XXI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
POLÍTICA ECONÔMICA – DER/UFV
A Crise Global e a Economia Brasileira
Palestra
Paulo R. Haddad
Viçosa
07/10/2009
I. A INTENSIDADE DA CRISE
BARRY EICHENGREEN AND KEVIN H. O’ ROURKE
1. SEPTEMBER 2009
• Global industrial production now shows clear signs of recovering.
This is a sharp divergence from experience in the Great Depression, when the decline in industrial
production continued fully for three years. The question now is whether final demand for this increased
production will materialise or whether consumer spending, especially in the US, will remain weak, causing
the increase in production to go into inventories, leading firms to cut back subsequently, and resulting in a
double dip recession.
• Global stock markets have mounted a sharp recovery since the beginning of the year. Nonetheless, the
proportionate decline in stock market wealth remains even greater than at the comparable stage of the
Great Depression.
• The downward spiral in global trade volumes has abated, and the most recent month for which we have
data (June) shows a modest uptick. Nonetheless, the collapse of global trade, even now, remains
dramatic by the standards of the Great Depression.
FIGURE 1: WORLD INDUSTRIAL PRODUCTION, NOW vs THEN
FIGURE 2: WORLD STOCK MARKETS, NOW vs THEN
FIGURE 3: VOLUME OF WORLD TRADE, NOW vs THEN
FIGURE 4: INDUSTRIAL OUTPUT, FOUR BIG EUROPEANS, THEN AND NOW
FIGURE 5: INDUSTRIAL OUTPUT, FOUR NON-EUROPEANS, THEN AND NOW
FIGURE 6: INDUSTRIAL OUTPUT, FOUR SMALL EUROPEANS, THEN AND NOW
POLICY RESPONSES: THEN AND NOW
FIGURE 7: CENTRAL BANK DISCOUNT RATES, NOW vs THEN (7 COUNTRY AVERAGE)
FIGURE 8: MONEY SUPPLIES, 19 COUNTRIES, NOW vs THEN
FIGURE 9: GOVERNMENT BUDGET SURPLUSES, NOW vs THEN
II. O QUE CAUSOU A CRISE FINANCEIRA
AS ESCOLAS DO PENSAMENTO MACROECONÔMICO
AUTORES
CLÁSSICOS
Marshall
Walras
Marx
KEYNES
Kalecki
Escola de
Chicago
Hayek
Sraffa
Keynesianos
da Síntese
Monetaristas
Harrod
Hicks
Friedman
Kaldor
Samuelson
Parkin
Robinson
Modigliani
Meltzer
Weintraub
Tobin
Johnson
Solow
Neomarxistas
Escola da
regulação
Poskeynesianos
Keynesianos do
Desequilíbrio
HETERODOXOS
Fonte: Marc Lavoie – L’Économie Postkeynésienne, Éditions La Découverte, 2004.
Novos
Keynesianos
NEOCLÁSSICOS
Novos
Clássicos
PRESSUPOSTOS DOS PROGRAMAS DE PESQUISA NEOCLÁSSICOS E HETERODOXOS
PARADIGMA
Pressuposto
Escolas Heterodoxas
Escola Neoclássica
Epistemologia
Realismo
Instrumentalismo
Ontologia
Holismo
Individualismo
Racionalidade
Racionalidade Razoável
Hiperracionalidade
Coração da Análise
Produção, Crescimento
Troca, Raridade
Intervenção estatal
Mercado Livre
Núcleo Político
Fonte: Marc Lavoie, op. cit.
DUAS ESCOLAS ANALISAM A CRISE
1.
A escola de Milton Friedman, que subscreve a Hipótese dos Mercados Eficientes: mercados
financeiros não são mercados livres mas fortemente manipulados pelo governo e especialmente pela
interferência do Banco Central; ciclos de expansão (boom) e de contração (bust) de preços de ativos e
distribuições não-normais de rendimentos não resultam do fracasso inerente dos mercados, mas são, ao
contrário, o resultado da interferência do Banco Central (ver John B. Taylor).
2. A escola de Keynes/Misnky: os mercados não são fundamentalmente estáveis e auto-reguláveis;
como resultado, precisam de supervisão e controle; o banco central, em sintonia com medidas fiscais, é
necessário para “estabilizar uma economia instável”.
Referência: George Cooper – The Origin of Financial Crises, Vintage, 2008.
III. A CRISE FINANCEIRA:
UMA PERSPECTIVA MONETARISTA
•
Excessos monetários foram a principal causa da expansão e da contração resultante no mercado
imobiliário;
•
As decisões sobre a taxa de juros entre 2002 e 2006 ficaram bem abaixo do que a experiência
histórica sugeriria para a política monetária;
•
Essas ações eram essencialmente intervenções governamentais discrecionárias no sentido de que
desviaram da forma regular de conduzir a política a fim de tratar de um problema específico, em
particular o receio da deflação, como ocorreu no Japão nos anos 1990.
Fonte:
•
•
John B. Taylor – Getting off Track How Government Actions and Interventions Caused, Prolonged and Worsened
the Financial Crisis;
John B. Taylor – Inaugural Martin Fedstein Lecture at NBER, july 10th, 2009.
CHART FROM THE ECONOMIST, OCTOBER 18, 2007
Loose Fitting
THE BOOM-BUST IN HOUSING STARTS COMPARED WITH THE COUNTERFACTUAL
GLOBAL SAVING AND INVESTMENT AS A SHARE OF WORLD GDP (in percent)
HOUSING INVESTMENT VERSUS DEVIATIONS FROM THE TAYLOR RULE IN EUROPE DURING
2001-06
ACTUAL DEVIATIONS FROM A EURO POLICY RULE AND DEVIATIONS BASED ON THE FEDERAL
FUNDS RATE
HOUSE PRICES AND DELINQUENCIES AND FORECLOSURES ON SUBPRIME ADJUSTABLE-RATE
MORTGAGES
THE LIBOR-OIS (overnight index swap) SPREAD DURING THE FIRST YEAR OF THE CRISIS
CONSUMPTION AND THE JUMP IN PERSONAL DISPOSABLE INCOME DUE TO THE REBATES
(monthly data, seasonally adjusted, annual rates)
SHARP CUT IN INTEREST RATES ACCOMPANIED BY A RAPID INCREASE IN OIL PRICES THROUGH
THE FIRST YEAR OF THE CRISIS
(last observations is July, 2008)
STABILITY OF GDP DURING THE GREAT MODERATION
THE EIGHT-YEAR EMERGING MARKET CRISIS
The Beginning and the Tequila Contagion
Mexico: 1994-95
Argentina: 1995-96
The Asian Contagion
Thailand: 1997-98
Indonesia: 1997-98
Malaysia: 1997-98
Korea: 1997-98
The Russian Contagion
Russia: 1998
Brazil: 1998-2002
Romania: 1998-99
Ecuador: 1998-99
Argentina: 1999-2001
The Ending
Turkey: 2000-2001
Uruguay: 2002
INTEREST RATE SPREADS DURING AND AFTER THE EMERGING MARKET CRISIS PERIOD
IV. A CRISE FINANCEIRA:
UMA PERSPECTIVA NEORICARDIANA
A VISÃO MACROECONÔMICA TRADICIONAL
Compras governamentais de
bens e serviços
Empréstimos tomados pelo governo
Governo
Impostos
Gastos de Consumo
Transferências governamentais
Poupança privada
Famílias
Salários, lucros,
Juros, aluguéis
Mercados de
fatores
Mercados de
bens e serviços
Produto interno
bruto
Salários, lucros,
Juros, aluguéis
Firmas
Títulos de dívida e
ações emitidas pelas firmas
Gastos de investimento
Exportações
Resto do
Mundo
Importações
Fonte: Krugman/Wells – Introdução à Economia, Campus, 2007.
Mercados
financeiros
Tomada de empréstimos e vendas de
ações por estrangeiros
Empréstimos concedidos e ações
compradas por estrangeiros
A ECONOMIA COMO UM SUBSISTEMA ABERTO DO ECOSSISTEMA
Ecossistema sem
congestionamento (sem
stress)
Ecossistema
congestionado (com
stress)
S
Ecossistema
S
Ecossistema
reciclagem
reciclagem
M
M
E
M
M
economia
economia
E
E
E
H
H
S = energia solar
capital natural
H = calor
M = matéria
capital man -made
Fonte: H. E. Daly Beyond Growth, Beacon Press, 1996.
E = energia
VISÃO DE CONJUNTO DA ECONOMIA CIRCULAR COM IMPACTOS AMBIENTAIS
Amenidade Positiva
(+)
R
P
ER
(-)
C
(+)
U
RR
(-)
h>y
(+)
h>y
h<y
(-)
(-)
(+)
W
Amenidade
Negativa
r
(+)
A
W<A
Fluxos de Materiais / Energia
Fluxos de Utilidade
U  utilidade ou bem-estar social
W>A
REGRAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
• utilizar os recursos renováveis a taxas menores ou iguais à taxa natural que podem regenerar (h < y);
• otimizar a eficiência com que recursos não-renováveis são usados, sujeito ao grau de substituição
entre recursos e progresso tecnológico;
• manter sempre os fluxos de resíduos no meio ambiente no nível igual ou abaixo de sua capacidade
assimilativa (W < A);
• a vegetação nativa e os ecossistemas críticos devem ser preservados, re-habitados e/ou restaurados;
adicionalmente, a exploração futura do capital natural deveria ser confinada a áreas já fortemente
modificadas pelas atividades humanas prévias.
ONDAS DE INOVAÇÃO NA DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO
Fonte: Hargroves, K. C. and Smith, M.H. – The Natural Advantage of Nations, Earthscan, 2005.
A MACROECONOMIA PARA A SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO DA CRISE
• Crescimento econômico e sustentabilidade: o mito do descolamento; o descolamento relativo e o
descolamento absoluto;
• O Keynesianismo e o “green new deal”;
• A construção da macroeconomia para a sustentabilidade: quatro áreas específicas de políticas
públicas.
Fonte: Tim Jackson – Prosperity Without Growth?, Sustainable Development Commission, march 2009.
V. A CADÊNCIA DA CRISE FINANCEIRA
NO BRASIL
• A síndrome do W e do V;
• A lógica circular da crise;
• A cadência da crise;
• Estabilizadores automáticos: até quando?
• Como a recessão chega aos Estados.
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