ/Andes-SN Mala Direta Postal 9912224255/2008/DR/RJ/50 Adufrj-SSind Co rreios Devolução Garantida Correios Ano X no 692 www.adufrj.org.br 9 de fevereiro de 2011 Samuel Tosta Cento e vinte mil toneladas de entulho permanecem no Fundão A Administração Central deixa para depois da implosão da perna seca do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho a abertura de licitação para a limpeza do local. São 110m2 de área ainda coberta pelos entulhos que sobraram da derrubada da ala sul. Unidade retoma as atividades, mas residentes, profissionais e pacientes convivem desde o último dia 24 com os restos do prédio na ilha do Fundão Página 5 Mestre em 60 dias Empresas brasileiras fazem convênios com universidades de países do Mercosul e oferecem cursos de mestrado e doutorado que podem ser concluídos, no total, em pouco mais de sessenta dias de aulas presenciais. Em 1º de fevereiro último, o Conselho Nacional de Educação apresentou resolução regulamentando o tema. Os títulos estrangeiros podem ser apresentados apenas para exercício de atividades docentes temporárias. A regra não vale para brasileiros. Páginas 6 e 7 Sindicato Nacional dos Docentes realiza seu 30º Congresso Página 3 Professores são isentos de imposto pelo Andes-SN Página 13 Aposentados e pensionistas são recadastrados na Próreitoria de Pessoal Página 15 Andes-SN publica cartilha para orientar professores sobre aposentadoria Página 15 Substitutos sem salários; estudantes sem bolsas A redação do Jornal da Adufrj recebeu, durante o fechamento desta edição (na noite de 8/02), a notícia de que os professores substitutos do Colégio de Aplicação não haviam recebido seus salários. Há a dúvida, ainda, se o problema afeta os substitutos do magistério superior. Também continuava atrasado o pagamento das bolsas dos estudantes. Mais notícias na próxima edição. 2 www.adufrj.org.br Movimento Uenf continua em greve e governo mantém silêncio Agora, docentes reivindicam reajuste salarial de 22% mais 50% de bolsa para Dedicação Exclusiva Já se passaram mais de cinco meses desde o início da greve e a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) continua sem respostas do governo Cabral. Professores e técnico-administrativos se revezam na realização de atos e comparecimentos à Assembleia Legislativa (Alerj), enquanto o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, se recusa a receber o movimento: “Recentemente enviamos duas cartas ao secretário. Não obtivemos nenhuma resposta”, reclamou o diretor da Associação de Docentes da Uenf (Aduenf), Marcos Pedlowski. Segundo Pedlowski, a reivindicação da categoria docente é a concessão do reajuste de 22% – tal qual o dos técnico-administrativos – mais 50% de reajuste em forma de bolsa de dedicação exclusiva: “Esta foi uma decisão tomada em assembleia. Hoje, nossa DE vale zero. Queremos reconhecimento”, disse o professor. Segundo o dirigente da Aduenf, nesta quarta-feira (9/2) haverá assembleia da categoria para escolha de delegados que representarão a entidade no 30º Congresso do Andes-SN e para discutir os próximos passos da greve. Ele também revelou que pode haver uma ida do Comando de Greve à Alerj na próxima quinta-feira, dia 10, para acompanhar os trabalhos da casa e pressionar os deputados para que intervenham nas negociações junto ao governo do estado. Entenda A Uenf entrou em greve no dia 16 de agosto, quando o governo do estado reforçou que só concederia reajuste de 22% à categoria de técnico-administrativos das universidades estaduais. Na ocasião, os servidores da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) ficaram de fora do reajuste, assim como os professores da Uenf, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo). Em 27 de setembro, devido à proximidade das eleições e após o governo afirmar que só entraria em negociação quando findasse a greve, os servidores resolveram voltar ao trabalho. Mas, passadas as eleições, o governo Cabral não cumpriu sua promessa, o que levou professores e técnico-administrativos a pararem suas atividades no dia 4 de dezembro. Com 10 anos sem reajuste salarial, as perdas das categorias profissionais somam 82%. Adufrj-SSind Site exibe entrevista sobre movimento dos desempregados Sociólogo explica as implicações da precarização do trabalho também no magistério superior Em entrevista gravada para a página eletrônica da Adufrj-SSind (www.adufrj.org. br), o sociólogo Rodrigo Marcelino da Silva falou sobre o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), do qual faz parte. A realização da “Marcha do Trabalho”, com reivindicações por terra, trabalho e teto, em 2000, no Rio Grande do Sul, é considerada o marco inicial do MTD. Mas, conforme explicou Rodrigo Marcelino, a organização do movimento data dos anos 1990: “Essa década tão maléfica elevou o desemprego em todo o mundo. Por isso surgiu a necessidade de organizar esses trabalhadores que sentiam negativamente as modificações do mundo do trabalho. Não só os desempregados, mas os precarizados de uma forma geral”, afirmou. Hoje, o movimento está presente em treze estados brasileiros e tem buscado estabelecer uma relação de proximidade com o movimento sindical. Para o sociólogo, nesta conjuntura muito difícil, não há solução individual para esses trabalhadores. É preciso contar com organizações que tenham compromisso com a classe trabalhadora. “Na minha avaliação, a organização que contribui efetivamente com a nossa categoria, em particular, é o Andes-SN”, ressaltou. A questão docente Estudante do curso de mestrado da Escola de Serviço Social da UFRJ, Rodrigo Marcelino observa que a precarização do trabalho afeta bastante o magistério superior. Neste nível de ensino, o esforço de formação qualificada não foi acom- panhado, nos últimos anos, pelo aumento de concursos nas universidades públicas. Por outro lado, se houve uma expansão do campo de trabalho nas instituições particulares, ao mesmo tempo existem restrições ligadas aos interesses comerciais: “Existe uma normatização do MEC que obriga as instituições a manter somente 30% do seu quantitativo de mestres e doutores. Isso provoca uma demissão do quantitativo de mestres. É um mercado que enfrenta um processo de precarização ampliado e que é favorecido pelo aumento do exército de profissionais reserva, além de fomentado por iniciativas como o ensino a distância”, disse. Mais sobre o MTD Para saber mais sobre o MTD, o movimento possui um blogue cujo endereço é movimentotrabalhadoresdesempregados. blogspot.com. 9 de fevereiro 2011 Agenda Sindical 9/2 - Primeira Reunião dos Articuladores do Primeiro de Maio de 2011 São Paulo (SP) 14 a 20/2 – 30º Congresso do Andes-SN Uberlândia (MG) – com o tema “Andes-SN 30 anos – Universidade Pública, Trabalho Acadêmico e Crítica Social”. 16/2 – Lançamento da Campanha Salarial 2011 dos SPF Brasília (DF) 18/2 - Reunião Ampliada das Entidades dos SPF Brasília (DF) Cartas Senhores, Que decepção com a atuação(?) da ADUFRJ em favor dos aposentados!!!! Leio religiosamente todos os números do Jornal da ADUFRJ que recebo. A cada dia torna-se mais dificil encontrar, nas matérias veiculadas, qualquer menção à situação dos aposentados. Até parece que os que hoje conduzem os destinos da ADUFRJ não serão os aposentados de amanhã. Há alguns números atrás uma professora aposentada teceu vários elogios às ações da ADUFRJ em favor dos aposentados. Ela não mencionou quais as ações até porque seria dificil fazê-lo. Gostaria de saber, e acredito que os demais aposentados também, que ações concretas a ADUFRJ vem conduzindo em prol dos aposentados da UFRJ e em que situação se encontra cada uma delas. Espero que esta pequena nota seja publicada no próximo número do Jornal, de preferência na coluna Opinião. Desde já agradeço a publicação. David Tabak Prof. Adjunto IV Aposentado ex-Diretor do Instituto de Química SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972 Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368 Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Luis Eduardo Acosta Acosta 1ª Vice-Presidente: Maria Cristina Miranda da Silva 2º Vice-Presidente: Salatiel Menezes dos Santos 1º Secretário: Eduardo Granja Coutinho 1ª Secretária: Sandra Martins de Souza 1ª Tesoureira: Maria Mello de Malta CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Instituto de Química: Marylena Barreiros Salazar (titular); Escola de Serviço Social: Cleusa dos Santos (titular); Sara Granemann (titular); Edição e reportagem: Ana Manuella Soares - JP 31684 RJ Reportagem: Kelvin Melo de Carvalho e Silvana Sá Diagramação: Douglas Pereira Estagiárias: Dally Velloso Lemos Schwarz e Catherine da Silva Lira Tiragem: 8.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: diretoria@ adufrj.org.br Conselho de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br www.adufrj.org.br/observatorio Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria. 9 de fevereiro 2011 3 www.adufrj.org.br Andes-SN Professores de todo país se reúnem em Uberlândia Expectativa é que 400 docentes, representando as Seções Sindicais das instituições de ensino superior de todas as partes do Brasil, discutam durante uma semana temas relativos à universidade pública, ao trabalho acadêmico e à crítica social Acompanhe ao vivo pela internet a abertura do 30º Congresso A plenária de abertura do 30º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que acontece em 14 de fevereiro, em Uberlândia (MG), será transmitida ao vivo pela internet. As transmissões terão início às 18h, horário oficial da solenidade. Pelo endereço http://www.tveventosaovivo.com.br/ , os internautas poderão acompanhar, em tempo real, as saudações dos participantes ao Congresso e as homenagens aos 30 anos da entidade, comemorados neste mês. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia abrigará, no período de 14 a 20 de fevereiro, o 30º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). O tema central será “Universidade Pública – Trabalho Acadêmico e Crítica Social”. O congresso é a instância deliberativa mais importante do Sindicato Nacional e deverá contar com a presença de 400 docentes, entre delegados, observadores e convidados de várias partes do país. O congresso também inicia as comemorações pelos 30 anos de fundação da entidade. Para a presidente do Andes-SN, Marina Barbosa Pinto, “este congresso é muito importante porque marca os 30 anos de existência do Sindicato Nacional e porque será o palco das discussões, com base na trajetória de luta traçada até aqui, das ações para o novo ano que se inicia”. De acordo com ela, o evento ocorre em um momento delicado para o movimento sindical. “O novo governo já confirmou a continuidade da política macroeconômica desenvolvida pelo governo anterior, aumentando os juros e retirando crédito do mercado. Também já sinalizou com medidas que atingem o serviço público, como a criação das empresas hospitalares, e manteve o favorecimento do empresariado em detrimento dos trabalhadores, como no caso do salário mínimo”. Para a diretora da Adufu-SSind, professora Jorgetânia da Silva Ferreira, sediar o 30º Congresso é uma honra e uma grande responsabilidade. “Esperamos que o Congresso de Uberlândia contribua para o fortalecimento de nossas lutas para os enfrentamentos que teremos em 2011”. Impactos sociais Um balanço da presença do Andes-SN na vida brasileira demonstra o quanto foram importantes as reflexões e ações do movimento docente. “Este será um momento especial para revermos o quanto o Sindicato tem contribuído para a luta em prol de uma educação pública e gratuita, pelo desenvolvimento democrático do nosso país e, sobretudo, na construção de caminhos para o estreitamento das relações dos trabalhadores em uma perspectiva social classista, democrática e libertadora”, complementa Mariana Barbosa Pinto. Atualmente, o Andes-SN possui mais de 72 mil sindicalizados de instituições de ensino superior federais, estaduais, municipais e particulares, e está representado em todo o terrirtório nacional. “Éramos colegas, hoje somos companheiros de luta”, Osvaldo Maciel, frase que encerra editorial do Boletim nº 1 da Andes, em abril de 1981 “Alguns dos representantes ou associados de ADs, que lá se encontravam para apresentar trabalhos científicos, traziam, na bagagem, o patrimônio político forjado nas lutas do movimento estudantil (ME) o qual, tradicionalmente, constitui a escola formadora e origem de quadros dirigentes para as mais diversas atividades sociais. Esse era o nosso caso (...) que participávamos da reunião e nos propusemos a levar as conclusões aos docentes”. Essa reunião deu início a uma “reação em cadeia, no sentido da revitalização política do trabalho das Associações e do crescimento do movimento docente, par e passo com o crescimento da resistência democrática contra o autoritarismo”. Em fevereiro de 1979, em São Paulo, aconteceu o I Encontro Nacional de Associações Docentes com a participação de representantes de 24 associações docentes e três comissões pró-AD. Na carta do encontro os docentes afirmavam que a democratização da Universidade Brasileira estaria ligada ao “processo geral de democratização da Sociedade Nacional”. Entre as resoluções do I Encontro das ADs, constava “o exercício e o controle pela Comunidade Universitária, como um todo, do governo da Universidade”, o que resume a ideia do Movimento Docente que ainda hoje é reivindicada para a autonomia universitária. A recém-criada Associação Nacional dos Docentes (Andes) tinha como princípios bandeiras presentes ainda na pauta de debates do conjunto do Sindicato Nacional. A luta contra discriminação ideológica; a realização de concurso e carreira única para os docentes; liberdade, autonomia e unidade sindical são algumas dessas bandeiras. No histórico Congresso de Campinas, em fevereiro de 1981, 287 delegados aprovaram, por unanimidade, a primeira diretoria da Andes. Nas palavras de seu primeiro presidente eleito, “o Plenário agitado, em pé, saudando o nascimento da ANDES. É um clima de emoções que culminam (...). O clima era adequado para marcar a criação de uma entidade, nascida da luta concreta dos Professores contra a legislação e as políticas anti-sociais do Estado autoritário”. Imprensa Andes-SN Sindicato Nacional completa 30 anos Em artigo para a primeira edição da revista Universidade e Sociedade, lançada pelo Andes Sindicato Nacional em fevereiro de 1991, o primeiro presidente da então Associação Nacional dos Docentes (Andes), Osvaldo de Oliveira Maciel (19402005), na gestão 1981-1982, fez um relato da criação do movimento docente e do período que antecedeu à criação da entidade. Segundo nos conta o professor, no ano de 1978, em julho, professores foram convocados por um cartaz colocado pela Adusp na secretaria da 30ª reunião da SBPC. Dezessete professores de associações docentes de vários estados, reuniramse pela primeira para discutir a ideia de uma entidade nacional. Adufrj-SSind participa com dez professores delegados Na Assembleia Geral do último dia 1º, os professores aprovaram a participação da Adufrj Seção Sindical no 30º Congresso do Andes-SN, em Uberlândia. A entidade será representada por uma delegação eleita formada por dez professores de diferentes Unidades. São eles: Claudia Lino Piccinini (Faculdade de Educação), Cristina Miranda da Silva (Colégio de Aplicação), Eduardo Gonçalves Serra (Escola Politécnica), Janete Luzia Leite (Escola de Serviço Social), Luis Eduardo A. Acosta (ESS), Roberto Leher (FE), Rosa Maria Correa das Neves (FE), Salatiel Menezes dos Santos (Instituto de Biofísica), Sandra Martins de Souza (CAp) e Walcyr de Oliveira Barros (Escola de Enfermagem). Seção Sindical realizará assembleia para decidir sobre Plano de Saúde Na Assembléia do dia 1º de fevereiro, o presidente da AdufrjSSind, Luis Eduardo Acosta, informou que a entidade está realizando consulta junto a diversas empresas com o objetivo de apresentar propostas de contratação de um plano de saúde coletivo para os professores sindicalizados. Segundo Luis Acosta, este foi um dos compromissos da atual direção, eleita em setembro de 2009, atendendo a uma demanda da base dos docentes na UFRJ. Reunião preparatória para o 30º Congresso do Andes-SN Nesta quarta-feira, dia 9 de fevereiro, às 9h, na Escola de Serviço Social, haverá uma reunião preparatória para o 30º Congresso do Andes-SN. Serão discutidos os temas presentes no Caderno de Textos – documento que guia os trabalhos do evento, que será realizado em Uberlândia (MG), entre os dias 14 e 20 deste mês. Também entrarão em pauta as contribuições que constam do Anexo ao Caderno, distribuído às seções sindicais em 2 de fevereiro (um dia após a realização da última Assembleia da Adufrj-SSind). Embora todos os docentes da UFRJ estejam convidados a participar, a reunião é especialmente dirigida aos delegados eleitos nesta AG. Diretoria da Adufrj-SSind 4 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br Movimento Fórum organiza ato em defesa da escola pública do Rio Manifestação vai ocorrer no dia 23 de fevereiro, na Uerj Em mais uma concorrida reunião, no dia 31 de janeiro, em auditório da Uerj (no campus Maracanã), o Fórum em Defesa da Escola Pública do Rio de Janeiro (Fedep) começou a organizar um ato para o próximo dia 23 de fevereiro, naquela própria universidade. O Fedep é formado por professores, estudantes e trabalhadores da Educação, representantes de instituições da área educacional, sindicatos, diretórios, centros acadêmicos e grêmios estudantis, além de movimentos sociais. O objetivo da manifestação em fevereiro, mês que marca o início das aulas no ensino básico e fundamental do estado, será divulgar, em contraposição aos dispositivos produtivistas anunciados pelo governo Sérgio Cabral, os princípios do Fórum para uma efetiva melhoria da educação pública no Rio. Um dos diretores do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (SEPE-RJ), Tarcísio Motta de Carvalho observou que duas assembleias do próprio SEPE-RJ, no dia 12, em auditório da Associação Cristã de Moços (ACM), na Lapa, podem ajudar a mobilizar a categoria para este ato do dia 23. Como Tarcísio fez questão de destacar, entre outros problemas, o plano do governo foi lançado com todo o estardalhaço na mídia, mas, na prática, os investimentos não serão aumentados. Ficarão em torno do mesmo valor do ano passado: R$ 140 milhões, o que representaria menos do que chegou a ser investido com um outro recente programa, o “Nova Escola” (que, no seu auge, alcançou R$ 200 milhões). A expectativa inicial é que um ou dois grandes auditórios da Uerj sejam utilizados para o ato do dia 23. Em último caso, se houver uma presença ainda maior de manifestantes, a Concha Acústica da universidade será o espaço da iniciativa do Fórum Estadual. Kelvin Melo Dezenas de pessoas compareceram à quarta reunião do FEDEP Princípios do Fórum No encontro do dia 31, os representantes das diversas entidades e movimentos iniciaram a elaboração dos princípios que vão nortear o caminho do Fórum. O trabalho tomou como base o Plano Nacional de Educação – Proposta da Sociedade Brasileira, aprovado por centenas de educadores, no II Congresso Nacional de Educação, realizado na cidade de Belo Horizonte (MG), em 1997. “Não vamos começar do zero”, afirmou o professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação da UFRJ e exdiretor da Adufrj-SSind, que ajudou a coordenar os trabalhos da reunião. Roberto, como já havia feito nas três reuniões anteriores do Fedep, destacou em sua fala o protagonismo, nas décadas de 80 e 90, do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública. O FNDEP atuou no período constituinte, disputou os termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e produziu o PNE da Sociedade Brasileira, que se tornou referência de oposição ao PNE aprovado pelo governo FHC e seguido pelo governo Lula. Dez princípios estão sendo trabalhados pelo Fedep referentes à Educação como direito, ampliação do financiamento do setor, gestão democrática e valorização dos profissionais, entre outros. MST iniciará campanha “Fechar escola é crime!” Dentre os informes prestados no início da reunião, chamou a atenção uma campanha que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra irá promover em breve contra o fechamento de escolas no país, principalmente no campo. Segundo Elisângela Carvalho, do Setor de Educação do MST, o tema será “Fechar escolas é crime!” Técnica orçamentária da Adufrj-SSind, Juliana Fiuza informou o calendário de atividades do Fórum pela Saúde (cujas reuniões também têm sido divulgadas no Jornal da Adufrj). No dia 16, a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde vai se incorporar ao ato dos servidores públicos federais em Brasília para lançar um manifesto contra a Medida Provisória nº 520, que criou uma empresa para gerir os serviços hospitalares públicos, inclusive universitários. No dia 22, haverá reunião do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, na Uerj, Rav, 9º andar, às 17h. Em 7 de abril, Dia Mundial de Saúde, ocorrerão atos nos estados. Pela Secretaria Regional Rio de Janeiro do Andes-SN, a Professora Sonia Lúcio Lima (UFF) divulgou a realização do 30º Congresso da entidade, ainda neste mês. Sônia observou que a rearticulação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública será um dos itens em discussão na instância máxima de deliberação da categoria dos professores universitários. Não passou em branco também a greve dos servidores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que deverá receber a solidariedade do Fedep. gestores e movimento social separados; e, em seguida, todos juntos para debater, criar rede e promover diálogos. As inscrições estão abertas até 21 de fevereiro exclusivamente a representantes de secretarias de educação, de programas e projetos governamentais e membros de organizações da sociedade civil que trabalham no campo da diversidade, direitos humanos, direitos sexuais, sexualidade e gênero. Para obter mais informações sobre o projeto e inscrever-se, visite o site www.diversidade. papocabeca.me.ufrj.br/. Página do Fórum Com o crescimento do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, surgem também as ferramentas para ampliar a divulgação de suas atividades. Uma página eletrônica está em construção, mas os interessados já podem acessar uma espécie de rede social do Fórum no endereço “forumeducacaopublica.ning.com”, em busca de informações. Anote Projeto promove integração para discutir diversidade sexual na escola Com o objetivo de promover o diálogo entre gestores da rede de educação e líderes de movimentos sociais, e estabelecer trocas que estimulem o surgimento de novas políticas públicas sobre o tema, a Universidade Federal do Rio de Janeiro promove, nos dias 30, 31 de março e 01 de abril, o “II Seminário Educação, Sexualidade, Gênero e Diversidade”. As palestras acontecem no Salão Dourado, do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, localizado no campus da Praia Vermelha. Depois da abertura haverá atividades específicas, com 9 de fevereiro 2011 5 www.adufrj.org.br UFRJ Entulho faz parte da paisagem do HU Mais de 50 dias após a implosão da “perna seca”, o entulho continua depositado exatamente no mesmo local. É preciso que a universidade faça uma licitação pública para que uma empresa recolha o amontoado de concreto e ferros retorcidos. No entanto, essa licitação ainda não foi feita. Foi o que informou o superintendente do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Álvaro Costa: “Um processo de licitação demora em torno de 90 dias para sair. A universidade, juntamente com a PR-3 (Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento), está trabalhando nessa questão”, disse, sem citar datas. O estranho é a universidade ter realizado uma implosão desse porte sem ter, antes, licitado a empresa que faria a coleta do material. Enquanto o entulho não sai, também não anda o processo para a construção de um novo hospital no local: “Uma coisa depende da outra, ainda não temos novidades nesse campo”, informou a assessoria de imprensa do HU. Segundo o próreitor de Planejamento e Desenvolvimento, Carlos Levi, a documentação técnica para a licitação já foi finalizada e encaminhada à procuradoria para dar o parecer, mas ainda não há data para ser publicada. Atraso no cronograma O excesso de poeira, proveniente da implosão, nos cabos de energia do subsolo e primeiro andar foi, no entanto, a principal causa, segundo a assessoria de imprensa, para o atraso no cronograma de reabertura do hospital. Com o incidente, o prédio ficou sem luz, telefone e internet do subsolo ao segundo andar. A previsão inicial era de que o HU voltasse a atender pacientes no dia 10 de janeiro, o que só ocorreu no dia 24 de janeiro. Ainda segundo a assessoria de imprensa, algumas obras de reparo e substituição dos cabos e sistema de energia estavam previstas desde o Samuel Tosta Cinquenta dias após a implosão, 120 mil toneladas de entulho permanecem intocadas ao lado da população do hospital que já retomou suas atividades Com a reabertura, no último dia 24, hospital voltou a receber pacientes, mas, da janela, a imagem que se tem ainda é a da implosão dos 110m2 de “perna seca” Último golpe do governo Lula EBSERH traz nova ameaça deprivatização dos hospitais universitários No “apagar das luzes”, o governo Lula editou uma medida provisória (MP 520/2010) que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O caso foi denunciado como um ataque frontal às universidades, ao SUS, aos HUs e à democracia no artigo de Juliana Fiuza, técnica orçamentária da Adufrj-SSind, na edição nº 690, de 19 de janeiro, deste jornal. Infelizmente, o diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, José Marcus Eulálio, não quis se pronunciar sobre o assunto. Segundo a assessoria de imprensa, Eulálio irá participar de uma reunião para discutir os impactos da nova empresa nos serviços prestados pelo hospital e em sua organização. Somente após conhecer as reais implicações da MP é que o diretor poderá se pronunciar. Estamos no aguardo. cronograma da implosão. O superintendente do HU, Álvaro Costa, no entanto, não confirmou a informação inicial. Segundo Costa, o atraso se deu porque foi realizada uma manutenção “que deveria ter sido feita há 33 anos”: “Os reparos foram maiores do que prevíamos, por isso atrasou o cronograma”, esclareceu. Apesar do atraso, as aulas não foram afetadas. Residentes e estudantes só retornarão ao HU no dia 7 de fevereiro quando, espera-se, o hospital já estará funcionando de maneira integral. Anote ECO-UFRJ realiza evento de abertura do semestre O período letivo da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO-UFRJ) tem início no dia 14 de março. Como já se tornou tradição na Unidade, a direção organiza o Ecomeço, que se estende até o dia 22. O evento busca integrar calouros e veteranos, além de apresentar a Unidade aos novos estudantes e esclarecer temas como grade de disciplinas, habilitações, projetos de extensão e programas de bolsas de estudos. A semana de abertura do semestre conta com palestras nos dias 14, 15 e 16, a partir das 10h, no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, localizado no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), campus da UFRJ na Praia Vermelha. Já no dia 22, acontece a aula inaugural do curso, marcada para as 14h, no Centro Cultural Wally Salomão, em Vigário Geral. A aula inaugural terá como tema Comunicação e Favela e será ministrada por José Júnior, coordenador do Grupo Cultural AfroReggae. Será oferecido transporte de ida e volta para alunos e professores. Os ônibus sairão do campus da Praia Vermelha, às 12h. Centro de Vacinação de Adultos da UFRJ O Centro de Vacinação de Adultos (CVA /DVST/UFRJ) voltou às suas atividades normais desde o dia 1º de Fevereiro de 2011. 6 60 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br Universidades Mestre em Silvana Sá Empresas fazem convênios com instituições do Mercosul para oferecerem títulos de mestrado e doutorado em curso de férias a brasileiros Um assunto delicado e bastante sério vem esquentando a cabeça de alguns pesquisadores de instituições brasileiras e também seus dirigentes. Trata-se de uma modalidade de mestrado e doutorado, oferecida a brasileiros nos demais países membros do Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina), em instituições com duvidosa qualidade e com tempo recorde de curso. Os mestrados têm, geralmente, três períodos de aulas presenciais que variam entre 12 e 22 dias, sempre nos meses de janeiro e julho. Com o total de, no máximo, 66 dias de aulas presenciais, cursadas de maneira espaçada (é preciso ressaltar), o estudante recebe o título de mestre ou doutor. As aulas acontecem pela manhã, tarde e noite (em algumas universidades). De acordo com a propaganda, o aluno, ao retornar para o Brasil, tem seu diploma aceito automaticamente, sem maiores burocracias. Ocorre que isto fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que exige a convalidação do diploma, processo realizado por universidade pública brasileira para certificar a qualidade igual ou superior do curso realizado fora do país. Caso a instituição brasileira comprove essa qualidade, o solicitante tem seu diploma validado. Resolução regulamenta admissão No dia 1º de fevereiro, durante a apuração desta matéria, a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação lançou a Resolução nº 3, que dispõe sobre o reconhecimento de títulos obtidos nos Estados Partes do Mercosul. Segundo a resolução, a admissão de títulos é válida apenas para atividades de pesquisa e docência de caráter temporário. Cita, ainda, que a admissão não legitima o exercício permanente de atividades acadêmicas. No seu artigo quarto, o documento resolve que a admissão do título não é automática e que deve ser solicitada a uma universidade “reconhecida pelo sistema de ensino oficial e que 9 de fevereiro 2011 dias Apenas estrangeiros que venham lecionar no Brasil terão o benefício da admissão de títulos e graus acadêmicos obtidos em países partes do Mercosul No seu artigo quarto, o documento resolve que a admissão do título não é automática e que deve ser solicitada a uma universidade “reconhecida pelo sistema de ensino oficial e que conceda título equivalente” conceda título equivalente”. Segundo um professor, que prefere não ser identificado, a resolução acaba com problemas administrativos: “Nesse aspecto os diplomas não vão mais valer. Quem se sentir lesado, provavelmente entrará na Justiça, com chances de perder”, afirmou. Segundo o docente, é possível ainda que as empresas e institutos que anunciam esses cursos sejam processados pelos usuários que se sentirem lesados, por propaganda enganosa, nas turmas que forem abertas após a publicação da Resolução. Legislação estadual favorece cursos Um Projeto de Lei (nº3026/2010), do deputado estadual Gilberto Palmares, aprovado em discussão única na Alerj, proíbe que quem faça cursos de mestrado e doutorado nos países membros do Mercosul seja submetido ao processo de convalidação. Ou seja, em âmbito estadual, a instituição é obrigada a aceitar automaticamente o título. O PL define que os títulos serão válidos para fins de: “concessão de progresso funcional por titulação; gratificação pela titulação e concessão de benefícios decorrentes da obtenção da titulação respectiva”. Teria sido este PL uma resposta ao lobby desses grupos? O deputado disse que não. Em entrevista, Gilberto Palmares afirmou que a lei foi feita para ajudar os estudantes brasileiros que se formam em universidades de qualidade reconhecida na América Latina, mas sofrem burocracia na hora de ter seus títulos validados no Brasil: “A lei não tem validade para ensino à distância. É impossível se formarem mestres em 60 dias”. O deputado Leis que tratam da admissão de títulos e convalidação Há diversos acordos, tratados e resoluções que tratam do tema. Os mais importantes são o Decreto 5.518/2005, o Acordo 29/09, o Parecer nº 106 do CNE e a Resolução nº 03/2011 do mesmo órgão (já citada no começo da matéria). O Acordo 29/09, do Conselho do Mercado Comum, no seu artigo segundo informa: “A admissão de títulos e graus acadêmicos, para fins do Acordo, não se aplica aos nacionais do país onde sejam realizadas as atividades de docência e pesquisa”. Ou seja: não vale para os brasileiros que voltem ao Brasil para tentar a admissão e realizar atividades acadêmicas no país. O Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do Mercosul, promulgado pelo Decreto nº 5.518, de 2005, traz em seu artigo segundo a seguinte informação: “Para fins previstos no presente Acordo, consideram-se títulos de graduação aqueles obtidos em cursos com duração mínima de quatro anos e duas mil e setecentas www.adufrj.org.br horas cursadas, e títulos de pós-graduação tanto os cursos de especialização com carga horária presencial não inferior a 360 horas, quanto os graus acadêmicos de mestrado e doutorado”. Já o Parecer CNE/CES nº 106, de 2007, diz que: “O Decreto Legislativo nº 800, de 23/10/2003, promulgado pelo Decreto nº 5.518, de 23/08/2005, instituiu a admissão de títulos e graus universitários para o exercício de atividades de pesquisa e docência nos Estados Partes do Mercosul, para parcerias multinacionais, de caráter temporário”. Além disso, define que a admissão do título “não é automática e deve ser solicitada a uma universidade reconhecida pelo sistema de ensino oficial e que conceda título equivalente, especificando as atividades de docência e pesquisa a serem exercidas, sua duração e instituição receptora”. Ou seja, em nível federal, os títulos obtidos no Mercosul por brasileiros, além de não serem automaticamente aceitos, também não valem para fins de progressão na carreira. afirmou não ter conhecimento sobre esse tipo de curso. Ele também afirmou que a lei ainda não está em vigor e que podem ser acrescentadas emendas para impedir brechas que possibilitem que a lei seja burlada. O PL foi aprovado em primeira votação. A lei só pode entrar em vigor após sua aprovação em uma segunda votação, que só será realizada após uma discussão com a Comissão de Educação da casa legislativa. Segundo Palmares, isso deve acontecer entre fevereiro e março: “Pensamos em dar esse tempo justamente para verificar a repercussão da lei na sociedade e avaliar questões que poderiam ter passado despercebidas em sua elaboração”, disse o deputado. Sobre a convalidação, Palmares considera errado uma universidade brasileira avaliar o nível do ensino conferido a um estudante em universidade estrangeira: “É um absurdo. Uma universidade não pode contestar a outra. Se você tem uma universidade pública em Buenos Aires, não pode ser uma universidade no Rio a dizer se o curso lá é ou não válido”, declarou. Vale esclarecer, apesar da declaração do deputado, que os cursos em questão são realizados em universidades privadas do Mercosul. O que diz a Capes A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) orienta que quem desejar fazer pós-graduação fora do Brasil deve se informar sobre os cursos junto a instituições brasileiras que possuam programa de mestrado ou doutorado na área de interesse do candidato. Sobre a admissão de títulos de pós-graduação, um documento lançado pela Capes informa: “Apenas estrangeiros que venham lecionar no Brasil terão o benefício da admissão de títulos e graus acadêmicos obtidos em países partes do Mercosul”. Ainda de acordo com o documento, durante um encontro realizado em Montevidéu, em 2009, foi aprovada a Decisão 29/09, que aprova a regulamentação do “Acordo de Admissão de Títulos e Graus Acadêmicos para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do Mercosul”. Com essa regulamentação, o acordo somente terá efeito para estrangeiros provenientes dos demais países do Bloco, que venham a lecionar no Brasil. O documento deixa claro que “os brasileiros não poderão se valer desse acordo”. Segundo a assessoria de imprensa, a Capes não interfere nos processos de revalidação de diplomas obtidos em outros países: “Este procedimento é de responsabilidade das universidades brasileiras, que têm autonomia para realizar a revalidação. Cada uma adota critérios segundo o que julgarem necessário para validar o título”. Curso se defende Uma das instituições que mais têm levado brasileiros ao Paraguai para cursar mestrado e doutorado é o Instituto Ideia, cuja sede fica no Rio de Janeiro. Segundo informações obtidas por telefone, os cursos são realizados em julho (de 12 a 15 dias) e em janeiro (de 15 a 17 dias): “Em três períodos você está apta a defender a sua dissertação”, informou a atendente. Professor brasileiro é mais caro Com relação à orientação, a funcionária disse que a escolha do orientador (também chamado tutor) é livre. Pode ser um professor da Universidade Americana (paraguaio ou brasileiro), ou mesmo um professor sem qualquer vínculo com a instituição: “Você paga R$ 800 para um professor de Assunção e R$ 1.200 se o professor for brasileiro. Você pode também escolher um que não esteja dando aula. Ele precisa ter o diploma de doutorado e você tem que apresentar alguns documentos dele”, explicou a funcionária. Ela disse ainda que na maior parte das vezes os professores orientam o mestrando ou doutorando por e-mail “até porque o aluno que escolhe um professor de lá não tem muito contato, exceto nos meses de janeiro e julho. O restante do contato se dá por email mesmo”, disse, com naturalidade. Legalidade do diploma Ainda de acordo com a atendente, o curso é respaldado pelo decreto presidencial nº 5.518, que estabelece a admissão automática dos diplomas conferidos em países do Mercosul, para finalidades acadêmicas, aqui no Brasil. “A Capes está criando problemas com relação a isso, mas já existe um movimento muito grande para que esse decreto seja acatado. Ele tem que ser acatado. A Capes não pode mais que o presidente da República”, declarou a funcionária. O diretor acadêmico do Ideia, Carlos Alberto do Amaral Stephanio, se pronunciou sobre a resolução aprovada em 1º de fevereiro e afirmou que este é um acordo meramente político e que não pode estar acima do Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do Mercosul. Segundo o diretor, o Acordo internacional “tem a mesma força da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação)”. Ainda de acordo com Stephanio, que também é professor do CEFET-RJ, a regulamentação publicada recentemente é resultado de um movimento político da Capes, “por puro preconceito”: “Não tenho a menor dúvida de que essa questão é disputa por espaço político”, afirmou. Para Stephanio, o que a Capes tenta é encontrar pontos para fragilizar a consistência acadêmica do curso. “Ela utiliza o mesmo processo desde quando foi implantado o mestrado e o doutorado aqui no Brasil, em 1967. Não mudou em absolutamente nada! Ela precisa se atualizar. O que eles querem é manter uma tradição e o feudozinho restrito àqueles poucos beneficiários”, declarou. 7 Lobby político O diretor informou que foi instalado um fórum na cidade de Assunção (Paraguai), no dia 25 de janeiro, para discutir o assunto e buscar apoio de parlamentares. A próxima reunião acontece em Brasília, nos dias 22 e 23 de fevereiro. “Vamos tentar convidar alguns parlamentares da bancada brasileira que integram o Parlasul (Parlamento do Mercosul), para que eles tomem as medidas necessárias para neutralizar essas ações inconsistentes, do ponto de vista jurídico”. Segundo Stephanio, a Associação Brasileira dos Pós-Graduados no Mercosul, Federação Nacional dos Servidores Federais (Finasef), Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de Contagem (Sindiscon) entre outras instituições fazem parte do fórum aberto em Assunção. Quando perguntado se é possível certificar a qualidade de um mestrado ou doutorado com tão poucas aulas presenciais, o diretor do instituto foi categórico: “Eu fiz mestrado em uma instituição pública brasileira, reconhecida, de referência. Fiz meu doutorado em Assunção. Como aluno, sinceramente, valido muito mais o conhecimento adquirido em Assunção que o conhecimento esporádico adquirido aqui no Brasil”. Ele explicou: “Aqui no Brasil o professor aparece muitas vezes no primeiro dia de aula, depois manda um assistente fazer uma embromação e retorna ao final do período para encerrar as suas atividades. Em Assunção, você tem um professor titulado permanentemente em sala de aula”. Ele também afirmou que a Universidade Americana, onde se formam os mestres e doutores brasileiros enviados pelo Instituto Ideia, tem qualidade certificada internacionalmente. Ocorre que, com base em uma pesquisa realizada no site ISI Web of Science, a produção de artigos publicados pela Universidade Americana no referido site, nos últimos dez anos, é zero. A UFRJ, por exemplo, publicou mais de 18 mil. Distribuída aos sindicalizados pelos correios (e disponível na página www.adufrj.org. br), esta publicação especial sobre carreira tem como objetivo esclarecer os professores sobre as mais recentes propostas do governo e a alternativa do Andes-SN quanto ao tema. Há um resumo das últimas negociações, a segunda (e mais recente) versão do projeto de lei do governo e a avaliação do movimento docente. Ao final, também consta a proposta da diretoria do Sindicato Nacional que será discutida no 30º Congresso do Andes-SN, em Uberlândia (MG), em fevereiro deste ano. 8 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br Egito, a aposta no Leopardo Opinião “ Por isso, soam insuportavelmente hipócritas e oportunistas os apelos do presidente Obama e de sua secretária de Estado para um regime corrupto e repressivo como poucos no mundo – no qual os EUA mantiveram e financiaram por décadas – trilhe o caminho das reformas econômicas, sociais e políticas. Seminário Nacional avalia Políticas Educacionais do Governo Lula A “Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre!” organiza na UFRJ, nos dias 11 e 12 de fevereiro, no campus da Praia Vermelha no Anexo da Escola de Serviço Social e no auditório do CFCH, o “Seminário Nacional de Avaliação das Políticas Educacionais do Governo Lula: o PNE, a Reforma Universitária e suas consequências.” A inscrição será feita no local, a partir das 8h do dia de abertura. A taxa de participação ainda não foi divulgada. Mais informações podem ser conseguidas pelo e-mail [email protected]. “ Na tradição do socialismo marxista se diz que uma situação revolucionária se constitui quando os de cima não podem dominar como antes e os de baixo já não querem ser dominados como antes. “ Hillary Clinton declarou à imprensa que é preciso evitar a todo custo o vazio de poder no Egito, que o objetivo da Casa Branca era uma transição ordenada à democracia, à reforma social, à justiça econômica, e que Hosni Mubarak era o presidente do Egito e o que importava era o processo, a transição. Ao contrário do que ocorreu em outra ocasião, o presidente Obama não exigiria a saída do líder que caiu em desgraça. Como não poderia ser de outro modo, as declarações da secretária de Estado refletem a concepção geopolítica que os EUA mantêm desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, cuja gravidade foi acentuada após o assassinato de Anwar El-Sadat, em 1981, e em seguida à posse de seu vice-presidente, Hosni Mubarak. Sadat se converteu em uma peçachave para os Estados Unidos e Israel – o Egito passou para a mesma categoria – ao ser o primeiro chefe de estado de um país árabe a reconhecer o Estado de Israel e firmar um Tratado de Paz entre os dois países em 26 de março de 1979. As dúvidas e os rancores de Sadat e do primeiro-ministro israelense, Menájem Begin, como consequência de cinco guerras e que tornavam as negociações de paz intermináveis, foram rapidamente deixadas de lado quando, tanto eles como o presidente Jimmy Carter, em 16 de janeiro desse ano, souberam que um aliado estratégico pró-estadunidense na região, o xá do Irã, havia sido derrotado por uma revolução popular e buscou refúgio no Egito. Com a queda do xá, nasceu a república islâmica com a direção do aiatolá Ruhollah Khomeini, que era para os Estados Unidos e para toda a “civilização americana” o “Grande Satã”, o inimigo jurado do Islã. Se a violenta derrubada do xá sacudia o solo do Oriente Médio, não eram melhores as notícias que vinham do convulsionado quintal centro-americano: em 19 de julho de 1979, a Frente Sandinista entrava em Manágua e colocava fim à ditadura de Anastasio Somoza, complicando ainda mais o quadro geopolítico norte-americano. A partir desse momento, o delicadíssimo equilíbrio do Oriente Médio tinha no Egito a sua âncora estabilizadora, que a política exterior norte-americana se encarregou de reforçar a qualquer “ Atilio Boron* Movimento Estudantil 9 PROGRAMAÇÃO (Sujeita a alteração) Dia 11/fevereiro – Sexta-feira: Mesa de Abertura – 10h às 13h “Conjuntura Nacional e o Plano Nacional de Educação” Roda de debate I – 14h às 18h “As raízes Educacionais: Ensino Fundamental e Médio em debate – O Fundeb, Financiamento Público Federal e Projetos Estaduais” Roda de debates II – 14h às 18h “A Expansão do Ensino Superior sob o Governo Lula: a invenção da contradição entre expansão e qualidade e o real sentido do ReuniI, Prouni e Ensino à Distância.” Dia 12/fevereiro – Sábado: Roda de debates III – 9h às 13h “O Significado da ampliação do Ensino Técnico na formação da mão de obra brasileira e na Educação da Juventude: o IFET e as Escolas Técnicas estaduais.” Roda de debates IV – 9h às 13h “As faces da privatização do ensino Superior Brasileiro: a expansão do Ensino Pago, o CINEB, o FIES, as Fundações Privadas e a Lei de Inovação Tecnológica” Encerramento – 14h às 17h “A caminho de um projeto educacional para a Classe Trabalhadora Brasileira: conclusões sobre o PNE e propostas para ampliar o financiamento público, o acesso e a qualidade da Educação brasileira.” Fórum Nacional de Executivas também se reune nesse fim-de-semana preço, mesmo sabendo que no reinado de Mubarak a corrupção, o narcotráfico e a lavagem de dinheiro cresciam a um ritmo que só era superado pelo processo de pauperização e exclusão social que afetavam os crescentes setores da população egípcia; e que a feroz repressão contra o menor indício de dissidência e as torturas eram coisas diárias. Hipócritas e oportunistas Por isso, soam insuportavelmente hipócritas e oportunistas os apelos do presidente Obama e de sua secretária de Estado para um regime corrupto e repressivo como poucos no mundo – o qual os EUA mantiveram e financiaram por décadas – trilhe o caminho das reformas econômicas, sociais e políticas. Um regime onde Washington podia enviar prisioneiros para a tortura, sem precisar enfrentar as irritantes restrições legais, e a estação da CIA no Cairo podia operar sem nenhum obstáculo para levar adiante a sua “guerra contra o terrorismo”. Um regime que ainda pode bloquear a internet e a telefonia celular, e que apenas despertou um leve protesto por parte de Washington. A reação seria a mesma se Hugo Chávez tivesse cometido estes ultrajes? “Mubarakismo” sem Mubarak Ao que tudo indica, Mubarak cruzou o ponto em que não haverá retorno. O problema que se apresenta para Obama é o de construir um “mubarakismo” sem Mubarak. Isto é, garantir uma mudança por um substituto adequado à autocracia pró-norte-americana. Como dizia o Leopardo: “algo precisa mudar para que tudo fique como está” [1]. Esta foi a fórmula que Washington tentou impor meses antes da derrota do somosismo na Nicarágua, apelando para um personagem do regime, Francisco Urcuyo, presidente do Congresso Nacional cuja primeira e praticamente a última iniciativa como fugaz presidente foi solicitar à Frente Sandinista, que estava esmagando a guarda nacional somosista pelos quatro cantos do país, para depor as armas. Foi deposto em poucos dias e, na linguagem popular nicaraguense, o ex-presidente passou a ser lembrado como “Urcuyo, o efêmero”. A Casa Branca está tentando algo similar: pressionou Mubarak para designar um vice-presidente na esperança de não repetir o fiasco de Urcuyo. A designação não poderia ser mais inapropriada, pois caiu para o chefe dos serviços de inteligência do exército, Omar Suleiman, um homem mais refratário à abertura democrática do que o próprio Mubarak e cujas credenciais não são precisamente as que almejam as massas que exigem democracia. Situação revolucionária Quando estas ganharam as ruas e atacaram numerosos quartéis da odiada polícia e dos não-menos odiados espiões, informantes e organismos da inteligência estatal, Mubarak designa o chefe destes serviços para liderar as reformas democráticas. É uma piada de mau gosto e assim foi recebida pelos egípcios, que continuaram tomando as ruas convencidos que o ciclo de Mubarak havia terminado e que precisava exigir sua renúncia sem mais trâmite. Na tradição do socialismo marxista se diz que uma situação revolucionária se constitui quando os de cima não podem dominar como antes e os de bai- xo já não querem ser dominados como antes. Os de cima não podem porque a política foi derrotada nas lutas de ruas e os oficiais e soldados do exército confraternizam com os manifestantes ao invés de reprimi-los. Não seria de se estranhar que algum outro vazamento, tipo Wikileaks, desvende as intensas pressões da Casa Branca para que o ancião déspota abandone o Egito o quanto antes para evitar uma reedição da tragédia de Teerã. As alternativas que se abrem para os Estados Unidos são poucas e ruins: a) sustentar o regime atual, pagando um custo político fenomenal não só no mundo árabe para defender suas posições e privilégios nessa região crucial do planeta; b) uma tomada de poder por uma aliança cívico-militar onde os opositores de Mubarak estarão destinados a exercer uma gravitação cada vez maior; ou c) o pior dos pesadelos, se é produzido o temido vazio de poder e os islamitas da Irmandade Muçulmana tomam o governo de assalto. Sob qualquer destas hipóteses as coisas já não serão como antes, pois mesmo em uma variante mais mode- rada a probabilidade de que um novo regime no Egito continue sendo um fiel e incondicional peão de Washington é extremamente baixo e, no melhor dos casos, altamente instável. E se o desenlace é o radicalismo islamita, a situação dos Estados Unidos e Israel na região será extremamente vulnerável, levando em conta o efeito dominó da crise que começou na Tunísia, seguiu para o Egito e está sendo sentida em outros importantes aliados dos EUA, como Jordânia e Iêmen, que pode aprofundar a derrota militar norte-americana no Iraque e precipitar uma débâcle no Afeganistão. Caso estes prognósticos sejam cumpridos, o conflito palestino-israelense iria adquirir ressonâncias inéditas, cujos ecos chegariam até os suntuosos palácios dos emirados do Golfo e da própria Arábia Saudita, mudando dramaticamente e para sempre o tabuleiro da política e da economia mundiais. Sociólogo Argentino Artigo publicado no “Página 12” 1 O Leopardo, romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa Tradução: Sandra Luiz Alves As Executivas e Federações de curso são entidades que cumprem na conjuntura atual do movimento estudantil nacional um papel importante de mobilização da base estudantil e articulação das lutas a nível nacional. Centralmente esta articulação nacional se dá via Fenex, espaço este que na prática se expressa como o mais consolidado para articulação do ME (Criação da Frente de Lutas Contra Reforma Universitária, boicote ao Enade, Em defesa da educação contra no Novo Enem, entre outras lutas). O próximo fórum ocorrerá em Porto Alegre (RS), dias 12 e 13 de fevereiro de 2011. O espaço ocorrerá na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre, Avenida João Pessoa 40, Bairro Centro. As pautas programadas: 1 - Analise de conjuntura- Enesso e Feneco 2 - Informes das executivas/federações 3 - Balanço Enade- Enesso, Enefi, Eneenf, Exneef 4 - Criminalização movimentos sociais e criminalização da pobreza 5 - Currículo 6 - Avaliação do Fenex 7 - Avaliação espaço Programação: Sábado 12/02/2011 Manhã Informes das executivas/federações Analise de conjuntura- responsáveis Enesso e Feneco Tarde Balanço Enade - Enesso, Enefi, Eneenf, Exneef Noite Criminalização movimentos sociais e criminalização da pobreza – responsável Enefi. Domingo 13/02/2011 Manhã Currículo – responsáveis Femeh e Exneef Tarde Avaliação do Fenex Avaliação espaço Assinam esta convocatória: Eneenf - Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem Exneef – Executiva Nacional dos Estudantes de Educação Física Enesso – Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social Feab – Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil Feneco – Federação Nacional dos Estudantes de Economia Enefi - Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia 10 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br Opinião Desastres naturais ou falta de diálogo com a Terra? Fotos: Valter Campanato-Abr José Domingues de Godoi Filho* “ A Mãe Terra parece estar ao abandono. O impacto dos riscos geológicos nas nossas vidas e na economia é enorme e nunca deixará de existir. Inundações, tsunamis, tempestades, secas, incêndios, erupções vulcânicas, sismos, deslizamentos e abatimentos de terras são responsáveis, todos os anos, pela perda de milhares de vidas, originando idêntico número de feridos e destruindo lares e meios de subsistência. Não são os riscos naturais que matam as pessoas, mas sim a irresponsabilidade daqueles que permitiram ou induziram as pessoas a ocuparem as margens dos rios, as encostas, dentre outros locais, onde os riscos eram bem conhecidos. (Unesco, 2004.) “ “ decompondo-os, transportando-os e depositando-os nas bacias de sedimentação. O conjunto de processos de transformação do planeta envolvendo a Dinâmica Interna e a Dinâmica Externa ocorre há pelo menos 4,5 bilhões de anos, e é conhecido da espécie humana sendo estudados sistematicamente pelo menos desde o século XIX. Portanto, declarações, comuns em épocas de ocorrências de catástrofes, do tipo que “se conhece determinada região há mais de 50 anos e nunca nada aconteceu” não fazem o menor sentido, pois ainda que fossem séculos, nada significariam perto da idade de ocorrência dos processos geológicos na Terra. Para atender suas necessidades, como energia, transporte, alimentação, moradia, segurança física, saúde, comunicação, a espécie humana é obrigada a ocupar e modificar os espaços naturais terrestres com a construção de cidades, indústrias, usinas para geração de energia, estradas, portos, canais, agropecuária, a extração de madeiras, minérios e combustíveis fósseis e a disposição de rejeitos industriais e urbanos. É a crosta terrestre que fornece a água e os solos que sustentam a espécie humana, a agricultura, as florestas e todas as demais formas de vida, além dos minerais necessários para as construções, à energia e a indústria. Assim, especialmente depois da segunda guerra mundial, como resultado da intensificação de suas ações, a espécie humana se tornou um agente geológico com elevado poder de transformação do planeta. Os ecossistemas naturais, até então resultado da interação da geologia e clima através do tempo passaram a sofrer grandes transformações impostas pelas atividades humanas. Daí a importância de se conhecer as dinâmicas terrestres para a compreensão do arranjo natural das paisagens, com suas formas de relevo, sua dinâmica de superfície, sua história geológica, suas características, seus comportamentos e suas vulnerabilidades frente a uma intervenção humana. É necessário dialogarmos com as pedras para estreitarmos nossa relação com a Terra. As geociências, em particular a geologia, têm contribuído para melhorar o diálogo com a Terra com informações necessárias ao aproveitamento dos recursos minerais, energéticos e hídricos, à prevenção de catástrofes naturais e a melhor utilização do espaço físico.Atuando em interação com outras áreas do conhecimento É necessário dialogarmos com as pedras para estreitarmos nossa relação com a Terra. como a agronomia, a química, a medicina e a engenharia civil, não tem deixado margem para culpar a natureza (com suas encostas e chuvas) pelas catástrofes. Nas últimas décadas, as investigações dos problemas geológicos (estudos geoambientais) decorrentes da relação entre o homem e a superfície terrestre avançaram substancialmente, como resposta ao poder devastador da espécie humana, que tornou o homem um agente geológico com capacidade de transformação da paisagem, semelhante ou, em alguns casos, até maior que a dos eventos geológicos; porém, com uma velocidade muito superior e não assimilável pelo ambiente terrestre. Um dos principais objetivos de um estudo geoambiental é fornecer aos administradores, planejadores e outros profissionais que “ O conceito de áreas de riscos é abrangente, algumas vezes polêmico, mas invariavelmente envolve algum tipo de risco para as atividades da espécie humana em uma dada região da Terra. Os riscos e os respectivos desastres que podem ser gerados são produzidos tanto por processos naturais, como pela ação humana. A IUGS (União Internacional das Ciências Geológicas) define riscos geológicos como um termo que engloba fenômenos geológicos como deslizamentos de terras e erupções vulcânicas; os riscos hidrometeorológicos, do tipo inundações e marés extremas; riscos geofísicos, como sismos. “Qualquer processo da Terra que coloque em risco a vida humana pode ser considerado um risco geológico. O seu âmbito varia desde os acontecimentos locais (por exemplo, a queda de blocos de rochas e fluxo de lama) aos globais, que podem ameaçar a totalidade da espécie humana, como o impacto de asteróides e a ocorrência de grandes erupções em vulcões”. A análise e avaliação dos processos geológicos superficiais que configuram o relevo implicam na necessidade de se considerar o resultado da interação entre as forças envolvidas com as Dinâmicas Interna e Externa da Terra.Os fenômenos de geração de vulcanismo, terremotos e deformações profundas no edifício da crosta terrestres estão relacionados às forças internas da Terra e geram grandes transformações na superfície do planeta, isto é, no relevo. A Dinâmica Externa que está associada aos agentes geológicos como as águas superficiais continentais, as águas oceânicas, os ventos e o gelo, tem como força principal de transformação a energia solar. Os agentes geológicos externos atuam sobre os materiais existentes desagregando-os, atuam na organização e desenvolvimento territorial informações integradas sobre as principais características do meio físico e seu comportamento frente às várias formas de uso e ocupação. Este estudo é também empregado como instrumento de gestão ambiental de empreendimentos como mineração, hidrelétricas, túneis, estradas, indústrias, aterros sanitários, planos diretores, oleodutos, gasodutos e loteamentos e, ainda de regiões geográficas, tais como bacias hidrográficas, unidades de conservação, áreas costeiras, regiões metropolitanas e zonas de fronteira. Para que essas informações produzam resultados e seja estabelecido um diálogo com a Terra, como recomendado pelos diferentes fóruns da IUGS/Unesco, “os cidadãos precisam conhecer onde e quando ocorrem os desastres naturais, a sua extensão, comportamento provável e duração”. Esta é uma questão que se relaciona com “o papel da ciência nas políticas de decisão pública, incluindo a forma como as questões como o risco e a incerteza, a qualidade e quantidade de dados influenciam quem usa a informação, que informação é necessária e com que objetivo ela é utilizada”. É fundamental a interação e a participação da sociedade, para que o diálogo com a Terra não seja truncado e para que, por exemplo, em épocas de chuva os acidentes em obras civis e nos espaços de ocupação humana, que têm causado inúmeras vítimas em nosso país, não sejam atribuídos, pelos responsáveis pelos empreendimentos e por muitas autoridades públicas, à intensidade das chuvas e/ou a imprevistos geológicos Explicações que representam uma violência contra qualquer ser pensante e, salvo melhor juízo, um crime materializado na intenção de enganar a sociedade.Afinal, não são os riscos naturais que matam as pessoas, mas sim a irresponsabilidade daqueles que permitiram ou induziram as pessoas a ocuparem as margens dos rios, as encostas, dentre outros locais, onde os riscos eram bem conhecidos. É a atividade humana que vem transformando o risco natural em desastre, como enfatiza o diretor da Estratégia Internacional de Redução de Desastres da ONU Salvano Briceno, relembrando, ao mesmo tempo, que “na Rússia, a má gestão das florestas foi uma das principais causas dos incêndios que destruíram o país. Na China, o crescimento urbano descontrolado e o desmatamento favorecem os deslizamentos de terra. No Haiti, no dia 12 de Janeiro 2010, os habitantes de Porto Príncipe foram mortos pela sua pobreza, não pelo terremoto. Um mês mais tarde, um terremoto semelhante atingiu o Chile, com muito menos mortos. A diferença foi a miséria, a urbanização dos terrenos de risco, a falta de normas de construção. Todos os anos, um mesmo furacão faz devastações mortais no Haiti, mas nenhuma vítima em Cuba ou na República Dominicana”. O que aconteceu, por exemplo, na região serrana do estado do Rio de Janeiro e em outros locais do país, considerando-se o histórico das chuvas nesses espaços, poderia possivelmente ter gerado processos naturais de escorregamentos e de fluxos de lama, mesmo sem nenhuma ação humana. Contudo, as atividades humanas amplificaram e transformaram, por sua presença, o risco natural em desastre. E o pior, aqueles que deveriam ter a responsabilidade de apurar os acontecimentos e punir os infratores procuram se eximir pelas enchentes e por outros desastres, atribuindo os eventos à sua inevitabilidade e passando para a natureza e, eventualmente, para Deus, a culpa pelas catástrofes. Sem retroceder muito no tempo e relembro apenas os desastres que foram motivos de destaque no noticiário: o colapso do túnel da Estação Pinheiros do Metrô de São 11 Paulo (2007); os escorregamentos, fluxos de lama e inundações/enchentes devido às chuvas em 2008, em Santa Catarina e; em 2010, ao longo da bacia do rio Mundaú (AL), nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Angra dos Reis no estado do Rio de Janeiro, em São Paulo (SP), Recife (PE) e Salvador (BA). No mesmo período de tempo também foram registrados acidentes com as barragens de Câmara (PB), Apertadinho (RO), Espora (GO), Algodões I (PI), Cataguazes (MG) e Mirai (MG). E, agora, os graves eventos ocorridos nesse verão na região serrana do estado do Rio de Janeiro e em diferentes locais de outros estados. Já passou da hora e é preciso parar de considerar desastres naturais como algo imutável e inevitável e assumir que são as condições do desenvolvimento social e econômico, da ocupação do espaço rural e do crescimento urbano que criam ou reduzem os desastres e os riscos. Como nem sempre é possível evitar os riscos naturais, é imperativo que se implante uma estratégia de redução do risco, em substituição à política de gestão dos desastres. Já os cientistas e demais profissionais principalmente da área das engenharias não devem esquecer que, apesar dos métodos científicos prometerem e acenarem com a possibilidade de uma ciência do risco e da sustentabilidade melhorada, as políticas públicas serão sempre influenciadas pelo público e pela agenda política do dia. Isto tudo sem falar das contribuições e afrontas às normas técnicas e à legislação vigente no país produzidas, nos últimos anos, pelos ocupantes dos cargos mais elevados do poder executivo, com o discurso de acelerar o crescimento, o que só tem acelerado as catástrofes. Com a continuação do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, seria importante que a sociedade exigisse dos governantes sua efetiva participação na construção de um diálogo com a Terra, para que daqui a quatros anos não chegue a triste conclusão de que foi submetida a um Programa de Aceleração de Catástrofes. Finalmente, não é demais relembrar o alerta do Engenheiro Carlos Henrique Medeiros, divulgado pela Revista da ABGE – Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (nº 85, julho-agosto-setembro de 2009) de que: “Precisamos refletir sobre as nossas limitações técnicas e/ou organizacionais, bem como sobre os fatores de natureza não técnica: contratação pelo menor preço, deficiência ou ausência de fiscalização, projetos com foco na economia e utilizando técnicos e/ou consultores sem a devida qualificação, prazos inexequíveis para os estudos, projetos e construção, planejamento e gerenciamento incompatíveis com a complexidade do projeto e técnicas executivas selecionadas, redução da equipe técnica, destruição da memória técnica de empresas tradicionais, assim como o sucateamento das universidades e institutos de pesquisa”. *Professor da UFMT/Departamento de Geologia Geral e doutorando da UFRJ/IPPUR 12 UFRJ PR-5 coordena as frentes de ajuda à Região Serrana 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br UFRJ visita Nova Friburgo Uma equipe de professores de diversas áreas: Psicologia, Geologia, Serviço Social e Enfermagem, acompanhada de alunos da universidade, esteve no município de Nova Friburgo no dia 1º de fevereiro. A Pró-reitoria de Extensão (PR-5) coordena os trabalhos de ajuda à Região Serrana. Uma das principais dificuldades relatadas pela Defesa Civil, na visita, é o alto número de vistorias e laudos geotécnicos para avaliar os impactos da catástrofe ocorrida com as chuvas do início do ano. Segundo a pró-reitora de Extensão, Laura Tavares, há necessidade de expedir mais de seis mil laudos e vistorias até o dia 20 de fevereiro. A prefeitura municipal, segundo Laura Tavares, também apresentou suas demandas ao grupo. Os principais problemas enfrentados pela prefeitura dizem respeito ao atendimento nas áreas de Engenharia, Psicologia e Serviço Social. Já a Defensoria Pública de Nova Friburgo solicitou à UFRJ laudos técnicos que deem embasamento frente a situações de remoções possivelmente injustificadas. Tarefas divididas A equipe de saúde trabalhou no hospital público da cidade. A de serviço social foi para os abrigos, onde foram realizados atendimentos para montar um diagnóstico da atual situação. Para Laura Tavares, o trabalho dos estudantes foi fundamental: “Cabe ressaltar a participação dos alunos. A experiência lhes trouxe um aprendizado importante”, observou a pró-reitora. A catástrofe desestruturou completamente a cidade e as famílias da região. Para tentar dar conta de tamanhas perdas e reerguer não só a cidade, mas principalmente as pessoas, tudo passa a ser prioridade. A UFRJ concentrará esforços em algumas áreas: “Emergencialmente as demandas são, de um lado o atendimento às pessoas e famílias que perderam tudo, sobretudo as crianças. Aqui o atendimento psicológico e a assistência social são prioridades. De outro lado estão as demandas relacionadas aos problemas da avaliação geotécnica dos impactos do desastre”, avalia Laura Tavares. Valter Campanato-Abr Reunião monta Comitê de Crise do CCS Objetivo inicial é auxiliar no atendimento às vítimas da Região Serrana Destruição de rua na cidade da região serrana Sobre os trabalhos a serem feitos no médio e longo prazos, a pró-reitora desUniversidade definirá taca que a universidade definirá as frentes as frentes de atuação de atuação “em conjunto, e de modo par“em conjunto, e de ticipativo, com a população”: “Friburgo está destruída e precisa de um novo plamodo participativo, nejamento urbano, ambiental”. Para ela, a com a população” responsabilidade da UFRJ na reconstrução da cidade está em ajudar a resolver os problemas de habitação e de novas frentes de bém participa da mobilização. trabalho para os desabrigados. Unidades envolvidas O trabalho da UFRJ em ajuda à Região Serrana é interdisciplinar e conta com diversas Unidades. No CCS: o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), a Escola de Enfermagem Anna Nery, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Estudo em Saúde Coletiva são as principais Unidades envolvidas. O Centro de Tecnologia também participa da frente por meio de seus núcleos e projetos de extensão, como o Laboratório de Solidariedade Técnica (Soltec) e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP). A Faculdade de Arquitetura e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur) estão envolvidos na elaboração de projetos futuros. A Faculdade de Letras tam- Para participar Quem ainda deseja participar da articulação deve comparecer às reuniões programadas para todas as quartas-feiras, sempre às 14h30. As reuniões são comunicadas a todos os coordenadores de Extensão ou diretores adjuntos de extensão das Unidades e Centros, bem como aos coordenadores de programas e projetos de Extensão. a próxima será quarta-feira (9), no Auditório da Escola de Belas Artes (6º andar do prédio da reitoria) Há, também, a possibilidade de ajudar com doações. A PR-5 concentra-se neste momento, na coleta de materiais para trabalho lúdico. A Casa da Ciência e a Faculdade de Letras funcionam como postos de doação desses materiais. No dia 3 de fevereiro, uma reunião no Centro de Ciências da Saúde definiu quatro eixos temáticos de encaminhamentos de trabalho para a Região Serrana. Foi criado o Comitê de Crise do CCS, cuja tarefa será elaborar materiais didáticos de orientação e manuais, além de criar mecanismos para auxiliar a população em grandes catástrofes. Fazem parte desse comitê os professores: Edmilson Migowski (diretor do IPPMG), José Leonídio Pereira (coordenador da Maternidade-Escola), Michele Lopes Pedrosa (Instituto de Ginecologia), Sandra Becker (Instituto de Estudos em Saúde Coletiva – Iesc), Jacqueline Cintra (Iesc), Sidney Coutinho (Agência de Notícias do CCS), Deyse Santoro (EEAN) e Lúcio Pereira de Souza (Faculdade de Medicina). Além do comitê, foram formados grupos de trabalho para desenvolver projeto de ações coordenadas de: alimentos e medicamentos; vigilância epidemiológica (promoção da saúde e controle de enfermidades e epidemias) e ambiental (atividades de recuperação, gestão territorial e conservação de biodiversidade); atividades lúdicas (para resgate da auto-estima e cidadania). Para isso, foram implantados: GT de Gestão Ambiental, GT de Gestão de Medicamentos, GT de Gestão de Alimentos e Nutrição, GT de Vigilância Epidemiológica e GT de Atividades Lúdicas, Auto-Estima e Cidadania. A decania do CCS constituiu, ainda, uma Comissão Colegiada de Coordenação e Facilitação dos Grupos de Trabalho Conformados e a Assessoria de Projetos Especiais do CCS. As reuniões de integração das atividades nos diferentes grupos de trabalho serão realizadas até o dia 16. Já a reunião para a apresentação dos projetos está agendada para o dia 21, às 14h, no Auditório Hélio Fraga. Anote Exposição “Sensações do Passado Geológico da Terra” A Casa da Ciência da UFRJ, em parceria com o Departamento de Geologia da UFRJ, apresenta a exposição Sensações do Passado Geológico da Terra, até 15 de maio. A exposição estará aberta à visitação, de terça a sexta, das 9h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, de 10h às 20h. Os visitantes terão a possibilidade de conhecer os grandes eventos de transformação do planeta ao experimentar as sensações de um terremoto, acompanhar a evolução do homem, tocar em rochas de bilhões de anos, entre outras atrações. Além disso, serão oferecidas atividades paralelas, como Laboratório Sensorial, “contação” de histórias e cineclube. A exposição oferece também atividades especiais para escolas do ensino médio e professores. A Casa da Ciência está localizada na Rua Lauro Muller, 3, Botafogo. A entrada é franca com distribuição de senhas no local. 9 de fevereiro 2011 Andes-SN Andes-SN isenta docentes de imposto sindical obrigatório Com o objetivo de assegurar que os professores universitários continuem isentos da contribuição sindical, também conhecida como imposto sindical compulsório, o Andes-SN publicou aviso no Diário Oficial da União – DOU instruindo às instituições de ensino superior do país a não efetuarem tal desconto. Legítimo representante dos docentes universitários do país, o Sindicato Nacional abre mão deste imposto herdado na legislação brasileira de um dos períodos de maior tutela do Estado sobre as organizações sindicais, e, por decisão política da sua base, vive exclusivamente da contribuição mensal deliberada pela base da categoria em assembleias gerais e congressos. Tal compromisso é disposição estatutária do Andes-SN. O imposto sindical, que corresponde ao valor de um dia de trabalho, é descontado dos salários dos trabalhadores brasileiros na folha salarial relativa a fevereiro, que é paga, normalmente, no início de março. “A contribuição compulsória é uma das estratégias do governo para manter os sindicatos atrelados a ele. E o AndesSN não admite esse atrelamento. Lutamos pela autonomia sindical plena”, explica a presidente do Sindicato Nacional, Marina Barbosa Pinto. Somente em 2009, o governo federal repassou quase R$ 2 bilhões de contribuição sindical compulsória às seis maiores centrais sindicais, que dividiram o montante com os 9.046 sindicatos regularizados do país. O Andes-SN não recebeu nenhum centavo deste dinheiro. O aviso publicado no Diário Oficial também notifica as instituições de ensino superior que a contribuição sindical da categoria docente não pode ser recolhida para outro sindicato, sob pena de o AndesSN tomar as medidas judiciais cabíveis. Nos casos em que o desconto é efetuado em favor do Andes-SN, mesmo à revelia do desejo do Sindicato, o montante é devolvido ao sindicalizado, como ocorreu, por exemplo, em junho do ano passado, quando 200 docentes da EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba) foram ressarcidos dos descontos efetuados entre 2006 e 2009, por meio de mais de 200 cheques repassados pelo Andes-SN. Fonte: Imprensa do Andes-SN Movimento Fórum unitário consolida agenda de lutas para 2011 Reunião ocorreu no último dia 27, em Brasília Cerca de cem pessoas, integrantes de entidades sindicais e movimentos sociais nacionais, estaduais e municipais que representam os trabalhadores dos setores público e privado, se reuniram em Brasília no dia 27 de janeiro para debater e organizar ações em torno da defesa dos direitos dos trabalhadores e da aposentadoria em 2011. Entre as entidades presentes na atividade, estiveram Andes-SN, CSP-Conlutas, Intersindical e MTST, entre outras. Durante a manhã, as intervenções dos participantes convergiram para a compreensão de que a união entre entidades representadas no encontro criará mais e melhores condições para o enfrentamento a questões centrais que atingem a população brasileira. Para tanto, foram definidos pontos comuns de intervenção a partir da discussão feita pelas entidades em novembro passado, e traçada uma agenda unificada de ações. As entidades tornaram consenso o dia 16/2 como dia unitário de luta, que cobrará a reversão de medidas que atentam contra a classe trabalhadora. “É preciso saber assimilar as questões gerais e específicas de cada categoria e de cada setor, com a clareza de que são reivindicações que se combinam e que vão construir com responsabilidade política a unidade de ação, para que todos tenham suas bandeiras e construções contempladas. Que isso sirva com pontapé inicial para fortalecer a luta nacional que se inicia e que vai se enraizar nos estados”, avalia a presidente do Andes-SN, Marina Barbosa Pinto. Fonte: Andes-SN 13 www.adufrj.org.br Leia abaixo os eixos que ordenam a luta central das entidades: - Salário mínimo: os deputados e senadores desta casa decidiram dar aos seus salários 63% de reajuste. Diante desta liberalidade e a falta de critério de índices igualitários, queremos um reajuste substancial concedido também ao salário mínimo, buscando justiça social no país, com uma melhor distribuição de renda; - Serviço e servidores públicos: Não aceitamos cortes no orçamento da saúde, educação e outras políticas públicas de interesse do povo brasileiro. É preciso aumentar os investimentos nestas áreas. Não aceitamos o congelamento de salários dos Servidores Públicos Federais (PL 549) e, ao mesmo tempo, exigimos o cumprimento dos acordos feitos anteriormente com estes trabalhadores. O que deve acabar é o superávit primário, recursos públicos destinados a pagar juros aos bancos; - Aposentadoria: Não aceitamos a diminuição da contribuição das empresas para o financiamento da previdência social. Queremos a recomposição do valor que as aposentadorias tinham – em salários mínimos – quando foram concedidas e o mesmo reajuste do salário mínimo para todas as aposentadorias; o fim do fator previdenciário e o fim da alta programada; - Direitos dos trabalhadores: Não aceitamos a flexibilização, diminuição ou eliminação dos direitos dos trabalhadores, tenha o nome de “desoneração da folha de salários”, “prevalência do negociado sobre o legislado” ou outro qualquer. Queremos a ampliação dos direitos da nossa classe, com o fim da terceirização e a redução da jornada de trabalho; - Tabela do imposto de renda: Queremos a correção imediata da tabela de desconto do imposto de renda; - Socorro às vítimas das enchentes: O povo pobre não pode continuar sendo penalizado. Queremos a liberação de todos os recursos necessários para a atenção às vítimas e a reconstrução das áreas atingidas, garantia de salário e emprego e um plano de obras públicas com prioridade de contratação dos atingidos que estejam desempregados. Somos contra as remoções violentas e exigimos a responsabilização e apuração dos agentes responsáveis que burlam a lei, que degradam a natureza e o meio ambiente. Resenha EAD forma mais professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Polêmica entre especialistas, a educação a distância cresceu e hoje forma a maior parte dos futuros professores que darão aulas da creche ao quinto ano do ensino fundamental (antigo primário). A informação é da reportagem de Angela Pinho publicada na edição de sextafeira da Folha. De acordo com o texto, em 2002, o ensino presencial formava 98% dos estudantes graduados nas áreas de pedagogia. Em 2009, ano do mais recente censo da educação superior, a situação se modificou, mostrando que 55% dos formados vieram de cursos da modalidade a distância (Folha de S. Paulo, 4/2). Lançado site para mídia alternativa A partir de uma ideia surgida durante o 1º Fórum de Mídia Livre, o jornalista Arthur William desenvolveu um portal para unir as iniciativas de comunicação alternativa. Trata-se do site www.soesquerda.com.br, disponível na rede desde o dia 1º de fevereiro. Neste endereço, os internautas terão acesso aos veículos de comunicação online de movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos. Os blogueiros progressistas e os midialivristas também estão no Só Esquerda. O novo portal da esquerda brasileira é colaborativo, ou seja, todos podem participar de sua construção e atualização. “O conceito de esquerda é amplo, por isso o critério que o site utiliza é o da autodeclaração”, explica Arthur. O responsável por esta iniciativa também informa que as sugestões de portais e blogs para serem incluídos no Só Esquerda devem ser enviadas para o e-mail [email protected]. br (Agência Petroleira de Notícias, 4/2). Uso de agrotóxicos deve bater recorde Dependendo do volume de vendas estimado em 2010 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o uso dos agrotóxicos nas lavouras brasileiras deve bater um novo recorde. Na safra de 2009, foi utilizado um milhão de toneladas de defensivos agrícolas, adubos e fertilizantes. As empresas do setor anunciarão o desempenho somente no início de março, mas os dados foram confirmados no final de 2010 pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), Laércio Valentin Giampani. Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos (Radioagência NP, 4/2). 14 9 de fevereiro 2011 www.adufrj.org.br Opinião O estado das universidades brasileiras “ Maurizio Ferrante (*) Depoimento de um experiente leitor de quadros de avisos Uma fonte de informações interessantes do estado atual da academia é representada pelos quadros de avisos de universidades. Entre anúncios tipo – aluga-se vaga em república feminina, vendem-se bicicleta com 12 marchas, geladeira semi-nova e um Gol 1998 em bom estado – aparecem chamadas vagamente relacionadas com estudo e carreira; por exemplo, avisos de palestras e cursos. Um tema que vem aparecendo mais e mais nos quadros de aviso, mas também em jornais e revistas que de vez em quando se ocupam de educação e afins, é o empreendedorismo. Assim mesmo: com dois ‘és’. Todos nós sabemos do que se trata: uma atitude independente e corajosa, que pressupõe espírito de iniciativa, destemor ao risco e, por fim, conhecimento técnico, atitudes “manageriais” e um bocado de ambição. Com minha longa experiência de quadros de aviso de universidades posso atestar que nossa juventude está sendo bombardeada por mensagens que endeusam a tal atitude. Os recipientes são estudantes das engenharias e ciências da computação, como também físicos, químicos e biólogos. Não consigo me livrar da impressão de que as mensagens carreguem a silenciosa premissa de que seguir uma carreira acadêmica ou fazer carreira, primeiro em chão de fábrica e depois em atividades mais estratégicas, seja próprio dos menos capazes. Talvez esteja sendo injusto, mas é o que implica a adjetivação utilizada, que recobre de méritos o engenheiro (ou químico, ou físico...) empreendedor, e lhe aponta como inevitável o sucesso de sua pequena empresa, invariavelmente de base científica e com grande carga de inovação. Em torno dessa ideia, a partir de 1984 começam a nascer os parques tecnológicos, Entre anúncios tipo aluga-se vaga em república feminina, vendem-se bicicleta com 12 marchas, geladeira semi-nova e um Gol 1998 em bom estado - aparecem chamadas vagamente relacionadas com estudo e carreira; por exemplo, avisos de palestras e cursos. “ Lembro que em uma eleição passada, o mote que acompanhava um dos candidatos era “deixe o homem trabalhar”. Eu adaptaria essa frase aos estudantes universitários (e secundaristas também): “deixem o estudante estudar em paz” que hoje no Brasil são mais de duzentos (na minha cidade tem dois), alimentados por diversos tipos de financiamento; CNPq, Secretaria de Ciência e Tecnologia dos Estados, etc., e cujo desempenho – perdas e ganhos – nunca foi apresentado aos pagadores de imposto. Notável é a ausência quase que completa de capital de risco provindo de grandes empresas ou mesmo de investidores pessoas físicas. Sabemos que o tempo presente é a era dos serviços, natural sucessora da era da indústria, e o empreendedorismo, alardeado como a vocação dos mais capazes, passou a formar um mercado per se, sobre o qual se pode ganhar dinheiro. Isso levou à proliferação de parques tecnológicos, incubadeiras de novas empresas e entes do tipo, que logicamente necessitam de presidentes, diretores e administradores, perpetuando-se assim o ciclo do existo porque existo e quero continuar existindo. Das empresas amparadas por esses Parques e incubadeiras sabe-se pouco, e as perguntas que se colocam são: qual a taxa de mortalidade – Suíça ou de terceiro mundo? Qual o peso econômico das empresas? Qual o seu nível tecnológico médio? Lembro-me de quando visitei a Feira de um desses Parques, e surpreso me deparei com o estande de uma (hoje falida) fábrica de tratores exibindo o seu já então vetusto produto. Naturalmente há exceções, e muitas, e pontos de vista diferentes, mas a intenção deste artigo não é tanto discutir os prós e contras do empreendedorismo no plano econômico ou no de formador de estruturas tecnológicas consistentes, como de levantar questões sobre o efeito que esse pesadissimo marketing da carreira possa ter sobre os estudantes. Os apelos ao empreendedorismo deixam de mencionar que uma empresa de base tecnológica depende do aparecimento de uma idéia que não surge do ar, mas é pacientemente garimpada entre princípios científicos, experimentos e, principalmente, conhecimento de causa. Lembro que em uma eleição passada, o mote que acompanhava um dos candidatos era “deixe o homem trabalhar”. Eu adaptaria essa frase aos estudantes universitários (e secundaristas também): “deixem o estudante estudar em paz”. Sem o distrair continuamente com palestras de empreendedorismo, ou de como elaborar um curriculum vitae, escrever uma patente, e coisas do tipo. Tudo isso está sendo ministrado antes do tempo, e os que seguem essa sereia (porque é mais fácil ouvi-la do que espremer o cérebro sobre um texto de termodinâmica) acabam perdendo a oportunidade de se preparar melhor e fundamentar melhor suas ideias, que aí sim serão criativas. A falta de engenheiros no Brasil é muito grande; formamos 30.000 profissionais por ano, pouco se comparado com a China – 400 mil; Índia – 250 mil, e Coreia do Sul – país pequenino com 50 milhões de habitantes que forma 80 mil engenheiros. A urgência é grande, e uma meta da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – órgão do MEC) é a evolução daqueles 30 mil para 40 mil nos próximos três anos. Esses números dão razão à CNI (Confederação Nacional da Indústria) que prevê um excesso de 150 mil vagas em setores técnicos. Mas além da questão quantitativa, há a qualitativa: José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP faz notar que “... só um entre quatro engenheiros possui formação adequada...”. De fato, dependendo de como se contam há 1.087 cursos no país, dos quais a metade em escolas particulares, e uma olhada nas notas do Enade dessa metade explica as palavras do professor. Se ainda por cima desviamos antes do tempo um porcentual de estudantes desse mercado, e o distraímos com falsas e antitempo preocupações, não estamos colaborando muito com a solução dos problemas, estamos? (*) Professor do Departamento de Engenharia de Materiais, na Universidade Federal de São Carlos. Publicado originalmente no www.cartamaior.com.br em 28/02/2011 9 de fevereiro 2011 15 www.adufrj.org.br UFRJ Recadastramento de pensionistas e aposentados continua pela PR-4 Procedimento via rede bancária foi suspenso pelo governo Em função do grande número de ligações recebidas pela secretaria da Adufrj-SSind, vale a informação: o recadastramento de aposentados e pensionistas continua sendo feito pela Pró-reitoria de Pessoal da UFRJ (PR-4), assim como nos últimos anos. Em 2010, houve uma certa confusão, pois o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) anunciou novo procedimento que obrigaria os cerca de 700 mil aposentados e beneficiários de pensão da União a comparecerem a uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Em 9 de agosto de 2010, porém, na véspera do que seria o início desta atualização dos dados cadastrais pela rede bancária, o governo suspendeu tudo: “Estão em fase de conclusão o Manual de Orientação para as pessoas que devem participar da atualização, bem como o sistema informatizado necessário ao cumprimento do processo”, justificou uma nota na página eletrônica do MPOG. Até agora, nenhuma nova orientação foi repassada pelo ministério. Não forneçam dados a estranhos! Desde novembro, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão divulga um alerta sobre golpe ocorrido em Minas Gerais, mas que pode se repetir em outros estados: pessoas se apresentam como funcionários de um órgão ou entidade federal e visitam servidores aposentados e pensionistas, sob o pretexto de realização do recadastramento do governo. Normalmente, perguntam pelo contracheque, pedem identidade, CPF e apresentam folha em branco para ser assinada. Com os dados fornecidos e a assinatura, os golpistas fazem compras ou empréstimos consignados junto a entidades financeiras. Na UFRJ, duas opções: reitoria e Praia Vermelha A funcionária técnico-administrativa Maria José Vitor, da PR-4, observa que o recadastramento pode ser feito no prédio da reitoria, no Fundão ou no campus da Praia Vermelha, no prédio em frente à subprefeitura universitária. Quem estiver em outro estado deve buscar uma universidade federal mais próxima para proceder à atualização e enviar os dados para a UFRJ. Caso esteja fora do país, deve procurar um consulado brasileiro. A documentação necessária para o recadastramento, tanto para aposentados como para pensionistas, é um documento de identificação e o contracheque. Gildélia Maria de Oliveira, da Divisão de Legislação da PR-4, acrescenta que, como muitas universidades deixaram de realizar o recadastramento, Cartilha “A Previdência e os Docentes das Instituições Públicas” Produzida pelo Andes-SN, a cartilha “A Previdência e os Docentes das Instituições Públicas” pode ser encontrada na página eletrônica www.andes.org.br e representa um chamado em defesa do sistema de previdência social pública do Brasil. A publicação, de 28 páginas, esclarece os princípios sobre seguridade e previdência social defendidos pelo Andes-SN; os regimes de previdência vigentes no Brasil; direitos de aposentadoria dos docentes do ensino público; a contrarreforma da previdência social; a história da luta pela previdência social pública; um quadro comparativo das perdas de direitos a partir da edição das várias emendas constitucionais; e as modalidades de aposentadoria de acordo com a situação dos docentes. à espera de uma orientação do MPOG, os aposentados e pensionistas que estão em outros estados podem emitir um atestado em posto da Polícia Federal e enviarem seus dados para a UFRJ: “As pessoas normalmente vão ao Ministério da Fazenda fazer tal solicitação, mas como muitos locais pararam de fazer o recadastramento devido a esta espera de uma resposta oficial do Ministério do Planejamento, alguns estão pegando na Polícia Federal mesmo”, disse. Procuração Para os que não possuem condições de se locomover até as instalações da universidade, há como enviar um representante legal e solicitar, por meio da apresentação de um laudo médico, uma visita domiciliar. Nesta visita, um funcionário da PR-4 se encarrega de fazer o recadastramento para a pessoa. Os portadores de deficiências físicas também têm à sua disposição, no primeiro andar do prédio da reitoria, cadeiras de rodas que podem ser solicitadas aos funcionários da portaria. Contatos Para tirar outras dúvidas, os interessados podem ligar para os telefones 2598-1790 (aposentados) e 2598-1801 (pensionistas). Anote Exibição do “O Petróleo Tem que Ser Nosso – Última Fronteira” O Grêmio Livre Estudantil do CEFET/RJ e a Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (AERJ), com apoio do Sindipetro-RJ, promovem nesta quinta-feira, 10/2, às 10h, a exibição e debate do filme “O Petróleo Tem que Ser Nosso – Última Fronteira”, no auditório 1 do CEFET/RJ, no bairro do Maracanã (RJ). MTST Rio promove Seminário sobre a conjuntura do movimento O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) está organizando no Rio de Janeiro um seminário nos dias 11 e 12 de fevereiro. O seminário vai tematizar a luta pela moradia, fazendo um resgate histórico e trazendo o MTST como uma alternativa para esta luta. Local: Rua Joaquim Silva, 95 – Lapa (Atrás da Sala Cecília Meireles) Horário: sexta, das 14h às 19h e sábado, das 10h às 17h 16 UFRJ www.adufrj.org.br 9 de fevereiro 2011 Candidatos se apresentam para a próxima reitoria Elaboração das listas tríplices foi marcada para 28 de abril Em 2011, a UFRJ vai escolher uma nova reitoria para os próximos quatro anos. A inscrição oficial dos nomes concorrentes, prevista para 15 de março, ainda está um pouco distante, mas a campanha já está a pleno vapor, e algumas candidaturas têm se apresentado nos diversos campi da universidade. Alcino Ferreira Camara Neto, professor do Núcleo de Estudos Internacionais (NEI), ex-decano do CCJE (candidato a reitor), e a professora Maria José Coelho, da Escola de Enfermagem Anna Nery (candidata a vice-reitora), compõem a chapa “A UFRJ de que o Brasil precisa”. No blog http://alcinoreitor.zip.net/index. html, os internautas já podem encontrar um programa resumido da chapa. Carlos Antonio Levi da Conceição, professor da Escola Politécnica e da Coppe, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (candidato a reitor), e Antonio José Ledo Alves da Cunha, atual diretor da Faculdade de Medicina (candidato a vice-reitor), constituem a chapa “UFRJ em Movimento”. Em http://ufrjemmovimento.blogspot.com, os interessados recebem o anúncio de reuniões temáticas para construir o futuro da instituição. Godofredo de Oliveira Neto, professor da Faculdade de Letras, ex-subsecretário de Educação do estado do Rio (candidato a reitor), e Lea Miriam Barbosa da Fonseca, professora da Faculdade de Medicina (candidata a vice-reitora), formam a chapa “A UFRJ que Nós Queremos”. Também há um blog (http://www.aufrjquenosqueremos.blogspot.com) no qual pode ser lido o manifesto da candidatura. Uma quarta chapa está sendo constituída Uma quarta chapa para esta eleição também está sendo construída. Na semana passada, um grupo de estudantes, funcionários e professores se reuniram para discutir um programa para administração da UFRJ baseado em propostas alternativas à expansão e reestruturação feita com base no Reuni definidas pela comunidade universitária ao longo dos últimos anos. Agenda dos candidatos Alcino Câmara 09/02 - tarde: campanha no Centro da cidade 10/02 - manhã: reunião com estudantes e , depois, Consuni tarde: EBA e Museu D. João noite: blog 11/02 - início da tarde: prefeitura fim da tarde: CLA 12/02 - noite: jantar com lideranças do CT 16/02 – reunião com servidores e docentes do CT ao meio-dia 18/02 – campanha em Macaé Carlos Levi 09/02 – Visita à Faculdade Nacional de Direito, às 13h. Godofredo Neto 10/02 – às 11h, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e, às 18h, FACC. 14/02 – às 11h, CFCH 15/02 – ao meio-dia, Coppe 21/02 – às 11h, Macaé Reunião para a formação da outra chapa Nesta, quarta-feira, dia 9 de fevereiro, às 14h, no auditório da Escola de Serviço Social, está sendo convocada uma reunião de estudantes, professores e tecnico-administrativos, para avançar na formulação das propostas do programa de ação e adotar definições em relação à integração da chapa. Calendário oficial da eleição Reunião do Consuni para apreciar proposta de Regimento...............................................................24/02 Inscrição de candidaturas...........................................................15/03 Campanha com debates................................................18/03 a 08/04 Realização do primeiro turno da pesquisa.................... 11, 12 e 13/04 Divulgação dos resultados da pesquisa......................................14/04 Realização eventual do segundo turno da pesquisa..... 18, 19 e 20/04 Divulgação dos resultados do segundo turno da pesquisa........................................................................22/04 Elaboração das listas tríplices pelo Colégio Eleitoral . ............... 28/04 A próxima reunião aberta para organização e definição de nomes que comporão a chapa foi marcada para esta quarta-feira, dia 9, às 14h, no auditório da Escola de Serviço Social. A base do programa que vem sendo discutida pelos que defendem uma nova candidatura será o documento “Expansão e Reforma da UFRJ. Uma proposta Alternativa para o debate” (www. adufrj.org.br//observatorio/wp-content/ uploads/2009/08/Expansão-e-reformada-UFRJ-proposta-alternativa-para-odebate.pdf), apresentado ao Consuni, em outubro de 2007. Consuni organiza o processo eleitoral Para organizar o processo sucessório, que ainda segue a legislação das listas tríplices (a universidade manda os nomes para o MEC decidir quem será o reitor), em outubro do ano passado, o Conselho Universitário editou a resolução nº 23. A escolha dos nomes para compor as listas será realizada em 28 de abril, em reunião conjunta dos colegiados superiores da UFRJ (Consuni, Conselho de Ensino de Graduação, Conselho de Ensino para Graduados e Conselho de Curadores). Previamente, haverá uma pesquisa eleitoral junto aos segmentos da universidade. O resultado desta pesquisa deverá se refletir na escolha final do colégio eleitoral formado pelos representantes dos colegiados superiores. São elegíveis todos os docentes da UFRJ, em efetivo exercício, que integrem a Carreira do Magistério Superior e ocupem os cargos de Professor Titular e de Professor Associado, nível 3, ou que sejam portadores do título de doutor, neste caso independentemente do nível ou da classe do cargo ocupado. Uma Comissão Coordenadora do Processo Sucessório apresentará ao Consuni, na sessão de 24 de fevereiro, para apreciação e deliberação, proposta de regimento para o processo de votação. A comissão foi designada pelas portarias nº 4.316, de 29 de novembro, e nº 4.522, de 21 de dezembro de 2010, com integrantes dos colegiados superiores, além de representantes docentes dos Centros, discentes e técnico-administrativos.