timentos. A primeira fase de expansão do porto foi concluída há cerca de três anos, quando foi executada a ampliação em mil metros do quebra-mar, com mais dois berços de 350 metros de cada e a ampliação da ponte existente em 380 metros. A expectativa da Cearáportos é que, quando as obras do Canal do Panamá forem concluídas, os navios post-panamax e suezmax terão Pecém como porto aparelhado para recebê-los. Segundo Hernani, a ampliação do Canal do Panamá reduzirá as rotas da Ásia em cerca de 30 dias. A partir destes novos projetos previstos, a administração do porto prevê a diversificação de cargas que vão desde a movimentação de novos granéis sólidos até a grande movimentação de granéis líquidos. Além disso, quando a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) estiver em operação, o porto exportará, inicialmente, três milhões de toneladas de placas, atingindo na segunda fase seis milhões de toneladas de placas. “É um novo perfil de cargas que será exportada pelo porto de Pecém com o atendimento às demandas que virão com esses novos players”, projeta Hernani. Ele reconhece que as obras em Pecém são complexas e cita que a execução da segunda ponte vai ser executada em mar aberto. “Os grandes desafios são inerentes a uma obra com refinamento tecnológico. São obras cuja tecnologia está dominada pelo corpo técnico e todos os caminhos que porventura poderiam ser encarados como críticos têm sido estudados e mitigados em função da experiência adquirida ao longo da primeira fase de expansão”, analisa. Cerquinho destaca que Suape é privilegiado porque não possui problemas de neblina e por ter regimes de ventos bastante brandos. Ele diz que, raramente, a região registra ventos acima de 20 nós. Segundo o diretor de gestão portuária, as paradas de operação por conta do clima são insignificantes, no máximo três eventos num ano e durante poucas horas. Ele acrescenta ainda que o assoreamento no mar de Suape é muito pequeno, o que torna o custo de manutenção da profundidade muito baixo. Fotoimagem O licenciamento para portos offshore seguem o mesmo padrão de portos convencionais cláudio soares Formato ‘offshore’ do porto não possui vantagem ou desvantagem O processo de dragagem atual visa aprofundar o canal de acesso de Suape para 20 metros, possibilitando a atracação de petroleiros com 300 metros de comprimento, até 170 mil TPB (toneladas de porte bruto) e calado de 18 metros. Cerquinho lembra que, há alguns anos, era possível operar com 15 metros, mas o tamanho dos navios vem aumentando. Desde setembro de 2014, Suape vem recebendo navios de petróleo para refinaria Abreu e Lima. O porto recebeu três petroleiros de menor porte porque o canal não estava dragado para 20 metros. Um projeto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) prevê a duplicação da capacidade de movimentação de minério de ferro, dos atuais 30 milhões de toneladas por ano para 60 milhões de toneladas/ano. Os investimentos previstos neste projeto são da ordem de R$ 2,5 bilhões, de acordo com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Soares diz que o porto de Itaguaí está preparado para acompanhar a chegada de navios cada vez maiores. Ele garante que o porto está adequado para a maioria das embarcações que recebe e que esse é um mercado dinâmico onde a economia de escala e a densidade de carga em determinadas rotas marítimas são fundamentais para pressão por ganhos de escala. “A autoridade portuária (CDRJ) está sempre atenta à evolução e necessidade de aprimoramento de infraestrutura portuária para acompanhamento da evolução mercadológica na relação navio-mercado-porto”, destaca Soares. Além de minérios, as cargas acondicionadas em contêineres devem ganhar destaque na operação do porto de Itaguaí nos próximos anos. Até o fechamento desta edição, o porto de Itaguaí tinha como meta concluir ainda em 2014 a extensão do cais em 270 metros para contêiner e carga geral. Com a obra, o porto passa a ter três berços, com 810 metros de cais contínuos, podendo receber navios de até 334 metros de comprimento. Por outro lado, o porto ainda necessita nivelar e alargar o canal de acesso para maior mobilidade no tráfego de embarcações, virtualmente eliminando o tempo de espera para a entrada e saída no canal. Soares destaca as melhorias no acesso terrestre ao porto, com a inauguração em 2014 do arco metropolitano (rodovia BR-493/RJ-109) com três pistas de alta velocidade. A movimentação do porto Itapoá caminhava para fechar 2014 estável, PORTOS E NAVIOS JANEIRO 2015 41