APENDICE NUMERO NATURAL Deus fez os numeros o resto e obra naturais, dos homens, Leopold Kronecker No decorrer m e os numeros destas notas, mostramos racionais podem como os inteiros modulo ser construidos a partir dos intei- ros, Da mesma forma, pode-se dar uma construs;ao dos numeros reais a partir dos racionais e dos numeros complexos a partir dos reais, Mas, e os nlimeros inteiros? Mostraremos neste apendice que eles proprios podem ser construidos a partir do conjunto, mais simples, dos numeros naturais (isto e, os numeros do conjunto (O, I, 2, 3, ... }). Finalmente, os numeros naturais podem ser apresentados como urn conjunto, cuja existencia admitimos, em que vale urn reduzido Ol1mcro de axiom as. Isso justifica a citas;ao de Kronecker acima. IId: I,Od0 de iu~eppe Peano que apresentamos aqui se baseia 110 1':110!II' '1\1(' oS 1I(1I11('I'OS 1I:lllll'tlis pod '111sel' ordcnados nUl11a seq(\ }I( 1.1 11.1(111:11 (' 111:1 ('1('111('1110 1('11111111 ",Sll('(;SSOI''' h(;111dcl'illido. POl' r:llisa disso, diz-se uma teoria ordinal. Uma ou tra fundamen tac;:aopos.~ivd ~cria construir uma teoria cardinal, isto e, formalizar a ideia in tuiIiV:1- que foi tambem a primeira a ser concebida ('xl)J'cssa quantidade: Esse caminho, 0 numero porem, nos levari a a introduzir ('Oil 'ci tos da Teoria dos Conjun tos, estendendo Na sua fundamentac;:ao, - de que formulada em demais estas notas. em 1879 na linguagem da pOI' N+ 0 conjunto de todos os naturais diferentes Indicaremos de zero. Note que o t: 0(0) 0(0) E N+ e, conforme 0 axioma P.2, tern os que ; isso mostra que N+ e nao-vazio. Ainda, podemos provar que todo natural diferente sucessor de algum numera, de zero e Mais formalmente: "'po 'a, Peano admite tres conc'eitos primitivos: numero natural, zero (. S/lccssor, relacionados entre si pOI' cinco axiomas. Indicaremos (/I) 0 "sucessor" do numero holo 0 para indicar 0 zero. n e, como e usual, utilizaremos pOI' 0 sim- Com essas notac;:6es, os axiomas sac os seguintes: DEMONSTRACAo (1) 0 e urn numero oE (2) Todo numera natural. natural n tern urn "sucessor" s(n) . (3) 0 nao e "sucessor" de nenhum (4) Se 0(n) 0(n), = entao n = como n numera, Principio da Induc;:ao Completa: Seja Sum conjunto (;1) numeros naturais tal que: 0E S (I» Se n Entao, S e 0 0(n) conjunto pOI' N Dcnotaremos r Tqje em S, entio 0 E lir:ls ('In Icrrnos de conjuntos Dado urn natural n t: 0, chama-se a expressar as ideias matemaentio, as conceito primitivo de sucessor nada III:ds (, do qll<: urna fUI;\I;:ao,quc a cada numero associa Dutro; 0 axioma :I(H'II:IS:111 1'1 na Cjuc ~~safunc;:a.oesta definida em todo N . !\dlllilirCll1os, ~JllaO, quc cxiSlC urn conjunto numero natural m tal que 0(m) finir as operac;:6es de soma e produto propriedades 0 sucessorde = /I m. N e uma func;:ao ' (III(' a seguir que se pod IIIr!t" e demonstrar que elas 101i1:I, que admitimos no primeiro capitulo. Em contrap'lI'lid:!, 0 maior inconvenien te e a quan tidade de traba III (I (I Ill' cessaria para obter resultados que nos parecem in tuitivam en lC 6hvi(l, , Comec;:aremos pOI' definir a soma. Queremos dar urn Sigllilir:1 do ao simbolo m+n, para todo par de numeros m, n EN. Par:! isso, procederemos em duas etapas. Primeiro considerarcmos urn 1/1 lix(l (. ('111,J<'IOr(l. S,;j:l /111111sl!lJ('Olljl!lllO d(' N 1:11(!'It": o • indicaremos 0 que entendemos pOI' m+l1 para qualqucr JJ - N. Ik pois, verificarcmos que a soma esl<'ibcm ddinida, p;1I"1.todo P:II' dt· nluneros nalurais. N V('rifiC<llldo: !\ rill! ':io 0 antecessor de n, e n chama-se leitor notaci que 'I I: N 0 nela admitimos muito pouco. Mostraremos d<'-i:l.~ d<: P<:ano nessa linguagem. 'I Im(0). A vantagem da apresentac;:ao que estamos desenvolvendo naturais. e func;:6es; vamos "traduzir", 0 E S. conjunto dos numeras Nniall'l0S inicialrnente que A e n t: 0, devemos tel" n de de todos os numeros naturais. dia estamos acostumados E m. (5) E Basta considerar 0 conjunto A= (O} u Im(0). Obviamente, A e, se n E A, entao 0(n) E A (pois 0(n) E 1m (0» . Logo, pelo axioma P.3, A = N. Assim, dado urn naturaln E N, /1. III I 0 III I II /I III, 11 III I /I , Note que sabemos somar m com 0 e que a segunda condi~ao IIOSpermite somar m com 0 sucessor de 0" com 0 sucessor do sucessor (1(,() ete. Temos, entao: Ainda, suponhamos Stja mEN um numero natural dado. Entao, a soma m m+n + (n + p) = (m que pES, isto e, que + n) + p. '.\'1:; Icfinida para todo numero natural n EN. 1 )1':MONSTRACAo Seja A 0 conjunto de naturais para os quais a soma m + (n + 0 (p» m+n esta + 0 (n + p) = 0 (m + ( n + p» = =0 (( m + n ) + p) = ( m + n) + 0 (p ) . =m (lI'fillida. A, Temos m + 0(n) 5.1.3. onforme a condi~ao (i) da defini~ao anterior, temos que 0 (' (1:1<'Ondi~ao (ii) temos que, se m+n esta definido, 1:1I111){;111 csta definido ou, em simbolos, se n E A, entao NOl.al11OSagora que, para cada I /I ,~tii, definida /1111/ csla dcfinida mEN, para todo natural n para todo par de numeros Como 0 leitor deve estar come~ando !('Ol'i:l a p'ntir EN, dos axiomas sabemos 1ll('l'('Ssa(lo qll , naturais como podem temos c'~rteza, nao encontrara a condi~ao (ii) da defini~ao • que a soma m, n . a suspeitar, elaborar e deixaremos repetidamente, 0 que quer dizer que toda a DEMONSTRACAo A primeira (' (,.dl·in de indu~ao. 1I,I(I:i.~:t1gllll1'~,Sdas propriedades, aqui, • de Peano nao passa agora de urn Ion go MOsll'arCl110s, a titulo de ilustra~ao, usado 0(n) E A. temos que A = N e segue a tese. Do axioma de indu~ao III entao E segue da propria Para provar a segunda, ser demons- as restantes igualdade consideramos defini~ao. 0 conjunto de naturais ao leitor maiores dificuldades. Obviamente, 0 EA. Ainda, se O+m= m, logo, verifica-se tambem temos que 0 + 0(m) = 0(0 + m) = 0(m), a partir de (ii) do axioma P.3, e temos que A=N. Ainda precisariamos demonstrar tro, pois, a priori, nada impede 1.1 Illr.~IIINII'I'I\I\(,:A( ) ,'1'111 Sp (OIlJIIIIIO do, lIillll!'I'(\, 1I:11l1I~1i, I) I:d, /11111 111111111 II', p,ll.llo(lOp:1I 111,11111.11.1 pili ,II lilli' 11/I (II I I) .11'11111111:111/11,11,1',11.1<1,'1110111111:11:1 IIIit' .'1' I , +m = m + lJ = que 0 e 0 unico e1emento neu- que algum outro natural m, para todo m. uverifique • I )1':MONS1'RACAo DEMONSTRACAo eja u urn elemento neutro, e consideremos Como a soma O+u, u e neutro, por hip6tese, temos 0 + u = 0 , Ainda, como provamos que Logo, 0 = 0 Mais uma vez, usaremos uma tecnica semelhante proposic;:oes anteriores, Consideremos 0 aquela das conjunto 0 e neutro, temos tambem O+u = u, u, Pa.ra evitar algumas dificl,ll<;iadesna demonstrac;:ao da propried:ldl' cornutativa, introduziremos primeiro 0 Da proposic;:ao 5,1.6 temos que 0 EA. elemento 1. Seja entio mEA. Provaremos que tambem a(m) EA. Com efeito, temos Ilidicaremos por 1 0 numero natural que e 0 sucessor de 0, isto Assim, do axioma P.3 segue, mais uma vez, que A = N . (0) . A definic;:io de produto sera feita de forma analoga a soma. m· 0= 0 m . a(n) I)I':MON,"I'1(i\(;AO St:i" Il = I mEN I a(m) = 1 + m } Ol>vi'uo 'nte, 0 E A, S(:j", :( III CIII~lO, mEA. pois a(O) = m .n+m . = 1+0 = 1 Mostraremos que a(m) '/'cito, como a(m) = • 1 + m, temos que E Deixaremos a cargo do leitor provar que A 0 produto m· n esta de fato definido para todo par de numeros naturais e demonstrar propriedades do produto Indicaremos as (veja os exercfcios 1, 2 e 3). a seguir como se pode definir a relac;:io ::;em N. Sejam men numeros naturais. Diremos que m e men or ou igual a n se existir urn outro numero natural r tal que m + r= n . Em sfmbolos, NOV:IIIII'ltI(·, 11101 It I dl'ix:IIIIOS «1111 0, (' :1 CII'g'0 i'1'1' I'i(" II, do kiior vnifioll' I I' (\ , as prO( ri 'clacks c'hl