A Utilização de Jogos como Ferramenta de Apoio no Ensino de
Matemática
Marcelo Constantino Gálio*
Universidade de São Paulo - Instituo de Ciências Matemáticas e de Computação
13566-590, Campos São Carlos, SP
E-mail: Marcelo.gá[email protected]
RESUMO
O presente trabalho relata o desenvolvimento e aplicação de dois jogos voltados para o
ensino de matemática elaborados para alunos do Ensino Fundamental ciclo II de uma escola
estadual de período integral do interior do estado de São Paulo. Os jogos foram desenvolvidos
durante a participação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) no
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo.
Os jogos elaborados foram “Abrindo Caminhos” e “Ande o Resto” desenvolvidos com
o propósito de abordar de maneira lúdica o conceito de divisão e raciocínio lógico.
O jogo “Abrindo Caminhos” foi aplicado durante o intervalo no pátio da escola e era
composto por uma caixa confeccionada de cartolina, onde sua tampa era toda cortada de modo
que pudesse abrir fissuras que posteriormente serviram para marcar o caminho percorrido pelo
jogador. O propósito do jogo é “andar” somente nos caminhos que têm um múltiplo de três. A
primeira partida durou aproximadamente 30 minutos, já a segunda durou cerca de 10 minutos.
Questionamos os alunos que estavam jogando porque que na segunda vez que eles jogaram o
jogo foi mais rápido. Eles responderam que perceberam que todo número múltiplo de três a
soma de seus algarismos dá um número múltiplo de três e isso os ajudava quando se deparavam
com números maiores.
Ao todo 6 alunos participaram do jogo. No princípio houve um pouco de dificuldade
para verificar se um número é ou não múltiplo de três. Depois os alunos perceberam que basta
somar os algarismos desse número e verificar se a soma é múltipla de três, se for o número
também é. Verificou-se que o jogo atingiu seus objetivos, propiciando aos alunos uma forma
diferenciada de desenvolver o cálculo mental e o raciocínio lógico.
O jogo “Ande o Resto” foi montado no pátio da escola e foi aplicado durante uma
atividade da semana da matemática promovida pelo PIBID em 2013. Era composto de um
tabuleiro dividido em 30 casas com números naturais diversos e um dado. O propósito do jogo
era andar pelas casas do tabuleiro a partir da divisão do número da casa que o jogador estava
pelo número obtido no dado, por exemplo, vamos supor que o jogador esteja na casa de número
27, e obteve o número 2 no dado, então deverá andar o número de casa que der de resto da
divisão, logo andará uma casa, pois dada a divisão (27/2 ) o resto é 1. O objetivo é sair da
primeira casa e chegar na última casa, sem cair em “zero”, pois para qualquer valor obtido no
dado o quociente seria zero e não haveria resto, consequentemente nunca sairia desta casa, caso
o jogador caísse em alguma casa de número zero deveria portanto recomeçar. Caso o resto dê
zero o jogador permanecerá na mesma casa. Observou-se muito empenho dos alunos perante o
jogo. Muitos solicitaram o uso de uma folha para efetivar os cálculos de divisões e anotar os
restos, no decorrer do jogo alguns foram deixando as folhas de lado e efetuando os cálculos
mentalmente. Um dos alunos disse: “é mais fácil fazer a conta de dividir de cabeça, pois era só
saber quantos dos números que der no dado cabe no número em que está no tabuleiro”.
Posteriormente, observou-se que muitos dos alunos que estavam jogando aderiram ao raciocínio
do colega e obtiveram uma melhor jogabilidade, influenciando de maneira positiva para a
dinâmica do jogo. Ao todo 22 alunos participaram desta atividade. Pode-se concluir que o jogo
atingiu os seus objetivos proporcionando uma forma diferenciada de aprimorar o cálculo
mental, bem como propor uma atividade que trabalhe divisão no ensino de matemática.
Podemos considerar que o uso de jogos no ensino de matemática viabiliza de certa
forma o ensino e aprendizagem de matemática, pois através do lúdico pode proporcionar ao
aprendiz um interesse maior em aprender matemática.
Referências
SOUZA, Maria de Fátima Guerra – Fundamentos da Educação Básica para Crianças.
Volume 3, In: Módulo 2. Curso PIE – Pedagogia para Professores em Exercício no Início de
Escolarização. Brasília, UnB, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação / Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias, v. 2.
Brasília:
2006.
Disponível
em:
Acesso
em
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf>.
07/09/2014.
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