PROGRAMA DE CONTROLE E EFICIÊNCIA DO GASTO PÚBLICO Mais com Menos Leitura Recomendada: Como Reduzir Custos As em presas brasileir as vêm avançando desde o início da aber t ur a econôm ica, m as ainda há um a longa caminhada pela frente. Na época da inflação elevada poucas em presas se pr eocupavam com cust os. Pelo cont rár io, com o a m argem " aut orizada" pelo Governo Federal ( quem não se lem bra do fam iger ado CI P?) era função da planilha de cust os apresent ada, er a m elhor t er um cust o m aior, pr om ovendo, conseqüent em ent e, m aior rentabilidade do capital empregado. O povão pagava a conta. A coisa m udou m uit o. No início da década de 90, com a abert ura com ercial brasileira, houve um a verdadeira cor rida à r edução de cust os, pois pr odut os est r angeiros de m elhor qualidade e preço m ais baixo deixaram muita empresa brasileira em situação difícil no mercado. Nesta corrida observamos que a redução de pessoal foi um a das ações gerenciais m ais ut ilizadas. Os excessos nest a área eram óbvios. Out ra ação m uit o com um era a at uação em redução de cust os evident es, t ais com o renegociação de cont rat os, est oques, cópias xer ogr áficas, planos de saúde, tickets r efeição, cafezinho et c.. Não há dúvidas de que muitas empresas foram salvas com iniciativas desta natureza. Agora, para a maioria das grandes e médias empresas brasileiras, passada esta fase, entramos em outra onde a redução de cust os r equer um pouco m ais de invest im ent o em conhecim ent o, em bom recrut am ent o e t r einam ent o das pessoas. Exist em m ét odos e t écnicas específicas de redução de custos que as pessoas precisam apr ender. Não se cam inha por est a est r ada apenas com o " bom senso" . Tem os assist ido a casos m uit o int eressant es. Exist em cust os gigant escos escondidos em vendas, às vezes brilhant es, m as m al realizadas. Nossas em presas, em sua m aior ia, nunca venderam . Dist r ibuíram . Os depar t am ent os de vendas são, algum as vezes, preenchidos com pessoas exper ient es e dedicadas, m as de for m ação insuficient e e experiência pr at icam ent e inút il nest e novo cenário de m ercado m uit o disputado. Est es depart am ent os de vendas, na m aior part e das vezes, at uam de form a esquizofrênica, ignorando que, ao vender, est ão, m uit as vezes, det erm inando um cust o de dist ribuição insust ent ável ou est oques desnecessários. Ainda são r aras as em presas que calculam , m esm o que aproxim adam ent e, a rent abilidade de cada um de seus produt os. Não é raro encont rar em presas fazendo esforços de vendas de pr odut os deficit ários e não com pet it ivos ou ent ão em canais ou client es insust ent áveis. Sem dúvidas, na área de distribuição e vendas quem procurar problemas vai encontrar. Exist em alguns t ipos de produt os cuj o proj et o é de vit al im port ância na det erm inação de seu cust o. Um proj et o cert o é aquele que cont ém as caract er íst icas exat as requeridas pelo consum idor, nem m ais, nem menos. Não é raro encontrar produtos com requisitos incompatíveis com o mercado almejado, seja pelos excessos ou seja pelas faltas. A ár ea de fabr icação, se det alhadam ent e observada, geralm ent e m ost r a possibilidades de ganhos fantásticos. Um dos problemas que temos observado é o de manutenção dos equipamentos de produção. Os cust os de m anut enção são, quase sem pre, elevados. Geralm ent e as pessoas responsáveis por est e set or não gost am que consult or es m eçam a sit uação real do desem penho dest es equipam ent os. Ainda é subst ancial nas em presas brasileiras o r et r abalho e a inspeção 100% . Refugos int erm ediár ios da ordem de 5% a 10% em linhas de pr odução ainda são encont rados. Ger alm ent e as pessoas gost am de relatar apenas os dados de inspeção final e estes são muito baixos e da ordem de uma ou duas centenas de ppm (pois todo o refugo já foi desviado antes da inspeção final). Os cust os relat ivos a problem as de qualidade do produt o ao longo de sua fabr icação ainda podem ser bem elevados e nem sem pre fáceis de resolver. Muit as vezes os problem as t êm m uit o a ver com a consciência do pessoal. Cert a feit a, num a em presa, ao passar por um a área de recebim ent o de m at ériaprim a vi m uit o m at er ial r ej eit ado pela inspeção de r ecebim ent o. Pergunt ei ent ão ao engenheiro que m e acom panhava se aquilo não ser ia algo anor m al e ele respondeu: " Pr ofessor, est a r ej eição não é problema, pois temos um contrato pelo qual não pagamos por material rejeitado". Este engenheiro definitivamente não entende de composição de custos. Apesar do contrato, sua empresa não só est á pagando por t odo o refugo com o cert am ent e r epassando ao seu client e e per dendo com pet it ividade! Nunca foi t ão im por t ant e a consciência de cadeia de produção e de esforço conj unt o para a redução de custos na cadeia. A quest ão do capit al em pr egado t em sido olhada com cer t a displicência. Em algum as inst âncias, quando levant am os inform ações sobr e a dist r ibuição do capit al em pregado da em presa encont ram os bens que poderiam j á t er sido vendidos há longo t em po, m elhor ando subst ancialm ent e a rent abilidade do capit al da com panhia. Em alguns casos, a t erceir ização quando olhada sob o aspect o de redução do capit al em pregado, t em sido solução int eressant e com relevant e crescim ent o do valor agregado pelo negócio. As áreas adm inist rat iva e de ser viços podem cont er cust os significat ivos escondidos em produt os int er nos desnecessár ios ( t ais com o relat órios e out ros t ipos de inform ação) . Dent r o das em presas ainda se faz m uit a coisa que foi necessária no passado e que agor a j á não m ais o é e as pessoas cont inuam a fazer aquilo com alt a produt ividade, devoção, agilidade e capr icho... Out r as vezes est es produt os int er nos são m ais com plexos que o necessário causando cust os adicionais plenam ent e dispensáveis. E vai por aí a fora. Em cert os t ipos de em presas a quest ão de escala é fundam ent al. Cust os de vendas, gerais e adm inist rat ivos ger alm ent e são diluídos com um a escala m aior e em alguns set ores ist o pode se vit al. I m agine em cert os casos fazer marketing de produt os em escala m undial ( par a pat rocinar a seleção brasileira, por exemplo, ou você tem escala ou está fora). Um consult or experient e sabe, ao analisar um balanço de um a em presa, onde devem se focados os esforços de redução de cust os. Algum as em presas br asileiras t êm sido m uit o bem sucedidas nest e sent ido, m as ainda exist e um a longa cam inhada. Não consigo vislum brar um lim it e para a redução de cust os, pois a experiência t em dem onst rado que quant o m ais as despesas desnecessárias são eliminadas, outros tipos de custos podem então ser percebidos e novos ataques realizados. Todavia, uma lei é sem pr e verdadeir a: quant o m ais se aprofunda na elim inação de cust os, m ais você precisa de com pet ência inst alada em sua equipe. É com o dizia nosso saudoso Prof. Dem ing: " Não exist e subst it ut o para o conhecimento". Vicent e Falconi Cam pos, PhD, é consult or e conselheir o do I NDG - I nst it ut o de Desenvolvim ent o Gerencial. É t am bém m em br o do Conselho de Adm inist r ação da Am Bev e Mem bro do Conselho de Adm inist r ação da Sadia. Publicou seis livros na área de Gest ão Em pr esarial que venderam m ais de um milhão de exemplares. Matéria publicada na revista Economia do Estado de Minas, nº 32, dezembro/2000. Autor: Vicente Falconi Campos.