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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Luiz Phellipe Dell’ Aquila
PROCESSO DE MOTIVAÇÃO DA 3ª IDADE PARA MANUTENÇÃO DE
QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot
São Paulo
2011
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Luiz Phellipe Dell’ Aquila
PROCESSO DE MOTIVAÇÃO DA 3ª IDADE PARA MANUTENÇÃO DE
QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR
Trabalho de Graduação Interdisciplinar
apresentado
à
Universidade
Presbiteriana Mackenzie para conclusão
do curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas.
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot
São Paulo
2011
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Dedico este trabalho aos meus pais e a minha família
que me apoiaram durante toda a vida
nas minhas decisões. A todos os participantes
da Universidade Aberta do Tempo Útil da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, em
especial aos idosos, para que continuem na
perseverança do aprendizado por toda vida.
Ao curso de Gerontologia da EACH-USP
por todos os ensinamentos que me
permitiram elaborar este trabalho.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pela oportunidade a mim concedida de realizar este trabalho
com sabedoria e entusiasmo.
Aos meus pais e minha família pela dedicação, apoio e incentivo nas horas difíceis e
nas horas em que precisava de carinho.
À memória dos meus avós pela confiança depositada em mim, por me apoiarem em
todas as situações difíceis e por compartilharem comigo, fazendo parte, dos meus
sonhos, desejos e conquistas. Estando presentes incondicionalmente quando mais
preciso.
Em especial à memória da minha avó Anna Temerário Leança por sempre procurar
me ajudar a conquistar meus objetivos, me apoiando e me incentivando, e
principalmente por acreditar no meu potencial, me encaminhando e acompanhando
meu crescimento e desenvolvimento pessoal, me ensinando a ser uma pessoa com
caráter, honesta e verdadeira, sendo um exemplo de mulher e de avó para mim.
Obrigado pelos seus ensinamentos e pelas suas palavras de carinho e amor, que
tanto me são úteis para a vida.
À Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot pela oportunidade de me escolher como seu
orientando e também por aceitar desenvolver um trabalho sobre um tema tão difícil e
ainda em desenvolvimento no país, frente ao recente processo de envelhecimento
populacional. Obrigado pela dedicação e atenção.
À Profa. Dra. Maria Elisa Pereira Lopes pelo apoio na coleta de dados e pela sua
preocupação na elaboração e desenvolvimento do trabalho, bem como aceitar fazer
parte da banca de avaliação.
À Profa. Ms. Marília Silva de Albuquerque pelo incentivo e cooperação nas horas
difíceis da realização deste trabalho, pelos ensinamentos fundamentais em
gerontologia e por aceitar fazer parte da banca de avaliação, sendo uma pessoa
muito importante e especial na minha formação acadêmica.
5
Aos idosos e alunos da Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade
Presbiteriana Mackenzie que aceitaram gentilmente participar da pesquisa, pela sua
simpatia, alegria e determinação para que continuem a buscar o conhecimento e
acreditem em seu potencial.
À memória de Danielli Martins Fonseca Lima pelo apoio, incentivo e por fazer parte
da minha formação pessoal, ajudando no meu amadurecimento, por ser um exemplo
de vida e superação para mim, principalmente por ter me dado a honra de conhecêla e ser minha amiga.
À Talita Delfino pelos seus conselhos e apoio durante a elaboração deste trabalho,
bem como às conversas que muito me incentivaram, sendo para mim um exemplo
de superação, determinação e de vida.
À Fábio Mitsuse Araújo, Gabriel Ricardo Beco e Vitor Sperling por me ajudarem nos
momentos de decisão do tema para este trabalho, e me manterem na entusiasmado
e empolgado para levar este trabalho adiante, me ajudando com algumas idéias e
na montagem do trabalho.
À Renata Lobato por estar comigo nos momentos felizes e de desespero para
elaboração deste trabalho, por ser uma das pessoas mais especiais para mim e
acima de tudo por ser a pessoa com que sempre sonhei encontrar em minha vida.
Obrigado por estar ao meu lado, me fazendo feliz na certeza de que sempre
estaremos juntos, e mais ainda por me ensinar o verdadeiro significado do Amor, me
fazendo acreditar no mesmo.
A todos os meus amigos que de direta ou indiretamente me ajudaram na elaboração
deste e torceram por mim, e fizeram parte do meu sucesso e do meu caminhar em
novas empreitadas.
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RESUMO
Tendo em vista o decorrente envelhecimento populacional, o ponto fundamental
deste trabalho diz respeito à relação e à influência da Qualidade de Vida e Bemestar na motivação e aprendizagem de idosos. Com o objetivo de investigar e
analisar os motivos pelos quais pessoas idosas retornam às salas de aula, este
estudo de caso procurará também, analisar o papel da aprendizagem na
manutenção da Qualidade de Vida e sua relação com o Bem-estar, de idosos
participantes do Programa Universidade Aberta do Tempo Útil da Universidade
Presbiteriana Mackenzie (UATU-UPM). Os dados foram coletados por meio de um
questionário, composto tanto por questões discursivas, quanto de múltipla escolha;
estas referindo-se a elementos específicos da vida dos idosos, como por exemplo,
sexo, estado civil e escolaridade, a fim de delinear o perfil dos entrevistados.
Enquanto que as discursivas tiveram a intenção de fazer com que a pessoa relate o
motivo pelo qual voltou a estudar, as influências que podem tê-la estimulado, o que
ela espera com isso, ou seja, qual o efeito da aprendizagem em sua vida, levando
em consideração seu Bem-Estar e sua Qualidade de vida. Para apresentação dos
dados na análise as questões de múltipla escolha foram tabuladas e contabilizadas,
enquanto as discursivas foram dividas em categorias, segundo as respostas dos
entrevistados. Na análise dos dados, percebe-se que a maior parte dos
entrevistados são mulheres com idade entre 70 e 75 anos e a principal motivação
que influi na Qualidade de Vida e Bem-estar é a saúde física e mental, bem como as
relações sociais que as idosas estabelecem ao participar das atividades da UATU.
Conclui-se que a educação para toda a vida é um importante fator motivador para os
idosos por permitir que desenvolvam habilidades e capacidades.
Palavras-chave: Envelhecimento. Idosos. Educação para toda vida. Motivação na
Terceira Idade. Qualidade de Vida. Bem-estar. Retorno às salas de aula.
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ABSTRACT
Due to the occurring population grow age, the starting point of this work is related to
the influence of quality of life and well-being on motivation and learning of elderly
people. With the purpose of investigate and analyze the reason why elderly people
come back to the classroom. This case study will also intend to analyze the learning
on maintenance of Quality of Life and its relation to the well-being, of participants
elderly people on the Universidade Aberta do Tempo Útil (UATU-UPM) (University
Opening on Appropriate Time). Program of the Universidade Presbiteriana
Mackenzie (Mackenzie Presbyterian University). The details were collected on a
questioner, composed by discursive questions, multiple choice questions, and these
multiple choice referring to specific elements on the elderly people, as, sex, marital
status and schooling, in order to outline the interviewee profile. While the discursive
questions has the intention to force the people to tell why they turned on to study, the
influences that have stimulated them to, which are they waiting on it, as which is the
learning effect on their life, considering their well-being and their quality of life. For
presentation of data to analyze the multiple-choice questions were tabulated and
counted, while the discursive questions were divided into categories according to the
interviewee’s answers. On the details analysis , we can see that the most of the
interviewees are women between 70 and 75 years old, and their principal motivation
on Quality of Life and Well-Being is their mental and physical health, as well the
social relations that they establish participating on the UATU activities. As conclusion
we have that the education for all life is an important motivating factor for the elderly
people so that they can develop their abilities and capacities.
Key-Words: Aging. Elderly. Education for Life. Senior’s Motivation. Quality of Life.
Well-Being. Back to Schoolroom.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................09
2. OBJETIVOS...........................................................................................10
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................11
3.1 Conceito de Qualidade de Vida........................................................11
3.2 Conceito de Bem-estar....................................................................12
3.2.1 Bem-estar subjetivo.................................................................13
3.3 Histórico da Universidade Aberta do Tempo Útil (UATU)................14
3.4 Motivação na Terceira Idade............................................................16
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................19
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................29
7. REFERÊNCIAS......................................................................................30
8. APÊNDICES...........................................................................................32
8.1 Apêndice 1 – Carta de Informação à Instituição...............................32
8.2 Apêndice 2 – Carta de Informação ao Sujeito..................................33
8.3 Apêndice 3 – Instrumento de Pesquisa............................................34
9
1.
INTRODUÇÃO
Devido ao atual processo de envelhecimento da população brasileira, tem-se
observado, ainda que de forma escassa, que parte da população de 60 anos ou
mais, têm retornado às salas de aula, principalmente em Instituições de Ensino
Superior (IES), que apresentam programas voltados a este público.
Este trabalho visa, então, aumentar os estudos ligados à educação, tanto de adultos,
quanto de idosos, uma vez que é uma área muito recente, em que se têm poucos
estudos a respeito; sobretudo em relação à motivação dos alunos idosos,
procurando investigar, analisar e compreender os fatores que promovem o retorno
às salas de aula neste determinado período do ciclo de vida. Para tal é necessário
conceituar, segundo a literatura, o significado de Qualidade de Vida, bem como os
fatores determinantes de Bem-estar, em específico bem-estar subjetivo e como este
dois fatores influenciam na motivação educacional dos idosos.
10
2.
OBJETIVOS
Investigar e analisar os motivos pelos quais pessoas idosas retornam
às salas de aula. Analisar o papel da aprendizagem na manutenção da Qualidade de
Vida e sua relação com o Bem-estar.
11
3.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em decorrência do crescente envelhecimento populacional e da projeção das
condições de vida futuras, cada vez mais vem se observando o aumento de pessoas
idosas frequentando instituições de ensino e cursos, mostrando a importância do
cuidado e investimento em pessoas idosas. Nas universidades tem sido crescente o
número de programas e cursos disponibilizados a este público, fazendo com que
essas pessoas se sintam funcionais na sociedade e possam transmitir, por meio do
convívio social, suas experiências de vida.
3.1
Conceito de Qualidade de Vida
Uma das concepções fundamentais que permeiam a sociedade atual é a
melhoria da Qualidade de Vida. Esta expressão aparece em diferentes contextos no
nosso cotidiano e no decorrer da vida. Mas seu sentido real é mais intrínseco do que
parece, pois segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é um conceito sem
definição precisa, envolvendo diferentes fatores relacionados aos indivíduos, como
saúde, saneamento básico, relações sociais, ou seja, diversos aspectos que
compõem as atividades cotidianas dos indivíduos no decorrer de seu ciclo vital
(SEIDL E ZANNON, 2004).
Para entender o que significa Qualidade de Vida para idosos é relevante
compreender a concepção de envelhecimento. Este trata-se de um processo
biológico natural em que não ocorrem apenas mudanças físicas no ser humano, mas
também é uma fase de transição e não de declínio como a sociedade enfatiza
(BOSI, 2003), de um processo heterogêneo, mesmo entre a população idosa, que
cresce segundo as taxas demográficas de fecundidade e de esperança de vida
(SOUSA et.al. 2003).
Na terceira idade este conceito encontra-se relacionado com as teorias de
envelhecimento ativo (CACHIONI, 1998). Nas quais o sujeito é pró-ativo e controla
sua qualidade de vida traçando objetivos que possibilitem sua adaptação à
sociedade moderna, e auxilie na manutenção de seu bem-estar, durante o
desenvolvimento do processo de envelhecimento. Os parâmetros que influenciam a
12
qualidade de vida são referentes à: satisfação de vida, bem-estar social,
dependência, autonomia e aspectos psicológicos e cognitivos (SOUSA et. al. 2003).
Vecchia et. al. (2005) considera outros fatores como auto-estima, nível sócioeconômico, suporte familiar, saúde física, valores culturais e religiosos, entre outros
aspectos de caráter multidimensional. Para Sousa et. al. (2003) e Vecchia et. al.
(2005) a qualidade de vida para idosos tem aspectos que são relevantes segundo as
condições de vida específicas dos idosos, ou seja, cada indivíduo tem sua
concepção sobre qualidade de vida e o que ela representa. Dessa forma, a
qualidade de vida de um indivíduo pode ser motivada por diversas atividades
cotidianas, as quais lhe proporcionam bem-estar. Tais relações entre idosos e a
sociedade, agem em sua estrutura psicológica e social podendo ser considerada
uma questão de política pública, por conta das diversas situações encontradas na
população, caracterizando e influenciando, assim, na qualidade de vida social dos
idosos (SOUSA et al., 2003 p. 366).
Assim para se entender o conceito de qualidade de vida é preciso levar em
conta a variabilidade e subjetividade tanto do próprio conceito, quanto dos
indivíduos; sendo necessário conhecer os fatores relacionados ao bem-estar, à
felicidade e a realização pessoal dos idosos (VECCHIA et. al. 2005). No que diz
respeito à questão da saúde, conforme o idoso é mais dependente, menor é sua
percepção de bem-estar e, portanto, menor será seu nível qualidade de vida, uma
vez que este conceito engloba o outro (SOUSA et al., 2003 p. 369).
3.2
Conceito de Bem- estar
O conceito que compõe o Bem-estar pode ser dividido em vários aspectos
relacionados às condições de vida dos indivíduos, neste estudo trataremos do bemestar subjetivo, pelo fato de ser o mais relevante à nossa pesquisa. O significado de
Bem-estar se refere a uma condição momentânea de conforto com o ambiente em
que a pessoa esta inserida. Em referência com o conceito de qualidade de vida este
significado também é composto por valores subjetivos, que influencia e interfere nas
13
condições
de
vida
do
indivíduo,
sendo
considerada
parte
integrante
e
transformadora na velhice. (VECCHIA et. al. 2005).
A conscientização e a percepção de Bem-estar em indivíduos adultos podem
proporcionar um envelhecimento bem-sucedido, pois auxiliam em relações sociais e
valorização de aspectos positivos do envelhecimento, auxiliando na promoção do
envelhecimento ativo, ou bem-sucedido. Este representa um processo no qual os
idosos integram diferentes motivações e habilidades que os auxiliem a enfrentar
diferentes situações no decorrer da vida, de forma a alterar suas condições para
promoção da qualidade de vida e bem-estar. Para envelhecer bem é necessário um
equilíbrio entre as habilidades e limitações encontradas pelos idosos, possibilitando
enfrentar as diferentes situações no decorrer da vida, bem como fatores que
motivem este permitindo o entendimento sobre o desenvolvimento e manifestação
do Bem- estar subjetivo. (CACHIONI, 1998).
3.2.1 Bem-estar subjetivo
O Bem-estar subjetivo além de ser composto por diversos fatores que
influenciam a emocionalidade e personalidade dos indivíduos, apresentando caráter
totalmente subjetivo. Pode ser considerado uma forma de autoconhecimento, bem
como das pessoas que o cercam, gerando um maior afeto e envolvimento com as
mesmas, e também nas experiências de vida cotidianas, sendo muitas vezes,
associado e denominado de felicidade (PASSARELI E SILVA, 2007).
As relações sociais, afetivas e cognitivas são fatores fundamentais para a
promoção deste tipo de bem-estar, pois permite que o indivíduo desenvolva suas
capacidades e potencialidades, melhorando sua auto-estima, qualidade de vida e
aspectos ligados à emocionalidade. O bem-estar subjetivo pode auxiliar na
manutenção de qualidade de vida através da percepção de fatores que possibilitam
a satisfação do indivíduo momentaneamente, fazendo com que ele se sinta bem
(CACHIONI, 1998; PASSARELI E SILVA, 2007). Segundo Passareli e Silva (2007)
existem três fatores que compõem o bem-estar subjetivo, que são: satisfação de
14
vida, afetos positivos e afetos negativos. Estes componentes interferem na felicidade
do indivíduo e se associam à saúde, personalidade e longevidade dos mesmos.
No processo de envelhecimento, segundo Cachioni (1998) o bem-estar
subjetivo se encontra mais estável na velhice, do que em jovens e adultos que são
mais sensíveis às mudanças da vida. Para o idoso esta situação pode auxiliar nas
mudanças de vida e sociedade na qual está inserido, uma vez que se recorda das
lembranças de situações de sua vida e relações sociais (BOSI, 2003). Assim a teoria
da atividade, segundo Cachioni (1998), sugere que quanto mais ativo é o idoso
maior será sua satisfação de vida e mais relações sociais duradouras irá
estabelecer.
Desta forma, os relacionamentos sociais são muito importantes para os
idosos pois permitem a manutenção do bem-estar subjetivo, por meio das
experiências de vida que trocam com outras pessoas. Na literatura pode ser
considerado um importante marcador de qualidade de vida, pois este visa melhorar a
qualidade de vida e permite ao idoso fazer uma auto avaliação de sua condição de
vida, bem como a compreensão do processo de envelhecimento. Assim, os
programas educacionais para idosos tem como função fundamental motivar e
estimular a interação dos indivíduos da terceira idade com outras pessoas,
desenvolvendo também a atualização dos conhecimentos, servindo de apoio para
manutenção cognitiva dos idosos, contribuindo para manutenção do bem-estar
subjetivo e, consequentemente, da qualidade de vida dos mesmos.
3.3
Histórico da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM)
O
programa
Universidade
Aberta
ao
Tempo
Útil
da
Universidade
Presbiteriana Mackenzie surgiu por iniciativa da Faculdade de Filosofia, Letras e
Educação, do anterior, Centro de Ciências e Humanidades (CCH), como programa
de educação continuada e extensão, aberto a todas as pessoas da comunidade,
tanto jovens, quanto adultos; que possuam disponibilidade de tempo útil para
15
participar dos cursos. Procurando ampliar seus conhecimentos, e o relacionamento
social (Souza, 2005).
A UATU-UPM tem como objetivos proporcionar experiências educacionais,
capacitação, desenvolvimento de habilidades específicas sócio-culturais, e estimular
a convivência das pessoas com diferentes faixas etárias, visando o exercício da
cidadania sendo assim uma rede de saberes, para que as pessoas possam
aprender e reaprender sempre (Souza, 2005).
A educação nos dias atuais convida a envolver as pessoas em sua realidade
social e cultural. Desta forma a UATU proporciona que idosos ainda ativos,
desenvolvam suas necessidades e potencialidades em atividades abertas a partir do
compartilhamento de experiências. Dessa forma, o programa possui uma proposta
pedagógica, que procura valorizar seus alunos como pessoas ativas na sociedade,
diminuindo a solidão dos participantes, que por fatores como viuvez ou separação,
se sentem sozinhos e desmotivados a construírem novas amizades (SOUZA, 2005).
Os cursos oferecidos na UATU-UPM são realizados pelos próprios docentes
da universidade e em diferentes áreas como: ciências humanas, sociais, informática,
ciências da saúde, letras, artes e idiomas. Além disso, oferecem atividades
complementares e extracurriculares, como: coral, fóruns, palestras, simpósios,
viagens, visitas monitoradas, entre outras.
Estas atividades extracurriculares são realizadas nos períodos contrários aos
cursos. As ações educativas envolvem a questão do aprender e reaprender durante
toda a vida. O que envolve mais que elementos conceituais, mas também,
sentimentais, afetuosidades; enfim, diversos conteúdos que acabam por enriquecer
as aulas e o espaço da UATU, que estimula a compreensão e a comunicação por
meio da interação e convivência entre pessoas de diferentes idades, construindo
valores de respeito ao próximo e enriquecimento pessoal, de forma a entender e
proporcionar o desenvolvimento humano (SOUZA, 2005). Para participarem do
programa as pessoas precisam ter dezoito anos ou mais e apresentem
disponibilidade de tempo para realizar diversas atividades culturais e de
aprendizagem. Para que as pessoas participem do programa é cobrada uma
16
mensalidade pelos cursos inscritos. Não é necessária uma escolaridade mínima
para participar dos cursos.
3.4
Motivação na Terceira Idade
Na Declaração de Hamburgo (1997), documento final da V Confintea cujo tema
foi “Educação por Toda Vida”; consta que a Qualidade de Vida envolve a educação,
como processo motivador, gerando bem-estar. Em idosos, esta visa fortalecer suas
potencialidades para enfrentar as mudanças da sociedade, procurando desenvolver
autonomia e valores sobre as habilidades e competências individuais e dentro das
comunidades, incentivando desta forma a criação de programas para educação
continuada tanto de processos formais, quanto não formais e informais
(DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997).
O Marco de Ação de Belém (2010), documento decorrente das discussões
utilizadas na VI Confintea acredita-se ser de fundamental importância o incentivo à
educação de adultos para o desenvolvimento do ser humano, procurando conceituar
o que seria a aprendizagem ao longo da vida. Sendo uma forma de organização das
formas de educação de adultos, baseada em valores, permitindo a este público uma
visão da sociedade moderna a qual vivemos (MARCO DE AÇÃO DE BELÉM, 2010).
Tanto o Marco de Ação de Belém (2010), quanto a Declaração de Hamburgo (1997)
reconhecem que a educação e o direito de aprender são fundamentais para
capacitar as pessoas e prepará-las para assumir o controle de suas vidas, sendo o
campo de estudo da Gerontologia Educacional (CACHIONI, 1998).
Para isso é importante que os adultos e idosos, tenham as mesmas
oportunidades de aprender e desenvolver suas habilidades pessoais e produtivas
(DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, 1997). Bosi (2003) comenta que os velhos
apenas são desatualizados porque não recebem atenção na medida correta e que
existe uma falta de diálogo entre adultos e velhos sendo compreendida como uma
descriminação com o idoso, pois não se aceita os conselhos de pessoas mais velhas
pelo fato de não participarem mais dos processos de produção dentro da sociedade.
17
Fazendo com que o idoso se sinta rebaixado, pela desvalorização de sua
experiência de vida (Bosi, 2003).
Para isso, no Marco de Ação de Belém (2010) descreve-se que a educação
de jovens e adultos é uma questão de políticas e envolve a ação pública, para o
desenvolvimento de programas por instituições privadas com apoio do governo,
sendo de fundamental importância possibilitar o acesso e a motivação a todos, nas
diferentes formas de educação. A UATU-UPM procura apoiar e possibilitar o acesso
à educação continuada, sendo esta considerada um fator determinante para a
manutenção da Qualidade de vida e Bem-estar (VECCHIA et. al. 2005). Pois tais
programas educacionais podem servir como instrumentos para prolongar as
relações sociais dos indivíduos até a fase de senescência, melhorando e
prolongando a qualidade de vida e garantindo um bem estar para os mesmos
(CACHIONI, 1998).
Segundo Cachioni (1998), a educação na terceira idade pode ser concebida
como uma oportunidade de atualização, aquisição de conhecimentos e participação
de atividades sócio-culturais. Essa concepção permite que os idosos desenvolvam
seu bem-estar subjetivo, sua auto-estima e sejam, constantemente, motivados a
procurar conhecimentos e desenvolver habilidades cognitivas diversificadas
(CACHIONI, 1998 p. 10). Assim a UATU procura desenvolver a autonomia dos
idosos, proporcionando uma valorização dos mesmos, para que se sintam menos
dependentes de familiares ou cônjuges, por meio de atividades que lhe são
prazerosas, modificando, portanto, sua qualidade de vida e bem-estar (SOUSA et
al., 2003).
Assim, o Marco de Ação de Belém (2010) reitera que é de fundamental
importância o incentivo às praticas de ensino para adultos, para auxiliar estruturação
e modificação da sociedade, a fim de acompanhar as mudanças no mundo
globalizado, frente aos períodos de crise. Durante a velhice é necessário a
preocupação em realizar atividades que não nos envelhecem ou nos passe a
sensação de excluídos socialmente para dar significados a atitudes e sentimentos
cotidianos (BOSI, 2003 p. 81). A partir deste ponto de vista, a UATU procura manter
os idosos ativos na sociedade, por meio de ações educativas que estimulem os
18
mesmos a participarem como agentes da reestruturação social brasileira, por meio
da construção de conhecimentos e transmissão de informações.
4.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo inicialmente foi enviado à Comissão de Ética do Centro de Ciências
Biológicas, sob o protocolo: L023/09/11, sendo aprovado após a resposta de
pendências. No estudo realizou-se uma pesquisa utilizando um instrumento de
avaliação de Qualidade de Vida e Bem-estar, com 23 indivíduos idosos, de ambos
os sexos, freqüentadores do Programa Universidade Aberta do Tempo Útil da
Universidade Presbiteriana Mackenzie (UATU-UPM). Para tal, foi enviada à UATU
uma carta de informação à instituição (Apêndice 1), que continha os objetivos do
trabalho, explicando o tipo de pesquisa que seria realizada com os participantes do
programa. A coleta de dados foi realizada tanto com indivíduos que acabaram de
ingressar no programa quanto com indivíduos que já participam do mesmo há mais
tempo, para avaliar quais motivos levaram estes a freqüentar o programa e as
mudanças que ocorreram em suas vidas depois que participaram das atividades
propostas pelo programa.
Para realizar a coleta foi anexado, junto ao instrumento de pesquisa, uma
carta de informação ao sujeito (Apêndice 2), com explicações sobre os direitos dos
indivíduos ao participar da pesquisa, bem como os objetivos e finalidade da mesma.
Como instrumento de pesquisa foi elaborado um questionário (Apêndice 3), com 12
questões, tanto fechadas quanto abertas, com caráter quantitativo e qualitativo
respectivamente.
As questões fechadas procuravam investigar o perfil sócio-demográfico dos
entrevistados com perguntas a respeito do estado civil, da formação escolar, da
situação sócio-econômica e das condições de vida dos participantes. Já as questões
abertas foram elaboradas com o intuito de entender o motivo pelo qual haviam
19
retornado às salas de aula, bem como sua concepção sobre Qualidade de Vida,
Bem-estar e a relação entre esses aspectos na influência de seu retorno aos
estudos.
A aplicação dos questionários foi realizada por meio da coordenadora da
UATU que distribuiu os mesmos para os alunos na sala de aula, no horário em que
fazem suas oficinas de atividades. Em seguida, os dados dos questionários foram
tabulados e analisados, sendo apresentados na forma de gráficos, mostrando a
porcentagem de respostas obtidas ou aquelas que apareceram com maior
frequência. As questões fechadas foram contabilizadas e representadas nos gráficos
segundo as alternativas que compunham a resposta, conforme a freqüência em que
apareciam. Já as questões abertas foram divididas e classificadas em categorias
principais, segundo as respostas obtidas em cada uma delas, sendo contabilizadas
a partir da distribuição nas mesmas. A análise de dados foi realizada procurando
inter-relacionar os resultados encontrados nas questões abertas e fechadas para
verificar como a educação pode motivar os idosos e influenciar em sua Qualidade de
Vida e seu Bem-estar.
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 23 questionários distribuídos para levantamento de opinião, apenas 18
foram respondidos pelos participantes da oficina da UATU, as primeiras questões
procuravam fazer um levantamento do perfil sócio-demográfico dos participantes.
Como descrito anteriormente, procurou-se entrevistar pessoas de 60 anos ou mais
que participassem das oficinas. A partir da análise dos questionários foi possível
perceber que apenas duas pessoas entre os entrevistados não eram idosos,
apresentando 46 e 50 anos respectivamente, e do sexo feminino, os dados dessas
pessoas foram incluídos com as demais.
20
Uma vez que a UATU, assim como outros programas de inclusão de idosos; e
como destaca Cachioni (1997) e Sousa et. al. (2003), não atende um público
específico, podendo ser freqüentado por todas as pessoas que apresentam tempo
útil e queiram complementá-lo com atividades culturais e de aprendizado; como se
encontra descrito no Marco de Ação de Belém (2010) e discutido na Declaração de
Hamburgo (1997) que as oportunidades de educação para jovens e adultos devem
ser oferecidas a todos, sem restrição de cor, idade ou gênero.
A partir desta relação foi possível perceber que os entrevistados em sua
grande maioria são idosos (Tabela 1) do sexo feminino (89%), apresentando apenas
três pessoas que não indicaram sua idade. Foi possível identificar que cerca de 13
dos indivíduos entrevistados são casados, 2 são viúvos e 3 estão atualmente
solteiros. Grande parte concluiu o ensino superior ou tem no mínimo o ensino médio
(Tabela 2).
Tabela 1. Distribuição etária de 18 idosos participantes do programa
Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) (n=18).
Frequência
Idade (anos)
< 60
2
60 I---65
3
65 I---70
3
70 I---75
6
75I----80
1
3
Não respondeu
Total
18
%
11
17
17
33
6
17
100
Tabela 2. Distribuição de escolaridade de 18 idosos participantes da
Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) (n=18).
Frequência
Escolaridade
E. Médio incompleto
3
E. Médio completo
6
E. Superior incompleto
2
E. Superior completo
7
Total
18
%
17
33
11
39
100
21
Com relação ao salário mensal (Figura 1) e sua estrutura familiar (Figura 2) foi
possível perceber o perfil econômico dos participantes em comparação com sua
estrutura familiar e escolaridade, averiguando se tal condição influi na qualidade de
vida e bem estar dos participantes. A partir do levantamento observou-se que grande
parte dos participantes da UATU corresponde à classe média alta e que devido ao
estado civil dos entrevistados muitos moram com o cônjuge. Algumas pessoas não
responderam as referidas questões.
33
35
30
Até 1 Salário Mínimo
22
20
2 a 3 Salários Mínimos
17
15
11
4 a 5 Salários Mínimos
5 a 10 Salários Mínimos
11
10
Mais de 10 Salários Mínimo
6
Não Respondeu
5
0
Salário Mensal
Figura 1 - Distribuição de renda mensal de 18 idosos participantes do
programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
33
35
Sozinho(a)
30
22
25
%
%
25
22
20
15
10
Com cônjuge e filhos
11
6
5
0
Somente com o
cônjuge
Com os filhos
6
Com cônjuge, filhos
e netos
Não respondeu
Com quem mora
Figura 2 - Distribuição de estrutura familiar de 18 idosos participantes do
programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
Na análise das questões discursivas os entrevistados mencionaram mais de
uma categoria. A questão de número 8, cuja pergunta se referia ao motivo pelo qual
22
a pessoa decidiu retornar às salas de aula, e se esse retorno partiu de alguma
necessidade ou desejo, foram criadas as seguintes categorias: aprendizado;
conhecimento, que envolve atualização, reciclagem e cultura; relações sociais, que
envolve conhecer novas pessoas; bem-estar, que envolve a questão do desejo
individual e o auto-cuidado; e uma categoria se a motivação foi por outras pessoas,
como pode ser observado na Figura 3.
60
53
50
%
40
30
20
17
13
13
10
3
0
Aprendizado
Conhecimento
Relações Sociais
Bem-estar
Por outras
pessoas
Fatores motivadores
Figura 3 - Motivação para os participantes do programa Universidade
Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM) à retornarem às salas de aula.
Esta questão permitiu a análise dos principais motivos que levaram as
pessoas a retornarem às salas de aula, pois segundo Vecchia et. al. (2005)
programas como a UATU atuam no campo da autonomia dos participantes,
proporcionando a eles autoconfiança para desenvolver suas habilidades e
capacidades para enfrentar as mudanças da sociedade, como está na Declaração
de Hamburgo (1997) e comenta Bosi (2003). Desta forma os idosos podem se sentir
úteis perante a sociedade, valorizando sua qualificação e sua história como ser
humano (BOSI, 2003). Segundo a literatura para se envelhecer bem é preciso
integrar diferentes motivações às habilidades dos indivíduos, para auxiliar em
diferentes ocasiões no decorrer da vida e aumentando as ofertas de qualidade de
vida e bem-estar (CACHIONI, 1997).
A questão número 9 permite entender o que o indivíduo entende ser
Qualidade de Vida e Bem-estar, uma vez que diversos autores dizem que tais
23
conceitos são difíceis de serem definidos, devido à subjetividade envolvida neles
(SEIDL E ZANNON, 2004). Esta questão foi divida nas seguintes categorias: saúde
física, que envolve critérios como alimentação e exercícios; bons relacionamentos e
relação social; bem-estar, que envolve viver bem, desejos, sonhos e amor;
conhecimento, que envolve atualização e cultura; saúde mental, que abrange a
emocionalidade; conforto; e outros fatores, como viagens, lazer e recursos
financeiros (Figura 4).
35
31
30
%
25
19
20
15
15
13
10
6
10
6
5
0
Saúde Física
Relações
Sociais
Bem-estar
Conhecimentos
Saúde mental/
emocional
Conforto
Outros fatores
Figura 4 - Concepção de Qualidade de Vida e Bem-estar de 18 participantes do programa
Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
Nesta questão percebe-se que parte da amostra acredita que qualidade de
vida e bem-estar apresentam o mesmo significado, sendo que 5 dos entrevistados
distinguiram as duas respostas no momento do preenchimento do questionário. A
partir do levantamento de dados foi possível analisar que grande parte dos
entrevistados acredita que qualidade de vida significa ter boa saúde física, seguido
de bem-estar, neste caso se trata do subjetivo, pelo qual as pessoas procuram entre
outros fatores viver bem e realizar desejos pessoais; e bons relacionamentos
sociais.
Como retrata Cachioni (1997) as relações sociais são de fundamental
importância para garantir o bem-estar, pois permite que os indivíduos troquem
experiências de vida. E assim possam promover felicidade entre os mesmos, uma
vez que esta interação pode elevar a auto-estima e autoconfiança das pessoas
24
estando intimamente relacionado à personalidade e satisfação de vida dos mesmos,
podendo esta ser positiva ou negativa (PASSARELI E SILVA, 2007).
Na literatura é possível perceber que os indivíduos se preocupam com sua
condição sócio-econômica, sendo esta um fator determinante para manutenção da
qualidade de vida e promoção de bem-estar (CACHIONI, 1997). Para Passareli e
Silva (2007) a renda influencia, mas não é considerado fator fundamental para
promoção do bem-estar subjetivo. No levantamento de dados foi perceptível este
ponto de vista retratado por Passareli e Silva, pois apenas um dos entrevistados
demonstrou preocupação com recursos financeiros, sendo fator influente para
manutenção da qualidade de vida e bem-estar, os demais identificaram critérios que
compõem a subjetividade humana.
Durante a análise dos questionários duas respostas foram relevantes para a
pesquisa. Na primeira está escrita a seguinte resposta: “VIVER BEM = QUALIDADE
DE VIDA”. Nesta resposta o entrevistado acredita que qualidade de vida e bem-estar
são sinônimos, corroborando com as idéias de Seidl e Zannon (2004), Vecchia et.al.
(2005) e Sousa et.al. (2003); é possível caracterizar que qualidade de vida envolve a
concepção de bem-estar, partindo da teoria de que os bens materiais e a boa
relação com o meio no qual os indivíduos vivem, configura a qualidade da situação
de vida deles.
Outra resposta que de certa forma complementa a justificativa da primeira foi:
“Manter o sentido da vida”, pode-se entender que os idosos se preocupam em
aproveitar a vida, e todas as oportunidades que ela ainda tem a oferecer. Isso
caracteriza o que Cachioni (1997) chama de envelhecimento bem-sucedido e
corrobora com a idéia de Souza (2005) a qual envelhecer não é apenas um
prolongamento da vida, mas viver para realizar sonhos, estar com pessoas
diferentes, e lutar por autonomia na sociedade atual, quando comenta sobre a
valorização dos idosos na UATU.
A questão de número 10 do instrumento refere-se à forma de incentivo
recebida pelos idosos, para participarem da UATU e retornarem aos estudos. Foi
questionado se a motivação para frequentar as atividades ocorreu por vontade
25
própria, incentivo de parentes ou amigos. Os dados podem ser observados na
Figura 5. Algumas pessoas responderam mais que uma das opções fornecidas pela
pergunta.
60
52
50
%
40
26
30
22
20
10
0
Vontade Própria
Amigos
Parentes (filhos, netos,etc.)
Tipos de Incentivo
Figura 5 - Distribuição de Tipos de Incentivo entre os participantes do
programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
A partir da figura é possível perceber que as pessoas participam da UATU por
vontade própria, tendo menor influência de amigos e parentes, ou seja, fazem parte
do programa porque se sentem úteis, sendo motivados a restabelecer seu papel
social, sendo este desenvolvido de forma prazerosa pelos idosos, sem se
preocuparem com exigências do mercado e da sociedade (SOUZA, 2005; BOSI,
2003). Contestando, assim, a concepção de envelhecimento, pois este fenômeno
não pode ser considerado um período de declínio biológico do ser humano, mas sim
uma fase da vida em que se podem adquirir diversos valores.
Algumas respostas desta questão foram pertinentes, pois despertaram
comentários de algumas pessoas. Como, por exemplo, a resposta de uma idosa,
que recebeu incentivo dos filhos para participar dos cursos. O que é possível
relacionar que as gerações mais recentes têm conhecimento do processo de
envelhecimento e da importância de se realizar diferentes tipos de atividades na fase
da velhice. Uma resposta que justifica tal entendimento social foi uma pessoa que
respondeu que retornou aos estudos por vontade própria, e com o tempo foi
incentivada.
26
Uma resposta relevante foi: “Vontade própria, eu que incentivo os demais”.
Ela chamou a atenção pelo fato da pessoa entrevistada, se sentir orgulhosa e ao
mesmo tempo entusiasmada em participar da UATU, como descreve Souza (2005,
p. 66), que as pessoas que participam do programa da universidade aberta,
procuram determinação para lutar contra os aspectos negativos do envelhecimento,
reinventando o mesmo.
Na questão 11 foi abordado se o retorno às salas de aula poderia influenciar
na manutenção da qualidade de vida e como isso poderia acontecer. Nesta questão
todos os entrevistados responderam que a volta aos estudos influencia na qualidade
de vida. As justificativas das respostas foram divididas nas seguintes categorias:
conhecimentos, que engloba atualização e aprendizagem; relações sociais; bemestar e qualidade de vida; saúde mental; disposição e utilidade, que envolve os
critérios de participação; como pode ser observado na Figura 6.
30
28
25
%
20
20
16
16
12
15
8
10
5
0
Conhecimentos
Relações Sociais
Bem-estar/Qualidade de
vida
Saúde mental
Disposição/Utilidade
Experiências de Vida
Figura 6 - Influência da educação na manutenção da Qualidade de Vida dos participantes do
programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
A partir do levantamento de dados, grande parte dos entrevistados acreditam
que o principal fator de influencia o retorno aos estudos na manutenção da
qualidade de vida, sejam as relações sociais estabelecidas durante as atividades da
UATU, seguido da sensação de utilidade e disposição na sociedade; a promoção do
bem-estar; e a reconstrução dos conhecimentos. Uma vez que as experiências de
vida dos idosos permitem que novas aprendizagens proporcionem diversos
significados à vida, contribuindo para o desenvolvimento pessoal dos idosos e
promovendo o envelhecimento bem sucedido, gerando uma auto-percepção positiva
27
no indivíduo (SOUZA, 2005; CACHIONI, 1997). Para Cachioni (1998) ter um
envelhecimento favorável significa aproveitar os elementos básicos da vida, como
saúde, educação, relações sociais e motivações individuais, favorecendo a
promoção da qualidade de vida e bem estar dos indivíduos.
Alguns entrevistados acreditam que o exercício da atividade mental pode
proporcionar-lhes uma capacidade de viver melhor, e que o retorno dos estudos
influencia a qualidade de vida em qualquer idade, pelo fato de se sentirem úteis e
com novos objetivos de vida. Pois acreditam que o retorno às salas de aula permite
a ampliação dos horizontes e troca de experiências de vida, além de novas
amizades que estendem pelos muros da UATU. Tais formas de pensamento
corroboram e justificam a idéia proposta por Cachioni (1998).
Assim, na questão 12 procurou-se observar a influência do aprendizado na
qualidade de vida e sua forma de ocorrência. Todos os participantes acreditam que
a qualidade de vida influencia o aprendizado e justificaram tal afirmação de diversas
maneiras, segundo as categorias de respostas, levando em consideração os
mesmos critérios que nas questões anteriores, nas seguintes categorias: saúde
física; disposição, utilidade e participação social; bem-estar e qualidade de vida;
saúde emocional e mental; experiências de vida; relações sociais; e conhecimento e
%
cultura, envolvendo também o critério de atualização (Figura 7).
35
30
25
20
15
10
5
0
29
17
17
10
Saúde física
10
Disposição e
Utilidade
Bemestar/Qualidade
de vida
Saúde
emocional e
mental
7
Experiências de
vida
10
Relações
Sociais
Conhecimento e
cultura
Figura 7 - Forma de Influência da Qualidade de Vida no aprendizado dos
participantes do programa Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU-UPM).
Como observado na figura 7, grande parte dos participantes confere à
categoria bem-estar o principal fator motivador para influência no aprendizado,
28
seguido pela classe de disposição e participação social e conhecimento e cultura.
Tal fator se deve ao fato da aprendizagem e a construção de conhecimentos
estarem relacionados com os significados da vida, auxiliando na valorização da
identidade de cada indivíduo, promovendo o desenvolvimento da cidadania dos
idosos pela participação de atividades que enriquecem sua capacidade de aprender
sempre (SOUZA, 2005).
Saúde física, emocional e relações sociais, também justificam a influência do
aprendizado. Devido ao fato dos idosos comentarem em alguns questionários que
caso não possuíssem saúde física e emocional não poderiam participar das
atividades do programa universidade aberta, e que graças a esta participação
podem se relacionar com várias pessoas, ampliando suas redes de convívio social.
Sendo este um fator fundamental para as pessoas nesta fase da vida, uma vez que
com o processo de envelhecimento muitos idosos se afastam socialmente dos
demais, pois acreditam ser velhos, e não se sentem participantes da vida, ocorrendo
assim um distanciamento emocional com as pessoas, é o que Cachioni (1998)
comenta sendo a teoria do desengajamento ou afastamento.
Uma das respostas que justifica tal influência é: “Sim, uma pessoa saudável
tem disposição para aprender, sair de casa, enfim viver intensamente”. Ou: “Com
certeza, sem saúde, ou bem-estar fica difícil aprender alguma coisa. Mas, às vezes,
voltar aos estudos como na UATU, ajuda as pessoas a saírem de um comodismo e
voltar a viver”. Alguns entrevistados acreditam que com o nível de bem-estar
emocional e físico elevado, todos os demais fatores que compõem sua condição de
vida, também estão elevados e geram bem-estar. Segundo um dos participantes,
este equilíbrio, físico e mental, melhora o nível de concentração para o aprendizado.
Com relação à qualidade de vida um dos entrevistados afirma que a melhoria
nas condições da mesma, neste caso como a educação, possibilita a sensação de
presença no mundo. Outro acredita que: “Uma pessoa com qualidade de vida
satisfatória tem mais chance de ser bem sucedida na vida que outra que vive em
péssimas condições”. Com relação a esta afirmação, nem sempre pessoas que não
apresentam condições de vida satisfatória possuem qualidade de vida inferior, uma
vez que este conceito é subjetivo e multidimensional (SEIDL E ZANNON, 2004).
29
Um participante fez o seguinte comentário: “Influencia sim, pois se você não
tem qualidade de vida, não consegue ter uma disponibilidade interna para aprender”.
E outro complementou: “Sim, porque incentiva e estimula o nosso cérebro a
desenvolver áreas que talvez ficassem ‘adormecidas’. Quanto mais, melhor”.
Desta forma, podemos concluir que a educação deve procurar ser promovida
ao longo da vida e não para apenas uma etapa da mesma (MARCO DE AÇÃO DE
BELÉM, 2010; SOUZA, 2005). Sendo que ela representa uma experiência global
refletindo sobre valores e desigualdades a fim de transpor as barreiras culturais, de
tempo e idade (SOUZA, 2005).
Assim, a educação auxilia na motivação dos idosos pelo fato de proporcionar
a eles novas experiências e conhecimentos, além de incentivar e desenvolver as
habilidades
cognitivas
dos
mesmos,
sendo
considerados
indicadores
do
envelhecimento bem sucedido e contribuírem para o crescimento pessoal
(CACHIONI, 1998).
6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta maneira é possível compreender que a educação é um fator
fundamental para a manutenção da Qualidade de vida e Bem-estar em idosos. Pelo
fato de proporcionar aos mesmos, diversas capacidades e competências. Como por
exemplo, se relacionarem com outras pessoas, melhorando sua condição social e
trocando experiências de vida para se sentirem mais dispostos e úteis na sociedade
melhorando suas condições físicas, mentais e emocionais, além de serem capazes
de construir novos conhecimentos.
Assim, o fenômeno da velhice deve ser considerado uma fase do ciclo vital
em que é possível desenvolver e adquirir novas habilidades, principalmente quando
incentivadas por familiares e amigos. Pois, como retrata Bosi (2003), as pessoas
deveriam se preocupar em realizar atividades que dão significados aos gestos e
sentimentos cotidianos, acreditando ser esse o remédio contra o passar do tempo.
30
Nesta visão o programa Universidade Aberta ao Tempo Útil apresenta uma
proposta pedagógica diferenciada, considerando o perfil dos diferentes grupos da
comunidade para formular seus objetivos e metodologias de ensino. Para que os
cursos oferecidos façam parte da realidade dos participantes e contribuam, para a
auto-percepção dos professores e profissionais atuantes. Uma vez que também, em
determinado momento da vida, também se prepararão para a velhice.
Por fim, a educação é considerada um importante motivador do processo de
envelhecimento pró-ativo, pois é necessário que as pessoas aprendam a
envelhecer, para motivar a si mesmas, a fim de desenvolverem habilidades e
capacidades. Assim, programas como as Universidades Abertas podem suprir tais
necessidades.
7.
REFERÊNCIAS
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Confintea.
Hamburgo:
jul.
1997.
Disponível
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www.cefetop.edu.br/codajoia/proeja-programa-nacional-de-integracao-da-educacaoprofissional-com-a-educacao-basica-na-modalidade-de-educacao-de-jovens-eadultos/VConfintea_Hamburgo_1997.pdf/at_download/file declaração de Hamburgo
Acessado em: 28 out. 2011.
BOSI, E. Memória-sonho e memória-trabalho: A memória dos velhos. In: BOSI, E.
Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 10ª edição. São Paulo: Companhia
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BOSI, E. A velhice na sociedade industrial. In: BOSI, E. Memória e sociedade:
Lembranças de velhos. 10ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 7781.
31
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abr.
2006.
Disponível
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http://www.unesco.org/fileadmin/MULTIMEDIA/INSTITUTES/UIL/confintea/pdf/workin
g_documents/Belem%20Framework_Final_ptg.pdf Acessado em 28 out. 2011.
CACHIONI,
M.
Envelhecimento
bem-sucedido
e
participação
numa
Universidade para a Terceira Idade: A experiência dos alunos da Universidade
São Francisco. 1998. 122 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Educacional) –
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. Disponível
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Acessado em: 28 out. 2011.
PASSARELI, P. M. E SILVA, J. A. Psicologia positiva e o estudo do bem-estar
subjetivo. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 24, n. 4, p. 513-517, out./dez. 2007.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n4/v24n4a10.pdf Acessado em: 28
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SEIDL, E. M. F.; ZANNON, C. M. L. C. Qualidade de Vida e saúde: aspectos
conceituais e metodológicos. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.
2, p. 580-588. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/27.pdf
Acessado em: 28 out. 2011.
SOUSA, L.; GALANTE, H. E FIGUEIREDO, D. Qualidade de Vida e bem- estar dos
idosos: um estudo exploratório na população portuguesa. Revista de Saúde
Pública,
São
Paulo,
v.
37,
n.
3,
p.
364-371.
2003.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n3/15866.pdf Acessado em: 28 out. 2011.
SOUZA, E. O prazer da volta à escola. In: SOUZA NETO, J. C. de; ATIK, M. L. G.
(org.). Extensão Universitária: Uma construção de Solidariedade. São Paulo:
Expressão e Arte, 2005, p. 63-74.
VECCHIA, R. D. et. al. Qualidade de Vida na terceira idade: um conceito subjetivo.
Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 246-252. 2005.
32
Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rbepid/v8n3/06.pdf Acessado em: 28 out.
2011.
8.
APÊNDICES
8.1
Apêndice 1 – Carta de Informação à Instituição
CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
Esta pesquisa tem como intuito investigar e analisar os motivos que levam pessoas da 3ª
idade a retornarem à sala de aula, bem como analisar o papel da aprendizagem na
manutenção da Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tanto, realizaremos um estudo de
caso com os alunos da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU), através de uma
pesquisa com perguntas abertas e fechadas sobre Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tal
solicitamos a autorização desta instituição para o encaminhamento de participantes, e para
a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a realização dos
procedimentos não oferecem riscos físicos e/ou psicológicos aos participantes e à
Instituição. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a
qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, prejuízo ou sofrimento, os
participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas para si ou para
a Instituição. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos
colaboradores. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser
esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos
que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à disciplina de TGI, que os
resultados da mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e TCC obedecendo ao
sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes.
De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com
a Instituição e outra com o(s) pesquisador (es). Obrigado.
......................................................................
Luiz Phellipe Dell’ Aquila
.............................................................
Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot
Universidade Presbiteriana Mackenzie
(11) 9339-9010
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) senhor (a)
____________________________________, representante da instituição, após a leitura da Carta
de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer
dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a Instituição, através de seu
representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo
trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de..............................de..................
33
_________________________________________
Assinatura do representante da Instituição
8.2 Apêndice 2 – Carta de Informação ao Sujeito
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO/ AO RESPONSÁVEL PELO SUJEITO
Esta pesquisa tem como intuito investigar e analisar os motivos que levam pessoas da
terceira idade a retornarem à sala de aula, bem como analisar o papel da aprendizagem na
manutenção da Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tanto, realizaremos um estudo de caso
com os alunos da Universidade Aberta ao Tempo Útil (UATU), por meio de uma pesquisa
utilizando como instrumento um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre
Qualidade de Vida e Bem-Estar. Para tal, solicitamos sua autorização para a realização dos
procedimentos previstos. O contato interpessoal e a realização dos procedimentos não
oferecem riscos físicos e/ou psicológicos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a
participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de
desconforto, prejuízo ou sofrimento, os participantes poderão cessar sua colaboração sem
consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação
dos participantes. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento, poderão ser
esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que,
se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à disciplina de TGI, que os resultados
da mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e TCC obedecendo ao sigilo, sendo
alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou
locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma
cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s) pesquisador
(es). Obrigado.
......................................................................
Luiz Phellipe Dell’ Aquila
.............................................................
Profa. Dra. Maria de Fátima Chassot
Universidade Presbiteriana Mackenzie
(11) 9339-9010
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
____________________________________, após a leitura da Carta de Informação ao Sujeito,
ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do
explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à
realização da pesquisa. Fica claro que o(a) senhor(a), a qualquer momento, poderá retirar seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e
fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força
do sigilo profissional.
São Paulo,....... de..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do sujeito OU seu representante legal
34
8.3 Apêndice 3 – Instrumento de Pesquisa
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
QUESTIONÁRIO SOBRE PROCESSO DE MOTIVAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
PARA MANUTENÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR
1. Data de Nascimento: _____/_____/19_____
2. Gênero:
(
) Masculino
3. Estado Civil:
(
) solteiro(a)
(
) casado(a)
(
) separado(a)
(
) divorciado(a)
(
) viúvo(a)
(
) Feminino
4. Escolaridade:
(
) ensino fundamental
(incompleto)
(
) ensino fundamental
(completo)
(
) ensino médio (incompleto)
(
) ensino médio (completo)
(
) ensino superior
(incompleto)
(
) ensino superior (completo)
35
5. Qual o salário mensal ?
(
(
mínimos
(
mínimos
(
mínimos
(
mínimos
(
mínimos
(
mínimos
) Até um salário mínimo
) Mais de 1 a 2 salários
) Mais de 2 a 3 salários
) Mais de 3 a 4 salários
) Mais de 4 a 5 salários
) Mais de 5 a 10 salários
) Mais de 10 salários
6. Com quem mora:
(
) sozinho(a)
(
) somente com o cônjuge
(
) com os filhos
(
) com o cônjuge e o(s) filhos
(
) com o cônjuge, filho(s) e neto(s)
(
) os filhos moram com o(a)
senhor(a)
(
) os filhos e os netos moram com
o(a) senhor(a)
(
) apenas os netos moram com o(a)
senhor(a)
(
) outra pessoa mora com o(a)
senhor(a)
7. De acordo com sua escolaridade você estudou, formalmente,
durante_____ anos.
8. O que o(a) levou a voltar à sala de aula? Este retorno partiu de alguma
necessidade ou desejo? Quais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. O(A) que o senhor(a) entende por Qualidade de Vida? E BemEstar?
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
36
10) O(A) senhor(a) teve algum incentivo de parentes ou amigos para voltar a
estudar, ou foi vontade própria?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
11) O(A) Sr.(a) considera que o retorno aos estudos, além da aquisição de
conhecimento, influencia na manutenção da qualidade de vida? Por quê?
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
12) O(A) Sr.(a) acredita que a Qualidade de Vida influencia o
aprendizado? Se sim, Como? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Download

Processo de Motivação da 3ª Idade para Manutenção