1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Luiz Phellipe Dell’ Aquila PROCESSO DE MOTIVAÇÃO DA 3ª IDADE PARA MANUTENÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot São Paulo 2011 2 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Luiz Phellipe Dell’ Aquila PROCESSO DE MOTIVAÇÃO DA 3ª IDADE PARA MANUTENÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado à Universidade Presbiteriana Mackenzie para conclusão do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot São Paulo 2011 3 Dedico este trabalho aos meus pais e a minha família que me apoiaram durante toda a vida nas minhas decisões. A todos os participantes da Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em especial aos idosos, para que continuem na perseverança do aprendizado por toda vida. Ao curso de Gerontologia da EACH-USP por todos os ensinamentos que me permitiram elaborar este trabalho. 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus pela oportunidade a mim concedida de realizar este trabalho com sabedoria e entusiasmo. Aos meus pais e minha família pela dedicação, apoio e incentivo nas horas difíceis e nas horas em que precisava de carinho. À memória dos meus avós pela confiança depositada em mim, por me apoiarem em todas as situações difíceis e por compartilharem comigo, fazendo parte, dos meus sonhos, desejos e conquistas. Estando presentes incondicionalmente quando mais preciso. Em especial à memória da minha avó Anna Temerário Leança por sempre procurar me ajudar a conquistar meus objetivos, me apoiando e me incentivando, e principalmente por acreditar no meu potencial, me encaminhando e acompanhando meu crescimento e desenvolvimento pessoal, me ensinando a ser uma pessoa com caráter, honesta e verdadeira, sendo um exemplo de mulher e de avó para mim. Obrigado pelos seus ensinamentos e pelas suas palavras de carinho e amor, que tanto me são úteis para a vida. À Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot pela oportunidade de me escolher como seu orientando e também por aceitar desenvolver um trabalho sobre um tema tão difícil e ainda em desenvolvimento no país, frente ao recente processo de envelhecimento populacional. Obrigado pela dedicação e atenção. À Profa. Dra. Maria Elisa Pereira Lopes pelo apoio na coleta de dados e pela sua preocupação na elaboração e desenvolvimento do trabalho, bem como aceitar fazer parte da banca de avaliação. À Profa. Ms. Marília Silva de Albuquerque pelo incentivo e cooperação nas horas difíceis da realização deste trabalho, pelos ensinamentos fundamentais em gerontologia e por aceitar fazer parte da banca de avaliação, sendo uma pessoa muito importante e especial na minha formação acadêmica. 5 Aos idosos e alunos da Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade Presbiteriana Mackenzie que aceitaram gentilmente participar da pesquisa, pela sua simpatia, alegria e determinação para que continuem a buscar o conhecimento e acreditem em seu potencial. À memória de Danielli Martins Fonseca Lima pelo apoio, incentivo e por fazer parte da minha formação pessoal, ajudando no meu amadurecimento, por ser um exemplo de vida e superação para mim, principalmente por ter me dado a honra de conhecêla e ser minha amiga. À Talita Delfino pelos seus conselhos e apoio durante a elaboração deste trabalho, bem como às conversas que muito me incentivaram, sendo para mim um exemplo de superação, determinação e de vida. À Fábio Mitsuse Araújo, Gabriel Ricardo Beco e Vitor Sperling por me ajudarem nos momentos de decisão do tema para este trabalho, e me manterem na entusiasmado e empolgado para levar este trabalho adiante, me ajudando com algumas idéias e na montagem do trabalho. À Renata Lobato por estar comigo nos momentos felizes e de desespero para elaboração deste trabalho, por ser uma das pessoas mais especiais para mim e acima de tudo por ser a pessoa com que sempre sonhei encontrar em minha vida. Obrigado por estar ao meu lado, me fazendo feliz na certeza de que sempre estaremos juntos, e mais ainda por me ensinar o verdadeiro significado do Amor, me fazendo acreditar no mesmo. A todos os meus amigos que de direta ou indiretamente me ajudaram na elaboração deste e torceram por mim, e fizeram parte do meu sucesso e do meu caminhar em novas empreitadas. 6 RESUMO Tendo em vista o decorrente envelhecimento populacional, o ponto fundamental deste trabalho diz respeito à relação e à influência da Qualidade de Vida e Bemestar na motivação e aprendizagem de idosos. Com o objetivo de investigar e analisar os motivos pelos quais pessoas idosas retornam às salas de aula, este estudo de caso procurará também, analisar o papel da aprendizagem na manutenção da Qualidade de Vida e sua relação com o Bem-estar, de idosos participantes do Programa Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UATU-UPM). Os dados foram coletados por meio de um questionário, composto tanto por questões discursivas, quanto de múltipla escolha; estas referindo-se a elementos específicos da vida dos idosos, como por exemplo, sexo, estado civil e escolaridade, a fim de delinear o perfil dos entrevistados. Enquanto que as discursivas tiveram a intenção de fazer com que a pessoa relate o motivo pelo qual voltou a estudar, as influências que podem tê-la estimulado, o que ela espera com isso, ou seja, qual o efeito da aprendizagem em sua vida, levando em consideração seu Bem-Estar e sua Qualidade de vida. Para apresentação dos dados na análise as questões de múltipla escolha foram tabuladas e contabilizadas, enquanto as discursivas foram dividas em categorias, segundo as respostas dos entrevistados. Na análise dos dados, percebe-se que a maior parte dos entrevistados são mulheres com idade entre 70 e 75 anos e a principal motivação que influi na Qualidade de Vida e Bem-estar é a saúde física e mental, bem como as relações sociais que as idosas estabelecem ao participar das atividades da UATU. Conclui-se que a educação para toda a vida é um importante fator motivador para os idosos por permitir que desenvolvam habilidades e capacidades. Palavras-chave: Envelhecimento. Idosos. Educação para toda vida. Motivação na Terceira Idade. Qualidade de Vida. Bem-estar. Retorno às salas de aula. 7 ABSTRACT Due to the occurring population grow age, the starting point of this work is related to the influence of quality of life and well-being on motivation and learning of elderly people. With the purpose of investigate and analyze the reason why elderly people come back to the classroom. This case study will also intend to analyze the learning on maintenance of Quality of Life and its relation to the well-being, of participants elderly people on the Universidade Aberta do Tempo Útil (UATU-UPM) (University Opening on Appropriate Time). Program of the Universidade Presbiteriana Mackenzie (Mackenzie Presbyterian University). The details were collected on a questioner, composed by discursive questions, multiple choice questions, and these multiple choice referring to specific elements on the elderly people, as, sex, marital status and schooling, in order to outline the interviewee profile. While the discursive questions has the intention to force the people to tell why they turned on to study, the influences that have stimulated them to, which are they waiting on it, as which is the learning effect on their life, considering their well-being and their quality of life. For presentation of data to analyze the multiple-choice questions were tabulated and counted, while the discursive questions were divided into categories according to the interviewee’s answers. On the details analysis , we can see that the most of the interviewees are women between 70 and 75 years old, and their principal motivation on Quality of Life and Well-Being is their mental and physical health, as well the social relations that they establish participating on the UATU activities. As conclusion we have that the education for all life is an important motivating factor for the elderly people so that they can develop their abilities and capacities. Key-Words: Aging. Elderly. Education for Life. Senior’s Motivation. Quality of Life. Well-Being. Back to Schoolroom. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................09 2. OBJETIVOS...........................................................................................10 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................11 3.1 Conceito de Qualidade de Vida........................................................11 3.2 Conceito de Bem-estar....................................................................12 3.2.1 Bem-estar subjetivo.................................................................13 3.3 Histórico da Universidade Aberta do Tempo Útil (UATU)................14 3.4 Motivação na Terceira Idade............................................................16 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................18 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................19 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................29 7. REFERÊNCIAS......................................................................................30 8. APÊNDICES...........................................................................................32 8.1 Apêndice 1 – Carta de Informação à Instituição...............................32 8.2 Apêndice 2 – Carta de Informação ao Sujeito..................................33 8.3 Apêndice 3 – Instrumento de Pesquisa............................................34 9 1. INTRODUÇÃO Devido ao atual processo de envelhecimento da população brasileira, tem-se observado, ainda que de forma escassa, que parte da população de 60 anos ou mais, têm retornado às salas de aula, principalmente em Instituições de Ensino Superior (IES), que apresentam programas voltados a este público. Este trabalho visa, então, aumentar os estudos ligados à educação, tanto de adultos, quanto de idosos, uma vez que é uma área muito recente, em que se têm poucos estudos a respeito; sobretudo em relação à motivação dos alunos idosos, procurando investigar, analisar e compreender os fatores que promovem o retorno às salas de aula neste determinado período do ciclo de vida. Para tal é necessário conceituar, segundo a literatura, o significado de Qualidade de Vida, bem como os fatores determinantes de Bem-estar, em específico bem-estar subjetivo e como este dois fatores influenciam na motivação educacional dos idosos. 10 2. OBJETIVOS Investigar e analisar os motivos pelos quais pessoas idosas retornam às salas de aula. Analisar o papel da aprendizagem na manutenção da Qualidade de Vida e sua relação com o Bem-estar. 11 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em decorrência do crescente envelhecimento populacional e da projeção das condições de vida futuras, cada vez mais vem se observando o aumento de pessoas idosas frequentando instituições de ensino e cursos, mostrando a importância do cuidado e investimento em pessoas idosas. Nas universidades tem sido crescente o número de programas e cursos disponibilizados a este público, fazendo com que essas pessoas se sintam funcionais na sociedade e possam transmitir, por meio do convívio social, suas experiências de vida. 3.1 Conceito de Qualidade de Vida Uma das concepções fundamentais que permeiam a sociedade atual é a melhoria da Qualidade de Vida. Esta expressão aparece em diferentes contextos no nosso cotidiano e no decorrer da vida. Mas seu sentido real é mais intrínseco do que parece, pois segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é um conceito sem definição precisa, envolvendo diferentes fatores relacionados aos indivíduos, como saúde, saneamento básico, relações sociais, ou seja, diversos aspectos que compõem as atividades cotidianas dos indivíduos no decorrer de seu ciclo vital (SEIDL E ZANNON, 2004). Para entender o que significa Qualidade de Vida para idosos é relevante compreender a concepção de envelhecimento. Este trata-se de um processo biológico natural em que não ocorrem apenas mudanças físicas no ser humano, mas também é uma fase de transição e não de declínio como a sociedade enfatiza (BOSI, 2003), de um processo heterogêneo, mesmo entre a população idosa, que cresce segundo as taxas demográficas de fecundidade e de esperança de vida (SOUSA et.al. 2003). Na terceira idade este conceito encontra-se relacionado com as teorias de envelhecimento ativo (CACHIONI, 1998). Nas quais o sujeito é pró-ativo e controla sua qualidade de vida traçando objetivos que possibilitem sua adaptação à sociedade moderna, e auxilie na manutenção de seu bem-estar, durante o desenvolvimento do processo de envelhecimento. Os parâmetros que influenciam a 12 qualidade de vida são referentes à: satisfação de vida, bem-estar social, dependência, autonomia e aspectos psicológicos e cognitivos (SOUSA et. al. 2003). Vecchia et. al. (2005) considera outros fatores como auto-estima, nível sócioeconômico, suporte familiar, saúde física, valores culturais e religiosos, entre outros aspectos de caráter multidimensional. Para Sousa et. al. (2003) e Vecchia et. al. (2005) a qualidade de vida para idosos tem aspectos que são relevantes segundo as condições de vida específicas dos idosos, ou seja, cada indivíduo tem sua concepção sobre qualidade de vida e o que ela representa. Dessa forma, a qualidade de vida de um indivíduo pode ser motivada por diversas atividades cotidianas, as quais lhe proporcionam bem-estar. Tais relações entre idosos e a sociedade, agem em sua estrutura psicológica e social podendo ser considerada uma questão de política pública, por conta das diversas situações encontradas na população, caracterizando e influenciando, assim, na qualidade de vida social dos idosos (SOUSA et al., 2003 p. 366). Assim para se entender o conceito de qualidade de vida é preciso levar em conta a variabilidade e subjetividade tanto do próprio conceito, quanto dos indivíduos; sendo necessário conhecer os fatores relacionados ao bem-estar, à felicidade e a realização pessoal dos idosos (VECCHIA et. al. 2005). No que diz respeito à questão da saúde, conforme o idoso é mais dependente, menor é sua percepção de bem-estar e, portanto, menor será seu nível qualidade de vida, uma vez que este conceito engloba o outro (SOUSA et al., 2003 p. 369). 3.2 Conceito de Bem- estar O conceito que compõe o Bem-estar pode ser dividido em vários aspectos relacionados às condições de vida dos indivíduos, neste estudo trataremos do bemestar subjetivo, pelo fato de ser o mais relevante à nossa pesquisa. O significado de Bem-estar se refere a uma condição momentânea de conforto com o ambiente em que a pessoa esta inserida. Em referência com o conceito de qualidade de vida este significado também é composto por valores subjetivos, que influencia e interfere nas 13 condições de vida do indivíduo, sendo considerada parte integrante e transformadora na velhice. (VECCHIA et. al. 2005). A conscientização e a percepção de Bem-estar em indivíduos adultos podem proporcionar um envelhecimento bem-sucedido, pois auxiliam em relações sociais e valorização de aspectos positivos do envelhecimento, auxiliando na promoção do envelhecimento ativo, ou bem-sucedido. Este representa um processo no qual os idosos integram diferentes motivações e habilidades que os auxiliem a enfrentar diferentes situações no decorrer da vida, de forma a alterar suas condições para promoção da qualidade de vida e bem-estar. Para envelhecer bem é necessário um equilíbrio entre as habilidades e limitações encontradas pelos idosos, possibilitando enfrentar as diferentes situações no decorrer da vida, bem como fatores que motivem este permitindo o entendimento sobre o desenvolvimento e manifestação do Bem- estar subjetivo. (CACHIONI, 1998). 3.2.1 Bem-estar subjetivo O Bem-estar subjetivo além de ser composto por diversos fatores que influenciam a emocionalidade e personalidade dos indivíduos, apresentando caráter totalmente subjetivo. Pode ser considerado uma forma de autoconhecimento, bem como das pessoas que o cercam, gerando um maior afeto e envolvimento com as mesmas, e também nas experiências de vida cotidianas, sendo muitas vezes, associado e denominado de felicidade (PASSARELI E SILVA, 2007). As relações sociais, afetivas e cognitivas são fatores fundamentais para a promoção deste tipo de bem-estar, pois permite que o indivíduo desenvolva suas capacidades e potencialidades, melhorando sua auto-estima, qualidade de vida e aspectos ligados à emocionalidade. O bem-estar subjetivo pode auxiliar na manutenção de qualidade de vida através da percepção de fatores que possibilitam a satisfação do indivíduo momentaneamente, fazendo com que ele se sinta bem (CACHIONI, 1998; PASSARELI E SILVA, 2007). Segundo Passareli e Silva (2007) existem três fatores que compõem o bem-estar subjetivo, que são: satisfação de 14 vida, afetos positivos e afetos negativos. Estes componentes interferem na felicidade do indivíduo e se associam à saúde, personalidade e longevidade dos mesmos. No processo de envelhecimento, segundo Cachioni (1998) o bem-estar subjetivo se encontra mais estável na velhice, do que em jovens e adultos que são mais sensíveis às mudanças da vida. Para o idoso esta situação pode auxiliar nas mudanças de vida e sociedade na qual está inserido, uma vez que se recorda das lembranças de situações de sua vida e relações sociais (BOSI, 2003). Assim a teoria da atividade, segundo Cachioni (1998), sugere que quanto mais ativo é o idoso maior será sua satisfação de vida e mais relações sociais duradouras irá estabelecer. Desta forma, os relacionamentos sociais são muito importantes para os idosos pois permitem a manutenção do bem-estar subjetivo, por meio das experiências de vida que trocam com outras pessoas. Na literatura pode ser considerado um importante marcador de qualidade de vida, pois este visa melhorar a qualidade de vida e permite ao idoso fazer uma auto avaliação de sua condição de vida, bem como a compreensão do processo de envelhecimento. Assim, os programas educacionais para idosos tem como função fundamental motivar e estimular a interação dos indivíduos da terceira idade com outras pessoas, desenvolvendo também a atualização dos conhecimentos, servindo de apoio para manutenção cognitiva dos idosos, contribuindo para manutenção do bem-estar subjetivo e, consequentemente, da qualidade de vida dos mesmos. 3.3 Histórico da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) O programa Universidade Aberta ao Tempo Útil da Universidade Presbiteriana Mackenzie surgiu por iniciativa da Faculdade de Filosofia, Letras e Educação, do anterior, Centro de Ciências e Humanidades (CCH), como programa de educação continuada e extensão, aberto a todas as pessoas da comunidade, tanto jovens, quanto adultos; que possuam disponibilidade de tempo útil para 15 participar dos cursos. Procurando ampliar seus conhecimentos, e o relacionamento social (Souza, 2005). A UATU-UPM tem como objetivos proporcionar experiências educacionais, capacitação, desenvolvimento de habilidades específicas sócio-culturais, e estimular a convivência das pessoas com diferentes faixas etárias, visando o exercício da cidadania sendo assim uma rede de saberes, para que as pessoas possam aprender e reaprender sempre (Souza, 2005). A educação nos dias atuais convida a envolver as pessoas em sua realidade social e cultural. Desta forma a UATU proporciona que idosos ainda ativos, desenvolvam suas necessidades e potencialidades em atividades abertas a partir do compartilhamento de experiências. Dessa forma, o programa possui uma proposta pedagógica, que procura valorizar seus alunos como pessoas ativas na sociedade, diminuindo a solidão dos participantes, que por fatores como viuvez ou separação, se sentem sozinhos e desmotivados a construírem novas amizades (SOUZA, 2005). Os cursos oferecidos na UATU-UPM são realizados pelos próprios docentes da universidade e em diferentes áreas como: ciências humanas, sociais, informática, ciências da saúde, letras, artes e idiomas. Além disso, oferecem atividades complementares e extracurriculares, como: coral, fóruns, palestras, simpósios, viagens, visitas monitoradas, entre outras. Estas atividades extracurriculares são realizadas nos períodos contrários aos cursos. As ações educativas envolvem a questão do aprender e reaprender durante toda a vida. O que envolve mais que elementos conceituais, mas também, sentimentais, afetuosidades; enfim, diversos conteúdos que acabam por enriquecer as aulas e o espaço da UATU, que estimula a compreensão e a comunicação por meio da interação e convivência entre pessoas de diferentes idades, construindo valores de respeito ao próximo e enriquecimento pessoal, de forma a entender e proporcionar o desenvolvimento humano (SOUZA, 2005). Para participarem do programa as pessoas precisam ter dezoito anos ou mais e apresentem disponibilidade de tempo para realizar diversas atividades culturais e de aprendizagem. Para que as pessoas participem do programa é cobrada uma 16 mensalidade pelos cursos inscritos. Não é necessária uma escolaridade mínima para participar dos cursos. 3.4 Motivação na Terceira Idade Na Declaração de Hamburgo (1997), documento final da V Confintea cujo tema foi “Educação por Toda Vida”; consta que a Qualidade de Vida envolve a educação, como processo motivador, gerando bem-estar. Em idosos, esta visa fortalecer suas potencialidades para enfrentar as mudanças da sociedade, procurando desenvolver autonomia e valores sobre as habilidades e competências individuais e dentro das comunidades, incentivando desta forma a criação de programas para educação continuada tanto de processos formais, quanto não formais e informais (DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997). O Marco de Ação de Belém (2010), documento decorrente das discussões utilizadas na VI Confintea acredita-se ser de fundamental importância o incentivo à educação de adultos para o desenvolvimento do ser humano, procurando conceituar o que seria a aprendizagem ao longo da vida. Sendo uma forma de organização das formas de educação de adultos, baseada em valores, permitindo a este público uma visão da sociedade moderna a qual vivemos (MARCO DE AÇÃO DE BELÉM, 2010). Tanto o Marco de Ação de Belém (2010), quanto a Declaração de Hamburgo (1997) reconhecem que a educação e o direito de aprender são fundamentais para capacitar as pessoas e prepará-las para assumir o controle de suas vidas, sendo o campo de estudo da Gerontologia Educacional (CACHIONI, 1998). Para isso é importante que os adultos e idosos, tenham as mesmas oportunidades de aprender e desenvolver suas habilidades pessoais e produtivas (DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997). Bosi (2003) comenta que os velhos apenas são desatualizados porque não recebem atenção na medida correta e que existe uma falta de diálogo entre adultos e velhos sendo compreendida como uma descriminação com o idoso, pois não se aceita os conselhos de pessoas mais velhas pelo fato de não participarem mais dos processos de produção dentro da sociedade. 17 Fazendo com que o idoso se sinta rebaixado, pela desvalorização de sua experiência de vida (Bosi, 2003). Para isso, no Marco de Ação de Belém (2010) descreve-se que a educação de jovens e adultos é uma questão de políticas e envolve a ação pública, para o desenvolvimento de programas por instituições privadas com apoio do governo, sendo de fundamental importância possibilitar o acesso e a motivação a todos, nas diferentes formas de educação. A UATU-UPM procura apoiar e possibilitar o acesso à educação continuada, sendo esta considerada um fator determinante para a manutenção da Qualidade de vida e Bem-estar (VECCHIA et. al. 2005). Pois tais programas educacionais podem servir como instrumentos para prolongar as relações sociais dos indivíduos até a fase de senescência, melhorando e prolongando a qualidade de vida e garantindo um bem estar para os mesmos (CACHIONI, 1998). Segundo Cachioni (1998), a educação na terceira idade pode ser concebida como uma oportunidade de atualização, aquisição de conhecimentos e participação de atividades sócio-culturais. Essa concepção permite que os idosos desenvolvam seu bem-estar subjetivo, sua auto-estima e sejam, constantemente, motivados a procurar conhecimentos e desenvolver habilidades cognitivas diversificadas (CACHIONI, 1998 p. 10). Assim a UATU procura desenvolver a autonomia dos idosos, proporcionando uma valorização dos mesmos, para que se sintam menos dependentes de familiares ou cônjuges, por meio de atividades que lhe são prazerosas, modificando, portanto, sua qualidade de vida e bem-estar (SOUSA et al., 2003). Assim, o Marco de Ação de Belém (2010) reitera que é de fundamental importância o incentivo às praticas de ensino para adultos, para auxiliar estruturação e modificação da sociedade, a fim de acompanhar as mudanças no mundo globalizado, frente aos períodos de crise. Durante a velhice é necessário a preocupação em realizar atividades que não nos envelhecem ou nos passe a sensação de excluídos socialmente para dar significados a atitudes e sentimentos cotidianos (BOSI, 2003 p. 81). A partir deste ponto de vista, a UATU procura manter os idosos ativos na sociedade, por meio de ações educativas que estimulem os 18 mesmos a participarem como agentes da reestruturação social brasileira, por meio da construção de conhecimentos e transmissão de informações. 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo inicialmente foi enviado à Comissão de Ética do Centro de Ciências Biológicas, sob o protocolo: L023/09/11, sendo aprovado após a resposta de pendências. No estudo realizou-se uma pesquisa utilizando um instrumento de avaliação de Qualidade de Vida e Bem-estar, com 23 indivíduos idosos, de ambos os sexos, freqüentadores do Programa Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UATU-UPM). Para tal, foi enviada à UATU uma carta de informação à instituição (Apêndice 1), que continha os objetivos do trabalho, explicando o tipo de pesquisa que seria realizada com os participantes do programa. A coleta de dados foi realizada tanto com indivíduos que acabaram de ingressar no programa quanto com indivíduos que já participam do mesmo há mais tempo, para avaliar quais motivos levaram estes a freqüentar o programa e as mudanças que ocorreram em suas vidas depois que participaram das atividades propostas pelo programa. Para realizar a coleta foi anexado, junto ao instrumento de pesquisa, uma carta de informação ao sujeito (Apêndice 2), com explicações sobre os direitos dos indivíduos ao participar da pesquisa, bem como os objetivos e finalidade da mesma. Como instrumento de pesquisa foi elaborado um questionário (Apêndice 3), com 12 questões, tanto fechadas quanto abertas, com caráter quantitativo e qualitativo respectivamente. As questões fechadas procuravam investigar o perfil sócio-demográfico dos entrevistados com perguntas a respeito do estado civil, da formação escolar, da situação sócio-econômica e das condições de vida dos participantes. Já as questões abertas foram elaboradas com o intuito de entender o motivo pelo qual haviam 19 retornado às salas de aula, bem como sua concepção sobre Qualidade de Vida, Bem-estar e a relação entre esses aspectos na influência de seu retorno aos estudos. A aplicação dos questionários foi realizada por meio da coordenadora da UATU que distribuiu os mesmos para os alunos na sala de aula, no horário em que fazem suas oficinas de atividades. Em seguida, os dados dos questionários foram tabulados e analisados, sendo apresentados na forma de gráficos, mostrando a porcentagem de respostas obtidas ou aquelas que apareceram com maior frequência. As questões fechadas foram contabilizadas e representadas nos gráficos segundo as alternativas que compunham a resposta, conforme a freqüência em que apareciam. Já as questões abertas foram divididas e classificadas em categorias principais, segundo as respostas obtidas em cada uma delas, sendo contabilizadas a partir da distribuição nas mesmas. A análise de dados foi realizada procurando inter-relacionar os resultados encontrados nas questões abertas e fechadas para verificar como a educação pode motivar os idosos e influenciar em sua Qualidade de Vida e seu Bem-estar. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 23 questionários distribuídos para levantamento de opinião, apenas 18 foram respondidos pelos participantes da oficina da UATU, as primeiras questões procuravam fazer um levantamento do perfil sócio-demográfico dos participantes. Como descrito anteriormente, procurou-se entrevistar pessoas de 60 anos ou mais que participassem das oficinas. A partir da análise dos questionários foi possível perceber que apenas duas pessoas entre os entrevistados não eram idosos, apresentando 46 e 50 anos respectivamente, e do sexo feminino, os dados dessas pessoas foram incluídos com as demais. 20 Uma vez que a UATU, assim como outros programas de inclusão de idosos; e como destaca Cachioni (1997) e Sousa et. al. (2003), não atende um público específico, podendo ser freqüentado por todas as pessoas que apresentam tempo útil e queiram complementá-lo com atividades culturais e de aprendizado; como se encontra descrito no Marco de Ação de Belém (2010) e discutido na Declaração de Hamburgo (1997) que as oportunidades de educação para jovens e adultos devem ser oferecidas a todos, sem restrição de cor, idade ou gênero. A partir desta relação foi possível perceber que os entrevistados em sua grande maioria são idosos (Tabela 1) do sexo feminino (89%), apresentando apenas três pessoas que não indicaram sua idade. Foi possível identificar que cerca de 13 dos indivíduos entrevistados são casados, 2 são viúvos e 3 estão atualmente solteiros. Grande parte concluiu o ensino superior ou tem no mínimo o ensino médio (Tabela 2). Tabela 1. Distribuição etária de 18 idosos participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) (n=18). Frequência Idade (anos) < 60 2 60 I---65 3 65 I---70 3 70 I---75 6 75I----80 1 3 Não respondeu Total 18 % 11 17 17 33 6 17 100 Tabela 2. Distribuição de escolaridade de 18 idosos participantes da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) (n=18). Frequência Escolaridade E. Médio incompleto 3 E. Médio completo 6 E. Superior incompleto 2 E. Superior completo 7 Total 18 % 17 33 11 39 100 21 Com relação ao salário mensal (Figura 1) e sua estrutura familiar (Figura 2) foi possível perceber o perfil econômico dos participantes em comparação com sua estrutura familiar e escolaridade, averiguando se tal condição influi na qualidade de vida e bem estar dos participantes. A partir do levantamento observou-se que grande parte dos participantes da UATU corresponde à classe média alta e que devido ao estado civil dos entrevistados muitos moram com o cônjuge. Algumas pessoas não responderam as referidas questões. 33 35 30 Até 1 Salário Mínimo 22 20 2 a 3 Salários Mínimos 17 15 11 4 a 5 Salários Mínimos 5 a 10 Salários Mínimos 11 10 Mais de 10 Salários Mínimo 6 Não Respondeu 5 0 Salário Mensal Figura 1 - Distribuição de renda mensal de 18 idosos participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). 33 35 Sozinho(a) 30 22 25 % % 25 22 20 15 10 Com cônjuge e filhos 11 6 5 0 Somente com o cônjuge Com os filhos 6 Com cônjuge, filhos e netos Não respondeu Com quem mora Figura 2 - Distribuição de estrutura familiar de 18 idosos participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). Na análise das questões discursivas os entrevistados mencionaram mais de uma categoria. A questão de número 8, cuja pergunta se referia ao motivo pelo qual 22 a pessoa decidiu retornar às salas de aula, e se esse retorno partiu de alguma necessidade ou desejo, foram criadas as seguintes categorias: aprendizado; conhecimento, que envolve atualização, reciclagem e cultura; relações sociais, que envolve conhecer novas pessoas; bem-estar, que envolve a questão do desejo individual e o auto-cuidado; e uma categoria se a motivação foi por outras pessoas, como pode ser observado na Figura 3. 60 53 50 % 40 30 20 17 13 13 10 3 0 Aprendizado Conhecimento Relações Sociais Bem-estar Por outras pessoas Fatores motivadores Figura 3 - Motivação para os participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) à retornarem às salas de aula. Esta questão permitiu a análise dos principais motivos que levaram as pessoas a retornarem às salas de aula, pois segundo Vecchia et. al. (2005) programas como a UATU atuam no campo da autonomia dos participantes, proporcionando a eles autoconfiança para desenvolver suas habilidades e capacidades para enfrentar as mudanças da sociedade, como está na Declaração de Hamburgo (1997) e comenta Bosi (2003). Desta forma os idosos podem se sentir úteis perante a sociedade, valorizando sua qualificação e sua história como ser humano (BOSI, 2003). Segundo a literatura para se envelhecer bem é preciso integrar diferentes motivações às habilidades dos indivíduos, para auxiliar em diferentes ocasiões no decorrer da vida e aumentando as ofertas de qualidade de vida e bem-estar (CACHIONI, 1997). A questão número 9 permite entender o que o indivíduo entende ser Qualidade de Vida e Bem-estar, uma vez que diversos autores dizem que tais 23 conceitos são difíceis de serem definidos, devido à subjetividade envolvida neles (SEIDL E ZANNON, 2004). Esta questão foi divida nas seguintes categorias: saúde física, que envolve critérios como alimentação e exercícios; bons relacionamentos e relação social; bem-estar, que envolve viver bem, desejos, sonhos e amor; conhecimento, que envolve atualização e cultura; saúde mental, que abrange a emocionalidade; conforto; e outros fatores, como viagens, lazer e recursos financeiros (Figura 4). 35 31 30 % 25 19 20 15 15 13 10 6 10 6 5 0 Saúde Física Relações Sociais Bem-estar Conhecimentos Saúde mental/ emocional Conforto Outros fatores Figura 4 - Concepção de Qualidade de Vida e Bem-estar de 18 participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). Nesta questão percebe-se que parte da amostra acredita que qualidade de vida e bem-estar apresentam o mesmo significado, sendo que 5 dos entrevistados distinguiram as duas respostas no momento do preenchimento do questionário. A partir do levantamento de dados foi possível analisar que grande parte dos entrevistados acredita que qualidade de vida significa ter boa saúde física, seguido de bem-estar, neste caso se trata do subjetivo, pelo qual as pessoas procuram entre outros fatores viver bem e realizar desejos pessoais; e bons relacionamentos sociais. Como retrata Cachioni (1997) as relações sociais são de fundamental importância para garantir o bem-estar, pois permite que os indivíduos troquem experiências de vida. E assim possam promover felicidade entre os mesmos, uma vez que esta interação pode elevar a auto-estima e autoconfiança das pessoas 24 estando intimamente relacionado à personalidade e satisfação de vida dos mesmos, podendo esta ser positiva ou negativa (PASSARELI E SILVA, 2007). Na literatura é possível perceber que os indivíduos se preocupam com sua condição sócio-econômica, sendo esta um fator determinante para manutenção da qualidade de vida e promoção de bem-estar (CACHIONI, 1997). Para Passareli e Silva (2007) a renda influencia, mas não é considerado fator fundamental para promoção do bem-estar subjetivo. No levantamento de dados foi perceptível este ponto de vista retratado por Passareli e Silva, pois apenas um dos entrevistados demonstrou preocupação com recursos financeiros, sendo fator influente para manutenção da qualidade de vida e bem-estar, os demais identificaram critérios que compõem a subjetividade humana. Durante a análise dos questionários duas respostas foram relevantes para a pesquisa. Na primeira está escrita a seguinte resposta: “VIVER BEM = QUALIDADE DE VIDA”. Nesta resposta o entrevistado acredita que qualidade de vida e bem-estar são sinônimos, corroborando com as idéias de Seidl e Zannon (2004), Vecchia et.al. (2005) e Sousa et.al. (2003); é possível caracterizar que qualidade de vida envolve a concepção de bem-estar, partindo da teoria de que os bens materiais e a boa relação com o meio no qual os indivíduos vivem, configura a qualidade da situação de vida deles. Outra resposta que de certa forma complementa a justificativa da primeira foi: “Manter o sentido da vida”, pode-se entender que os idosos se preocupam em aproveitar a vida, e todas as oportunidades que ela ainda tem a oferecer. Isso caracteriza o que Cachioni (1997) chama de envelhecimento bem-sucedido e corrobora com a idéia de Souza (2005) a qual envelhecer não é apenas um prolongamento da vida, mas viver para realizar sonhos, estar com pessoas diferentes, e lutar por autonomia na sociedade atual, quando comenta sobre a valorização dos idosos na UATU. A questão de número 10 do instrumento refere-se à forma de incentivo recebida pelos idosos, para participarem da UATU e retornarem aos estudos. Foi questionado se a motivação para frequentar as atividades ocorreu por vontade 25 própria, incentivo de parentes ou amigos. Os dados podem ser observados na Figura 5. Algumas pessoas responderam mais que uma das opções fornecidas pela pergunta. 60 52 50 % 40 26 30 22 20 10 0 Vontade Própria Amigos Parentes (filhos, netos,etc.) Tipos de Incentivo Figura 5 - Distribuição de Tipos de Incentivo entre os participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). A partir da figura é possível perceber que as pessoas participam da UATU por vontade própria, tendo menor influência de amigos e parentes, ou seja, fazem parte do programa porque se sentem úteis, sendo motivados a restabelecer seu papel social, sendo este desenvolvido de forma prazerosa pelos idosos, sem se preocuparem com exigências do mercado e da sociedade (SOUZA, 2005; BOSI, 2003). Contestando, assim, a concepção de envelhecimento, pois este fenômeno não pode ser considerado um período de declínio biológico do ser humano, mas sim uma fase da vida em que se podem adquirir diversos valores. Algumas respostas desta questão foram pertinentes, pois despertaram comentários de algumas pessoas. Como, por exemplo, a resposta de uma idosa, que recebeu incentivo dos filhos para participar dos cursos. O que é possível relacionar que as gerações mais recentes têm conhecimento do processo de envelhecimento e da importância de se realizar diferentes tipos de atividades na fase da velhice. Uma resposta que justifica tal entendimento social foi uma pessoa que respondeu que retornou aos estudos por vontade própria, e com o tempo foi incentivada. 26 Uma resposta relevante foi: “Vontade própria, eu que incentivo os demais”. Ela chamou a atenção pelo fato da pessoa entrevistada, se sentir orgulhosa e ao mesmo tempo entusiasmada em participar da UATU, como descreve Souza (2005, p. 66), que as pessoas que participam do programa da universidade aberta, procuram determinação para lutar contra os aspectos negativos do envelhecimento, reinventando o mesmo. Na questão 11 foi abordado se o retorno às salas de aula poderia influenciar na manutenção da qualidade de vida e como isso poderia acontecer. Nesta questão todos os entrevistados responderam que a volta aos estudos influencia na qualidade de vida. As justificativas das respostas foram divididas nas seguintes categorias: conhecimentos, que engloba atualização e aprendizagem; relações sociais; bemestar e qualidade de vida; saúde mental; disposição e utilidade, que envolve os critérios de participação; como pode ser observado na Figura 6. 30 28 25 % 20 20 16 16 12 15 8 10 5 0 Conhecimentos Relações Sociais Bem-estar/Qualidade de vida Saúde mental Disposição/Utilidade Experiências de Vida Figura 6 - Influência da educação na manutenção da Qualidade de Vida dos participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). A partir do levantamento de dados, grande parte dos entrevistados acreditam que o principal fator de influencia o retorno aos estudos na manutenção da qualidade de vida, sejam as relações sociais estabelecidas durante as atividades da UATU, seguido da sensação de utilidade e disposição na sociedade; a promoção do bem-estar; e a reconstrução dos conhecimentos. Uma vez que as experiências de vida dos idosos permitem que novas aprendizagens proporcionem diversos significados à vida, contribuindo para o desenvolvimento pessoal dos idosos e promovendo o envelhecimento bem sucedido, gerando uma auto-percepção positiva 27 no indivíduo (SOUZA, 2005; CACHIONI, 1997). Para Cachioni (1998) ter um envelhecimento favorável significa aproveitar os elementos básicos da vida, como saúde, educação, relações sociais e motivações individuais, favorecendo a promoção da qualidade de vida e bem estar dos indivíduos. Alguns entrevistados acreditam que o exercício da atividade mental pode proporcionar-lhes uma capacidade de viver melhor, e que o retorno dos estudos influencia a qualidade de vida em qualquer idade, pelo fato de se sentirem úteis e com novos objetivos de vida. Pois acreditam que o retorno às salas de aula permite a ampliação dos horizontes e troca de experiências de vida, além de novas amizades que estendem pelos muros da UATU. Tais formas de pensamento corroboram e justificam a idéia proposta por Cachioni (1998). Assim, na questão 12 procurou-se observar a influência do aprendizado na qualidade de vida e sua forma de ocorrência. Todos os participantes acreditam que a qualidade de vida influencia o aprendizado e justificaram tal afirmação de diversas maneiras, segundo as categorias de respostas, levando em consideração os mesmos critérios que nas questões anteriores, nas seguintes categorias: saúde física; disposição, utilidade e participação social; bem-estar e qualidade de vida; saúde emocional e mental; experiências de vida; relações sociais; e conhecimento e % cultura, envolvendo também o critério de atualização (Figura 7). 35 30 25 20 15 10 5 0 29 17 17 10 Saúde física 10 Disposição e Utilidade Bemestar/Qualidade de vida Saúde emocional e mental 7 Experiências de vida 10 Relações Sociais Conhecimento e cultura Figura 7 - Forma de Influência da Qualidade de Vida no aprendizado dos participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM). Como observado na figura 7, grande parte dos participantes confere à categoria bem-estar o principal fator motivador para influência no aprendizado, 28 seguido pela classe de disposição e participação social e conhecimento e cultura. Tal fator se deve ao fato da aprendizagem e a construção de conhecimentos estarem relacionados com os significados da vida, auxiliando na valorização da identidade de cada indivíduo, promovendo o desenvolvimento da cidadania dos idosos pela participação de atividades que enriquecem sua capacidade de aprender sempre (SOUZA, 2005). Saúde física, emocional e relações sociais, também justificam a influência do aprendizado. Devido ao fato dos idosos comentarem em alguns questionários que caso não possuíssem saúde física e emocional não poderiam participar das atividades do programa universidade aberta, e que graças a esta participação podem se relacionar com várias pessoas, ampliando suas redes de convívio social. Sendo este um fator fundamental para as pessoas nesta fase da vida, uma vez que com o processo de envelhecimento muitos idosos se afastam socialmente dos demais, pois acreditam ser velhos, e não se sentem participantes da vida, ocorrendo assim um distanciamento emocional com as pessoas, é o que Cachioni (1998) comenta sendo a teoria do desengajamento ou afastamento. Uma das respostas que justifica tal influência é: “Sim, uma pessoa saudável tem disposição para aprender, sair de casa, enfim viver intensamente”. Ou: “Com certeza, sem saúde, ou bem-estar fica difícil aprender alguma coisa. Mas, às vezes, voltar aos estudos como na UATU, ajuda as pessoas a saírem de um comodismo e voltar a viver”. Alguns entrevistados acreditam que com o nível de bem-estar emocional e físico elevado, todos os demais fatores que compõem sua condição de vida, também estão elevados e geram bem-estar. Segundo um dos participantes, este equilíbrio, físico e mental, melhora o nível de concentração para o aprendizado. Com relação à qualidade de vida um dos entrevistados afirma que a melhoria nas condições da mesma, neste caso como a educação, possibilita a sensação de presença no mundo. Outro acredita que: “Uma pessoa com qualidade de vida satisfatória tem mais chance de ser bem sucedida na vida que outra que vive em péssimas condições”. Com relação a esta afirmação, nem sempre pessoas que não apresentam condições de vida satisfatória possuem qualidade de vida inferior, uma vez que este conceito é subjetivo e multidimensional (SEIDL E ZANNON, 2004). 29 Um participante fez o seguinte comentário: “Influencia sim, pois se você não tem qualidade de vida, não consegue ter uma disponibilidade interna para aprender”. E outro complementou: “Sim, porque incentiva e estimula o nosso cérebro a desenvolver áreas que talvez ficassem ‘adormecidas’. Quanto mais, melhor”. Desta forma, podemos concluir que a educação deve procurar ser promovida ao longo da vida e não para apenas uma etapa da mesma (MARCO DE AÇÃO DE BELÉM, 2010; SOUZA, 2005). Sendo que ela representa uma experiência global refletindo sobre valores e desigualdades a fim de transpor as barreiras culturais, de tempo e idade (SOUZA, 2005). Assim, a educação auxilia na motivação dos idosos pelo fato de proporcionar a eles novas experiências e conhecimentos, além de incentivar e desenvolver as habilidades cognitivas dos mesmos, sendo considerados indicadores do envelhecimento bem sucedido e contribuírem para o crescimento pessoal (CACHIONI, 1998). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desta maneira é possível compreender que a educação é um fator fundamental para a manutenção da Qualidade de vida e Bem-estar em idosos. Pelo fato de proporcionar aos mesmos, diversas capacidades e competências. Como por exemplo, se relacionarem com outras pessoas, melhorando sua condição social e trocando experiências de vida para se sentirem mais dispostos e úteis na sociedade melhorando suas condições físicas, mentais e emocionais, além de serem capazes de construir novos conhecimentos. Assim, o fenômeno da velhice deve ser considerado uma fase do ciclo vital em que é possível desenvolver e adquirir novas habilidades, principalmente quando incentivadas por familiares e amigos. Pois, como retrata Bosi (2003), as pessoas deveriam se preocupar em realizar atividades que dão significados aos gestos e sentimentos cotidianos, acreditando ser esse o remédio contra o passar do tempo. 30 Nesta visão o programa Universidade Aberta ao Tempo Útil apresenta uma proposta pedagógica diferenciada, considerando o perfil dos diferentes grupos da comunidade para formular seus objetivos e metodologias de ensino. Para que os cursos oferecidos façam parte da realidade dos participantes e contribuam, para a auto-percepção dos professores e profissionais atuantes. Uma vez que também, em determinado momento da vida, também se prepararão para a velhice. Por fim, a educação é considerada um importante motivador do processo de envelhecimento pró-ativo, pois é necessário que as pessoas aprendam a envelhecer, para motivar a si mesmas, a fim de desenvolverem habilidades e capacidades. Assim, programas como as Universidades Abertas podem suprir tais necessidades. 7. REFERÊNCIAS ALEMANHA. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos: V Confintea. Hamburgo: jul. 1997. Disponível em: www.cefetop.edu.br/codajoia/proeja-programa-nacional-de-integracao-da-educacaoprofissional-com-a-educacao-basica-na-modalidade-de-educacao-de-jovens-eadultos/VConfintea_Hamburgo_1997.pdf/at_download/file declaração de Hamburgo Acessado em: 28 out. 2011. BOSI, E. Memória-sonho e memória-trabalho: A memória dos velhos. In: BOSI, E. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 10ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 60-64. BOSI, E. A velhice na sociedade industrial. In: BOSI, E. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 10ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 7781. 31 BRASIL. Ministério da Educação. Marco de Ação de Belém: Confitea VI. Brasília: abr. 2006. Disponível em: http://www.unesco.org/fileadmin/MULTIMEDIA/INSTITUTES/UIL/confintea/pdf/workin g_documents/Belem%20Framework_Final_ptg.pdf Acessado em 28 out. 2011. CACHIONI, M. Envelhecimento bem-sucedido e participação numa Universidade para a Terceira Idade: A experiência dos alunos da Universidade São Francisco. 1998. 122 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Educacional) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000135482 Acessado em: 28 out. 2011. PASSARELI, P. M. E SILVA, J. A. Psicologia positiva e o estudo do bem-estar subjetivo. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 24, n. 4, p. 513-517, out./dez. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n4/v24n4a10.pdf Acessado em: 28 out. 2011. SEIDL, E. M. F.; ZANNON, C. M. L. C. Qualidade de Vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 580-588. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/27.pdf Acessado em: 28 out. 2011. SOUSA, L.; GALANTE, H. E FIGUEIREDO, D. Qualidade de Vida e bem- estar dos idosos: um estudo exploratório na população portuguesa. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 3, p. 364-371. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n3/15866.pdf Acessado em: 28 out. 2011. SOUZA, E. O prazer da volta à escola. In: SOUZA NETO, J. C. de; ATIK, M. L. G. (org.). Extensão Universitária: Uma construção de Solidariedade. São Paulo: Expressão e Arte, 2005, p. 63-74. VECCHIA, R. D. et. al. Qualidade de Vida na terceira idade: um conceito subjetivo. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 246-252. 2005. 32 Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rbepid/v8n3/06.pdf Acessado em: 28 out. 2011. 8. APÊNDICES 8.1 Apêndice 1 – Carta de Informação à Instituição CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO Esta pesquisa tem como intuito investigar e analisar os motivos que levam pessoas da 3ª idade a retornarem à sala de aula, bem como analisar o papel da aprendizagem na manutenção da Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tanto, realizaremos um estudo de caso com os alunos da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU), através de uma pesquisa com perguntas abertas e fechadas sobre Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tal solicitamos a autorização desta instituição para o encaminhamento de participantes, e para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a realização dos procedimentos não oferecem riscos físicos e/ou psicológicos aos participantes e à Instituição. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, prejuízo ou sofrimento, os participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas para si ou para a Instituição. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à disciplina de TGI, que os resultados da mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e TCC obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com a Instituição e outra com o(s) pesquisador (es). Obrigado. ...................................................................... Luiz Phellipe Dell’ Aquila ............................................................. Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot Universidade Presbiteriana Mackenzie (11) 9339-9010 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) senhor (a) ____________________________________, representante da instituição, após a leitura da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a Instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional. São Paulo,....... de..............................de.................. 33 _________________________________________ Assinatura do representante da Instituição 8.2 Apêndice 2 – Carta de Informação ao Sujeito CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO/ AO RESPONSÁVEL PELO SUJEITO Esta pesquisa tem como intuito investigar e analisar os motivos que levam pessoas da terceira idade a retornarem à sala de aula, bem como analisar o papel da aprendizagem na manutenção da Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tanto, realizaremos um estudo de caso com os alunos da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU), por meio de uma pesquisa utilizando como instrumento um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tal, solicitamos sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a realização dos procedimentos não oferecem riscos físicos e/ou psicológicos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, prejuízo ou sofrimento, os participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos participantes. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento, poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que, se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à disciplina de TGI, que os resultados da mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e TCC obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s) pesquisador (es). Obrigado. ...................................................................... Luiz Phellipe Dell’ Aquila ............................................................. Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot Universidade Presbiteriana Mackenzie (11) 9339-9010 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a) ____________________________________, após a leitura da Carta de Informação ao Sujeito, ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que o(a) senhor(a), a qualquer momento, poderá retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional. São Paulo,....... de..............................de.................. _________________________________________ Assinatura do sujeito OU seu representante legal 34 8.3 Apêndice 3 – Instrumento de Pesquisa UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS QUESTIONÁRIO SOBRE PROCESSO DE MOTIVAÇÃO NA TERCEIRA IDADE PARA MANUTENÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR 1. Data de Nascimento: _____/_____/19_____ 2. Gênero: ( ) Masculino 3. Estado Civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) separado(a) ( ) divorciado(a) ( ) viúvo(a) ( ) Feminino 4. Escolaridade: ( ) ensino fundamental (incompleto) ( ) ensino fundamental (completo) ( ) ensino médio (incompleto) ( ) ensino médio (completo) ( ) ensino superior (incompleto) ( ) ensino superior (completo) 35 5. Qual o salário mensal ? ( ( mínimos ( mínimos ( mínimos ( mínimos ( mínimos ( mínimos ) Até um salário mínimo ) Mais de 1 a 2 salários ) Mais de 2 a 3 salários ) Mais de 3 a 4 salários ) Mais de 4 a 5 salários ) Mais de 5 a 10 salários ) Mais de 10 salários 6. Com quem mora: ( ) sozinho(a) ( ) somente com o cônjuge ( ) com os filhos ( ) com o cônjuge e o(s) filhos ( ) com o cônjuge, filho(s) e neto(s) ( ) os filhos moram com o(a) senhor(a) ( ) os filhos e os netos moram com o(a) senhor(a) ( ) apenas os netos moram com o(a) senhor(a) ( ) outra pessoa mora com o(a) senhor(a) 7. De acordo com sua escolaridade você estudou, formalmente, durante_____ anos. 8. O que o(a) levou a voltar à sala de aula? Este retorno partiu de alguma necessidade ou desejo? Quais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. O(A) que o senhor(a) entende por Qualidade de Vida? E BemEstar? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ 36 10) O(A) senhor(a) teve algum incentivo de parentes ou amigos para voltar a estudar, ou foi vontade própria? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11) O(A) Sr.(a) considera que o retorno aos estudos, além da aquisição de conhecimento, influencia na manutenção da qualidade de vida? Por quê? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ 12) O(A) Sr.(a) acredita que a Qualidade de Vida influencia o aprendizado? Se sim, Como? Justifique sua resposta. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________