POUTERIA AUBLET (SAPOTACEAE)
NA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA, ES, BRASIL
ARNALDO ZANETTI MÔNICO
POUTERIA AUBLET (SAPOTACEAE)
NA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA, ES, BRASIL
ARNALDO ZANETTI MÔNICO
Dissertação submetida ao Programa de PósGraduação em Biodiversidade Tropical da
Universidade Federal do Espírito Santo
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Biodiversidade Tropical.
Aprovada em 11/09/2014 por:
Mônico, Arnaldo Zanetti, 1988
Pouteria Aublet (Sapotaceae) na Estação Biológica de Santa Lúcia, ES, Brasil. [São Mateus] 2014
AGRADECIMENTOS
[Foram dois anos e sete meses, um projeto de mestrado e meio (para não dizer quase dois).
São muitos os agradecimentos e maior ainda o sentimento de gratidão, vou expressá-lo ao
máximo aqui nesta sessão e espero não esquecer ninguém. Por favor, seja paciente ao ler pois
o texto é demasiado prolixo, todavia indispensável].
Quero fazer um agradecimento extensivo e mais que especial ao meu professor orientador
Anderson Geyson Alves de Araújo: a pessoa mais importante de todas durante este meu último ano; presente nos momentos mais duros da minha odisseia quase interminável rumo à finalização do meu projeto de mestrado. Muito obrigado professor Anderson por tudo o que fez
por mim desde que nos conhecemos; obrigado por ter aberto a porta quando todas as outras
foram fechadas; obrigado por me ouvir e acreditar em mim quando ninguém mais o fez (nem
mesmo eu); muito obrigado por ter sido um orientador de verdade, por ter me ensinado taxonomia, por ter repartido seu conhecimento, por ter facilitado meu processo de aprendizagem
afinal, é o que todo orientador deveria fazer; muito mais que isso, obrigado por ir além das
obrigações de orientador, pela ponderação, pelo respeito incondicional, pela justiça, pela atenção, pela educação, pela solicitude, e principalmente, pela verdadeira amizade; obrigado por
saber ler TODAS as entrelinhas em TODOS os instantes e me poupar dos maiores problemas,
não fosse essa sua visão aguçada, o que seria de... tudo? Obrigado imensamente por se doar
por mim e pelo meu projeto, comprar minha briga e me carregar até o fim (me emociono muito ao escrever isso). Só Deus sabe o que eu passei ao longo deste processo de pós-graduação e
é exatamente por isso que acredito que, ao me ver inteiramente combalido, Ele te colocou pra
me ajudar. Sei que é impossível retribuir a altura o que tem feito, mas garanto ser também impossível esquecer. Muito obrigado por ser a pessoa que é
estou certo de que, com suas atitu-
A Deus, por ter me dado forças pra terminar tudo isso e por posicionar todos os anjos em
seus devidos lugares pra que olhassem por mim. Consolo-me, pois o Sr. é testemunha de tudo.
Aos professores Luiz Fernando Duboc da Silva e Mauricio Hostim Silva, pela ajuda de
sempre; por serem os únicos crentes nas minhas versões da realidade sobre toda a situação que
envolveu minha troca de projeto/orientação (eram mesmo as reais, asseguro) e por terem colocado os seus na reta por mim. Tenho muita estimação por ambos.
Ao professor Stefan A. Schnitzer, por ter me dado a oportunidade de o conhecer, trabalhar em seu laboratório e com sua equipe; por oferecer as melhores opções durante o estágio,
como também depois dele; agradeço pelas palavras de apoio e os votos de confiança quando
precisei. Professor, você é tudo aquilo que eu imaginava e ainda mais. Obrigado pela experiência incrível, por proporcionar os melhores momentos da minha vida acadêmica e por realizar meu grande sonho profissional.
As professoras Tatiana Tavares Carrijo e Valquiria Ferreira Dutra por aceitarem o convite
pra compor a banca avaliadora. Tenho certeza que vão melhorar substancialmente a minha
Dissertação. Apesar de não poder falar da profa. Valquiria (pois ainda não tive o prazer de conhecê-la), saliento a profunda identificação com a Dra. Tatiana, mesmo que tenha tido pouco
contato
sua visão profissional, franqueza e conduta de trabalho são mais que invejáveis.
Ao professor Fernando Jaeger Soares pela simpatia e diligência em me auxiliar com os
trâmites da interface no programa Lucid e por me ajudar a publicar a minha chave interativa;
pelas ideias trocadas e pelas mensagens de apoio. Sou muito grato Fernando.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por conceder a
ceder autorização e apoio logístico para a realização deste trabalho dentro da Estação Biológica de Santa Lúcia.
A minha irmã, Izadora Zanetti Mônico por me ajudar em campo nos dois projetos e me
apoiar sempre. Estou aprendendo muito com você.
A minha namorada, Mayra Mognato Mantoan por ter se sacrificado junto comigo em
campo. Por ter ficado 30 dias ininterruptos pesquisando dentro da RNV (andando 10 km de
bike por dia, parando apenas aos domingos, trabalhando no calor da Muçununga, entre muitas
outras dificuldades); por ter me ajudado a coletar minhas Pouteria em Santa Lúcia e não querer desistir mesmo tendo sido atropelada voltando de campo (sim leitor, isso também aconteceu!). Não é qualquer pessoa que faz esse tipo de coisa, mas foi divertido também né? Aliás,
muito divertido em campo!
A Nelson Túlio Lage Pena e Joelcio Freitas por, além de serem grandes amigos, estenderem a mão nas dificuldades a qualquer hora e sob qualquer circunstância. Obrigado Túlio por
ficar vários dias seguidos em campo comigo na RNV (ainda que correndo o risco de ser devorado por uma Panthera onca) e valeu Joe por todo o suporte que você me deu pra fazer esse
projeto cara. É nós da madeira!
Mando um salve exclusivo a dois indivíduos que exerceram um papel crucial para a finalização desta Dissertação da forma como está exposta: Jorge Luiz Thomazini Malaquias e
r mim quando não pude... por ajudar na recuperação da minha mão depois da cirurgia (mesmo eu não
tendo como voltar a escalar as Sapotaceae a tempo), por escalar as árvores por mim e ter ido a
campo comigo depois de eu quebrar o mesmo dedo do pé pela segunda vez durante o mestra-
dré (cara, obrigado demais pelos galhos que você quebrou pra mim!), Letiane, Tia Luzia (que
r
para se fazer pesquisa que conheço, muito por causa de todos vocês.
Ao Sr. José Luiz Molino e sua esposa Dona Lourdes (meus amigões de longa data) pela
receptividade e boas conversas com que sempre me esperam na entrada da EBSL. A Teresinha
Callot do Herbário MBML e todo o pessoal do Museu: Marilande, Gildo, Marquim, Tadeu
Cruz, Dete, Lúcia, Leandro, Fabrício Barth,
-
Bagwell
Fernanda, Ingrid... ixi, e lá vai gente!
Um obrigado alegre aos vigilantes do MBML, as pessoas mais divertidas possíveis: José
Wilson (grande amigo), Lula, Edimar (grande baterista), os irmãos Thomazini (bicho, que
dois caras bacanas), Sergio (meu peixe, não esqueço aquela vez que você me arranjou uma
marmita de graça, caramba!). Agradeço pela afeição e por vocês permitirem que eu ficasse até
mais tarde (pra não dizer de madrugada... mas isso não podemos contar pros outros) trabalhando no herbário pra conseguir terminar essa Dissertação.
A meus pais, Arnaldo Antônio Mônico e Dalgisa da Penha Zanetti Mônico (e a Rosa
também
sobretudo por me alimentar continuamente), por terem me ajudado nas dificulda-
des, como sempre. Obrigado também mãe por ter me emprestado sua câmera fotográfica, sem
a qual o guia de campo teria sucumbido. E desculpe por eu ter melado a lente dela com látex
de Pouteria (não te contei mas... nem parece, né?).
A minhas tias Genoefa Mônico, Olga Mônico e Alzira Mônico de Rezende. A primeira
por sempre acompanhar minhas caminhadas e aconselhar em cada passo. A segunda por pre-
ção Irlei.
A meu acatado primo/irmão Luan Camatta Mônico e sua digníssima mulher Ana Carolina
Ceron por preverem esta conquista desde o ano passado e me ajudarem a alcançá-la. Vocês
são muito bons (e Jons) pra mim. Aproveito e mando um grande abraço em agradecimento ao
tio da Ana residente em
Cajú (essa foi pesada) e por ter nos acolhido, Michel Ribeiro e eu, tão bem quando participamos do Congresso Nacional de Botânica de 2012 na sua cidade. Saudades meu caro.
A meus colegas de turma, com quem dividi vários momentos de emoções diversas. Em
especial a aqueles com quem construí uma relação de amizade muito boa: Mayke Blank Costa
(meu 24 favorito. Te admiro muito cara, você sabe!
bem que podia ser, risos), Mônica Lima Rodrigues Botelho (sem palavras para descrever tamanha cumplicidade e admiração), Paula Bastos Vieira (que coração, que pessoa! Sofreu mais
que eu nessa pós), Juliana Miranda Ferreira (pelas lições e gargalhadas sincronizadas, te adoro
vovó obesa!), Michelle Sequine Bolzan (pela parecença na ideologia e modo de agir, saudades
suas), Cristiane Alves da Silva (obrigado por me representar tão bem nas reuniões de colegiado, boa sorte no Doc.!).
Ao pessoal do laboratório de Sistemática e Genética Vegetal: Wenia Oliveira, Jéssica
Joelcio Freitas (sim,
de novo, ele merece). Aproveito para mencionar
aqui os ex-colegas de laboratório e grandes amigos Wallace Barbosa e Vinicius Lopes Aledi,
Falcão Salles? O melhor professor que tive no Ceunes e um dos melhores que existem no
mundo. Gostaria de ter sido seu orientado também.
Ao pessoal da secretaria do PPGBT: Josiane Baldo, Lorena Neves Nobre, Gil (que agora
está em Nova Venécia) e Weliton (desculpe amigo, não sei a grafia correta do seu nome e não
consegui te encontrar no Facepoop ). Obrigado a todos vocês pelo companheirismo e por ficarem do meu lado nas horas de dúvida e tristeza. Estão todos bem guardados aqui dentro s2.
Aos vigilantes do turno da noite do Ceunes. Em nome de todos, agradeço ao Kleber (vulgo: Klebim dedo-
) por me prestar ajuda nas fitas perigosas que rolaram tarde da noite
naquele campus assombroso e no bairro Litorâneo.
A
Richie Sambora por ser fonte de inspiração, alegria, admiração e
grande orgulho. Obrigado Richie por você cantar, compor, tocar, fazer segunda voz como ninguém e por gravar canções que me puseram de pé em todas as vezes que caí no decurso desta
uan
Torres, David Bryan Rashbaum e Hugh McDonald.
A Arnold Alois Schwarzenegger e Jean-Claude Camille François Van Varenberg (popularmente conhecido como Jean-Claude Van Damme) por também serem meus modelos de
inspiração, exemplos para quem trabalha duro e é determinado. Obrigado, no sério!
João Ricardo, 2014).
Em último lugar (não por acaso), muito menos importante que os outros e por obrigação,
agradeço aos docentes do PPGBT (salvo parcas exceções, a maioria já supracitada) por terem
contribuído (em demasia) para a completa desilusão dos meus maiores sonhos profissionais
“ Eu creio em mim mesmo.
Creio nos que trabalham comigo,
creio nos meus amigos e creio na minha família.
Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar,
contanto que eu me esforce para alcançar
com meios lícitos e honestos...
...Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente, que não
depende da sorte, da magia, de amigos, companheiros duvidosos
ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o que nela
colocar. Serei cauteloso quando tratar os outros, como quero que
eles sejam comigo. Não caluniarei aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por ver que os outros o fazem. Prestarei o
melhor serviço de que sou capaz, porque jurei a mim mesmo triunfar na vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz. Finalmente, perdoarei os que me ofendem,
“ Ei, Mr., você sabe me dizer
qual é a desse mundo?
Quem sabe isso me ajude...
Eu costumava ser um sonhador
mas meus sonhos se queimaram
você sabe como a sorte pode mudar.
Às vezes é difícil encontrar um rosto amigável
me sinto um estranho à raça humana
é um lugar muito, muito solitário.
Eu ando sozinho
na escuridão da cidade
não tenho um lugar pra chamar de casa
eu posso estar morrendo
mas você não consegue me ouvir,
a chuva de meia-noite cai...
eu sou só um estranho... um estranho nessa cidade.
Todos amam um vencedor,
até os vencedores perderem.
Ninguém gosta de um perdedor.
Quando se está triste e acabado,
não há dúvidas, você sabe.
Eu sou apenas uma vítima da circunstância.
Por favor senhor, estenda uma mão amiga
APRESENTAÇÃO
Esta Dissertação é apresentada subdividida em: Introdução Geral; Capítulos I, II, III e
IV; e Considerações Finais. Essa conformação se deve ao propósito de facilitar o processo de
submissão dos capítulos como artigos aos seus respectivos periódicos. Desta forma, cada capítulo segue a formatação exigida pela revista à qual será submetido e, portanto, não sendo enquadrados nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
ao contrário do texto
introdutório e o das considerações finais.
Na Introdução Geral são levantados dados relevantes sobre os assuntos tratados pela
Dissertação: a família Sapotaceae, o gênero Pouteria Aubl., a Floresta Atlântica e informações
sobre a Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL). Como sugerido pelo título, o texto serve
para introduzir o leitor aos capítulos subsequentes.
No primeiro capítulo são publicados os primeiros registros de Pouteria macrocarpa
(Mart.) Dietr. para a Floresta Atlântica. Além de fotografias do exemplar herborizado e de coletas em campo, foi confeccionada uma chave de identificação para espécies com frutos semelhantes, bem como dados ecológicos e de distribuição da espécie.
No segundo capítulo é descrita a espécie Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo
sp. nov., um novo registro para ciência. O artigo contempla a descrição, fotografias do material vivo e em herbário e uma tabela de comparação com espécies morfologicamente semelhantes.
No terceiro capítulo é apresentado o tratamento taxonômico para as espécies de Pouteria registradas na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL). Chave de identificação, fotografias detalhadas e comentários para cada táxon são exibidos.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. 15
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................................... 19
CAPÍTULO I − POUTERIA MACROCARPA (MART.) DIETR. (SAPOTACEAE): A NEW RECORD FROM
BRAZILIAN ATLANTIC FOREST ................................................................................................... 28
CHAVE PARA ESPÉCIES DE POUTERIA COM FRUTOS SEMELHANTES A P. MACROCARPA ......................... 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 31
CAPÍTULO II − POUTERIA SAMBORAE MÔNICO & ALVES-ARAÚJO SP. NOV., A NEW SPECIES OF SAPOTACEAE FROM ESPÍRITO SANTO, BRAZIL
............................................................................... 35
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 36
DESCRIÇÃO DE POUTERIA SAMBORAE SP. NOV. ................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 38
CAPÍTULO III − POUTERIA AUBLET (SAPOTACEAE) NA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA,
ES, BRASIL ............................................................................................................................... 44
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................................... 48
CAPÍTULO IV − GUIA DE CAMPO PARA POUTERIA AUBLET DA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA
LÚCIA ....................................................................................................................................... 76
APRESENTAÇÃO E ÍNDICE DE ESPÉCIES .............................................................................................. 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 94
ANEXO − CHAVE INTERATIVA PARA POUTERIA DA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA ........ 95
CD-ROM COM A CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO, PROGRAMA LUCID E INSTRUÇÕES DE INSTALAÇÃO E USO
(*BONUS: GUIA DE CAMPO EM FORMATO VIRTUAL INCLUSO) ................................................................... 95
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Comparação entre Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo e outras duas espécies morfologicamente relacionadas, P. glomerata (Miq.) Radlk. e P. macrocarpa (Mart.) Dietr.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO I
POUTERIA MACROCARPA (MART.) DIETR. (SAPOTACEAE): A NEW RECORD
FROM
BRAZILIAN ATLANTIC FOREST
Figura 1. Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr.: A. Ramo com folhas distribuídas na região apical. B. Frutos. C. Face abaxial da folha. D. Fruto em corte transversal. E. Ramo e pecíolo. F.
Venações secundária, inter-secundária e terciária.
Figura 2. Distribuição de Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. em verde e a localização regional dos novos registros em vermelho.
CAPÍTULO II
POUTERIA SAMBORAE MÔNICO & ALVES-ARAÚJO SP. NOV., A NEW SPECIES OF SA-
POTACEAE FROM ESPÍRITO SANTO, BRAZIL
Figura 1. Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo. Holótipo (A. Z. Mônico et al. 15).
Figura 2. Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo. A. Distribuição das folhas. B. Nervu-
Figura 4. Distribuição conhecida para Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo. A área
rachurada representa o estado do Espírito Santo e a área em preto representa o município de
Santa Teresa.
CAPÍTULO III − POUTERIA AUBLET (SAPOTACEAE) NA ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE SANTA LÚCIA,
ES, BRASIL
Figura 1. Localização da Estação Biológica de Santa Lúcia (ESBL), Santa Teresa, ES, Brasil.
Figura 2. Pouteria da Estação Biológica de Santa Lúcia
a-b. Pouteria bangii T.D. Penn.
ramo herborizado, b. frutos turbinados imaturos; c-d. P. bullata (S. Moore) Baehni
foliar adaxial, d. Face foliar abaxial; e-h. P. cuspidata (Ruiz & Pav.) Radlk.
a.
c. face
e. face abaxial
da folha glauca, h. botões florais herborizados em detalhe; f-g. P. caimito (A. DC.) Baehni
f.
base foliar subcordada, g. nervuras terciárias laxo-reticuladas; i-j. P. durlandii (Standl.) Baehni
ehni
i. pecíolos com base intumescida, j. fruto 5-locular; k-l. P. gardneri (Mart. & Miq.) Bak. enfoque para o comprimento dos pecíolos e base foliar assimétrica, l. enfoque para o
comprimento dos pedicelos; m-n. P. guianensis Aubl.
in situ em detalhe; o. P. macahensis T.D. Penn.
m. face foliar abaxial pilosa, n. fruto
o. nervuras inter-secundárias inconspícuas
na face abaxial da folha; p-q. P. macrocarpa (Mart.) Dietr.
longos, q. frutos de semente única; r-s. P. psammophila
p. ramos esfoliantes de pecíolos
(Mart.) Radlk. r. distribuição das
RESUMO
Sapotaceae (Ericales) possui distribuição pan-tropical com 53 gêneros e cerca de 1.250 espécies, sendo Pouteria o gênero detentor de maior riqueza com ca. 200 espécies. No Brasil ocorrem 122 espécies, das quais 52 são consideradas endêmicas. Na Floresta Atlântica são registradas 36 espécies com maior expressividade e endemismo nos estados do Espírito Santo e
Bahia. O presente estudo visou ampliar o conhecimento acerca de Pouteria para a Floresta
Atlântica na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Santa Teresa, ES, bem como análise
de material herborizado. Foram identificados 13 táxons na EBSL: Pouteria bangii (Rusby)
T.D. Penn., P. bullata (S. Moore) Baehni, P. caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Sitzungsber., P.
cuspidata (A. DC.) Baehni, P. durlandii (Standl.) Baehni, P. gardneri (Mart. & Miq.) Baehni,
P. guianensis Aubl., P. macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., P. macrocarpa (Mart.) Dietr., P.
psammophila (Mart.) Radlk, Sitzungsber., P. reticulata (Engl.) Eyma, P. samborae Mônico &
Alves-Araújo sp. nov. e P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn. Descrições dos táxons, chaves de identificação, comentários e ilustrações e um guia de campo foram confeccionados. P.
macrocarpa só possuía registros para a Floresta Amazônica e surgiu como nova ocorrência
para a Floresta Atlântica, demonstrando distribuição disjunta; ao passo que P. samborae ainda
não havia sido descrita e constitui um novo registro científico. Os resultados obtidos reforçam
ainda mais os indícios de que a área de estudo apresenta alto potencial de riqueza de espécies,
ABSTRACT
Sapotaceae (Ericales) is a botanical family of pan-tropical distribution that comprehends 53
genera and about 1,250 species, with Pouteria being the richest genus holding ca. 200 species.
In Brazil there are 122 species, of which 52 are endemic. In the Brazilian Atlantic Forest 36
species are recorded, with greater expressiveness and endemism in Espírito Santo and Bahia
states. The present study aimed to enhance the understanding of the genus in the Atlantic Forest through collection campaigns in Santa Lucia Biological Station (EBSL), Santa Teresa, ES,
Brazil, as well as the study of herbaria specimens. A total of 13 taxa were identified in EBSL:
Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn., P. bullata (S. Moore) Baehni, P. caimito (Ruiz & Pav.)
Radlk. Sitzungsber., P. cuspidata (A. DC.) Baehni, P. durlandii (Standl.) Baehni, P. gardneri
(Mart. & Miq.) Baehni, P. guianensis Aubl., P. macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., P. macrocarpa (Mart.) Dietr., P. psammophila (Mart.) Radlk, Sitzungsber., P. reticulata (Engl.) Eyma, P. samborae Mônico & Alves-Araújo sp. nov. e P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn..
All taxa descriptions, identification keys, comments, illustrations and a field guide were confectioned. P. macrocarpa was only recorded for the Amazon Forest and has emerged as a new
record for the Atlantic Forest, showing disjunct distribution patterns; whereas P. samborae
constitutes a new scientific record. The results support further evidence that the study area has
a high potential for species richness, both in Sapotaceae as for other taxa.
Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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1. INTRODUÇÃO GERAL
As florestas tropicais ocupam apenas 7% da superfície terrestre e possuem mais da
metade da biodiversidade do planeta (Wilson & Peter 1988). A Floresta Atlântica brasileira é
um representante notável destes ambientes por apresentar altos níveis de diversidade e
endemismo e, ao mesmo tempo, pela intensa fragmentação de seus remanescentes (Myers et
al. 2000). O seu domínio se estende da região Sul a Nordeste do país entre os estados do Rio
Grande do Sul e Ceará, definido por faixas de larguras muito variáveis ao longo da costa, que
congregam aproximadamente 100.000 km² de vegetação original ou pouco alterada. Devido as
suas dimensões, é caracterizada, sobretudo, pelas condições locais de clima e relevo: florestas
altas e densas prosperando em terras com pluviosidade elevada; florestas de dossel mais
aberto; e florestas ocorrendo em locais marcados por uma estação seca mais longa (Fundação
SOS Mata Atlântica & INPE 2013).
A Floresta Atlântica abarca em torno de 20.000 espécies de plantas, com
aproximadamente 40% delas consideradas endêmicas, em uma mistura de tipologias vegetais
contrastantes (MMA 2000), constituindo um dos 34 hotspots mundiais de biodiversidade
(Mittermeier et al. 2005). Tais áreas críticas ocupam menos de 2% da crosta, sendo a Floresta
Atlântica um dos cinco hotspots mundiais mais importantes (Myers et al. 2000).
No Espírito Santo os fragmentos da Floresta Atlântica totalizam 11,07% da área total,
incluindo formações secundárias - algumas bastante degradadas (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE 2011). Três formações vegetais são bem caracterizadas para a Floresta Atlântica
no estado: as florestas de tabuleiros, encontradas nas terras baixas ao norte do Rio Doce; as
restingas, distribuídas ao longo das planícies arenosas costeiras; e as matas de encosta, situa-
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Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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contexto taxonômico e com alta representatividade no Domínio da Floresta Atlântica, a família Sapotaceae desponta como táxon frequente em listas florísticas com altos níveis de indeterminação (Peixoto & Gentry 1990; Fabris & César 1996; Thomaz & Monteiro 1997; Saiter
et al. 2011).
Sapotaceae possui 53 gêneros e cerca de 1.250 espécies (Pennington 1991; Govaerts et
al. 2001), sendo subordinada à Ordem Ericales (APG III 2009). Ocorre preferencialmente em
florestas úmidas de baixas altitudes, geralmente abaixo de 1000 m, e seu principal centro de
distribuição é a América tropical (Pennington 2004). A família está dividida em três
subfamílias: Sarcospermatoideae, Sapotoideae e Chrysophylloideae (Swenson & Anderberg
2005).
Chrysophylloideae
corresponde
às
tribos
Chrysophyllea
e
Omphalocarpeae
reconhecidas por Pennington (1991), sendo a segunda desmembrada e agregada à primeira.
Chrysophylloideae é reconhecida como maior agrupamento dentro de Sapotaceae, sendo
composta por 25 gêneros (Swenson & Anderberg 2005). Segundo Carneiro et al. (2014), no
Brasil são registrados 11 gêneros e 231 espécies, dentre eles 10 gêneros e 76 espécies para a
Floresta Atlântica, sendo Pouteria Aubl., Chrysophyllum L. e Manilkara Adans. os mais ricos
em número de espécies.
Em relação à distribuição, a Amazônia é o Domínio que apresenta a maior diversidade
das Sapotaceae (174 espécies), seguido da Floresta Atlântica (74), Cerrado (27), Caatinga (14)
e Pampa (2) (Carneiro et al. 2014). Espírito Santo e Bahia são os estados com maior registro
de endemismos dentro da Floresta Atlântica (Stehmann et al. 2009).
Sapotaceae é representada majoritariamente por árvores e, menos frequentemente, por
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Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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Ecologicamente, Sapotaceae se destaca pela morfologia dos frutos (que curiosamente
mestível segundo Watson
1938, apud Alves-Araújo 2012), normalmente dotados de endocarpo atrativo para a fauna
(Ribeiro & Pennington
Pouteria spp.) e o
Manilkara subsericea (Mart.) Dubard]. Os frutos são responsáveis pela manutenção
de vários componentes da fauna, representantes de grupos e nichos distintos: aves, macacos,
morcegos e até alguns roedores (Pennington 1990).
Quanto à importância econômica, o uso medicinal, embora ainda menos explorado,
institui um potencial de utilização promissor para Sapotaceae, com algumas espécies sendo
cultivadas para tratamento de problemas respiratórios e infecciosos (Pennington 1990; Souza
& Lorenzi 2005). Entretanto, é na indústria madeireira que seu uso comercial é mais visado.
Manilkara spp., Microphollis spp. e Pouteria spp. são repetidamente procuradas por sua
madeira de alta qualidade (dura e pesada) e empregadas na construção de móveis e imóveis.
De acordo com a IUCN (2014), cerca de 350 espécies estão em perigo, sendo 100 delas
pertencentes ao gênero Pouteria.
Pouteria (Chrysophylloideae) compreende ca. 200 espécies restritas aos Neotrópicos
(Swenson et al. 2013), com seus principais centros de distribuição a Amazônia e a Floresta
Atlântica. No Brasil ocorrem 120 espécies de Pouteria, das quais 52 são consideradas
endêmicas (Alves-Araújo 2014). Na Floresta Atlântica são registradas 36 espécies com maior
expressividade e endemismo nos estados do Espírito Santo e Bahia (Stehmann et al. 2009).
Apresenta grande variabilidade morfológica, mas se caracteriza pelo hábito predominantemente arbóreo (pontuado por alguns táxons arbustivos); ausência de estípulas; flores
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Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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Igualmente, ainda se encontra reduzido, porém crescente, o número de estudos exclusivos sobre taxonomia de Pouteria no Brasil (Carneiro 1997; Alves-Araújo & Alves 2011;
2012; Alves-Araújo et al. 2014), ficando o conhecimento condicionado a trabalhos de flora e
fitossociologia abrangentes ou mesmo regionais (Pennington 1990, 2006; Monteiro et al.
2007; Carneiro 2009; Alves-Araújo & Alves 2010; Fabris 2011; Alves-Araújo et al. 2014).
No Espírito Santo, embora estudos tenham apontado a importância das Sapotaceae nos
índices de riqueza da flora (ex.: Peixoto & Gentry 1990; Fabris & César 1996; Saiter et al.
2011), apenas Fabris (2011) examinou a família taxonomicamente, em áreas de floresta de
tabuleiros e restinga.
Pennington (1991) descreve Pouteria como dono de ampla variabilidade morfológica,
apresentando difícil resolução de sua taxonomia e sistemática, baseadas primariamente em
caracteres inexatos e de ampla plasticidade fenotípica, enquanto o trabalho de Swenson &
Anderberg (2005) sugere este táxon como um grupo polifilético. O trabalho mais recente de
Swenson et al. (2008) aponta Pouteria como um grupo restrito aos Neotrópicos, porém sem a
inclusão acurada sobre espécies americanas neste estudo.
Tendo em vista a carência de informações e estudos direcionados à taxonomia local do
gênero, junto à riqueza (atual e potencial) de Pouteria para a Floresta Atlântica brasileira,
maiormente para a biodiversa floresta ombrófila densa da porção serrana do estado do Espírito
Santo, o presente estudo visa ampliar o conhecimento acerca de Pouteria da Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, ES
dentro da Floresta Atlântica.
contribuindo para o melhor entendimento sobre gênero
23
Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS *
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CAPÍTULO I
(Check List, normas disponíveis em: <http://biotaxa.org/cl/about/submissions#authorGuidelines>)
NGD
Title:
Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae): A New Record from Brazilian Atlantic
Forest
Running title:
First record of Pouteria macrocarpa from Brazilian Atlantic Forest
Authors:
Arnaldo Zanetti Mônico1* and Anderson Alves-Araújo1
1
Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Lito-
râneo, CEP 29932-540, São Mateus, ES, Brazil.
Corresponding author: [email protected]
Abstract:
A new record of Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Sapotaceae), sampled for the first time
in the Brazilian Atlantic Forest is presented. A detailed description, up to date nomenclature,
phenology, ecological notes, images and a key to related species are included.
Keywords: Atlantic Forest, Brazil, Espírito Santo, Pouteria, Sapotaceae
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Atlantic Forest encompasses about 20,000 plant species in a mixture of contrasting vegetation
types, which 40% of them considered endemic (MMA 2000). It also constitutes one of 34
global biodiversity hotspots (Mittermeier et al. 2005) where Sapotaceae emerges as family
always present in floristic lists with high levels of non-specific identification (Peixoto and
Gentry 1990; Fabris and César 1996; Thomaz and Monteiro 1997; Saiter et al. 2011). In the
Santa Lúcia Biological Station (EBSL), southern region from Brazil, important researches
considering plant taxonomy and ecology have been carried out, from which several new species have been described (Baitello 2001; Mass et al. 2001; Lombardi 2004; Fiaschi and Pirani
2005; Fraga and Saavedra 2006; Goldenberg and Reginato 2006). Sapotaceae is well represented in EBSL (Thomaz and Monteiro 1997; Saiter et al. 2011), where the genus Pouteria
holds up to 13 species according to Mônico and Alves-Araújo (unpub. data).
Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. (Figure 1) is a tree species up to 8 m tall with large lignified globoid fruits (3.5 4.6 x 4.8 6.3 cm) (Figures 1b and 1d), supported by squamous
branches (Figure 1e); eucamptodromous leaves arranged in the apical portion of the branch
(Figure 1a), with long petioles (3.2 4.5 cm) (Figure 1e) and rectilinear secondary veins (Figure 1c), rare inter-secondary (Figures 1c and 1f) and tertiary oblique (Figure 1f).
According to Pennington (1991), P. macrocarpa is a widely distributed in Central and South
America, from Costa Rica, Colombia (1800m alt.) and Brazilian Amazon Forest. Despite its
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Five records of P. macrocarpa are known at MBML herbarium. Comprehending an estimated
extent of 48,000 km² and an area of occupancy of 16,000 km² the species can be tagged as
Critically Endangered [CR] for the Brazilian Atlantic Forest [Geospatial Conservation Assessment Tool (GeoCat) (Bachman et al. 2011)].
Phenology: In EBSL fruits were collected in January, June and from August to September.
However, Pennington (1991) indicates that the species can be found flowering January to
March and fructifying May, August to September and December.
Ecological notes: P. macrocarpa is often found associated to humid soils, next to water bodies, and above 600 m alt.
Key to Pouteria species with lignified fruits similar to P. macrocarpa
1. Pedicels glabrous.
2. Leaves elliptic or elliptic-oblong, secondary veins parallel, rectilinear to slightly arcuate,
inter-secondary
rare,
tertiary inconspicuous;
.............
pedicels
2 3
mm;
seeds-1
P. foveolata
-secondary
short to moderately long, tertiary open-reticulated; pedicels 0,9 1,2 mm; seeds-several
............................................................................................................... P. laevigata
s puberulous.
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Kollmann, L. 3961 (MBML). Estação Biológica de Santa Lúcia, fr., 05.09.2001, Kollmann, L.
4512 (MBML); fr., 18.09.2002, Vervloet, R.R. 913 (MBML). Nova Lombardia, Reserva Biológica Augusto Ruschi, fr., 01.08.2002, Vervloet, R.R. 620 (MBML).
Acknowledgments: We thank the staff members from Prof. Mello-Leitão Biology Museum
for all the assistance, specially Helio de Queiroz Boudet Fernandes, MBML curator.
Literature cited:
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Author's contribution statement: Mônico A.Z. and A. Alves-Araújo collected the data,
wrote the text and made the analysis.
Figure 1. Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr.: A. Apical branch leaves. B. Entire fruits. C.
Lower leaf blade. D. Hath fruit. E. Branch and petiole. F. Secondary, inter-secondary and tertiary venation.
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Figure 2. Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr. Distribution green
location red area.
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CAPÍTULO II
(Phytotaxa, normas disponíveis em: <http://www.mapress.com/phytotaxa/author.htm>)
Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo sp. nov., a new species of Sapotaceae from
Espírito Santo, Brazil
ARNALDO ZANETTI MÔNICO1 & ANDERSON ALVES-ARAÚJO1
1
Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Lito-
râneo, CEP 29932-540, São Mateus, ES, Brazil. [email protected]
Abstract
A new species assigned to genus Pouteria, Pouteria samborae sp. nov. is described and illustrated. The species is morphologically related to P. macrocarpa but differs from it by the eucampto-broquidodromous venation pattern, petioles length, secondary veins often arcuate
from base to apex, abaxial surface with prominent inter-secondary veins, tertiary ones forming
Resumo
Neste trabalho é descrita e ilustrada a espécie Pouteria samborae, um novo registro pertencente ao gênero Pouteria, Sapotaceae. A espécie é morfologicamente semelhante a P. macrocarpa, mas distingue-se pelo padrão de venação foliar eucampto-broquidódromo, comprimento
dos pecíolos, venação secundária frequentemente arqueadas da base ao ápice da folha, face
abaxial com nervuras inter-secundárias proeminentes, nervuras terciárias formando retículo
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Introduction
Pouteria (Sapotaceae, Chrysophylloideae) comprises ca. 200 species restricted to the Neotropics (Swenson et al., 2013) with its main distribution centers being Amazon and Atlantic Forest. In Brazil, of 122 registered species, 52 are considered endemic (Alves-Araújo, 2014). In
the Atlantic Forest are recorded 36 species with greater expressiveness and endemism in Espírito Santo and Bahia states (Stehmann et al., 2009).
Pouteria shows great morphological variability but is characterized predominantly by arboreal
individuals; absence of stipules; flowers with 4-6 free, imbricate sepals; tubular-ciatiform corolla with 4-6 lobes; stamens opposite to the corolla lobes, staminodes alternate to the corolla
lobes; ovary 1-6-(15)-locular and seeds with presence of adaxial scar, with or without endosperm (Pennington, 1991). Although the same study points to a wide range of morphological
variability inside the genus based upon uncertain characters, Swenson and Anderberg (2005)
indicates Pouteria as a non-monophyletic group. Nevertheless, the typical calyx 4-sepal; ovary
4-locular; and staminodes-4, associated with similar leaves distribution, size and form, designate a clear-cut field trait that distinguish a small species group where P. samborae is included.
Herein, descriptions and illustrations of Pouteria samborae are provided, as well as comparisons among related species.
Taxonomy
Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo, sp. nov. (Figs. 1, 2, 3)
Pouteria samborae resembles P. glomerata and P. macrocarpa
length; main venation pattern, secondary and inter-secondary veins; tertiary reticulum patterns
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adaxial surface glabrous with hairiness on the main and secondary veins, eucampto-broquidodromous, prominent midrib on the abaxial surface, arcuate secondary veins perpendicular to
the midrib, short inter-secondary veins, tertiary veins reticulate-loose; petioles 2.1 2.4 cm
long, terete, sericeous. Inflorescences 3-6-flowered. Pedicels 2 3 mm long, sericeous.; calyx
4-sepal, sepals 4 x 5 mm, arranged in double series, elliptic,
, apex obtuse, strigose on the abaxial and glabrous on the adaxial surface;
corolla 4-lobed, tube ~1.5 mm long, lobes 1.9 2.0 x 1 mm, oblanceolate, margin ciliate, apex
truncate, glabrous inside and outside, beige; stamens-4(-6), filaments ~2 mm long, basaltubular inserted, anthers ~1 mm long, glabrous; staminodes-4, ~2 mm long, lanceolate, margin
ciliate, apex attenuate; ovary 4-locular, densely-tomentose, style ~3 mm long, glabrous; stylehead truncate. Fruits not observed.
Figure 1
Figure 2
Figure 3
Distribution and habitat:—Pouteria samborae, so far, has been registered to the wet tropical
forest of Brazilian Atlantic Coast, in Espírito Santo state (Fig. 4).
Figure 4
Phenology:—Flowers were registered in March, fruits were not seen.
Conservation status:— P. samborae is assigned as Critically Endangered [CR] (B1, B2a,
B2b(iii), and D) according to the IUCN Red List (IUCN, 2011) and the Geospatial Conservation Assessment Tool (GeoCat) (Bachman et al., 2011), due to the very small extent of occurrence (<100 km²), with just a place of occurrence and a single population; small area of occu-
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tion pattern, while P. glomerata and P. macrocarpa hold eucamptodromous leaves. The intersecondary veins are well developed in P. samborensis and rare or absent in the other species.
P. samborae exhibits loose-reticulated tertiary veins, however they are fine-reticulated in P.
glomerata and inconspicuous and oblique in P. macrocarpa.
Acknowledgements
We acknowledge all the staff members from the Professor Mello Leitão Biology Museum,
especially, Helio de Queiroz Boudet Fernandes, curator of the herbarium MBML. We also
work and sample collection; and illustrator Joelcio Freitas (Sam) for the scientific drawing.
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Prepared
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the
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Petitions
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(H) adaxial and (I) margin. J Corolla, stamens and staminodes. K Gyneceum. L Ovary cross
sectional. Drawn from the type collection by Joelcio Freitas.
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TABLE 1: Comparison among Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo and two morphologically related species, P. glomerata (Miq.) Radlk. and P. macrocarpa (Mart.) Dietr.
Species
Pouteria samborae Mônico
& Alves-Araújo
P. glomerata (Miq.)
Radlk.
P. macrocarpa
(Mart.) Dietr.
2.1 2.4 cm
0.3 1.6 cm
2.2 4.5 cm
Venation pattern
Eucamptobroquidodromous
Eucamptodromous
Eucamptodromous
Secondary veins
Arcuate
Convergent or parallel
Parallel and rectilinear
Well developed
Absent or rare
Usually absent
Loose-reticulated
Fine-reticulated
Inconspicuous and,
when seen, oblique
Fimbriate
Smooth
Smooth
Brazilian Atlantic Forest
Mexico and Central
America; Argentina,
Brazilian Atlantic Forest
and Paraguay.
Costa Rica, Colombia and Brazilian Amazon Forest
Characters
Inter-secondary veins
Tertiary veins
Distribution
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CAPÍTULO III
(Rodriguésia, normas disponíveis em: <http://rodriguesia.jbrj.gov.br>)
Pouteria Aublet (Sapotaceae) na Estação Biológica de Santa Lúcia, ES, Brasil
Arnaldo Zanetti Mônico1* e Anderson Alves-Araújo1
1
Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Lito-
râneo, CEP 29932-540, São Mateus, ES, Brasil.
Autor para correspondência: [email protected]
Pouteria Aublet na Estação Biológica de Santa Lúcia
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Resumo [Pouteria Aublet (Sapotaceae) na Estação Biológica de Santa Lúcia, ES, Brasil]
Sapotaceae (Ericales) possui distribuição pan-tropical com 53 gêneros e cerca de 1.250 espécies, sendo Pouteria o gênero detentor de maior riqueza com ca. 200 espécies. No Brasil ocorrem 122 espécies, das quais 52 são consideradas endêmicas. Na Floresta Atlântica são registradas 36 espécies com maior expressividade e endemismo nos estados do Espírito Santo e
Bahia. O presente estudo visou ampliar o conhecimento acerca de Pouteria para a Floresta
Atlântica na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), Santa Teresa, ES, bem como análise
de material herborizado. Foram identificados 13 táxons na EBSL: Pouteria bangii (Rusby)
T.D. Penn., P. bullata (S. Moore) Baehni, P. caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Sitzungsber., P.
cuspidata (A. DC.) Baehni, P. durlandii (Standl.) Baehni, P. gardneri (Mart. & Miq.) Baehni,
P. guianensis Aubl., P. macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., P. macrocarpa (Mart.) Dietr., P.
psammophila (Mart.) Radlk, Sitzungsber., P. reticulata (Engl.) Eyma, P. samborae Mônico &
Alves-Araújo sp. nov. e P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn. Descrições dos táxons, chave
de identificação, comentários e ilustrações foram confeccionados. P. caimito, P. durlandii e P.
reticulata exibem um continuum de distribuição neotropical. P. bangii, P. cuspidata, P. gardneri, P. guianensis P. macrocarpa e P. venosa subsp. amazonica possuem um padrão de distribuição disjunta entre as Florestas Amazônica e Atlântica. P. bullata, P. macahensis, P.
psammophila e P. samborae são consideradas endêmicas da Floresta Atlântica. Os resultados
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Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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Abstract [Pouteria Aublet (Sapotaceae) from Santa Lúcia Biological Station, ES, Brazil]
Sapotaceae (Ericales) is a botanical family of pan-tropical distribution that comprehends 53
genera and about 1,250 species, with Pouteria being the richest genus holding ca. 200 species.
In Brazil there are 122 species, of which 52 are endemic. In the Brazilian Atlantic Forest 36
species are recorded, with greater expressiveness and endemism in Espírito Santo and Bahia
states. The present study aimed to enhance the understanding of the genus in the Atlantic Forest through collection campaigns in Santa Lucia Biological Station (EBSL), Santa Teresa, ES,
Brazil, as well as the study of herbaria specimens. A total of 13 taxa were identified in EBSL:
Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn., P. bullata (S. Moore) Baehni, P. caimito (Ruiz & Pav.)
Radlk. Sitzungsber., P. cuspidata (A. DC.) Baehni, P. durlandii (Standl.) Baehni, P. gardneri
(Mart. & Miq.) Baehni, P. guianensis Aubl., P. macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., P. macrocarpa (Mart.) Dietr., P. psammophila (Mart.) Radlk, Sitzungsber., P. reticulata (Engl.) Eyma, P. samborae Mônico & Alves-Araújo and P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn.. All
taxa descriptions, identification key, comments and illustrations were confectioned. P. caimito, P. durlandii e P. reticulata exhibit a neotropical continuum distribution. P. bangii, P. cuspidata, P. gardneri, P. guianensis P. macrocarpa and P. venosa subsp. amazonica show disjunct distribution between Amazon and Atlantic Forests. P. bullata, P. macahensis, P. psammophila and P. samborae are considered endemic from Atlantic Forest. The results corrobo-
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Introdução
Sapotaceae possui 53 gêneros e cerca de 1.250 espécies (Pennington 1991; Govaerts et
al. 2001), sendo subordinada à Ordem Ericales (APG III 2009) e dividida em três subfamílias:
Sarcospermatoideae, Sapotoideae e Chrysophylloideae (Swenson & Anderberg 2005). No
contexto taxonômico e com alta representatividade no Domínio da Floresta Atlântica, a
família desponta como táxon frequente em listas florísticas com altos níveis de
indeterminação (Peixoto & Gentry 1990; Fabris & César 1996; Thomaz & Monteiro 1997;
Saiter et al. 2011). Segundo Carneiro et al. (2014), no Brasil são registrados 12 gêneros e 234
espécies, dentre eles 10 gêneros e 74 espécies para a Floresta Atlântica, sendo Pouteria Aubl.,
Chrysophyllum L. e Manilkara Adans. os mais ricos.
Pouteria Aublet (Chrysophylloideae) compreende ca. 200 espécies restritas aos
Neotrópicos (Swenson et al. 2013) e seus principais centros de distribuição a Amazônia e a
Floresta Atlântica. No Brasil ocorrem 122 espécies de Pouteria, das quais 52 são consideradas
endêmicas (Alves-Araújo 2013). Na Floresta Atlântica são registradas 36 espécies com maior
expressividade e endemismo nos estados do Espírito Santo e Bahia (Stehmann et al. 2009).
Pouteria apresenta grande variabilidade morfológica, mas se caracteriza pelo hábito
predominantemente arbóreo (pontuado por alguns táxons arbustivos); ausência de estípulas;
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abrangentes ou mesmo regionais (Pennington 1990, 2006; Carneiro 2009; Alves-Araújo &
Alves 2010; Fabris 2011; Fabris & Peixoto 2013). No Espírito Santo, embora estudos tenham
apontado a importância das Sapotaceae nos índices de riqueza da flora (ex.: Peixoto & Gentry
1990; Fabris & César 1996; Saiter et al. 2011), apenas Fabris (2011) examinou a família taxonomicamente, em áreas de floresta de tabuleiros e restinga.
O presente estudo visou atualizar e ampliar o conhecimento acerca de Pouteria da Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, ES, apresentando o tratamento taxonômico das
espécies, chave de identificação, comentários e ilustrações.
Material e Métodos
A Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), localiza-se no município de Santa Teresa,
Oeste (Figura 1). Possui área de 467,89 ha e é protegida e administrada pelo Museu de Biologia Prof. Mello-Leitão, mas ainda não é reconhecida legalmente como uma unidade de conservação.
O clima na EBSL é do tipo Cfa, segundo classificação de Köppen (1948), com invernos secos e verões chuvosos, temperatura anual média de 20°C e precipitação anual média de
1.868 mm, sendo Novembro e Junho os meses mais e menos chuvosos, respectivamente
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As coletas foram realizadas de setembro/2013 a julho/2014. O processo de
herborização seguiu Bridson & Forman (1998) e o material foi depositado no Herbário
MBML e duplicatas enviadas ao Herbário VIES. Consultas as duas principais coleções
estaduais (VIES e CVRD) foram realizadas para aprimoramento do estudos sobre o gênero na
região, além da base de dados virtual Species-Link (CRIA 2014). A terminologia utilizada
para a descrição das espécies seguiu Pennington (1990), complementada por Gonçalves &
Lorenzi (2007) e Alves-Araújo et al. (2014). Para os comentários sobre a distribuição
geográfica dos táxons, foi utilizado o trabalho de Pennington (1990). Detalhes sobre
características diagnósticas das espécies, quando não observadas em campo, seguiram as
informações do coletor disponíveis nas etiquetas de coleta. As ilustrações dos táxons foram
direcionadas ou restritas às peculiaridades locais das espécies estudadas. Para os itens não
ilustrados, vide Pennington (1990) e Alves-Araújo et al. (2014).
Resultados e Discussão
Este estudo identificou 13 espécies ocorrentes dentro da EBSL: Pouteria bangii
(Rusby) T.D. Penn., Pouteria bullata (S. Moore) Baehni, Pouteria caimito (Ruiz & Pav.)
Radlk., Pouteria cuspidata (A. DC.) Baehni, Pouteria durlandii (Standl.) Baehni, Pouteria
gardneri (Mart. & Miq.) Baehni, Pouteria guianensis Aubl., Pouteria macahensis T.D. Penn.,
Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr., Pouteria psammophila (Mart.) Radlk., Pouteria reticula-
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colombiana, o que pode indicar preferências das condições de temperatura e umidade específicas para a sobrevivência da espécie.
As espécies Pouteria caimito, P. durlandii e P. reticulata exibem um continuum de
distribuição neotropical. P. bangii, P. cuspidata, P. gardneri, P. guianensis, P. macrocarpa e
P. venosa subsp. amazonica possuem um padrão de distribuição disjunta entre as Florestas
Amazônica e Atlântica. P. bullata, P. macahensis, P. psammophila e P. samborae são consideradas endêmicas da Floresta Atlântica.
Os resultados obtidos reforçam ainda mais os indícios de que a área de estudo apresenta alto potencial de riqueza de espécies, tanto para Sapotaceae quanto para outros táxons, tais
como: Thomaz & Monteiro (1997), Baitello (2001), Mass et al. (2001), Lombardi (2004), Fiaschi & Pirani (2005), Fraga & Saavedra (2006), Goldenberg & Reginato (2006) e Saiter et al.
(2011).
Chave de identificação para as espécies de Pouteria da EBSL, ES, Brasil
1. Lenticelas presentes.
2. Venação broquidódroma.
3. Folhas distribuídas na região apical do ramo; pedicelos pilosos; frutos glabros
................................................................................................................ 11. P. reticulata
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5. Pecíolos canaliculados; corola 6-lobada; frutos pubescentes; sementes-1 globoides
....................................................................................... 13. P. venosa subsp. amazonica
5 . Pecíolos teretos; corola nunca 6-lobada; frutos glabros; sementes-1 nunca globoides.
6. Pecíolos entumecidos; margem foliar lisa; corola 5-lobada; sementes-1 lateralmente achatadas ................................................................................... 5. P. durlandii
6
margem foliar revoluta; corola 4-lobada, sementes-
1 nunca lateralmente achatadas ................................................................ 1. P. bangii
1 . Lenticelas ausentes.
7. Ramos esparso-pilosos a pilosos, esparso-seríceos ou tomentosos.
8. Folhas com face abaxial ferrugíneo-denso-tomentosa; estigma truncado; frutos glabros a esparso-pilosos .................................................................................. 2. P. bullata
estigma capitado a 4lobado; frutos velutinos .............................................................................. 3. P. caimito
9. Folhas distribuídas ao longo do ramo.
10. Venação broquidódroma; folhas subcoriáceas a coriáceas; cálice 5-sépalo; frutos glabros ........................................................................................... 4. P. cuspidata
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losos; estigma truncado.
12. Venação eucamptódroma; nervuras inter-secundárias raras; nervuras terciárias
inconspícuas,
oblíquas;
pedicelos
esparso-seríceos
.................................................................................................... 9. P. macrocarpa
-broquidódroma; nervuras inter-secundárias curtas perpendiculares à nervura principal; nervuras terciárias conspícuas, laxo-reticuladas;
pedicelos seríceos ........................................................................ 12. P. samborae
Tratamento taxonômico
Pouteria Aubl.
Árvores, ramos teretos a sulcados, lenticelas ausentes ou presentes. Folhas alterno-espiraladas,
elípticas a obovadas, cartáceas a coriáceas, broquidódromas a eucamptódromas, pecíolos canaliculados a teretos, glabros a pilosos. Flores pediceladas, cálice 4-5-sépalo; corola 4-5-6lobada, tubos glabros; estames-4-5-6, filetes glabros; estaminódios-3-4-5-6, glabros; ovário 12-3-4-5-6-locular, estilete excerto ou incluso, estigma capitado, 4-lobado ou truncado. Frutos
elipsoides a turbinados, glabros a velutinos; sementes-1-2-3-4, elipsoides, lateralmente achatadas ou não.
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glabrescentes a pilosos. Inflorescências 6 15-floras. Pedicelos 2,7 6,8 mm comp., glabrescentes; cálice 4-sépalo, sépalas 1 2 x 0,9 2 mm, obovadas, margem lisa, ápice obtuso, glabrescentes em ambas as faces; corola 4-lobada, tubo ~3 mm comp., lobos 3 x 1,5 2 mm, oblanceolados a obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros ou raramente esparso-seríceos externamente, glabros internamente, marrons; estames-4, filetes ~1 mm comp., inserção tubular
medial, anteras ~0,5 mm comp., glabras; estaminódios-4, ~1 mm comp., lanceolados, margem
lisa, ápice atenuado; ovário 2-locular, denso-estrigoso; estilete 1 2 mm comp., glabro, estigma capitado. Frutos 2 2,5 x 3,7 4,2 cm, elipsoides a turbinados, glabros, amarelos; sementes1, 9 22 x 8 19 mm, elipsoides, testa lisa, marrons, cicatriz 9 22 x ~2 mm.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 1990, fr., S.V. Pereira et al. 62 (MBML); 26.VIII.1993, bot., L.D. Thomaz 916
(MBML); 22.IX.1993, bot., L.D. Thomaz 876 (MBML); 30.VIII.1994, fr., L.D. Thomaz 905
(MBML, ICN); 28.IV.1995, fr., L.D. Thomaz 894 (MBML); 28.I.1999, fl., L. Kollmann et al.
1731 (MBML); 26.V.1999, bot. e fl., W.P. Lopes et al. 745 (MBML) 25.III.2006, est., F.Z.
Saiter 262 (MBML).
Comentários: Pouteria bangii é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica. Na
EBSL possui pico de floração de janeiro à abril e de frutificação de agosto à dezembro. Possui
folhas oblongas subcoriáceas de ápice acuminado, áureo-acobreadas marcante na face abaxial
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rugínea-denso-tomentosa, face adaxial glabra e brilhante, broquidódromas, nervura principal
proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas a paralelo-arqueadas, nervuras
inter-secundárias presentes, nervuras terciárias proeminentes oblíquas; pecíolos 2,5 4,3 cm
comp., teretos, ferrugíneo-esparso-tomentosos. Inflorescências 3 5-floras. Pedicelos 4 7 mm
comp., pilosos; cálice 4-sépalo, sépalas 5 6 x 4 4,5 mm, oblongas, margem lisa, ápice obtuso,
tomentosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~4 mm comp., lobos 2 2,5 x ~2 mm, oblongos, margem ciliada, ápice obtuso, esparso-seríceos ou glabros externamente, pilosos internamente, beges; estames-4, filetes 1 1,8 mm comp., inserção tubular
medial a apical, anteras ~2 mm comp., glabras; estaminódios-4, ~2 mm comp., lanceolados,
margem ciliada, ápice atenuado a acuminado; ovário 4-locular, denso-estrigoso; estilete 2,5 3
mm comp., glabro; estigma truncado. Frutos 3 4,5 x 3 3,5 cm, globoides, glabros a esparsopilosos, amarelos a alaranjados; sementes-1, 2 2,4 x 0,8 1,2 cm, elipsoides, lateralmente
achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz 1,2 2,4 x 3 5 mm.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 20.IV.1993, fr., L.D. Thomaz 875 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural
Vale, 12.I.1981, fl., I.A. Silva 275 (CVRD, VIES); 9.I.2009, bot. e fl., D.A. Folli 6279
(CVRD, VIES); Santa Teresa: Penha, 9.VII.1998, fr., L. Kollmann et al. 206 (MBML); Dois
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(convexa) entre as nervuras secundárias na face adaxial. Salienta-se que P. bullata sofre intensa fitofagia dentro da EBSL.
3. Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Sitzungsber. Math.-Phys. Cl. Königl. Akad. Wiss.
München, 12: 33. 1882. Fig. 2f g
Árvores até 8 m alt., ramos teretos a levemente sulcados, esparso-seríceos, lenticelas ausentes.
Folhas 4,7 13,2 x 2,9 5 cm, distribuídas na região apical dos ramos, oblanceoladas, base aguda, obtusa, truncada ou subcordada, assimétrica ou simétrica, margem lisa, ápice atenuado a
cuspidado, cartáceas, face abaxial glabrescente a tomentosa, face adaxial glabra, broquidódromas, nervura principal pilosa e proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras inter-secundárias presentes, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos ~0,5
cm comp., teretos, esparso-pilosos a pilosos. Inflorescências 1 6-floras. Pedicelos 0,5 2 mm
comp., pilosos; cálice 4-sépalo, sépalas 3 4 x ~3 mm, obovadas, margem lisa, ápice agudo a
obtuso, estrigosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo 3,5 6 mm
comp., lobos 2 3 x 1 2 mm, suborbiculares, margem ciliada, ápice obtuso, esparso-seríceos
externa e internamente, brancos; estames-4, filetes 1 2 mm comp., inserção tubular medial,
anteras ~1 mm comp., glabras; estaminódios-4, 1 1,5 mm comp., lanceolados, margem ciliada, ápice atenuado; ovário 4-locular, denso-estrigoso, estilete 2 9 mm comp., excerto, glabro;
estigma capitado a 4-lobado. Frutos 1,2 2,3 x 1 1,5 cm, elipsoides, velutinos, amarelados;
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Natural Vale, 13.X1.2000, bot. e fl., D.A. Folli 3737 (CVRD, VIES); 13.XII.2005, bot. e fl.,
D.A. Folli 5170 (CVRD, VIES); 4.III.2008, bot. e fl., D.A. Folli 5881 (CVRD, VIES); Santa
Leopoldina, Colina Verde, 12.IX.2006, fr., V. Demuner et al. 2832 (MBML).
Comentários: Pouteria caimito é registrada para a América Central e para as Florestas Amazônica e Atlântica. Para a EBSL não foram encontrados indivíduos em período fértil registrados nas coleções ou através das expedições de campo. Possui caule e ramos frequentemente
esfoliantes. Folhas broquidódromas com nervuras claras e lâmina tomentosa na face adaxial,
mostrando venação terciária espessa e laxo-reticulada. As folhas possuem pecíolos curtos
(~0,5 cm) e se concentram na região apical do ramo.
4. Pouteria cuspidata (A. DC.) Baehni, Candollea, 9: 231. 1942. Fig. 2e h
Árvores até 20 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 6,5 13 x 2,0 6,5 cm,
distribuídas ao longo do ramo, elípticas, base aguda a obtusa, simétrica, margem revoluta,
ápice cuneado, subcoriáceas a coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, broquidódromas, nervura principal proeminente na face abaxial e plana a rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras inter-secundárias ausentes, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 2 3,5 cm comp., teretos, esparso-pilosos. Inflorescências 6 8-floras. Pedicelos 1,5 2,5 mm comp., pilosos; cálice 5-sépalo, sépalas 2,3 3,6 x 2,6 2,9 mm, obovadas,
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glabros, amarelados; sementes-1, 11 20 x 7 10 mm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa
lisa, marrons, cicatriz cobrindo ~¾ da semente.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 24.III.1988, fl., H.Q.B. Fernandes et al. s.n. 2433 (MBML); 7.II.1991, fr., S.V. Pereira et al. 56 (MBML); 15.XII.1992, fr., H.Q.B. Fernandes (MBML 6563); 25.VIII.1993,
est., L.D. Thomaz 903 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Una, 28.VII.1993, bot., S.C.
Sant’ ana et al. 344 (MBML); ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Santo Antônio, 9.II.1999, fl.,
L. Kollmann et al. 1858 (MBML); Linhares, Reserva Natural Vale, 2.XII.1994, fr., D.A. Folli
2434 (CVRD, VIES); 10.V.2002, fr., A.A. da Luz 58 (CVRD, VIES); 8.VI.2002, bot, e fl.,
D.A. Folli 5297 (CVRD, VIES).
Comentários: Pouteria cuspidata é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica. Na
EBSL foram encontradas flores nos meses de março e dezembro; e frutos em fevereiro, março
e dezembro. Apresenta folhas elípticas de textura subcoriácea a coriácea, com nervuras terciárias não-aparentes. Face abaxial às vezes glauca e com nervura principal proeminente. A margem foliar fortemente revoluta também caracteriza esta espécie.
5. Pouteria durlandii (Standl.) Baehni, Candollea, 9: 422. 1942. Fig. 2i j
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teretos, pilosos, base entumecida. Inflorescências 1 4-floras. Pedicelos 1 2,5 mm comp., pilosos; cálice 4-sépalo, sépalas 2,2 4,5 x 2,6 4 mm, obovadas, margem denso-ciliada, ápice cuneado a obtuso, seríceas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 5-lobada, tubo ~1,5
mm comp., lobos 2 3 x 3 3,5 mm, obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros externa e
internamente, marrons; estames-5, filetes ~1 mm comp., inserção tubular apical, anteras 0,5
1,7 mm comp., glabras; estaminódios-5, ~1,5 mm comp., lanceolados a estreito-atenuados,
margem lisa, ápice atenuado; ovário 3 5-locular, denso-piloso, estilete 1,5 2 mm comp., glabro; estigma truncado. Frutos 2,5 3,5 x 2 3 cm, turbinados, glabros, amarelos; sementes-1,
~20 x 8 12 mm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz 2 4 x ~20
mm.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 8.III.1995, fr., L.D. Thomaz 880 (MBML); 29.III.2000, fr., V. Demuner et al. 876
(MBML); 25.III.2006, bot. e fl., F.Z. Saiter 279 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Leopoldina, Fazenda
Caioaba, 14.II.2006, bot. e fr., V. Demuner et al. 1774 (MBML); Bragança, 30.III.2006, fr., V.
Demuner et al., 2171 (MBML); Linhares, São Sebastião, 23.V.2006, fr., V. Demuner et al.
2296 (MBML).
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Árvores até 19 m alt., ramos teretos a levemente sulcados, glabrescentes a raramente pilosos,
lenticelas presentes. Folhas 4,5 9,7 x 3,4 7,2 cm, distribuídas ao longo do ramo, obovadas a
oblanceoladas, base aguda a obtusa, assimétrica ou simétrica, margem lisa, ápice atenuado a
cuspidado, cartáceas, face abaxial e adaxial glabrescentes, broquidódromas, nervura principal
proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras inter-secundárias presentes, nervuras terciárias laxo-reticuladas; pecíolos 2 2,5 cm comp., teretos, glabrescentes.
Inflorescências 1 4-floras. Pedicelos ~2 cm comp., glabrescentes; cálice 4 5-sépalo, sépalas
~2,5 x ~2 mm, obovadas, margem lisa, ápice obtuso, glabras em ambas as faces; corola 5lobada, tubo 1 1,5 mm comp., lobos 1 2 x 0,5 1 mm, obovados, margem lisa, ápice obtuso,
glabros externa e internamente, marrons; estames-4 5, filetes ~0,5 mm comp., inserção tubular apical, anteras ~1,5 mm comp., glabras; estaminódios-4 5, ~1 mm comp., lanceolados,
margem lisa, ápice atenuado; ovário 2-locular, puberulento; estilete ~1 mm comp., glabro;
estigma truncado. Frutos 1,5 2 x 1 1,5 cm, elipsoides a turbinados, pubescentes, marrons;
sementes-1, ~10 x 4 6 mm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, pretas, cicatriz ~10 x
2 4 mm.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 20.VII.2014, est., A.Z. Mônico 16 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Marechal Floriano,
60
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Comentários: Pouteria gardneri é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica. Para a
EBSL não foram encontrados indivíduos em período fértil registrados nas coleções ou através
das expedições de campo. Apresenta como características diagnósticas pecíolos e pedicelos
relativamente longos (2 2,5 cm comp.) e folhas broquidódromas de base casualmente assimétrica.
7. Pouteria guianensis Aubl., Hist. Pl. Guiane, 1: 85. 1775. Fig. 2m n
Árvores até 13 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 11,1 16,2 x 3,7 5,8
cm, distribuídas ao longo do ramo, oblanceoladas, base aguda, simétrica, margem lisa, ápice
obtuso, cartáceas, face abaxial com tricomas denso-tomentosos, face adaxial glabra, eucampto-broquidódromas, nervura principal com indumento esparso-seríceo na face adaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras inter-secundárias ausentes; nervuras terciárias reticuladas;
pecíolos 2,1 3,2 cm comp., canaliculados, pilosos. Inflorescências 4 6-floras. Pedicelos 1 3
mm comp., pilosos; cálice 4-sépalo, sépalas ~4 x 2 3 mm, oblongas, margem ciliada, ápice
obtuso, pilosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~3 mm comp.,
lobos ~5 x ~4 mm, oblongos, margem ciliada, ápice obtuso a truncado, esparso-seríceos ou
glabros externamente, pilosos internamente, beges; estames-4, filetes 1 3 mm comp., inserção
tubular apical, anteras ~1 mm comp., glabras; estaminódios-4, ~1 mm comp., lanceolados,
margem lisa, ápice atenuado; ovário 4-locular, estrigoso, estilete 8 9 mm comp., glabro; es-
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Kollmann et al. 2191 (MBML); 25.III.2006, est., F.Z. Saiter 276 (MBML); 15.III.2014, fl.,
A.Z. Mônico 19 (MBML);
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Parque Municipal de São Lourenço, 21.VIII.2001, fr., L. Kollmann et al. 4373 (MBML); Reserva Biológica Augusto Ruschi,; 18.IX.2001, fr., L. Kollmann et al. 4589 (MBML); 27.IX.2001, fr., L.
Kollmann et al. 4778 (MBML); 2.IX.2003, fr., J. Rossini et al. 505 (MBML).
Comentários: Pouteria guianensis é registrada para as Florestas Amazônica e Atlântica. Na
EBSL foram registrados florescimento e frutificação nos meses de março, outubro e dezembro. Esta espécie tem folhas com pecíolos e face abaxial pilosos e de coloração escura após
herborização, nervuras terciárias formando um retículo acentuado e sementes elipsoides nãoachatadas.
8. Pouteria macahensis T.D. Penn., Fl. Neotrop., 52: 321. 1990. Fig. 2o
Árvores até 19 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas presentes. Folhas 6,5-11,4 x 1,3-3,8
cm, distribuídas ao longo dos ramos, oblongas, base aguda a atenuada, simétrica, margem revoluta, ápice agudo, coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, broquidódromas, nervura principal rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas, nervuras intersecundárias presentes, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 1,5-2,5 comp., teretos, pilo-
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glabro; estigma capitado. Frutos 1,6 1,9 x ~1 1,5 cm, turbinados, pilosos, marrons; sementes1, 11 20 x 7 10 mm, elipsoides, lateralmente achatadas, testa lisa, marrons, cicatriz cobrindo
~¾ da semente.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 29.IX.1992, fr., L.D. Thomaz 909 (MBML); 5.V.1993, est., L.D. Thomaz 942
(MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural
Vale, 30.I.1986, bot. e fl., G.L. Farias 105 (CVRD, VIES); 19.IV.1989, bot., fl. e fr., D.A.
Folli 901 (CVRD, VIES); 24.VIII.1993, fr., D.A. Folli 1962 (CVRD, VIES); 20.III.2008, bot.
e fl., D.A. Folli 5976 (CVRD, VIES); BAHIA: Porto Seguro, RPPN Estação Veracel,
9.III.2010, fr., L. Daneu et al. 261 (MBML).
Comentários: Pouteria macahensis é registrada apenas para a Floresta Atlântica, porém comumente associada às restingas. Este é o primeiro relato científico de ocorrência em florestas
montanas. Na EBSL foram encontrados frutos no mês de setembro. Suas folhas coriáceas e
glabras possuem nervuras inter-secundárias e margem fortemente revoluta. A pilosidade ferrugínea dos frutos também é um atributo marcante desta espécie.
9. Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr., Syn. pl., 1: 431. 1839. Fig. 2p q
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Pedicelos ~3 mm comp., esparso-seríceos; cálice 4-sépalo, sépalas ~3,5 x 5 mm, elípticas,
margem lisa, ápice obtuso, puberulentas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4lobada, tubo 1,5 1,8 mm comp., lobos 1,5 1,6 x 1,5 mm, oblongos, margem ciliada, ápice
arredondado, glabros externa e internamente, amarelo-claros; estames-4, filetes ~1 mm comp.,
inserção tubular basal, anteras ~1 mm comp., glabras; estaminódios-4, ~1 mm comp., oblongos, margem ciliada, ápice atenuado; ovário 4-locular, denso-tomentoso, estilete ~3 mm
comp., glabro; estigma truncado. Frutos 3,5 4,6 x 4,8 6,3 cm, globoides, esparso-pilosos a
glabros, alaranjados; sementes-1, 2,7 3,2 x 3,1 3,3 cm, globoides, testa lisa, marrons, cicatriz
cobrindo quase toda a superfície da semente.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 5.IX.2001, fr., L. Kollmann et al. 4512 (MBML); 18.IX.2002, fr., R.R. Vervloet et al.
913 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, São Lourenço,
27.I.1999, fr., L. Kollmann et al. 1710 (MBML); Cabeceira do Rio Bonito, 13.VI.2001, fr., L.
Kollmann et al. 3961 (MBML); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 1.VIII.2002, fr., R.R.
Vervloet et al. 620 (MBML).
Comentários: Pouteria macrocarpa é registrada para a a Costa Rica, Floresta Amazônica e
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Árvores até 12 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 12 22 x 5 8,5 cm,
distribuídas na região apical do ramo, oblanceoladas, base aguda, simétrica, margem revoluta,
ápice atenuado, coriáceas, face abaxial glabra, face adaxial brilhante, eucamptobroquidódromas, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas a arqueadas, nervuras inter-secundárias ausentes, nervuras terciárias oblíquas;
pecíolos 3,8 8 cm comp., canaliculados, glabros a pubescentes. Inflorescências axilares 2 6floras. Pedicelos 0,5 1 mm comp., pilosos; cálice 4-sépalo, sépalas 2,5 4 x 2 4 mm, obovadas a elípticas, margem ciliada, ápice obtuso, seríceas na face abaxial e glabrescentes na face
adaxial; corola 4-lobada, tubo 3 4 mm comp., lobos ~2 x ~3 mm, oblongos, margem ciliada,
ápice obtuso, glabros externa e internamente, brancos a verde-claros; estames-4, filetes ~1
mm comp., inserção tubular apical, anteras ~0,9 mm comp., glabras; estaminódios-4, ~1 mm
comp., oblongos, margem ciliada, ápice obtuso; ovário 4-locular, estrigoso; estilete 2 2,5 mm
comp., glabro; estigma 4-lobado. Frutos 3,5 4,5 x 4 4,5 cm, globoides a ovoides, seríceos,
marrons; sementes-1 4, 2 2,5 x 0,5 1 mm, elipsoides, testa verrucosa, pretas, cicatriz cobrindo a base da semente.
Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 14.X.1990, bot., S.V. Pereira et al. 26 (MBML).
Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural
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Nervuras principal e secundárias destacadas e pecíolos longos (3,8 8 cm) e recurvados. Folhas frequentemente atacadas por patógenos como galhas e fungos na EBSL. O endocarpo gelatinoso do fruto amadurecido é característico nesta espécie.
11. Pouteria reticulata (Engl.) Eyma, Recueil Trav. Bot. Néerl., 33: 183. 1936. Fig. 2t u
Árvores até 19 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas presentes. Folhas 10,5 24 x 2,5 8 cm,
distribuídas na região apical do ramo, oblongas, base aguda a atenuada, assimétrica ou simétrica, margem revoluta, ápice agudo, coriáceas, face abaxial e adaxial glabras, broquidódromas, nervura principal rebaixada na face adaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas,
nervuras inter-secundárias presentes, nervuras terciárias inconspícuas; pecíolos 1,5 2,5 cm
comp., teretos, pilosos. Inflorescências 1 2-floras. Pedicelos 2 7 mm comp., pilosos; cálice 4sépalo, sépalas 1 2 x 1 2 mm, obovadas a levemente lanceoladas, margem lisa, ápice truncado, seríceas na face abaxial e glabrescentes na face adaxial; corola 5-lobada, tubo ~2 mm
comp., lobos 1,5 2 x ~2 mm, oblanceolados a obovados, margem lisa, ápice obtuso, glabros
externa e internamente, brancos; estames-5, filetes ~0,5 mm comp., inserção tubular apical,
anteras ~0,5 mm comp., hirsutas; estaminódios-5, ~1 mm comp., oblanceolados, margem lisa,
ápice acuminado; ovário 1-locular, piloso, estilete 0,5 0,9 mm comp., excerto, glabro; estigma capitado. Frutos 1 3,5 x 2 3,3 cm, ovoides a elipsoides, glabros, púrpuras a pretos; sementes-1, 8 27 x 5 10 mm, elipsoides, testa lisa, marrons, cicatriz 7 25 x 2 11 mm.
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fr., L. Kollmann et al. 4727 (MBML); BAHIA: Brejões, Rod. Amargosa, 25.II.2000, fr., J.G.
Jardim et al. 2915 (MBML).
Comentários: Pouteria reticulata é registrada desde o México até o Brasil. Na EBSL foram
encontradas flores no mês de maio. Possui folhas coriáceas de base ocasionalmente assimétrica com nervuras secundárias destacadas e perpendiculares à nervura principal. Venação terciária inconspícua.
12. Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo, Phytotaxa, ??: ??-??. 2015. Fig. 2v w
Árvores até 7,5 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas ausentes. Folhas 17,1 29,3 x 6,5 9,5
cm, distribuídas na região apical do ramo, oblanceoladas, base atenuada, simétrica, margem
revoluta, ápice cuspidado, cartáceas, face abaxial denso-serícea, face adaxial glabra com pilosidade sobre as nervuras principal e secundárias, eucampto-broquidódromas, nervura principal
proeminente na face abaxial, nervuras secundárias arqueadas, nervuras inter-secundárias curtas perpendiculares à nervura principal, nervuras terciárias conspícuas, laxo-reticuladas; pecíolos 2,1 2,4 cm comp., teretos, seríceos. Inflorescências 3 6-floras. Pedicelos 2 3 mm
comp., seríceos; cálice 4-sépalo, sépalas 4 x 5 mm, elípticas, margem fimbriada a lisa, ápice
obtuso, estrigosas na face abaxial e glabras na face adaxial; corola 4-lobada, tubo ~1,5 mm
comp., lobos 1,9 2 x 1 mm, oblanceolados, margem ciliada, ápice truncado, glabros externa e
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Comentários: Pouteria samborae é registrada para a Floresta Atlântica. Na EBSL foram registrados botões florais e flores no mês de março. Muito semelhante à P. macrocarpa, diferencia-se por possuir folhas eucamptonervuras secundárias frequentemente arqueadas desde sua base ao ápice, nervuras intersecundárias proeminentes na face abaxial e terciárias formando retículo laxo.
13. Pouteria venosa subsp. amazonica T.D. Penn., Fl. Neotr., 52: 399 402. 1990. Fig. 2x y
Árvores até 13 m alt., ramos teretos, glabros, lenticelas presentes. Folhas 10,5 12,5 x 2,5 4,3
cm, distribuídas ao longo do ramo, elípticas a levemente oblanceoladas, base aguda, simétrica,
margem lisa, ápice acuminado, cartáceas, face abaxial levemente glauca e face adaxial glabra,
eucamptódromas, nervura principal proeminente na face abaxial, nervuras secundárias paralelo-retilíneas a arqueadas, nervuras inter-secundárias presentes, nervuras terciárias laxoreticuladas; pecíolos 1,3 2,3 cm comp., canaliculados, glabros. Inflorescências 1 4-floras.
Pedicelos ~2 mm comp., seríceos; cálice 4-sépalo, sépalas ~1 x 1 1,3 mm, obovadas a suborbiculares, margem ciliada, ápice obtuso, glabras ou seríceas na face abaxial e glabrescentes ou
seríceas na face adaxial; corola 6-lobada, tubo ~0,5 mm comp., lobos 5 6,5 x 4,2 5 mm,
oblanceolados a obovados, margem ciliada, ápice obtuso, glabrescentes externa e internamente, beges; estames-5 6, filetes 1,5 2 mm comp., inserção tubular apical, anteras ~1,5 mm
comp., glabras; estaminódios-5 6, 1 2 mm comp., lanceolados, margem levemente ciliada,
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Material adicional selecionado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural
Vale, 25.I.1991, bot. e fl., D.A. Folli 1271 (CVRD, VIES); 6.VII.1994, fr., D.A. Folli 1994
(CVRD, VIES); 28.I.2009, bot. e fl., G.S. Siqueira 457 (CVRD, VIES); Montanha, Distrito de
Fumaça, 4.XII.2006, fr., A.M. Assis et al. 1148 (MBML).
Comentários: Pouteria venosa subsp. amazonica é registrada para as Florestas Amazônica e
Atlântica. Na EBSL foram registrados frutos no mês de janeiro. Dentre as espécies analisadas,
apresenta como características diagnósticas folhas eucamptódromas glabras com face abaxial
levemente glauca e nervuras secundárias suavizadas. Detalhe para os pecíolos longos (1,3 2,3
cm) e com base frequentemente recurvada.
Agradecimentos
À Fundação Capes pela concessão da bolsa ao primeiro autor; aos membros do Museu de Biologia Professor Mello-Leitão, especialmente, a Helio de Queiroz Boudet Fernandes, curador
do herbário MBML pelo apoio logístico, considerações acerca do projeto inicial e concessão
de pesquisa no herbário MBML e na EBSL; a Jorge Luiz Thomazini Malaquias ("Cão feroz e
matador") pela assistência durante o trabalho de campo e coleta de amostras; ao ilustrador Joelcio Freitas
desenhos científicos; a Hilton Moura Neto e a Escola Superior São
Francisco de Assis pelo empréstimo da tesoura de alta poda.
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Lista do material examinado
Assis, A.M. 1148 (13). da Luz, A.A. 58 (4). Daneu, L. 261 (8), 919 (6). Demuner, V. 287
(11), 876 (5), 921 (2), 1774 (5), 2171 (5), 2296 (5), 2713 (6), 2832 (3), 4121 (6). Faria G.L.
105 (8), 491 (6). Fernandes, H.Q.B. s.n. (MBML-6563) (4), 2433 (4). Folli, D.A. 901 (8),
1271 (13), 1962 (8), 1994 (13), 2434 (4), 3737 (3), 5170 (3), 5297 (4), 5881 (3), 5976 (8),
6279 (2). Jardim, J.G. 2915 (11). Kollmann, L. 206 (2), 254 (2), 268 (2), 792 (11), 1710 (9),
1731 (1), 1858 (4), 2027 (3), 2101 (7), 2191 (7), 3961 (9), 4373 (7), 4512 (9), 4589 (7), 4727
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da folha glauca, h. botões florais herborizados em detalhe; f-g. P. caimito (A. DC.) Baehni
f.
base foliar subcordada, g. nervuras terciárias laxo-reticuladas; i-j. P. durlandii (Standl.) Baehni
ehni
i. pecíolos com base intumescida, j. fruto 5-locular; k-l. P. gardneri (Mart. & Miq.) Bak. enfoque para o comprimento dos pecíolos e base foliar assimétrica, l. enfoque para o
comprimento dos pedicelos; m-n. P. guianensis Aubl.
in situ em detalhe; o. P. macahensis T.D. Penn.
m. face foliar abaxial pilosa, n. fruto
o. nervuras inter-secundárias inconspícuas
na face abaxial da folha; p-q. P. macrocarpa (Mart.) Dietr.
longos, q. frutos de semente única; r-s. P. psammophila
p. ramos esfoliantes de pecíolos
(Mart.) Radlk. r. distribuição das
folhas na região apical do ramo, s. frutos de casca gelatinosa quando maduros; t-u. P. reticulata (Engl.) Eyma
t. folhas coriáceas in situ, u. nervuras terciárias inconspícuas; v-w. P. sam-
borae Mônico & Alves-Araújo
v. nervuras terciárias laxo-reticuladas, w. botões florais in
situ; x-y. P. venosa subsp. amazonica T.D. Penn.
das, y. fruto herborizado em detalhe.
x. folhas elípticas a levemente oblanceola-
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CAPÍTULO IV
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
- O presente estudo identificou 13 espécies ocorrentes dentro da EBSL: Pouteria bangii
(Rusby) T.D. Penn., Pouteria bullata (S. Moore) Baehni, Pouteria caimito (Ruiz & Pav.)
Radlk., Pouteria cuspidata (A. DC.) Baehni, Pouteria durlandii (Standl.) Baehni, Pouteria
gardneri (Mart. & Miq.) Baehni, Pouteria guianensis Aubl., Pouteria macahensis T.D. Penn.,
Pouteria macrocarpa (Mart.) Dietr., Pouteria psammophila (Mart.) Radlk., Pouteria reticulata (Engl.) Eyma, Pouteria samborae Mônico & Alves-Araújo e Pouteria venosa subsp. Amazônica T.D. Penn.
- Os registros de Pouteria macrocarpa, publicados como nova ocorrência da espécie para a
Floresta Atlântica, demonstram mais um evento de distribuição disjunta com a Floresta Amazônica, categoria onde já estavam incluídas P. bangii, P. cuspidata, P. gardneri, P. guianensis
e P. venosa subsp. amazonica, possuem um padrão de distribuição disjunta entre as Florestas
Amazônica e Atlântica. As espécies Pouteria caimito, P. durlandii e P. reticulata exibem um
continuum de distribuição neotropical. P. bullata, P. macahensis, P. psammophila e P. samborae são consideradas endêmicas da Floresta Atlântica.
- Os resultados obtidos, como a nova ocorrência de P. macrocarpa na EBSL e o novo registro
para a ciência de P. samborae, reforçam ainda mais os indícios de que a Estação Biológica de
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Mônico A. Z., PouteriaAublet naEstação BiológicadeSantaLúcia
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ANEXO
CD-ROM para a instalação do software gratuito Lucid [v3.3] e uso da chave interativa
para Pouteria Aublet da Estação Biológica de Santa Lúcia. Adicionalmente, está incluída uma
cópia virtual do guia de campo apresentado no Capítulo IV, em forma de apresentação de slides do Microsoft PowerPoint.
Conteúdo específico:
Chave de identificação para Pouteria da EBSL [+ instruções de instalação e uso]
Chave de identificação para Pouteria da EBSL [pasta]
Chave de identificação para Pouteria da EBSL.lkc4
Chave de identificação para Pouteria da EBSL.rar
Instruções para instalação do Lucid [v3.3] e utilização da chave.txt
Lucid [v3.3] Installer.jar
Guia de campo para Pouteria Aublet de Santa Lúcia (versão virtual)
Guia ilustrado para Pouteria da EBSL.pps
Colar o encarte do CD aqui.
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pouteria aublet (sapotaceae) - Pró