POLÍTICA DEROSSO Conselho de Ética abre processo contra vereador O Conselho de Ética do PMDB de Curitiba abriu ontem processo contra o vereador Algaci Túlio, acusado de receber verba de publicidade da Câmara Municipal. O processo, que pode resultar na expulsão de Tulio do partido. O pedido foi apresentado pelo presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Rafael Xavier. A denúncia inclui o fato do vereador ter admitido a utilização de notas frias para o recebimento da verba. O presidente do Conselho de Ética, Renato Marin, designou Fátima Jacob como relatora do processo. Tulio terá 15 dias para apresentar sua defesa. A previsão é de que o caso seja julgado até o final de junho. Já o Conselho de Ética do PSD inocentou o vereador Roberto Hinça, acusado de manter um funcionário em seu gabinete que é sócio de uma agência de publicidade que também recebeu verbas do Legislativo. O presidente do órgão, Luiz Chemim Guimarães, afirmou que o partido se satisfez com as explicações do parlamentar. Hinça alega que não vê problemas no fato, apesar da lei proibir funcionários públicos de manterem contratos com os órgãos ontem trabalham. O vereador alega não ter participação na decisão da Câmara de realizar a contratação da agência. Hinça, que havia sido recém-nomeado líder da bancada do prefeito, foi destituído do cargo após as denúncias. FUNCIONALISMO Governo propõe reajuste de 5,1% Os servidores públicos estaduais devem ter reajuste de 5,1% relativos à reposição da inflação dos últimos doze meses. O índice oficial foi informado ontem pelo Dieese ao secretário da Administração e Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani, que deve encaminhar agora a minuta da mensagem do governo à Casa Civil, e em seguida enviar a proposta para votação da Assembleia Legislativa. O índice foi comemorado pelos sindicatos dos servidores, já que o percentual inicialmente proposto pelo governo era de 4,66%. O economista Cid Cordeiro, do Dieese-PR, que acompanha a negociação, avalia positivamente a resistência dos trabalhadores para que o índice oficial fosse garantido, pois com isso conseguiu-se evitar uma perda considerável, de 0,42%. Segundo Marlei Carvalho, presidente da APP Sindicato, com a medida fica respeitada a negociação e mais uma vez a categoria e os servidores saem fortalecidos em sua luta. “Agora, vamos acompanhar a tramitação na Assembleia, para que o índice seja aprovado o mais breve possível, e vamos continuar na negociação para ver consolidado o piso e construirmos um índice diferenciado para os funcionários de escola”, disse. O Estado tem 151 mil servidores ativos, 72 mil aposentados e 25 mil pensionistas. 3 CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2012 polí[email protected] Bancada do PMDB vai a Ducci E FECHA O CERCO SOBRE GRECA Às vésperas do encontro que confirmaria candidatura do partido, deputados defendem apoio à reeleição do prefeito Franklin de Freitas Ivan Santos A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa se reuniu ontem com o prefeito Luciano Ducci (PSB) para conversar sobre a possibilidade do partido apoiá-lo nas eleições municipais de outubro. A reunião aconteceu na véspera do encontro nacional do PMDB em Curitiba anunciado pelo exdeputado Rafael Greca como o lançamento oficial de sua précandidatura à prefeitura. Deputados peemedebistas que defendem o apoio a Ducci avisaram que vão boicotar o encontro, e informar o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), a intenção de fechar acordo com o atual prefeito. “Eu não vou ao encontro (do PMDB). Há uma disposição muito favorável no partido de uma aliança com o Ducci”, confirmou o deputado Alexandre Curi (PMDB). Segundo ele, Greca não tem chances na disputa pela prefeitura, e insistir na candidatura própria poderia levar o partido a um novo vexame eleitoral em Curitiba. “Respeito o Greca mas não dá para insistir em uma coisa que começou errado. Ele não história no partido. E nesse momento, não mostra que tem condições de ganhar. Além disso é o líder em rejeição”, avaliou. Os parlamentares dizem que o próprio Greca sabe que não tem chances e o acusam de Alexandre Curi (PMDB): “Não vou no encontro. Há disposição no PMDB de apoiar o Ducci” querer usar a candidatura a prefeito para se promover visando uma eleição para a Assembleia Legislativa em 2014. “Para que insistir em um erro como cometemos nas últimas eleições, quando fizemos 20 mil votos”, diz Curi, referindo-se ao ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira, que disputou a prefeitura em 2008 pelo PMDB. Segundo Curi, se a convenção do PMDB fosse hoje, Gre- ca seria derrotado pela ala que quer apoiar o atual prefeito. Na avaliação dele, só a interferência direta do senador e ex-governador Roberto Requião poderia sustentar internamente o pré-candidato. O problema é que o próprio Requião parece já não ter disposição de apoiar Greca, apesar de ter sido responsável pelo lançamento de sua précandidatura. Ontem, o senador, que preside o PMDB de Curi- tiba, divulgou texto “convocando” os peemedebistas para o encontro na Capital. Mas sintomaticamente, sequer citou o nome de Greca ou referiu-se ao suposto lançamento da candidatura do correligionário. “Amanhã, em Curitiba, no Espaço Torres, teremos uma reunião do velho MDB de guerra. Nesta reunião do PMDB de Curitiba retoma seu protagonismo na política da nossa cidade e da início a retomada do pro- tagonismo do velho MDB de guerra em todo o Paraná”, comentou Requião. Na nota, o senador admite que “é evidente que exista oposição a esse ‘PMDB protagonista’”, mas que essa oposição viria de “pessoas sem ambição, sem proposta, sem rumo, sem norte que querem utilizar o partido para alianças fisiológicas e não para a transformação da sociedade”. Segundo ele, o encontro de hoje seria uma reunião “do velho MDB de guerra é um ‘não’ a toda esta posição covarde, frouxa. É um ‘não’ ao adesismo”. Estratégia - A maioria dos deputados do PMDB prefere o apoio a Ducci à candidatura própria. Tanto que já aderiu à base do governo Beto Richa (PSDB), principal fiador da candidatura à reeleição do atual prefeito. Além de Curi, encabeçam a ala favorável a aliança e contra Greca o deputado licenciado e atual secretário de Estado do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli, que foi líder do governo Requião na Assembleia; e o deputado Reinhold Stephanes Júnior. O governador também trabalha para trazer o PMDB para a chapa de Ducci. O objetivo é atrair o partido para uma aliança formal também na disputa pelo governo, em 2014. E com isso, isolar o PT, que deve lançar a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para a disputa pela sucessão estadual. PEDÁGIO TRE MPF quer suspender cobrança na PR-151 No último dia, até 3 horas de espera O Ministério Público Federal em Ponta Grossa ajuizou, na terça-feira, ação civil pública contra a Rodonorte, o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e o Estado do Paraná. Na ação, com pedido liminar, o MPF pede que a Justiça Federal determine o cumprimento integral das cláusulas do contrato de concessão da rodovia PR-151, especialmente a duplicação do trecho entre os municípios de Jaguariaíva e Piraí do Sul. E requer a suspensão da cobrança do pedágio no trecho até que essas obras sejam realizadas. A ação foi baseada em inquérito que segundo o MPF, constatou o descumprimento de prazos contratuais para a realização de obras em rodovias pela Rodonorte. Segundo a investigação, o contrato de concessão assinado em 1997 teve dois termos aditivos. O primeiro, realizado no ano 2000, promoveu mudanças no programa de exploração e no projeto básico. No segundo, realizado em 2002, mais mudanças da mesma natureza e o estabelecimento da obrigação, por parte da Rodonorte, da realização de investimentos de maior vulto com a duplicação da PR151, no trecho que liga os municípios de Jaguariaíva e Pirai do Sul. De acordo com o aditivo, esta obra deveria ser executada no 14º e no 15º ano da concessão, ou entre 2011 e 2012. Não foram formalizados novos aditivos ao contrato, então o cronograma de obras estabelecido a partir deste termo aditivo de 2002 é o vigente atualmente. O MPF constatou que, apesar da cobrança de pedágio estar sendo realizada normalmen- te e do prazo para a duplicação da PR-151 ser o final deste ano, as obras sequer tiveram início. E confirmou informações de que essas obras serão postergadas para os anos seguintes, em troca da antecipação da duplicação de trecho da BR-277 denominado “Contorno de Campo Largo”. Para o MPF, o atraso na execução das obras, e mesmo sua postergação em benefício da antecipação de outras, é lesivo aos interesses dos usuários. Na ação, o MPF considera ilegal a alteração do cronograma de investimentos, autorizada pelo DER, que fundamentou sua decisão nos fatos do Contorno de Campo Largo ter um tráfego de veículos bem acima do tráfego do trecho Jaguariaíva – Piraí do Sul e de que a construção de terceiras faixas neste trecho da PR-151 tornam a sua duplicação desnecessária até o ano de 2040. De acordo com a investigação, o contorno de Campo Largo custará à concessionária cerca de 40% do valor total das obras de duplicação do trecho da PR151. O MPF questiona o fato da discussão do cronograma de investimentos entre o governo e a concessionária desonerar a Rodonorte e nem mencionar redução de tarifas. Questiona também se a alegação de que feitas as terceiras faixas na PR151, a necessidade de duplicação só existiria no ano de 2040, não deixa evidente a intenção de não duplicar este trecho rodoviário. O MPF pede que a Justiça determine o início das obras de duplicação da PR-151 no prazo de 90 dias e a sua conclusão em até 9 meses após o início das obras. Ontem, no último dia para a regularização do título, as filas voltaram à Central de Atendimento do Tribunal Regional Eleitoral de Curitiba. Até o início da noite, a previsão era de que mais de 3 mil eleitores passassem pelo local. A espera por atendimento chegou a três horas. Ao todo foram disponibilizados 78 guichês para dar conta do movimento. Para os eleitores que estavam na fila até as 18 horas, foram distribuídas senhas. A previsão era de que todos fossem atendidos até por volta das 20h30. Segundo dados do TRE, cerca de 211 mil títulos foram cancelados por não comparecimento ao recadastramento biométrico, encerrado em janeiro. A previsão é de que 25 mil regularizassem a situação até ontem. LONDRINA Ação aponta fraude em “Farmácia Popular” O Ministério Público Federal (MPF) em Londrina propôs, na terça-feira, uma ação civil pública contra a Farmavip Medicamentos Ltda, seu proprietário e administrador, Arnaldo Custódio Mendes Júnior, e sua farmacêutica, Bruna Thiemy Takamoto, por fraudes na execução do Programa do Governo Federal Farmácia Popular do Brasil. Segundo o MPF, os acusados registravam vendas fictícias de medicamentos, para receber irregularmente verbas públicas. De acordo com investigações, o empresário e da farmacêutica causaram um dano de quase R$ 200 mil ao erário. Na ação, o MPF pede que o valor seja ressarcido aos cofres públicos. Entre janeiro de 2008 e maio de 2009, a Farmavip apresentou diversas irregularidades na dispensação de medicamentos pelo programa Farmácia Popular do Brasil. O MPF alega que os denunciados, de posse de diversos números de CPF de usuários do programa e CRM de alguns médicos - e mesmo sem a presença do suposto comprador do remédio -, acessaram o sistema informatizado do Ministério da Saúde e simularam inúmeras vezes vendas de medicamentos em quantidade superior às utilizadas pelos pacientes. Além disso, eles ainda registraram no sistema um grande número de aquisições de medicamentos para pessoas que deles não faziam uso. O MPF destaca que a maior parte das fraudes ocorreu em horários em que a farmácia não atendia o público externo. Para viabilizar o esquema fraudulento, a farmácia (através de seu proprietário e farmacêutica) realizava entrega domiciliar de medicamentos, disponibilizava remédios gratuitamente - e, várias vezes, em quantidades superiores à solicitada pelos usuários -, não exigia a assinatura de usuários em cupons vinculados (determinação do Ministério da Saúde para participação no programa) e entregavam os fármacos para pessoas diferentes das registradas nas receitas médicas. Exemplos - Em 31 de maio de 2008, um sábado (quando a empresa atende das 8h às 12h), foram feitas 296 dispensações, com início às 12h32 e término às 19h55, para 147 usuários. Neste mesmo dia, 41 cupons fiscais foram utilizados em duplicidade, constando no cupom fiscal data e números de CPFs diversos - isto é, os réus usaram um mesmo cupom fiscal, por mais de uma vez, para registrar junto ao Ministério da Saúde aquisições distintas de medicamentos, gerando pagamentos em duplicidade oriundos de um só cupom. Outro demonstrativo da fraude no programa é o pequeno tempo transcorrido entre uma e outra dispensação de medicamentos, utilizando o sistema de informática do Ministério da Saúde. No dia 27 de fevereiro de 2009 (sexta-feira), por exemplo, foram realizadas várias “vendas” fora do horário de atendimento ao público (que termina às 18h). Das 18h31 às 19h48, os réus simularam o registro de 102 vendas de medicamentos, no valor final de pouco mais de R$ 3 mil, para supostos 57 usuários/pacientes. Ou seja, em menos de 77 minutos teriam sido atendidos 57 usuários - o que significa uma média de um atendimento a cada 1,20 minuto.