A Divulgação Científica e as Instituições1
Luciana Arruda Alves2
O processo de produção do conhecimento, estando aí incluídas a sua disseminação e
divulgação, através de diferentes instituições e tecnologias de linguagem, se dá em condições
históricas específicas. Se tomarmos como referência inicial, o artigo de Moreira e Massarani,
Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil (2002), poderemos observar que as
primeiras iniciativas, embora precárias e esparsas, datam da segunda metade do século XVIII
e vão proliferando pouco a pouco, pois o desenvolvimento da própria ciência no Brasil, um
país colonizado, evolui de forma lenta.
Nas últimas décadas do século XX, observamos, contudo, uma intensificação desse
movimento de expansão e de institucionalização da divulgação científica, pela organização de
profissionais e de instituições, pela criação dos museus de ciência, pela ampliação de espaços
na mídia e no mundo digital.
Neste trabalho, tempos por objetivo compreender como vem se dando essa
institucionalização, produzindo efeitos de unidade e de estabilidade em e para a ciência que é,
por natureza, um processo não fechado e em contínua mudança. Tomamos como referencial
teórico e metodológico a Análise de Discurso e formulamos uma questão mais ampla para o
desenvolvimento da pesquisa de que este artigo faz parte. Como em uma sociedade do
conhecimento e da informação, como a nossa, vem se dando a distribuição e apropriação
coletiva do conhecimento pelo sujeito urbano, produzindo efeitos-leitor de divulgação
científica?
No processo de institucionalização não há mera transposição ou tradução do discurso
científico para o discurso da divulgação, alheias às determinações históricas, mas a criação de
um imaginário sobre a ciência e os conhecimentos por ela elaborados, produzindo sentidos e
efeitos-sujeito que irão colocar em movimento práticas científicas, sociais e políticas. Esse
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Comunicação apresentada em uma Sessão Coordenada denominada Linguagem e conhecimento: espaços de
circulação, durante a VII Semana Universitária da Universidade Católica de Brasília, realizada de 26 a 30 de
setembro de 2005, que teve como tema “Rumos do conhecimento no século XXI: papel da universidade na
construção de um novo mundo”.
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Estudante de Iniciação Científica do projeto Professor: um sujeito leitor de ciência, financiado pela UCB e
coordenado pela Dra. Mariza Vieira da Silva
projeto político de institucionalizar a divulgação científica implica relações complexas entre
linguagem e ciência que nos interessa compreender.
O corpus que iremos trabalhar nesta comunicação, parte de um projeto de pesquisa
mais amplo, é a Associação Brasileira de Divulgação Científica - ABRADIC3, que congrega
pesquisadores e divulgadores científicos, e que foi criada em maio de 2001, “para dar apoio
aos pesquisadores, com alcance nacional e internacional, voltada para um público
diversificado, porém interessado em usar os avanços da ciência e tecnologia para melhorar a
qualidade de vida ao seu redor”. Fizemos, então, um primeiro recorte para descrição e análise
centrado no texto que trata dos objetivos da ABRADIC.
Iniciamos nossa análise, considerando a questão formulada, buscando definir o que
seria “institucionalização”, com uma ida ao dicionário de Aurélio Buarque de Holanda (1998).
A palavra institucionalização não é apresentada como verbete, neste dicionário, mas
encontramos:
“Institucionalizar v.t.d 1. Dar caráter de instituição a; tomar institucional. P. 2.
Adquirir o caráter de institucional. P.2. Adquirir o caráter de instituição; tornar-se
institucional § institucionalização, s.f; institucionalizado, adj.”
Considerando que o primeiro enunciado definidor do verbete acima nos remete a noção
de instituição, decidimos observar o funcionamento do verbete que apresentamos a seguir:
“Instituição (u-i). s.f 1. Ato de instituir, criação estabelecimento. 2. A coisa instituída ou
estabelecida; instituto. 3. Associação de organização de caráter social, educacional,
religioso, filantrópico, etc. 4. Jur. Nomeação (herdeiro). 5. Social. Estrutura decorrente
de necessidade sociais básicas, com caráter de relativa permanência, e identificável
pelo valor de seus códigos de conduta, alguns deles expressos em leis; instituto. 6. Fig.
Pessoa ou coisa que por sua eficiência, antiguidade, etc, como que representa uma
instituição.” (5)
Com base nos verbetes transcritos, temos alguns pontos relevantes para serem
discutidos e, dessa forma, tentarmos levantar questões, levando-nos a conhecer e a
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A ABRADIC só irá ganhar sua legitimidade depois do I Encontro Internacional de Divulgação Científica realizado nos dias 26, 27,28 e 29
de agosto de 2002 na USP, evidenciando a presença de outros elementos nesse processo de institucionalização como os eventos. Hoje
participa de encontros nacionais e internacionais para divulgar os avanços da ciência e tecnologia. A ABRADIC representa, portanto, um
fórum da Divulgação Científica no Brasil e tem como presidente de honra José Reis (1907-2002).
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compreender o processo de criação de organizações com a intenção de divulgar ciência, e suas
implicações sociais e políticas, a despeito das intenções manifestas no dito4.
No primeiro verbete, temos como enunciado definidor dar caráter de instituição a
(alguma coisa), ou seja, tornar institucional – legítimo - algo que já existe em uma sociedade
dada. Nosso interesse é perceber como esse processo se dá em relação à divulgação da ciência,
em que a própria ciência é o objeto a ser instituído. Tornar institucional a divulgação da
ciência implica fazê-la reconhecida na e pela sociedade através de sua validação e legitimação
por parte das comunidades científicas que vêm, assim, dar credibilidade ao que se divulga.
Dar caráter de instituição à ciência é reafirmar sua presença e a necessidade de sua existência
em uma sociedade determinada. Significa instituí-la por meio de uma organização como a
ABRADIC que passa a ser mediadora de interesses de diferentes (ou serão os mesmos?)
setores da sociedade como estamos observando através dos resultados do projeto Professor:
um sujeito leitor de ciência, de que esta comunicação faz parte.
Pensando nessa mediação de interesses, podemos avançar e tomar o enunciado
definidor de número 5, do segundo verbete, que nos ajuda a refletir sobre o caráter social (e
político) de uma instituição como a ABRADIC. Diz o dicionário que a instituição é uma
Estrutura decorrente de necessidades sociais básicas, com caráter de relativa
permanência e identificável pelo valor de seus códigos de conduta alguns deles expressos
em leis; instituto. (HOLANDA, 1998 – grifos nossos)
Ou seja, uma instituição de divulgação do conhecimento científico, surge em
decorrência necessidades sociais básicas de uma sociedade, no caso, a brasileira. É como se
essas estruturas (instituições) fossem criadas em função da e direcionadas para a sociedade
(tomada como um todo homogêneo), fazendo circular um saber necessário a sua própria
existência. O interesse em mantê-las e criá-las estaria relacionado, tão somente, à urgência em
suprir e atender diretamente a uma sociedade que requer e precisa de meios básicos para seu
desenvolvimento e que, por esse motivo, demanda a criação de institutos de divulgação do
saber científico, com uma perspectiva de “solução de problemas”. O surgimento dessas
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Em Análise do Discurso não trabalhamos com a noção de sujeito intencional, fonte e origem de seu dizer, mas
com a noção de sujeito como posição de fala, considerando a linguagem como não transparente e a língua como
um sistema com autonomia relativa porque afetado pela história.
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organizações passaria a ser, então, resultado de uma exigência da sociedade que em função de
suas necessidades, daria existência a essas estruturas. A questão que se coloca, portanto, é a de
tomar a demanda como algo natural ou produzido, tendo em vista os interesses científicos,
mas também os sociais e políticos a ela relacionados.
Ao institucionalizarmos o saber científico, é bom lembrar que a própria ciência (e seu
uso) ganha visibilidade e fica sujeita ao controle dessas instituições, gerando também as
referidas necessidades. Parece-nos, pois que a institucionalização da ciência passa a ser
necessária à medida que o conhecimento torna-se mais presente na vida pública. Além disso, a
própria institucionalização ajuda a criar, pois, uma determinada demanda por novos
conhecimentos, ao estabilizá-los, o que constitui um paradoxo a ser enfrentado, pois o
movimento da ciência se dá em outra direção. Henry (1992) diz que:
O objeto de conhecimento é o objeto que muda, que tem história inscrita na história da
ciência da qual é objeto, na confrontação de suas teorias, nas práticas específicas que o
caracterizam, assim como nas condições históricas que produziram essa história essa
história, essas confrontações, essas práticas. ( p. 16)
Voltando ao enunciado do verbete que estamos analisando, observamos que a
instituição (uma estrutura) é identificável pelo valor de seus códigos de conduta. Além de a
institucionalização da ciência ser decorrente de necessidades sócias básicas, como uma busca
de soluções para supostos problemas que inviabilizam o contínuo desenvolvimento de uma
sociedade, ela deve ser estruturada de tal forma que relações de veracidade e credibilidade
(valores) dêem-lhe sustentação para a obtenção de reconhecimento enquanto instituto seja ele
de caráter social, educacional ou qualquer outro, e legitimado por códigos de conduta próprios.
Conduta essa que coloca na cena enunciativa o sujeito que a tem (a conduta) ou que
deve atuar de determinada maneira para que outros sujeitos a tenham, ou seja, estamos
observando processos de individualização do sujeito frente ao Estado e aos outros homens,
mediados pela ciência. A forma individual(izada) concreta do sujeito de sociedades como a
nossa, capitalista, é a do sujeito de direito, um indivíduo livre de coerções e responsável pelo
que diz e faz, um sujeito livre para submeter-se a essa divulgação (Orlandi, 2001).
Em se falando de sujeito, gostaríamos de fazer um breve aparte e ressaltar que nesse
processo de institucionalização, a textualização da ciência - as formas pelas quais a ciência
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circula para o público leitor – é um elemento constitutivo para a produção de um efeito leitor
de ciência. O sujeito, na leitura de um texto (científico ou não), está submetido às articulações
da linguagem presentes nesse texto, através da materialidade da língua, e às condições de
produção de sentidos desse texto e dessa leitura, em que estabelece uma relação com um
imaginário produzido historicamente sobre ciência, sobre leitura científica, sobre leitor de
ciência.
Essa relação entre sujeito e forma textual evidencia a importância da linguagem e do
domínio e controle do discurso da divulgação científica e dos processos identitários aí
presentes. Não há, quando nos referimos à divulgação científica, uma simples “transferência”
do conhecimento através de diferentes gêneros textuais. Na circulação do conhecimento, estão
presentes articulações discursivas entre um discurso primeiro (o da ciência) e um discurso
segundo (o da divulgação científica); não se trata, pois, de mera transposição de informações
para se atingir um público mais amplo. Orlandi (2001) diz que
... como leitor ele (o sujeito) é posto na posição de quem participa de seu modo de
produção e faz ressoar no social, sem vir a ser cientista. Ele é um leitor de ciência. Ao
compreender a ciência, estabelece com ela uma relação_ como massa critica_ que a
impulsiona, que lhe dá uma forma, uma realidade social sensível, sem a qual a ciência
não funciona. (p. 26)
Posto isso, podemos dizer, então, que a institucionalização da ciência, não decorre em
função única e exclusiva de atendimento a uma necessidade social básica, nem se dá por uma
urgência em se suprir essa necessidade. Há todo um processo social envolvido na
institucionalização científica, que abrange tanto a textualização de um texto científico como
uma ida e vinda de interesses voltados para a geração de novas pesquisas, de avanços
econômicos e políticos, além de reconhecimento, pelas sociedades acadêmicas, dos produtores
de ciência.
O surgimento da ABRADIC se dá em condições históricas específicas e articula
interesses determinados. Como já dissemos, ela foi criada com o objetivo de reunir setores
diferentes da produção científica no Brasil, mas também de divulgar a ciência na sociedade,
algo que o Núcleo José Reis de Divulgação Científica5 da ECA6 na USP já realizava desde
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Núcleo José Reis de Divulgação Científica da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, fundado em 1992 para atender
à demanda de em público vindo de diversas áreas de atuação da sociedade acadêmica. O nome do professor José Reis confunde-se com a
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1992. A criação da ABRADIC vem, então, ao mesmo tempo, disseminar o conhecimento
científico na sociedade e motivar a produção de mais e mais pesquisas e trabalhos na área
científica criando, assim, a partir dessa disseminação, uma necessidade: a de obter avanços
científicos e, conseqüentemente, tecnológicos para sociedade. Uma vez criada essa demanda
os benefícios irão reverter tanto para o público-alvo da divulgação científica quanto para os
próprios pesquisadores por meio de financiamentos e de aumento de recursos para
determinadas áreas do conhecimento.
Vamos, pois, tomar o recorte proposto inicialmente para avançarmos na compreensão
de tudo que discutimos quanto a institucionalização da ciência no Brasil. São objetivos da
ABRADIC:
1. Discutir o processo da divulgação científica, enquanto comunicação específica que
revela novos conhecimentos e/ou descobertas da Ciência e Tecnologia produzidos nas
universidades e institutos de pesquisas, para um público não- especializado
2. Reconhecer que há uma forte demanda pela divulgação científica por parte da
população e que isto obriga os divulgadores a exercitarem a maior responsabilidade
possível no ato de comunicar ciência e tecnologia.
3. Devolver à população o conhecimento financiado por ela, para promover uma ética
social de bem-estar e propósitos para manutenção da paz entre os povos.
Lendo o primeiro objetivo, temos a destacar a real importância de fazer circular um
conhecimento produzido nas instituições acadêmicas e de pesquisa para fora das comunidades
científicas dado a sua especificidade. Há, de fato, uma necessidade de se discutir esse processo
de divulgação do conhecimento com o público leitor. Observamos, ainda, que o outro para
quem se fará essa divulgação é designado como público não-especializado.
O segundo objetivo nos fornece elementos para ampliarmos a posição de sujeito
implicada em público não-especializado, para quem a institucionalização das ciências é
realizada, pois agora fala-se em população. Retomemos o enunciado: há uma forte demanda
pela divulgação científica por parte da população e que isto obriga os divulgadores a
exercitarem a maior responsabilidade possível no ato de comunicar ciência e tecnologia.
própria memória da divulgação científica brasileira. Cientista e jornalista de reputação irretocável, José Reis foi figura ímpar para a
consolidação da pesquisa e da divulgação da ciência no Brasil.
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Escola de Comunicação e Artes da USP, é uma instituição pública de ensino superior voltada à formação de profissionais e pesquisadores
nas áreas das comunicações e das artes e à produção de conhecimentos científicos. Mantém , desde a sua fundação em 15 de junho de 1966,
amplo e diversificado universo de ensino, pesquisa e extensão composto por 8 departamentos e pela Escola de Arte Dramática (EAD).
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A partir desse ponto, temos duas reflexões a fazer: A primeira é apreender o
funcionamento da forma sujeito jurídico, anteriormente mencionada. Se pensarmos no estágio
atual do capitalismo – suas relações de produção, reorganização e divisão do trabalho
intelectual e manual -, veremos que os avanços científicos e tecnológicos estão cada dia mais
presentes no cotidiano do cidadão, submetendo-o às transformações da ciência, e com isso
aumentando uma necessidade de mais e mais conhecimentos, criando condições para que a
divulgação científica exista, articulada aos meios de produção do conhecimento, à economia e
ao meio social.
A segunda reflexão a ser feita é ver que ao mesmo tempo em que a população
acompanha e percebe a ciência e suas constantes transformações, essa mesma população
começa a se fazer presente na história das ciências, de diferentes maneiras, através de
textualidades também distintas. A distribuição e apropriação do conhecimento irá
contraditoriamente produzir seus efeitos, suas conseqüências para o sujeito, para a ciência e
para a própria sociedade, pois como diz Orlandi (2001), somos sujeitos vivendo espaços
histórico-sociais (p. 21). Aos divulgadores cabe a responsabilidade (possível?) de comunicar,
evidenciando que a questão científica é uma questão ética e política, e que não se trata de mera
transmissão de informação, nem que a neutralidade é possível nesta área.
Esse ponto por nós observado como já tendo sido sinalizado no segundo objetivo,
aparece de forma mais explícita no objetivo que se segue, indicando a direção do gesto de
interpretação aí presente. Devolver à população o conhecimento financiado por ela, para
promover uma ética social de bem-estar e propósitos para manutenção da paz entre os povos.
Observamos que há um novo deslizamento do significante em relação ao sujeito leitor de
ciência: público não-especializado, população, povos. Além disso, fala em termos de
devolução. Devolver à população o que ela financiou indiretamente através dos impostos em
forma de resultados e novas descobertas, uma vez que a maior parte das pesquisas científicas é
financiada com dinheiro público. Teremos, contudo, de analisar, em outro momento, de forma
mais abrangente a complexidade e opacidade contidas neste “devolver”, uma vez que não se
trata de devolver algo concreto, estável e passível de aferição, para que se possa precisar,
nesse processo, as perdas e ganhos para os diferentes segmentos da população, que aí é
tomada como algo homogêneo, com os mesmos interesses e necessidades.
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O que parece ser relevante para refletirmos é o enunciado: promover uma ética social
de bem-estar e propósitos para manutenção da paz entre os povos. A pesquisa científica, além
de suas atribuições e das conseqüências daí decorrentes no âmbito interno de uma sociedade,
enquanto base de sustentação de uma estrutura econômico-social internacional – o capitalismo
– produz seus efeitos políticos e ideológicos na relação entre nações. Interessa-nos investigar,
como essas relações se dão principalmente entre os países ricos – produtores de ciência e
tecnologia de ponta – e os países pobres, como o Brasil - reprodutores e consumidores dessa
ciência. Nesse sentido, a ciência estaria servindo de elemento mediador, capaz de absorver
conflitos e confrontos entre nações, evidenciando, assim, ser a ciência uma questão do Estado.
Considerando a questão inicialmente proposta, poderemos não tê-la respondido
integralmente, mas começamos a compreender que o processo de institucionalização faz parte
do estágio atual de desenvolvimento econômico e social das sociedades do conhecimento e
que busca trabalhar as desigualdades e diferenças entre os indivíduos de uma sociedade –
sujeitos especializados / sujeitos não especializados -, mas também entre nações – aquelas
produtoras de conhecimento e detentoras de poder e as demais.
Referências Bibliográficas
HENRY, P. A Ferramenta Imperfeita: Língua, sujeito e Discurso. Trad. Maria Fausta P. de
Castro. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 1992.
HOLANDA, A. B.de. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira,
1998.
MOREIRA, I. de C. e MASSARANI, L. Aspectos históricos da divulgação científica no
Brasil. In: MASSARANI, L., MOREIRA, I. de C. e BRITO, F. Ciência e público: caminhos
da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência – Centro Cultural de
Ciência e Tecnologia a UFRJ. Fórum de Ciência e Cultura, 2002, p. 43-64.
ORLANDI, E. P. Divulgação Científica e o Efeito Leitor: Uma Política Social Urbana. In:
GUIMARÃES, Eduardo (org). Produção e Circulação do Conhecimento: Estado Mídia,
Sociedade. Campinas/SP: Pontes, 2001, p. 21-30.
Associação Brasileira de Divulgação Científica. www.eca.usp.br/nucleos/njr/abradic/objetivos
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