Glossário de Termos e Conceitos
• “Waste”: resíduos/lixo – desperdício
• “Trash”: lixo
• Resíduos Sólidos:
•
A palavra resíduo também, deriva do latim residuu, significando aquilo que resta de
qualquer substância. Logo, porém, foi adjetivada de “sólido” para diferenciar dos restos
líquidos lançados com os esgotos domésticos e das emissões gasosas das chaminés à
atmosfera (SMA/SP, 1993).
•
Conforme a norma (ABNT/NBR 10.004, 1987), os resíduos sólidos são definidos como:
“Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da
comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços
e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”.
Glossário de Termos e Conceitos
• Lixo:
A etimologia da palavra lixo, embora controversa, remete sempre à
língua latina. Para alguns estudiosos deriva de lix, que em latim tem o
significado de cinza ou lixívia. Contudo, outros estudiosos entendem que a
palavra provém do latim medieval já decadente, onde o verbo lixare indicava
o ato de polir, debastar, tomando em português a conotação de sujeira, restos
ou supérfluo que é removido ou arrancado, na tarefa de lixar materiais diversos
como metal, madeira etc (SMA/SP, 1993).
• Coleta:
seletiva/segregativa (condicionada “qualitativa”/não condicionada
“quantitativa”), diferenciada, domiciliar, industrial, hospitalar, especial
• Serviços urbanos:
boca de lobos, etc...
doméstico, varrição, feiras livres, poda/capina,
• Serviços especiais:
lodos em geral etc...
construção civil, saúde, industrial, comercial,
Glossário de Termos e Conceitos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Reciclagem:
Reutilização:
Redução/Minimização:
5 Rs (recuperar, repensar ou reprojetar)
Macro-reciclagem – coleta segregativa
(úmido / seco):
Ecoeficiência (1 e 2 lei termodinâmica):
Produção + Limpa (P+L):
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV):
Ecodesign (DFE):
Histórico da Problemática dos Resíduos
• Relatos históricos registram que na Idade Média, os romanos
enfrentaram dificuldades devido a presença de resíduos sólidos,
quando se constataram problemas decorrentes da ocorrência de
vetores, como é o caso da peste bubônica. Em Paris, no ano de
1512, o rei proibiu a população da cidade de jogar seus resíduos
para fora da cidade por cima da muralha da capital, uma vez que
os montes eram altos, que os inimigos poderiam transpor os
muros, escalando-os.
• No Brasil, o primeiro serviço municipal de limpeza urbana foi
organizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1828. Os serviços
eram realizados por escravos negros, chamados de “tigres” que
transportavam, através de barricas, os resíduos sólidos
domésticos e dejetos para serem lançados nas águas da Baia de
Guanabara.
Histórico da Problemática dos Resíduos
•
•
Em São Paulo, no ano de 1828, o serviço de limpeza pública restringiase à limpeza de ruas e era feito por detentos. Na época não existia
coleta residencial de resíduos e a população dispunha de seus resíduos
em locais determinados por administradores públicos. Em 1921, a
Câmara Municipal publicou o endereço de sete locais destinados ao
lançamento de resíduos.
Em 1960, haviam aproximadamente 55,3% da população vivia na área
rural. Dez anos depois, em 1970, o quadro se revertia e cerca de
55,9% da população vivia na área urbana. Atualmente, 75% da
população está concentrada na área urbana dobrando a população das
cidades em duas décadas. A urbanização em si só, não é um mal,
porém a conjugação hegemônica de urbanização e pobreza acabam
provocando um duelo entre sobrevivência e ambiente.
Resíduos Sólidos na RMC
• A Região Metropolitana de Campinas, no
Estado de São Paulo, apresenta em seus
municípios constituintes, assim como a
maioria das cidades brasileiras, graves
problemas com relação ao tratamento e
destinação final dos resíduos sólidos urbanos,
muito em função da falta de planejamento
em acompanhar o rápido crescimento
populacional,
aliada
a
incúria
da
administração pública com relação aos
resíduos sólidos.
Fonte: CETESB - Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares # Dados segundo IBGE censo demográfico 2000
* Aterro Municipal de Paulínia – SP ** Aterro Privado da ESTRE em Paulínia – SP ^ Aterro do Consórcio Municipal de Várzea Paulista - SP
Município
População
Urbana
(2000)
Situação de Resíduos Sólidos
Quantidade de
Resíduos
Sólidos(ton./dia)
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Americana
182.593
98,5
4,3
5,5
4,7
4,7
4,9
4,1
9,6**
9,6**
9,6**
Artur Nogueira
33.124
15,5
4,9
4,4
3,6
3,3
3,2
2,8
2,8
3,1
9,6**
Campinas
969.396
709,7
7,5
4,4
5,6
6,5
6,6
8,2
8,5
8,7
8,8
Cosmópolis
44.355
18,9
2,3
1,7
2,6
2,8
1,5
3,0
3,3
3,3
2,1
Engenheiro Coelho
10.033
3,2
1,6
2,8
2,4
8,3
6,3
6,3
6,5
6,0
7,2
Holambra
7.211
1,7
8,7
8,8
8,2
9,3
8,7
7,1
7,1
6,8
7,5
Hortolândia
152.523
99,4
6,1
7,2
6,9
5,1
8,9*
5,1
9,6**
9,6**
9,6**
Indaiatuba
147.050
87,0
4,1
4,8
6,3
8,7
9,7
9,8
9,8
10,0
9,8
Itatiba
81.197
29,6
4,8
6,1
7,1
8,5
8,5
8,6
8,0
7,8
8,9
Jaguariúna
29.597
11,9
2,6
4,7
3,8
9,4
9,8**
9,8**
9,6**
9,6**
9,6**
Monte Mor
37.340
16,4
3,2
7,7
8,1
7,1
7,0
6,8
7,2
6,7
8,3
Nova Odessa
42.071
18,5
6,8
7,5
8,1
9,3
9,1
8,7
6,3
5,2
5,2
Paulínia
51.326
23,4
6,6
6,0
8,9
8,9*
8,9*
9,8**
9,6**
9,6**
9,6**
Pedreira
35.219
15,1
4,8
6,1
6,5
6,4
6,1
6,2
5,4
4,8
5,2
Santa Bárbara d'Oeste
170.078
88,3
7,5
7,3
7,1
7,1
7,2
7,1
7,9
8,3
8,8
Santo Antônio de Posse
18.124
7,1
1,6
1,2
1,6
1,9
2,8
2,8
3,2
9,6**
9,6**
Sumaré
196.723
135,3
6,1
7,2
6,9
5,1
8,9*
9,8**
9,6**
9,6**
9,6**
Valinhos
82.973
34,8
9,0
8,8
8,5
8,3
8,7
8,0
7,5
6,9
9,6**
Vinhedo
47.215
22,5
7,9^
8,5^
8,7^
8,7^
7,9^
9,8**
9,6**
8,2
8,0^
ESTRE






9,8**
9,8**
9,6**
9,6**
9,6**
2.338.148
1.436,8
Total
Condições inadequadas
Condições controladas
Condições adequadas
Composição dos Resíduos de Campinas
Composição percentual média dos resíduos sólidos domiciliares no município de Campinas CAMPINAS. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria de Serviços Públicos. Secretaria da Administração.
Campinas: a gestão dos resíduos sólidos urbanos. Campinas, 1996, 224 p.
Componentes (% em peso - Kg/m³)
Matéria orgânica
0.31
Papel e papelão
Plástico duro e mole
Metal
5.23
1.67
7.96
4.39
45.46
Vidro
15.22
Diversos
Perdas
Entulho, madeira, tecidos e
similares
19.76
Composição em Outros Municípios
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. IPT/CEMPRE.
Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado, São Paulo, 2000. 370 p.
GUARATINGUETÁ
SÃO PAULO
0
0,88
1,1
5,24
3,24
33,38
12,08
60,5
14,43
69,15
Vidro
M etal
Plástico
Papel
Outros
Composição em Outros Municípios
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. IPT/CEMPRE.
Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado, São Paulo, 2000. 370 p.
RIO DE JANEIRO
PORTO ALEGRE
SALVADOR
1,68
2 3
4
13
4
2,65
11
3,12
55
27
24,92
19
62
67,63
BAHIA
RECIFE
FORTALEZA
2,07
0,7
3,32
7,34
3,22
1,9
1,7
16,77
DISTRITO FEDERAL
8,2
0
2,83
58,55
3,5
22,59
76,04
3,2
2,37
26,17
94,1
65,43
Taxa de Produção de Resíduos Sólidos
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Documentos Ambientais.
In: Propostas de Políticas Estaduais de Resíduos Sólidos, São Paulo, 1998.
População (habitantes)
Produção de lixo per capita (kg/hab.dia)
Até 100 mil
0,4
100 mil a 200 mil
0,5
200 mil a 500 mil
0,6
> 500 mil
0,7
Origem e Geração
LIMA, L. M. Q. Lixo - Tratamento e Biorremediação. 3. ed., 1995.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
De acordo com Lima (1995), alguns dos fatores que influenciam a origem e geração dos
resíduos sólidos, são:
- Número de habitantes do local;
- Área relativa de produção;
- Variações sazonais;
- Condições climáticas;
- Hábitos e costumes da população;
- Nível educacional;
- Poder aquisitivo;
- Tempo de coleta;
- Eficiência da coleta;
- Tipo de equipamento de coleta;
- Disciplina e controle dos pontos produtores; e
- Leis e regulamentações específicas.
Reflexão
•
Segundo Figueiredo (1993), existem vários fatores responsáveis pelo
agravamento da intensidade de geração dos resíduos, das disponibilidades e das
limitações do reaproveitamento dos mesmos. Dentre estes fatores, dois são
particularmente importantes: o aumento do consumo e a produção de materiais
“artificiais”, ou seja, produzidos artificialmente por síntese química. A relevância
do primeiro fator está na estreita relação entre o aumento populacional e a
geração de resíduos, com o agravante do crescimento na geração per capita de
resíduos, imposto pelos padrões de consumo das sociedades atuais, firmados
em uma racionalidade econômica que não mais se sustenta do ponto de vista
ambiental, e caracterizados pela adoção, por parte das elites dominantes, de
conceitos e programas de desenvolvimento antagônicos a uma relação
harmônica do homem com seu habitat. O segundo fator está relacionado tanto
à variedade quanto à “evolução” dos tipos de resíduos gerados em decorrência
do desenvolvimento tecnológico. Neste sentido, observa-se que a intensificação
tecnológica tem exigido a elaboração de materiais, construtivos ou energéticos,
cada vez mais complexos com relação às suas composições e concentrações.
Estes materiais, via de regra não degradáveis naturalmente em curto prazo de
tempo, apresentam um alto potencial de agressão ao ambiente.
Reflexão
•
Figueiredo (1994) salienta que neste final de século os países desenvolvidos vêm
apresentando modelos de desenvolvimento baseados em teorias neoliberalistas
acarretando o aumento exponencial de consumo de bens e produtos, onde a
conseqüência intrínseca na área da engenharia sanitária e ambiental tem sido
identificada através da geração dos resíduos. Sejam estes resíduos líquidos ou
sólidos, na verdade o que acontece é o desperdício acentuado, coincidentemente,
nas mudanças de políticas econômicas e de desenvolvimento industrial nos últimos
30 anos. Por outro lado, os países em desenvolvimento vêm apresentando a mesma
tendência na aplicação dos modelos de desenvolvimento, principalmente na última
década da chamada globalização das economias que tanto defendem os neoliberais.
•
Como exemplo desta tendência somente no município de São Paulo que, após oito
meses da efetivação do Plano de Estabilização do Presidente Fernando Henrique
Cardoso (Plano Real), a geração média de lixo domiciliar passou de 8 mil para 13 mil
toneladas ao dia. Somente nos municípios localizados a oeste da Região
Metropolitana de São Paulo, portanto dez municípios, o volume de lixo aumentou
entre 8% e 10% no período 1994-1997. Assim a média de geração de lixo domiciliar
per capita passou de 0,6 kg/hab/dia para 0,8 kg/hab/dia, sendo que em alguns
pontos da RMSP a geração de lixo chegou a 1,0 kg/hab/dia (GAZETA MERCANTIL,
1998).
Download

Apresentação do Curso