AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NAS CRIANÇAS DE 4 À 6 ANOS Rafael Borges Campião Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. CARLINDA/2014 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NAS CRIANÇAS DE 4 À 6 ANOS Rafael Borges Campião Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. “Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em psicopedagogia e educação infantil.” CARLINDA/2014 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força e amparo nos momentos de dificuldade durante essa jornada. Agradeço minha avó por sempre acreditar em mim, por ter me incentivado e me ajudado no inicio da minha faculdade, TE AMO VÓZINHA. Mamãe e papai pela educação e ensinamento para saber conviver e respeitar as outras pessoas, AMO muito vocês, obrigado por tudo. Minha irmã e amiga Letícia, pelos conselhos e orientações te admiro muito, meu irmão, meu cunhado, me ajudaram sempre, meu sobrinho que tanto amo, e todos os tios e tias, primos e primas que sempre me incentivaram a não desistir. Agradeço todos os professores que tive, deixo aqui meu muito obrigado pela ajuda, compreensão e ensinamento que me passaram. DEDICATÓRIA Dedico esta minha vitória à Mamãe, Papai, Letícia, Bruno e Henrique as pessoas que mais amo na minha vida. “Psicomotricidadé é a alma de um corpo para sua reestruturação, trazendo a tona sua essência e representação para um ser integral, enquanto corpo, alma e espírito.” Fátima Alves RESUMO O objetivo deste trabalho é verificar como é o desenvolvimento psicomotor nas crianças dos quatro até os seis anos de idade, visando identificar quais as metodologias devem ser utilizadas pelos professores para estimular seus educandos bem como para fazer as intervenções quando necessárias, as principais dificuldades enfrentadas para desenvolver a pscimotricidade e as principais dificuldades de aprendizagem que os alunos que não tiveram um desenvolvimento psicomotor adequado apresentará no ensino fundamental. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Constatou-se então que os professores devem ter conhecimentos sobre a psicomotricidade e buscarem de alguma maneira desenvolver as habilidades necessárias em seus educandos, porém alguns profissonais encontram muitas dificuldades para a realização do seu trabalho com a educação psicomotora. Sendo assim faz-se necessário que os professores busquem novos conhecimentos e formação no assunto, melhorando suas práticas em sala de aula, para que assim possa auxiliar seus educandos em um desenvolvimento integral e satisfatório. Palavras-chave: Pisicomotricidade, Desenvolvimento, Aprendizagem. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 07 1 HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE .............................................................. 10 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMTOR DE 0 AOS 6 ANOS ................................ 12 3 A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE .................................................. 22 4 O PAPEL DO PEDAGOGO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR ......... 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 30 INTRODUÇÃO Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio de atividades as crianças, além de se divertir, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Nesse contexto a Educação Física tem como objetivo estimular o desenvolvimento psicomotor e, como princípio fundamental, despertar a criatividade dos educadores, além de contribuir para a formação integral do educando, utilizando-se das atividades físicas para o desenvolvimento de todas suas potencialidades. Tem ainda a finalidade de auxiliar no desenvolvimento físico, mental e afetivo do indivíduo, com o propósito de um desenvolvimento sadio. É importante assegurar o desenvolvimento funcional da criança e auxiliar na expansão e equilíbrio de sua afetividade, através da interação com o ambiente. O presente trabalho tem como objetivo verificar como é o desenvolvimento psicomotor nas crianças dos quatro até os seis anos de idade. Descute-se a impotância do professor possuir conhecimento sobre o que é a psicomotricidade, quais seus objetivos, qual a impotância para formação do aluno, as metodologias utilizadas pelos professores para fazer as intervenções quando necessárias, bem como para realizar as atividades voltadas para o tema, uma vez que o aprendizado e o desenvolvimento infantil dependem muitas vezes do estímulo oferecido à criança por parte do professor. O professor que trabalha com especial atenção para o desenvolvimento psicomotor da criança tende a ajudar no seu bom aprendizado. Por meio das atividades lúdicas em grupo, brincadeiras, jogos ou outras atividades que a instituição de educação infantil proporciona auxiliam os educandos no aprimoramento do seu desenvolvimento psicomotor adquirindo o domínio do movimento e do equilíbrio físico e emocional. A educação psicomotora está envolvida em todos os atos praticados dentro das instituições de educação infantil, devendo ser explorada de forma adequada pelos professores, onde eles devem ter o entendimento de psicomotricidade para que possam auxiliar seus educandos, favorecendo assim a aprendizagem em todas 08 as outras disciplinas, para que isso ocorra é necessário que os professores estejam sempre inovando e buscando novos conhecimentos e fundamentação teórica que lhe auxilie em sua prática pedagógica, pois prática e teoria devem caminhar juntas para o bom desenvolvimento das crianças. O desenvolvimento psicomotor da criança quando bem trabalhado auxilia no conhecimento e no domínio do seu corpo/mente, por isso é uma fator essencial e indispensável ao desenvolvimento da criança em sua totalidade. O desenvolvimento psicomotor na educação infantil se bem instigado ajuda na melhor aceitação das diferenças, na percepção do seu próprio corpo, no prazer do movimento pela brincadeira, despertando assim, maior desejo no ato de aprender. O professor que trabalha com especial atenção para o desenvolvimento psicomotor da criança tende a ajudar no seu bom aprendizado. Sendo assim, é evidente a importância de os professores possuírem conhecimentos sobre o desenvolvimento psicomotor dos educandos com os quais trabalham. Especialista e estudiosos no assunto afirmam que a criança, cujo desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras, na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato, na análise gramatical. O conhecimento das partes do corpo depende do meio, da educação, da aprendizagem e do exercício, e o melhor instrumento a ser utilizado seria o próprio corpo, sem qualquer outro material. No capítulo I: História da Psicomotricidade, abordará conceitos de Psicomotricidade bem como um breve histórico dos principais acontecementos relacionado a cerca desta temática. No segundo capítulo veremos o passo a passo do desenvolvimento Motor e Psicomotor com seus fases e etapas do desenvolvimento dos 0 até os 6 anos de idade. O capítulo III: A Importância da Psicomotricidade abordará temática a respeito da importância da Psicomotricidade e alguns dos principais cuidados e 09 atividades a serem desenvolvidas com as crianças para que as mesmas desenvolvam-se. No último capítulo: O Papel do Pedagogo no Desenvolvimento Psicomotor aborda questões a respeito do papel e da importância do Pedagogo para que as crianças tenham um bom desenvolvimento Psicomotor. 1. HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE Segundo CHAUZAUD (1987), historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Só em pleno século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para a classificação de fatores patológicos. É justamente a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. CHAUZAUD (1987), afirma que Henry Wallon médico psicólogo é provavelmente o grande pioneiro da psicomotricidade, pois já em 1925 ocupava-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Wallon relacionava o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Para Wallon o movimento é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo, o desenvolvimento psicológico da criança é o resultado da oposição e substituição de atividades que precedem umas as outras. Através do conceito do esquema corporal ele introduz, provavelmente, dados neurológicos nas suas concepções psicológicas, motivo esse que o distingue de outro grande vulto da psicologia, Piaget, que muito influenciou também a teoria e prática da psicomotricidade. Wallon refere-se ao esquema corporal não como uma unidade biológica ou psíquica, mas como a construção, elemento de base para o desenvolvimento da personalidade da criança. Segundo CHAUZAUD (1987), Eduard Guilmain, neurologista, vê a Psicomotricidade como campo científico e impulsiona as primeiras tentativas de estudo da reeducação psicomotora, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, líder da escola de psicomotricidade, delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Na década de 70, CHAUZAUD (1987), afirma que havia diferentes autores que definiam a psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começou então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica 11 que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. O trabalho da educação psicomotora com a criança, segundo FERRONATTO (2006), deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos e de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Atualmente ouvese falar muito em desenvolvimento psicomotor e seus benefícios aos educandos a longo e médio prazo, esses estudos não são ressentes a muito tempo que a medicina pesquisa e estuda o assunto. A educação deve assegurar a formação integral dos educandos atraves do movimento humano. BARRETO (2000) acredita que para superar as questões sociais é preciso não somente ter criatividade, mas competência para intervir, além de saber ouvir e perguntar. COSTA (2001), fala que é possível perceber na história evolutiva da psicopedagogia e da psicomotricidade que em seu inicio privilegiam a doença, e isso se deve ao fato da sua origem na medicina. Contudo, não ficaram só no espaço clínico, voltaram-se também para a prevenção. Preocupam-se com a aprendizagem escolar oportunizando um trabalho psicomotor e psicopedagógico de base prevenindo assim os desvios e defasagens no processo evolutivo da criança. Segundo BARRETO (2000), o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas de aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo, o autor menciona ainda que a educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. 2 DESENVOLVIMENTO PSICOMTOR DE 0 AOS 6 ANOS Psicomotricidade, segundo SABOYA (1995), e a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. A psicomotricidade desenvolve os aspectos motor, social, emocional dos movimentos corporais e através de atividades motoras lúdicas na educação infantil onde sem que percebam estão adquirindo equilíbrio, noções de espaço, regras, tudo de uma forma prazerosa que irá auxiliá-los no decorrer dos anos seguintes. DESENVOLVIMENTO MOTOR 0 - 3 ANOS O desenvolvimento motor para GALLAHUE; OZMUN (2005) é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervosos central, crescimento dos ossos e músculos, são comportamentos não-aprendidos que surgem espontaneamente, desde que a criança tenha condições adequadas para exercitar-se. Somente em casos de extrema privação ou de algum tipo de distúrbio ou doença, esses comportamentos não se desenvolverão. Durante o primeiro ano, segundo GALLAHUE; OZMUN (2005) a rapidez do desenvolvimento da criança é extraordinária. Ao nascer o bebê conta apenas com os reflexos hereditários, no final do primeiro ano, será capaz de colocar-se na posição de pé e caminhar alguns passos sem apoio, compreender o significado de várias palavras, obedecer as ordens simples; como Não, Vem, Tchau, etc. De 0 a 2 anos – de acordo com GALLAHUE; OZMUN (2005) o ser humano nasce totalmente dependente do outro, que se responsabiliza pela sua sobrevivência física e também pelo processo de humanização, que inclui a fala, o ato de andar e a vida em sociedade. Esse adulto deve também decifrar seus desejos por meio do choro, das caretas e dos sorrisos. 2 a 3 anos – GALLAHUE; OZMUN (2005) afirma que com essa idade a criança utiliza a linguagem para expressar o que sente: fome, sede, frio e sono. No campo afetivo, passa a se relacionar com outras pessoas que não aquelas que cuidam dela. Já é capaz, por exemplo, de trocar objetos com o amigo e não mais tomá-los à força, de sentar-se à mesa durante o lanche e de se alimentar sozinho. 13 Segundo LE BOULCH (1987), até os dois anos e meio, o espaço da criança é vivido dentro do qual ela se assenta desenvolvendo um conjunto de movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido. Já dos três aos seis anos ela chega à representação dos dados do espaço, descobrindo formas e dimensões. Ainda para LE BOULCH (1987), todos os aprendizados pré-escolares que tenham uma base psicomotora, incentiva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir a coordenação de seus gestos e movimentos. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMA CORPORAL 1 - ETAPA DO CORPO SUBMISSO (0 A 2 MESES) Os movimentos são estritamente automáticos, segundo GALLAHUE; OZMUN (2005), dependendo de bagagem inata (reflexos e automatismos de alimentação, de defesa e de equilíbrio). Daí resulta comportamento inteiramente dominado pelas necessidades orgânicas e ritmado pela alternância alimentaçãosono. Nesta fase de impulsividade motora (ver desenvolvimento psicomotor segundo Wallon), os gestos são explosivos, não são orientados e se parecem mais a crises motoras que a movimentos coordenados. 2 – ETAPA DO CORPO VIVIDO (2 MESES A 3 ANOS) Caracterizada, segundo SABOYA (1995), por comportamento motor global com repercussões emocionais fortes e mal controladas. A criança vai tomando consciência de seus movimentos. E, a medida que vai tomando a noção de lugar, vai virando também para os lados. A atividade traduz a expressão de uma necessidade fundamental de movimento e investigação. A criança participa de tudo, de todos os movimentos ao seu redor. Dois aspectos, segundo SABOYA (1995), a serem observados nessa fase: a – atividade espontânea da criança – (movimentos não pensados). Levantar a barriga, rolar pelo berço, pegar objetos e levar à boca. Dessas atividades espontâneas é que ela vai adquirindo experiências. 14 b – importância da experiência vivida pela criança – Pela experiência vivida, enquanto distingue seu próprio corpo do mundo dos objetos é que se estabelece o primeiro esboço da imagem do corpo e a criança parte para a descoberta do mundo exterior. 3 - ETAPA DO CORPO DESCOBERTO (3 A 6 ANOS) A criança vai descobrindo seu corpo, començando a estruturar seu esquema corporal. Durante a fase do corpo vivido, GALLAHUE; OZMUN (2005), a experiência emocional do corpo e do espaço, permite à criança sentir seu corpo como objeto total no mecanismo de relação. O reconhecimento de um objeto pelo lado dos sentidos, vai por sua vez, ser submetido a uma evolução rápida. GALLAHUE (2005) afirma ser nesta etapa o desenvolvimento: a - função de interiorização – é uma forma de atenção perceptiva centralizada sobre o próprio corpo, que permite à criança tomar consciência de suas características corporais e verbalizá-las. b- interiorização e localização c - interiorização e controle do desenvolvimento temporal do movimento 4 - ETAPA DO CORPO REPRESENTADO (6 A 12 ANOS) Por volta dos 5-6 anos, GALLAHUE; OZMUN (2005), as experiências tônicas e dados visuais produzem a primeira imagem sintética do corpo. Daí a representação de uma imagem mental do corpo em movimento. No início ela poderá controlar voluntariamente sua atitude sem empregar tensões inúteis, a partir de um esquema postural, verdadeira imagem do corpo estático. Mas é preciso atingir a idade de 10 a 12 anos para que, no momento das aprendizagens praxiológicas, ela possa dispor de uma imagem mental do corpo em movimento permitindo uma verdadeira representação mental de uma sucessão motora. A CRIANÇA DE 4 ANOS A criança de 4 anos freqüentemente adquiri uma marcha fácil, leve, rítmica, oscilante e eficaz em relação ao seu dispêndio energético, se bem que certo grau de 15 variabilidade e imaturidade persista até a idade escolar. (BURNS; MACDONALD,1999). Possui elevada energia motora. Sobe e desce as escadas correndo;lança para frente em seu triciclo. Faz habilidades no trapézio do pátio e faz comentários quando executa: “aposto que não é capaz de fazer isso!”. Domina melhor todo o seu equipamento motor. É capaz de atirar com a mão levantada acima do ombro; agüenta-se de pé numa perna só. (GESSEL,1996). Para BORGES (1998), a criança adora realizar atividades motoras como correr e saltar. Gosta de muitos blocos de construções. A representação teatral é a brincadeira mais importante nesta idade. Mudanças de papéis, a criança expressa suas necessidades, desejos e ansiedades. Para PAPALIA e OLDS, (2006), o correr é melhorado em forma e vigor. Melhor controle em parar, virar. Em geral tem mais mobilidade do que com 3 anos. Podem descer uma longa escadaria alternando os pés . Saltita 2 metros sobre uma perna só. Crianças que apresentam distúrbios psicomotores: não têm um bom equilíbrio; não conseguem executar exercícios de destreza motora, apresentam muitas dificuldades em vestirem-se sozinhas ou atar o seu calçado; tropeçam e caem com facilidade; não conseguem se orientar no espaço a um nível mais específico. A criança é capaz de se lavar bastante bem, desde que a mãe lhe vai indicando uma, uma as partes do corpo que ela tem para lavar. É capaz de se enxugar depois do banho, mas o faz ao seu modo. A criança veste-se sozinha, ás vezes com pouca ajuda, embora possa precisar de que lhe disposto previamente as peças do vestiário. Gosta de ajudar a por a mesa a toda família. (GESSEL,1996) A CRIANÇA DE 5 ANOS Com cinco anos de idade a criança salta com alternância dos pés, pula de oito a dez vezes em um pé só, atira bola por cima dos ombros, salta a distância com habilidade, agarra a bola que lhe foi atirada. (FAW, 1981). 16 Faz menos movimentos de extensão do que aos quatros anos e gestos violentos. Conserva os braços colados ao corpo. Ao jogar a bola é capaz de atirá-la com a mão e dar-lhe um pontapé ao mesmo tempo. Sabe servir-se melhor das mãos e gosta de amarrar os sapatos, de abotoar os botões, manifesta agora igual preferência pelos blocos de construção pequenos e grandes, de vários tamanhos e cores, também gosta de copiar objetos que lhe dêem para modelos, e gosta de pintar e colorir desenhos. Gosta de observar. Olha com atenção quando a mãe faz alguma coisa e depois procura imitá-la. (GESSEL 1987). Para BURNS e MACDONALD,(1999), nesta idade a maioria das crianças adota a pega dinâmica em tripé, estando melhor preparado fisicamente para o uso do lápis, geralmente com atividades que precedem o ato de escrever. A preferência pelo uso da mão direita ou da mão esquerda é bem estabelecida aos cinco anos, e a criança é capaz de identificar a mão que costuma utilizar para escrever.Nas construções de blocos,serve-se alternadamente das duas mãos mas com maior freqüência da mão dominante. Espera-se de que já seja capaz de comer sozinha, e de modo geral, consegue efetivamente faze-lo bastante bem, embora lentamente. Muitas delas, porém precisam de ajuda em especial no final da refeição. Aos 5 anos, a criança sabe servir-se da faca, como espalhar a manteiga, mas ainda não é capaz de cortar a carne, nem o será durante alguns anos. (GESSEL ,1987) Porém a educação psicomotora não é só isso, pois além das funções motoras não podem ser separadas do desenvolvimento intelectual nem da afetividade como afirma BARRETO (2000). De acordo com KONBAUER (2008), o trabalho da educação psicomotora é indispensável no desenvolvimento motor, afetivo e psicológico do individuo para sua formação integral, e é explorado por meio de jogos e atividades lúdicas que oportunizem a conscientização do próprio corpo e ser. Por meio das atividades lúdicas em grupo, brincadeiras, jogos ou outras atividades lúdicas que a educação infantil proporciona, segundo KONBAUER (2008), os educandos vão aprimorando o seu desenvolvimento psicomotor e adquirindo o domínio do movimento e do equilíbrio físico e emocional. 17 Tem dificuldades em realizar jogos de encaixe; perante o surgimento deste tipo de dificuldades a criança deverá ser alvo de uma avaliação, de forma a ser traçado um perfil psicomotor e posteriormente, sujeita a um programa de reeducação psicomotora. Esta lida com a pessoa como um todo, dando especial ênfase à componente motor, isto porque é através do movimento que a criança se desenvolve. A CRIANÇA DE 6 ANOS Os seis é uma idade muita ativa. A criança, segundo GALLAHUE (2005), encontra-se numa atividade quase constante, quer esteja de pé, quer sentada. Está subindo em árvores ou arrastando-se de gatas, por cima, por baixo e em volta das suas grandes construções de blocos. Os balanços são o seu passatempo favorito; senta-se nele e balança sozinha,gostando de fazê-lo o mais alto possível. Gosta de fazer construções de blocos quase tão altas como ela; é capaz de tentar fazer um salto grande demais, sem querer saber se irá cair ou não. Começam cair os dentes de leite; começam a romper os primeiros molares permanentes.(GESSEL,1987). Segundo FAW (1981), a criança de seis anos anda de bicicleta, sobe com eficiência as escadas, atira a bola sobre os ombros com proficiência. Algumas crianças ainda não mostram interesse em se lavar sozinhas. Outras tentam lavar-se completamente elas próprias. Ambas precisam de ajuda para controlar as torneiras e para verificar se a cabeça e o pescoço ficaram bem limpos. (GESSEL 1987). A criança manifesta as suas bipolaridades de maneira muita diversas. Pula rapidamente de um extremo a outro. Chora, mas o seu choro se transforma- se em riso, e o riso em lágrimas. A criança é afetiva e sente necessidade de carinho. Gosta de criar animais, que considera “amigos”. Aos 6 anos de idade, está despertando para a realidade do mundo, ela aprende a explorar, cada vez mais, o meio que a rodeia. Nesta idade conseguem participar de jogos que existam regras fixas (BORGES 1998). 18 Desenha mais efetivamente do que aos 5 anos, os meninos preferem desenhar aviões, trens, estradas de ferro e navios. E as meninas preferem desenhar pessoas e casas. Gostam de correr uma atrás das outras, de jogos de corrida.(GESSEL 1987). Para BORGES (1998), as meninas gostam de brincar de boneca, e pular amarelinha. E os meninos gostam de jogar futebol, lutar. Uma vez que o ato motor no ser humano garante desde o inicio a função de expressão da afetividade como afirma (Wallon 2007 apud GRATIOT-ALFANDÉRY, 2010), e sendo ele promotor do desenvolvimento infantil o educador que se mantiver atento a essas manifestações da criança terá elementos extras para compreender e dirigir o processo de aprendizagem. De acordo com ROCHAEL (2009), na educação infantil, a prioridade deve ser auxiliar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras. Sendo possível desenvolve percepções rítmicas, incitando reações novas, por meio de jogos corporais e danças, além de habilidades motoras finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no recorte e na colagem, e nas atividades de escrita. É possível observar como a educação psicomotora está envolvida em todos os atos praticados dentro das instituições de educação infantil, devendo ser explorada de forma adequada pelos professores, onde eles devem ter o entendimento de psicomotricidade para que possam auxiliar seus educandos. De acordo com LE BOULCH (1987), em psicomotricidade, o corpo não é entendido como fiel instrumento de adaptação ao meio envolvente ou como instrumento mecânico que é preciso educar, dominar, comandar, automatizar, treinar ou aperfeiçoar. Ela possibilita o desenvolvimento das diferentes áreas psicomotoras, cria possibilidade do indivíduo, relacionar-se de forma corporal com o ambiente e favorece a aprendizagem na escola. É importante chamar a atenção ao que COSTA (2001), já antecipava, com a preocupação de estimular a criança de forma adequada, em cada fase do seu 19 desenvolvimento. Assim, ele redimensiona as questões da psicomotricidade e não a uma ação reeducativa, mas a uma primeira instância educativa. A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na pré escola. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situação no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos. (OLIVEIRA, 1999, p, 35, apud COSTA, 2001, p, 27). Como é possível perceber é de fundamental importância que o educador possua conhecimentos sobre o desenvolvimento de cada criança, saiba quais são as habilidades que ela deve ter para cada idade, para assim poder trabalhar de forma mais segura, observa-se também que é nas escolas de educação infantil que o professor deve ter um olhar mais atento ao desenvolvimento motor da criança. Segundo BARRETO (2000), o desenvolvimento psicomotor é importante na prevenção de problemas de aprendizagem, pois a psicomotricidade auxilia na aprendizagem escolar, e as ações psicomotoras favorecem a construção de comportamentos e transformações. Estas dificuldades salientam-se mais na escola, onde as experiências são maiores e as conseqüências também. Custam a escrever com lápis, com caneta nem se fala, e assim mesmo com um grafismo deformado. Geralmente não conseguem terminar a lição, pois sua escrita ilegível muitas vezes é feita com a mão crispada e doída. A leitura é adquirida com dificuldade, as palavras escritas erradamente. Há inversão de letras, de silabas, incompreensões de sons e alterações na construção sintática. O cálculo também fica prejudicado. Recortes, desenhos e pinturas não lhe peçam, a dificuldade é total. (ANDRADE, 1984:2, apud COSTA 2001, p. 72) A importância do trabalho da psicomotricidade no processo de ensinoaprendizagem está intimamente ligada aos aspectos afetivos com a motricidade, com o simbólico e o cognitivo. A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial. A educação física e sua relação com a psicomotricidade estão baseadas nas necessidades das crianças. Com a educação psicomotora, a educação física passa a ter com o objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. ( MONTEIRO, 2007, p, 65). A psicomotricidade educa o movimento, e ao mesmo tempo coloca em jogo as funções da inteligência. De acordo com MONTEIRO (2007), a ação psicomotora incentiva a prática do movimento, como uma nova forma de evento educativo em função das relações sociais, das capacidades e da maneira de ser de cada um, além de seus valores; educa o movimento, ao mesmo tempo em que põem em jogo as funções da inteligência. 20 Esses movimentos são conhecidos na educação física com o movimentos naturais e espontâneos da criança. Baseiam-se nos diversos estágios do desenvolvimento psicomotor, assumindo características qualitativas e quantitativas diversas Elas são traduzidas pelos esquemas posturais e de movimentos, com o: andar, correr, saltar, lançar, rolar, rastejar, engatinhar, trepar e ou trás consideradas superiores, com o estender, elevar, abaixar, flexionar, rolar, oscilar, suspender, inclinar, e outros movimentos que se relacionam com os movimentos da cabeça, pescoço, mãos e pés. (FERREIRA, 2006, p, 18). A educação psicomotora precisa antecipar a formação de base no desenvolvimento motor, afetivo e psicológico das crianças. A criança desenvolve como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. A psicomotricidade trabalha o desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da ação, da experiência e da criatividade, levando-a a conseguir plena consciência de si mesma; da sua realidade corporal que sente, pensa, movimenta-se no espaço, encontra-se com os objetos e gradativamente distingue suas formas; e que se conscientiza das relações de si mesma com o espaço e o tempo, interiorizando, assim, a realidade. ( MONTEIRO, 2007, p. 98). As atividades recreativas e lúdicas, segundo BORGES (1998), podem ser consideradas como meio mais eficazes para gerar a socialização dos alunos por serem realizadas em grupos, e possuem regras e cooperação entre seus componentes, estimulando assim a criança em seu conceito do comportamento social e respeito ao próximo, chegando assim o mais próximo dos objetivos da educação psicomotora. O desenvolvimento motor, segundo GALLAHUE (2005), completa-se por volta dos 7 anos, ocorrendo posteriormente um aperfeiçoamento da integração perceptivo-motora, com o desenvolvimento do processo intelectual propriamente dito. Encontrando-se a Psicomotricidade, associada à afetividade e ao desenvolvimento da personalidade, ficando este fato a dever ao indivíduo, utilizar, desde muito cedo, o seu corpo para demonstrar o que sente, uma pessoa com problemas motores, evidenciará problemas de expressão. Para LE BOULCH (1987), os Distúrbios Psicomotoressão déficits que se relacionam com dificuldades na execução de movimentos e com dificuldades perceptuais, consequentemente, problemas emocionais que interferirão nas suas atividades escolares e na sua adaptação sócio-afetiva. As crianças que apresentam distúrbios visuo-motores, segundo BARRETO (2000), revelam: dificuldades em escrever em cima das linhas; a letra é irregular, o grafismo (traço) é muito forte; não conseguem recortar (ou colar) com precisão; têm 21 dificuldades em pintar dentro de limites, misturando, muitas vezes, as cores; podem evidenciar uma pega deficiente. 3 A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE ROCHAEL (2009), em seu artigo “A Importância da Psicomotricidade no Processo da Aprendizagem”, cita os materiais que colaboram para as experiências motoras na educação infantil, sendo eles: túneis para as crianças percorrerem, caixas de madeira, móbiles, materiais que rolem e onde as crianças possam entrar, instrumentos musicais ou geradores de som, cordas, bancos, sacos de diversos tamanhos, pneus, tijolos, espelhos, bastões, varinhas, papéis de todos os formatos, giz, lápis, canetas hidrográficas, elásticos e outros. O professor que se mantiver atento aos movimentos de seus educandos poderão, segundo KRONBAUER (2008), perceber suas diferenças e se tiver conhecimento de desenvolvimento psicomotor vai ter a chance de corrigir futuros problemas, principalmente no que diz respeito à educação infantil, que é a base e o início de tudo, é onde se devem iniciar as intervenções, mas para que isso ocorra é necessário que o professor tenha formação, pois como vemos nos meios de comunicação a situação do país, no tocante a profissionais da educação, é precária, em todos os sentidos, tanto em condições de trabalho, remuneração, quanto em formação, ainda é muito grande o número de professores atuando nas escolas principalmente nas escolas de educação infantil, sem formação adequada para o trabalho que exercem. Segundo FERREIRA (2006), a psicomotricidade tem o objetivo de promover a junção entre o movimento e o pensamento, ou seja, o pensar e o agir. Outros autores ressaltam ainda os objetivos da psicomotricidade como MONTEIRO (2007), que diz que a psicomotricidade têm o objetivo de trabalhar: a coordenação motora fina que é a aptidão de controlar pequenos músculos para recorte, colagem, encaixe, escrita; coordenação motora global que é a possibilidade de domínio e organização da musculatura para a realização de movimentos complicados, tais como: correr, saltar, andar, rastejar; estruturação espacial que é a consciência da relação do corpo com o meio; organização temporal que é a capacidade de analisar o movimento no tempo, diferenciar o rápido do lento. E saber situar o momento do tempo em relação aos outros; estruturação corporal que é o relacionamento do indivíduo com o mundo exterior, adequação do 23 mesmo ao meio ambiente; imagem corporal que é a experiência do indivíduo em relação ao próprio corpo; conhecimento corporal que é o conhecimento intelectual que se tem do próprio corpo; esquema corporal que é o conhecimento sobre o próprio corpo e de sua relação com o mundo que o cerca; lateralidade que pressupõe a noção de direita e esquerda e, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação, melhor capacidade e dominância cerebral, afirma MONTEIRO (2007). Os jogos e brincadeiras no dia-a-dia, segundo FELDMANN (2009), além de ser apropriados para a função motora e recreativa os movimentos auxiliam também no desenvolvimento da aprendizagem, com isso, possibilita um desenvolvimento do campo cognitivo, chegando o mais próximo possível e em algumas vezes alcançando os objetivos que a psicomotricidade propõe. De acordo com SANTOS (2000, p. 54) “o objetivo de trabalhar a ação motora, o movimento, a habilidade e a experiência motora, se dá pelo fato de serem conceitos fundamentais para o currículo da educação.” Ainda para este autor, a parte recreativa, proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo. Segundo RUBIO (2000), o movimento é essencial no desenvolvimento psicológico, e nas relações entre o ser e o meio. Por isso existe uma grande importância do trabalho de interação da atividade motora e do psiquismo com a intenção de aprimorar o desenvolvimento da aprendizagem, dos educandos. O desenvolvimento motor deve ser incentivado dentro da escola e deve desenvolver a criança de uma maneira integral favorecendo assim a aprendizagem em todas as outras disciplinas. O conhecimento da psicomotricidade nas aulas abrange a relação desenvolvimento motor e intelectual da criança. Na Psicomotricidade, o corpo não é entendido como fiel instrumento de adaptação ao meio envolvente ou como instrumento mecânico que é preciso educar, dominar, comandar, automatizar, treinar ou aperfeiçoar, pelo contrário, o seu enfoque centra-se na importância da qualidade relacional e na mediatização. (BARRETO, 2000, p, 12). Segundo GALLAHUE (2005, p.14), a abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e 24 das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. A falta de coordenação e problemas de motricidade podem ser manifestados através do comportamento. Segundo RUBIO (2000,p.65), a noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o universo. Assim, a psicomotricidade colaborará no aprendizado da criança, que passa por dificuldades escolares. A reeducação é uma forma de estimular na criança suas funções psicomotoras, que foram contrariadas em seu desenvolvimento. É uma ação dirigida ao déficit motor, com o objetivo de atingir também o cognitivo, afirma COSTA (2001). Para LE BOULCH (1987), no período escolar, é possível, por meio de atividades de expressão espontâneas em grupo e exploração de situações lúdicas voltadas para a imagem do corpo, amenizar problemas como inibição, insegurança, dificuldades de comunicação e atrasos de linguagem. Propiciando as crianças vítimas de carências afetivas a recuperação de uma parte de seu atraso no plano funcional. Para que isso ocorra FERREIRA (2006), alerta os professores que a utilização de uma abordagem psicomotora como recurso na escola deve estar baseada nas necessidades de cada criança, e que se um trabalho assim for bem desenvolvido ele poderá incentivar a prática do movimento em todas as etapas de sua vida. LE BOULCH (1987), alerta para que a pratica de uma educação psicomotora suficiente precoce , pode ajudar na solução dos problemas com crianças turbulentas ou insuportáveis, caracterizadas por seu excesso motor, verbal e sua incapacidade de exercer, de maneira suficientemente prolongada, sua função de atenção, Le Boulch alerta ainda que estes traços comportamentais pode ja manifestar-se desde o final da escola maternal. Sendo assim é possível perceber a necessidade de dar especial atenção a educação psicomotora na educação infantil, pois como afirma os autores acima citados podemos solucionar sérios problemas dos educandos. 25 MONTEIRO (2007, p.12), “diz que a psicomotricidade pode ser trabalhada de forma a auxiliar na aprendizagem escolar, favorecendo com isso comportamentos e transformações sobre o ser humano.” A psicomotricidade para SANTOS (2000), integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar todas as partes do corpo relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Para FERREIRA (2006, p, 58) ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo em que põem em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras. Como é possível perceber a psicomotricidade ajuda a viver em grupo, pois nos exercícios psicomotores as crianças devem respeitar as regras, os colegas e cada uma compreende logo que o desrespeito às regras torna o jogo impossível, e assim aceita mais facilmente as regras da vida social, alguns materiais didáticos auxiliam no processo de desenvolvimento psicomotor materiais simples e que a maioria das escolas de educação infantil possui. 4 O PAPEL DO PEDAGOGO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR Com tudo isso FERRONATTO (2006), afirma que muitas vezes a prática escolar do professor é que leva o educando ao fracasso, por não ter formação e não saber lidar com as dificuldades dos alunos. É importante que os professores tenham uma ampla formação, sendo a psicomotricidade fundamental para o desenvolvimento integral da criança, faz-se necessário que o educador tenha conhecimentos para trabalhar tais habilidades nas crianças. Para a educação atual e futura, observa-se a necessidade de conhecer o aluno como um ser global, único e neste sentido torna-se importante que o professor tenha fundamentação em Psicomotricidade. Faz-se necessário também uma renovação da instituição educativa e esta nova forma de educar requer uma redefinição importante da profissão docente e que se assumam novas competências profissionais no quadro de um conhecimento pedagógico, científico e cultural. (FERRONATTO, 2006, p,43). A mesma autora ainda faz uma sugestão para que a psicomotricidade seja uma disciplina nos cursos de formação docente para que os professores saiam de lá preparados para trabalhar com as crianças as atividades psicomotoras de uma forma lúdica e prazerosa, levando em consideração o universo infantil. LE BOULCH (1987), fala a respeito dos professores e seu trabalho com psicomotricidade nas escolas, ele faz uma critica dizendo que a educação psicomotora está cada vez mais limitada e que o assunto é refletido como uma atividade anexa, norteada com exercícios cada vez mais esquemáticos com aspectos de receitas tornando-se desprovidas de qualquer eficácia. FERRONATTO (2006), também critica a formação dos professores, pois segundo ela as crianças muitas vezes não possuem oportunidades de criar, descobrir e aperfeiçoar seus conhecimentos que muitas vezes ficam escondidos, não sendo desenvolvidos em sala de aula por falta de conhecimento da psicomotricidade na formação do professor. Como podemos perceber a psicomotricidade é de suma importância no desenvolvimento infantil, para isso devemos ter professores qualificados para trabalhar com as crianças oportunizando a elas ambientes agradáveis e rico em possibilidades, para que ela possa desenvolver-se de forma adequada e satisfatória. 27 É para prevenir que as crianças tenham problemas futuros no ensino fundamental que a frequência delas na educação infantil é de suma importância, bem como o conhecimento e a intervenção dos educadores junto a essas crianças para evitar que passem por tantos problemas no futuro. Cabe a escola proporcionar uma educação de qualidade, respeitando a bagagem cultural que cada criança traz, buscando se adaptar às necessidades dos alunos e ao ritmo de educando. E, para descobrir as necessidades dos alunos ninguem melhor que o professor que esteja realmente preparado para tal, pois muitas vezes é ele que permanece de 4 a 5 horas por dia, ou seja, passa a maior parte do tempo com as crianças, com o objetivo de desenvolver o aspecto cognitivo, motor, social e o afetivo para que, assim, a aprendizagem desta criança torne-se tranquila e significativa. O professor deve tentar reeducar a criança e se preocupar com o aluno que não acompanha a classe, auxiliando e respeitando os limites e o ritmo de cada um, estando aberto para as mudanças que por ventura venha ocorrer na sociedade e procurar desenvolver a interdisciplinaridade com aulas de educação física, pois, irá proporcionar um trabalho coletivo atingindo as verdadeiras necessidades dos alunos, desenvolvendo a área cognitiva, as aptidões e as habilidades, sobretudo quando estão envolvidas a leitura e a escrita. CONSIDERAÇÕES FINAIS A criança em idade pré-escolar necessita de uma educação voltada para o corpo, ou seja, ela não pode apenas ser um mero expectador da aprendizagem, e não pode aprender somente através de atos mecânicos. Uma educação voltada para o movimento corporal, relacionada com a brincadeira e os jogos, todos com uma intencionalidade, permite que a criança adquira gradativamente habilidades que a levem a uma educação que não separa corpo e mente, mas que vê de um modo global. A psicomotricidade para o desenvolvimento infantil deve ser utilizada como instrumento que auxilia a criança a tomar consciência do próprio corpo, personalidade e como meio de prevenir as dificuldades de aprendizagem, para isso, os professores devem propor atividades através de jogos, brincadeiras, cantigas de roda e pintura, brincadeiras livres e direcionadas, música, jogos, artes plásticas, expressão corporal, estimulação sensório motor, estes são os métodos utilizados para auxiliar as crianças com problemas psicomotores nas salas de aula. A Psicomotricidade, quando integrada a atividade escolar, auxilia na aprendizagem, beneficia a criança no controle de sua motricidade, constitui ajuda a uma criança incapaz de se controlar, auxilia a criança no seu auto-conhecimento, oferece oportunidade de desenvolver o ensino e a aprendizagem. Os professores devem se concientizar que a Psicomotricidade também é um instrumento de extrema importância para a aprendizagem da leitura e da escrita, para isto devem ser ofertados cursos de capacitações como sala do educador e formações desenvolvidas pela Secretaria Municipais e Estaduais, Cefapro com postura responsabilidade educacional, para que possam ir de encontro com as necessidades dos professores, preparando-os para uma educação de qualidade. Crianças mais estimuladas terão um melhor desempenho. Uma criança que conhece bem seu corpo, suas limitações, que utiliza os movimentos corretamente, melhora em comportamento, podendo até sanar problemas de aprendizagem, sejam na leitura, na escrita, cálculos matemáticos, ou em outros desvios de conduta e comportamento, pois para muitos o que mais precisam é saber se controlar e dominar o próprio corpo. Por isto aulas que envolvam jogos e brincadeiras 29 psicomotores são muito úteis no âmbito escolar, pois os alunos devem tomar conhecimento destes conceitos de extrema importância para um melhor rendimento em sala de aula, e nada melhor que aprender brincando, sem o comprometimento com o aprender realmente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2. ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000. BORGES, Célio José. Educação física para o pré-escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. BURNS, Yvone, R ; MACDONALD,Julie. Fisioterapia e crescimento na infância, São Paulo: Santos, 1999. CHAUZAUD, Jacques. Introdução à psicomotricidade. São Paulo: Manole, 1987. COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jésus. psicológico e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. Desenvolvimento COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade: pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2001. 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