MOTIVAÇÃO COMO AÇÃO DO GESTOR
Alessandra de Paula1 - RGM
Ana Carla Borasca¹ - RGM 085576
Juliana dos Santos¹ - RGM 088414
Tatiane Alencar¹ - RGM
Viviane Oliveira2
Resumo
A motivação é o impulso que leva a uma ação, ou seja, de forma mais clara e simples,
motivo mais ação igual motivação. Sendo esta de extrema importância para o ser
humano, servindo de estímulo para a busca da concretização dos mais diversos sonhos.
É através da realização que o homem encontra vontade para seguir em frente e alcançar
os objetivos. A motivação organizacional é fundamental para a empresa atingir suas
metas, sem ela, a mesma está fadada ao fracasso. Por mais que os empresários prefiram
trabalhar com máquinas a seres humanos, é o homem que consegue resolver os mais
diversos problemas que surgem no dia a dia empresarial. Por isso é de extrema
importância para o gestor, manter a equipe sempre empenhada e motivada, para a
organização alcançar seus objetivos.
Palavras-chave: motivação; empresa; gestor; operacional
INTRODUÇÃO
A Motivação é a força interna que impulsiona o indivíduo a alcançar objetivos.
Muda constantemente durante a vida, dependendo do que foi alcançado. Sentimento
intrínseco que precisa de estímulos, como a realização ou a satisfação de necessidades.
Segundo Bateman, a motivação refere-se a forças que energizam, dirigem e sustentam
os esforços de uma pessoa. É essa força que faz com que as pessoas busquem algo que
desejam. De forma mais detalhada, a motivação, conforme Spector (2007), trata-se do
estado interior que leva uma pessoa a emitir determinados comportamentos e está
associada à direção (escolha baseada em possibilidades), intensidade (esforço para
realização) e persistência.
Segundo ainda o dicionário, Motivação é ato ou efeito de motivar, palavra
utilizada para descrever determinado comportamento da pessoa, exposição de motivos
ou causas. A motivação está ligada com os motivos que levam a pessoa a desejar algo.
É pela motivação que o indivíduo busca alguma realização, através desse sentimento
que ele encontra meios para superar dificuldades e conquistar o que deseja.
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Alunas do 1º ano do curso de Gestão Financeira do CEUNSP (ano de conclusão 2013)
Professora do CEUNSP; Itu SP; Orientadora do Artigo
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Motivando o ser humano
Fatores externos e internos influenciam na motivação, mas é o próprio indivíduo
que precisa encontrar em seu interior os mecanismos necessários para não deixar de ser
motivado.
O ser humano é em essência materialista e imediatista, quando não consegue
alcançar o desejado, entra em um estado letárgico, chegando até mesmo à depressão.
Ele inicia o dia cansado, desmotivado, mal humorado e tudo o que precisa fazer é visto
como uma obrigação: ir ao trabalho, levar os filhos na escola, comer, dormir. Tudo não
passa de atos mecânicos que são vistos como sem relevância, o que leva a pessoa a não
perceber o que acontece a sua volta, deixando-o depressivo. Por isso a necessidade de
constantes estímulos para sair desse estado.
Colocando de forma mais explícita e simples, quando a pessoa sente a
necessidade de comprar alguma coisa, por exemplo, uma peça de roupa, precisa buscar
uma forma adequada para realizar a necessidade ou desejo (figura 1). Necessidade essa
que passa ser a motivação, ou seja, é necessário trabalhar (comportamento,
desempenho), dentre outras coisas para atingir o objetivo final, adquirir a peça de roupa.
Necessidades Satisfazer necessidades Reavaliar as necessidades Recompensas e punições Como fazer para chegar aos objetivos (comportamento) Desempenho Figura 1. O esquema acima representa como tudo se inicia.
Atualmente, existem diversos programas e palestras de motivação para
exemplificar e demonstrar alguns pontos que auxiliam o ser humano a sair do estado de
ostracismo (isolamento, exclusão) e começar a agir para a conquista de algo. A reflexão
para encontrar, entender e compreender o alvo a conquistar, o que realmente traz
satisfação, qual é a atividade que dá mais prazer, são pontos que assessoram o ser
humano a encontrar a motivação necessária para alcançar à felicidade.
Quando o indivíduo atinge o sucesso profissional ou após anos de experiência
em determinada área, percebe que não tem mais onde alcançar porque já está no topo da
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carreira profissional, ele começa a ver a vida como um conjunto de atos corriqueiros
sem sentido, sem estímulo. O profissional neste estágio da carreira encontra motivação
em passar para outras pessoas todo o aprendizado que adquiriu no decorrer da vida,
ministrando aulas e palestras, encontrando novos desafios para o dia a dia, uma nova
motivação.
Uma frase de Luciano Luppi (ator, diretor, pensador) exemplifica a motivação:
“fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de caminhar
livremente em direção aos sonhos”. O ser humano precisa desses objetivos para sentirse motivado a continuar a trilhar o caminho da vida.
Motivação empresarial
Conforme Chiavenato (2003 p. 329), a Teoria Comportamental surge no final da
década de 1940, fundamentando-se no comportamento individual das pessoas,
tornando-se assim necessário o estudo da motivação. Sendo assim, um dos temas da
Teoria Comportamental da Administração é a motivação humana e para isso o
administrador/gestor precisa conhecer as necessidades do ser humano para compreender
o seu comportamento, fazendo uso da motivação para melhorar a qualidade de vida nas
organizações.
Um dos problemas enfrentados diariamente pelos gestores e líderes é a
motivação da equipe de trabalho. Constantemente, o gestor precisa avaliar o
desempenho de todo o pessoal e encontrar entre eles, pessoas que não estão empenhadas
nas atividades estabelecidas.
“Entender por que as pessoas fazem o que fazem no trabalho não é uma
tarefa fácil para o administrador. Prever a resposta delas ao mais recente
programa de produtividade da empresa é mais difícil ainda.” (BATEMAN,
1998, p. 360).
Bateman (1998) afirma a dificuldade dos gestores em entender os motivos das
pessoas em realizar determinada tarefa, ressaltando que existem diversas técnicas que
auxiliam o gestor a aumentar a produtividade dos membros da equipe. Uma pessoa
motivada trabalha com afinco (persistência) para atingir as metas. A dificuldade do líder
reside em encontrar os estímulos necessários para motivar a equipe a alcançar as metas
da empresa.
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O gestor precisa verificar o que será necessário para gerar esse estímulo ao
desempenho da equipe.
“A empresa deve motivar as pessoas a: (1) fazer parte da organização; (2)
permanecer na organização; (3) comparecer ao trabalho regularmente, e (4)
ter bom desempenho. [...] Finalmente, os administradores querem que os
empregados (5) demonstrem cidadania”. (BATEMAN, 1998, p. 361).
Cabe ao administrar, preparar o ambiente para estimular o empregado a atingir
as metas. Não adianta o funcionário estar motivado se não encontra retorno na empresa.
Regras absurdas, falta de retorno, ordens descabidas atrapalham no desempenho da
produtividade da equipe.
O fornecimento de instruções e treinamentos, delegação de responsabilidades,
estipulação de prazos, avaliação de desempenho, auxiliam na razão da equipe de realizar
a tarefa com eficiência.
Fatos conhecidos sobre motivação do pessoal
Para Robbins (2003), a motivação é específica à situação e não ao indivíduo.
Não se devem procurar pessoas altamente motivadas e não dedicar atenção a equipe de
trabalho. Encontrando o que é importante para cada trabalhador, o gestor pode alocar
recursos, conseguindo alto desempenho das pessoas.
O indivíduo precisa de treinamento e instrução para desenvolvimento e melhor
desempenho no cargo. Os fatores físicos desestimulam o funcionário a desempenhar as
atividades. Ferramentas, bons equipamentos, a formação de uma equipe com colegas
prestativos auxiliam na execução da tarefa pelo indivíduo.
Nem todas as pessoas sentem-se confortáveis quando são desafiadas através de
cargos de liderança. Algumas delas não almejam cargos que exijam responsabilidades,
sua realização é satisfeita fora do ambiente de trabalho. Cabe ao gestor não generalizar
todos os funcionários e verificar qual deles está apto para assumir um cargo de desafio.
Teorias que auxiliam na motivação organizacional
Abraham H. Maslow (1908-1970), um dos maiores especialistas em motivação
humana, apresentou a Teoria de Motivação, onde as necessidades estão organizadas
em níveis hierárquicos de grau de importância, podendo ser visualizada em forma de
pirâmide (figura 2).
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Essa pirâmide tem na base as Necessidades Fisiológicas relacionadas a
necessidades básicas como: alimentação, sono, abrigo, ou seja, necessidades para
sobrevivência do indivíduo. Seguindo na pirâmide, no próximo nível vêm as
Necessidades de Segurança e Proteção, por exemplo, na organização o empregado pode
estar inseguro quanto a sua continuidade no emprego. Seguindo ainda na pirâmide,
aparecem as Necessidades Sociais como as de participação, associação, aceitação pelo
grupo de amigos, enfim, amor e afeto, ninguém vive sozinho. Após surgem as
Necessidades de Estima, autoconfiança, status, consideração, autonomia e valor, caso
contrário, o indivíduo se sentirá fraco, inferior e até desanimado, desmotivado. No topo
da pirâmide constam as Necessidades de Auto-realização que estão ligadas ao potencial
e desenvolvimento.
O indivíduo busca a satisfação às necessidades básicas antes de satisfazer as
mais elevadas. Enquanto não consegue realizar uma necessidade de comida ou abrigo
(Necessidade Fisiológica), não consegue se motivar para atingir uma necessidade de
segurança e assim por diante.
Figura 2. Pirâmide Hierárquica de Maslow
A Teoria de Maslow não auxilia os gestores, pois, está ligada a realização
pessoal, o que dificulta para o gestor descobrir quais são as necessidades que o
empregado está buscando no momento.
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David McClelland definiu a Teoria das Necessidades Aprendidas, onde
definiu que as necessidades mais importantes para os administradores são as
necessidades de realização, afiliação e poder.
A necessidade de realização se origina do desejo de se atingir as metas, de ser
bem-sucedido. A necessidade de afiliação deve-se ao desejo de bom relacionamento,
mas não está ligado ao alto desempenho. A necessidade de poder deve-se ao desejo de
controlar e influenciar as pessoas.
Quando o administrador tende a ter uma maior necessidade de afiliação, não
consegue aplicar qualquer punição na equipe, pois tem o desejo de preservar um bom
relacionamento com todos. E a execução de uma punição pode gerar um mal estar, não
estando preparado para lidar com as conseqüências.
“A necessidade de poder é o desejo de exercer impacto, ser influente e
controlar as outras pessoas. Indivíduos com alta necessidade de poder gostam
de estar “no comando”, esforçam-se para influenciar os demais, preferem ser
colocados em situações competitivas e motivados por status e tendem a
preocupar-se mais com prestígio e ganho de influência sobre os outros que
como desempenho eficaz.” (ROBBINS, 2003, p. 346).
O administrador não deve apenas ter a necessidade de poder, pois pode deixar de
lado o desempenho da atividade apenas para exercer sua posição de liderança em cima
dos funcionários. O administrador precisa trabalhar em conjunto utilizando as três
necessidades em equilíbrio, para desempenhar um papel eficaz na organização.
Conforme pesquisa de Chiavenato (2003), Frederick Herzberg (psicólogo e
consultor americano, professor de administração da Universidade de Utah, EUA),
estudou, pesquisou e apontou a existência de dois fatores que orientam o
comportamento humano: o Fator Higiênico que revela condições para desempenho do
trabalho do indivíduo, como salário, benefícios sócias, chefia, condições físicas e
ambientais de trabalho, política empresarial, cultura, relacionamento empresa X
funcionário e o fator motivacional englobando a busca do reconhecimento, crescimento
e realização.
Esses fatores estão diretamente relacionados ao cargo: a satisfação no cargo que
depende dos fatores motivacionais e a insatisfação no cargo que depende dos fatores
higiênicos (salário, ambiente, etc.).
O gestor precisa constantemente analisar o desempenho de todos os funcionários
e assim verificar se todos estão motivados e empenhados nas tarefas designadas.
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Através de ferramentas trazidas pelos especialistas em administração, o gestor poderá
promover um ambiente adequado para o funcionário que o auxiliará a realizar as tarefas.
O gestor também não pode se deixar influenciar pelo cargo ocupado e exercer
um poder impositivo nos funcionários, que se sentirão coagidos a executarem apenas o
que foi pedido. Por isso, o importante papel do gestor em preparar a liderança, o
ambiente e os funcionários para a execução da tarefa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A motivação, de modo geral, é algo complexo que precisa de análises
constantes, para monitoramento do desenvolvimento pessoal. Não bastam apenas
algumas atitudes ou mudanças, para se atingir o resultado imediato de uma única vez.
Cabe ao gestor/administrador participar ativamente e verificar se o ambiente de
trabalho está adequado para motivar os funcionários a desempenhar com eficiência as
atividades designadas.
O sucesso da organização depende exclusivamente dos seus funcionários, não
adianta traçar metas e não ter quem as cumpram. Não adianta a empresa ser moderna,
bonita, se o “coração”, seu funcionário, trabalha sem motivação e infeliz.
Então, se a empresa depende inteiramente dos funcionários é necessário que
estes estejam motivados, para realização com êxito de suas atividades. Caso contrário,
não serão capazes de seguir positivamente da mesma forma que os motivados, não vão
tomar o mesmo rumo, não darão a mesma atenção ao objetivo proposto, além, de
influenciar os demais.
A empresa deve contribuir para isso permitindo mais participação do funcionário
nas decisões, recompensas, remuneração justa, reconhecimento, treinamento, um bom
relacionamento entre liderança e subordinados, um ambiente de acordo com as
necessidades, pois o funcionário precisa se sentir valorizado. É uma troca, a empresa
precisa do funcionário e este da empresa.
E para que o individuo esteja motivado faz-se necessário entender e
compreender aonde se deseja chegar, pessoalmente e na organização e estar ciente da
dificuldade da busca da satisfação completa.
Quando se traça uma meta, se tem vontade, desejo, necessidade de vê-la
concluída, é interessante que para isso faça o que se gosta para ficar mais fácil. Porém,
nem sempre é possível seguir esse raciocínio, às vezes é preciso submeter a trabalhos
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que não trazem benefícios. Sendo assim, deve-se cumprir bem o papel na organização,
com responsabilidade e comprometimento, procurando buscar motivação de outra
forma.
Ficar mal-humorado ou tratar mal as pessoas não resolve o problema, só afasta
as pessoas contribuindo assim para o isolamento, já a demonstração de motivação é
contagiante, aproxima pessoas, atrai bons resultados.
É fato que quando não estamos motivados nada está bom, é como se uma
situação ruim atraísse outra pior, o ambiente se torna propício a uma depressão e outras
situações desagradáveis.
O ideal é não nunca desanimar, ter esperança e lutar, buscando o melhor sempre,
tanto no pessoal, quanto no profissional. Certamente surgirá motivação e pensando
positivamente, situações positivas são atraídas também, contribuindo para o nosso bem
estar, dos outros a nossa volta e a empresa na qual se passa grande parte da vida, já que
trabalhar é praticamente inevitável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATEMAN, Thomas S./ SNELL, Scott A. Administração: Construindo Vantagem
Competitiva. 2ª edição, São Paulo: Atlas, 1998
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7ª edição,
Rio de Janeiro: Elsevier, 2003
MASLOW, Abraham H. A Theory of Human Motivation, Psychological Review, Julho
1943
McCLELLAND, David. The Achieving Society. New York: Van Mostrand Reinhold,
1961
ROBBINS, Stephen P. Administração: Mudanças e Perspectivas. 4ª edição, São
Paulo: Saraiva, 2003
TADEUCCI, Marilsa de Sá R. Motivação e Liderança, Curitiba PR: Iesde Brasil S/A,
2011
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