NIQUELÂNDIA Trio mata e enterra homem na zona rural Euclides Oliveira José Bertolino da Silva, mais conhecido como Mestre, foi encontrado morto pela Polícia Civil de Niquelândia às 9h30 da manhã da terça-feira (15), na região do Rio Vermelho, zona rural do município, a 35 quilômetros da área central da cidade. Com o auxílio de 30 pessoas, após incessantes buscas, os agentes policiais do DP de Niquelândia localizaram Mestre enterrado um cova de 50 centímetros de profundidade, 60 centímetros de largura e 1,80 metro de comprimento. O corpo, (em adiantado estado de decomposição) apresentava sinais de violência no crânio, com afundamento na região do maxilar. Segundo o agente Erlandsson de Sena, é bem provável que a morte tenha sido provocada por golpes violentos de madeira ou por uma barra de ferro. Mestre ficou desaparecido durante 23 dias, tendo sendo visto pela última vez em 22 de junho. Naquele dia, por volta das 9 horas da manhã, segundo a Polícia Civil de Niquelândia, Mestre trabalhava em uma construção no povoado, na companhia de um rapaz identificado apenas pelo prenome de Devanir. Na ocasião, o caseiro Adalberto Pereira da Silva (que seria empregado de um fazendeiro de Padre Bernardo) foi ao encontro de Mestre com a promessa de que pagaria a parcela restante, em dinheiro, referente à compra de algumas cabeças de gado. Mestre, então, deslocou-se com Adalberto e nunca foi mais visto na região do Rio Vermelho. Na terça-feira (7), ao ser formalmente comunicada do desaparecimento de Mestre (por uma escrevente do Fórum de Niquelândia), a Polícia Civil localizou Adalberto na região do Rio Vermelho. Na conversa preliminar com os policiais civis, o caseiro confirmou ter se encontrado com Mestre no dia 22 de junho. Porém, na versão inicial de Adalberto, Mestre teria reclamado de dores de estômago e decidido voltar para a sua casa, andando a pé por uma distância de oito quilômetros. Adalberto disse que não quitou a dívida com Mestre, pois não teria recebido o dinheiro que fora prometido por seu patrão. As suspeitas de que Mestre havia sido assassinado pelo caseiro ganharam maiores proporções na sexta-feira (10): nessa data, Adalberto não apareceu no DP de Niquelândia para cumprir o mandado de intimação que lhe fora entregue três dias, para formalizar seu depoimento sobre o que realmente teria ocorrido com o vendedor das cabeças de gado. Na madrugada de sexta para o sábado (11), testemunhas presenciaram que Adalberto, a esposa dele, Carmem Dias Rocha, de 31 anos, e o irmão dela, Josemar Dias Rocha, de 36 anos (mais conhecido como Galego) mudaram-se às pressas da casa onde moravam, carregando todos os pertences em um caminhão. Pouco antes do encontro do cadáver de Mestre (num terreno a 100 metros da casa de Adalberto) a Polícia Civil de Niquelândia localizou várias covas rasas e cavadas de forma incompleta, a 40 metros da casa do caseiro. A policia suspeita que os assassinos desistiram de ocultar o corpo de Mestre numa desses buracos, pelo fato do terreno ser duro e seco, o que teria dificultado o término da escavação. Na sequência, o corpo de Mestre foi encontrado numa área coberta por galhos, onde a vegetação nativa havia sido cortada de forma diferente de uma simples limpeza de pasto. A Polícia Técnico-Científica de Uruaçu esteve no local para os levantamentos de praxe. A uma distância de apenas cinco metros da casa de Adalberto, os peritos encontram uma mancha de sangue embaixo de uma árvore, com uma pequena quantidade de cabelo. Galego e Carmem, segundo a Polícia Civil de Niquelândia, seriam moradores de uma casa na Rua 10, no Jardim Arimatéia, em Minaçu. Na Fazenda Porção, onde Adalberto morava, a Polícia Civil apreendeu as onze cabeças de gado que o caseiro “comprou” de Mestre. Adalberto, a mulher e o cunhado dele continuam foragidos, até o presente momento. Se localizados, vão responder processo por crime de homicídio doloso (com intenção de matar), seguido de ocultação de cadáver, de acordo com o delegado Gerson José de Souza.