ENCONTRO DE RECIFE DESTACA BOAS PRÁTICAS JURÍDICAS TRIBUNAL DO CEARÁ Descongestionamento atinge mais de 5 mil processos em dez dias TRIBUNAL DE ALAGOAS Adolescentes infratores vão auxiliar trabalhos no Fórum AGOSTO DE 2015 Não ao corte dos repasses devidos à Justiça estadual Aproveitando este espaço e as oportunidades concedidas pelas solenidades de abertura dos Encontros do CPPTJB tenho reiteradamente reclamado contra a falta de recursos financeiros necessários à manutenção e aos investimentos compatíveis ao reaparelhamento do Judiciário Estadual, responsável por quase 80% da prestação jurisdicional no país, de modo a garantir-lhe concretamente meios para atender, de modo eficiente e com a qualidade almejada pela sociedade brasileira, a demanda pelo serviço público mais essencial à efetiva existência da convivência pacífica de todos que habitam ou transitam no nosso imenso território. É, ao mesmo tempo, lamentável e, por que não dizer?, merecedora de absoluta reprovação a reiterada prática, pelos Executivos de muitos Estados, de manobras técnicas, sempre calcadas na invejável criatividade contábil nacional, para diminuir os já franciscanos recursos destinados por regras fiscais nacionais ao Judiciário. Conceitos novos são criados nas Leis de Diretrizes Orçamentárias, tais como “receitas orçamentárias líquidas” e “receitas correntes líquidas de impostos”, para substituir o de “receitas correntes líquidas” definido, vale dizer, claramente delimitado na Lei da Responsabilidade Fiscal (LC nº 101 de 2001) e diminuir, pela exclusão de ingressos financeiros significativos, a base sobre a qual devem ser calculados, por expressa previsão da mencionada Lei Complementar, os recursos orçamentários destinados ao custeio e investimentos imprescindíveis ao bom desempenho da função judicante. Técnicas contábeis de registro das receitas oriundas de excesso de arrecadação são utilizadas com idêntica finalidade. E, como se isso não fosse suficiente para demonstrar, quando pouco, o descaso político com o funcionamento eficiente da Justiça Estadual, vêm se tornando habitual cortes e repasses atrasados das quotas orçamentárias devidas ao Poder Judiciário em flagrante desrespeito ao disposto no art. 168 da Constituição da República. O Judiciário dos Estados há muito vem mantendo, como regra, grande austeridade em termos de administração financeira. Especialmente após a criação e implantação do Conselho Nacional de Justiça, ou seja, há quase uma década, procura cumprir suas metas, sob a fiscalização e controle desse órgão constitucional, sem desperdícios ou investimentos desnecessários. Não tem, portanto, por quê arcar com as consequências negativas decorrentes do panorama econômico/financeiro adverso enfrentado pelo Erário de alguns Estados da Federação, o qual, à semelhança do enfrentado pela União, tem origem na má gestão da res publica e na falta de responsabilidade fiscal. É, portanto, chegada a hora de darmos um basta nessas práticas! Como o diálogo no ambiente local em diversos Estados, quando se trata de matéria orçamentária, é cada vez mais difícil, e o caminho do confronto, ainda 3 “Vêm se tornando habitual cortes e repasses atrasados das quotas orçamentárias devidas ao Poder Judiciário em flagrante desrespeito ao disposto no art. 168 da Constituição da República." Desembargador Milton Nobre Presidente do CPPTJB AGOSTO DE 2015 que nas vias do contencioso judicial, não se apresenta saudável à boa preservação do dogma constitucional da harmonia entre os Poderes, o único caminho viável para mudar tal quadro reside na atuação efetiva de todos os Presidentes em conjunto com a Comissão Executiva do CPPTJB no sentido de engajar o CNJ na luta pela defesa da integridade da autonomia financeira dos Tribunais de Justiça, fazendo-o assim cumprir na sua inteireza o disposto no 103-B, § 4º, I, da Constituição da República. Não desconheço que o país enfrenta grandes dificuldades na área econômica, cujos efeitos negativos nas finanças públicas não são superáveis a curto prazo e atingem todos os entes federativos. Os tempos, pois, são adversos para todos os níveis e poderes estatais. Isso, porém, não justifica a continuidade quase oficializada de práticas que ofendem a própria independência do Judiciário estadual e, ao fim e ao cabo, maltratam o estado democrático de direito e causam sérios prejuízos aos mais carentes, os quais, por isso mesmo, são os maiores necessitados e dependentes da atuação eficiente dos juízes e tribunais. Nos tempos difíceis, não há lugar para a inércia. Para o simples deixar passar do qual só pode resultar a piora. Impõe-se enfrentar e superar os obstáculos, não por caminhos contrários a relevantes princípios éticos e manifestamente inconstitucionais como o pavimentado com a recente Lei Complementar nº 151, de 05.08.2015, que institucionaliza a apropriação pelos Estados e Municípios de valores alheios depositados em juízo, sob pretexto de que tais depósitos, feitos sobretudo sob a égide da boa-fé objetiva e da confiança na autoridade imparcial do Poder Judiciário, constituem “receita pública potencial”, o que afronta a Constituição e, no mínimo, cria a absurda presunção de que esses entes federativos sempre têm razão nas demandas que enfrentam. Essa malnascida Lei Complementar, mais do que afetar negativamente a arrecadação orçamentária dos fundos de reaparelhamento do Poder Judiciário de vários Estados, uma vez que suprime a receita decorrente do spread pago pelas instituições financeiras oficiais contratadas pelos Tribunais de Justiça, mediante processo licitatório adequado, para exercerem a guarda dos valores dos depósitos judiciais – assunto cuja legalidade já foi assentada pelo Conselho Nacional de Justiça – é um notório exemplo de como as conveniências políticas convergentes são capazes de levar ao pragmatismo parlamentar que não fica contido no estrito respeito aos princípios e regras constitucionais, o qual, quando não preservado pelo veto do Executivo, deixa como última esperança a pretensão de obter da Suprema Corte o provimento restaurador da integridade da Constituição da República. Daí porque, após examinar esse quadro com o eminente colega João Ricardo Santos Costa, ante a falta de legitimidade processual do Colégio para promover a ação direta de inconstitucionalidade para retirar do ordenamento a LC nº 151/2015, solicitei, e fui de imediato atendido, que a Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB tomasse essa iniciativa, refirmando, assim, a salutar parceria que mantemos com o movimento associativo, onde tem sido possível construir consensos, como ocorre há muito em torno da aprovação da PEC nº 63/2013 (adicional de valorização da Magistratura e MP), sem que isso afete ou enfraqueça as posições divergentes nas matérias sobre quais só resta conviver, democraticamente, em dissenso. Disse acima que vivemos tempos difíceis. Encerro afirmando que as dificuldades hoje enfrentadas pelos brasileiros serão mais facilmente vencidas com o predomínio da união e do diálogo, olhando para frente e não pelo retrovisor, entre os que, com absoluta autenticidade, são movidos pelo sonho de construir um imenso País de Justiça. 4 "Os tempos, pois, são adversos para todos os níveis e poderes estatais. Isso, porém, não justifica a continuidade quase oficializada de práticas que ofendem a própria independência do Judiciário estadual e, ao fim e ao cabo, maltratam o estado democrático de direito e causam sérios prejuízos aos mais carentes." AGOSTO DE 2015 NESTA EDIÇÃO SAMIRNOSTEB / WIKIMEDIA COMMONS Curitiba sedia o 104º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes PÁGINAS 28 A 49. Solenidade pelo Dia do Magistrado Saída pela mediação Ministro Marco Aurélio Buzzi, do STJ, elogia núcleos mediadores de solução de conflitos nos Tribunais. TJ da Bahia realiza cerimônia para marcar passagem de data histórica. PÁGINA 11. Projeto inovador alivia tribunal PÁGINAS 20 E 21. Audiências de custódia garantem celeridade a processos e ajudam o TJ do Maranhão a enfrentar a crise da superlotação carcerária. EXPEDIENTE PÁGINAS 50 A 53. Editor responsável WALBERT MONTEIRO Práticas que dão resultado Encontro do Colégio Permanente de Presidentes, em Recife, exalta boas práticas jurídicas dos tribunais. DRT 1095/PA Fotos Assessorias dos Tribunais de Justiça, CNJ, Wikimedia PÁGINAS 8 A 15. 5 AGOSTO DE 2015 COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL Tribunal de Justiça do Acre Desa. MARIA CEZARINETE DE SOUZA ANGELIM (2015-2017) Tribunal de Justiça do Maranhão Desa. CLEONICE SILVA FREIRE (2013-2015) Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Des. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO (2015-2017) Tribunal de Justiça de Alagoas Des. WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. PAULO DA CUNHA (2015-2017) Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. CLAUDIO SANTOS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Amazonas Desa. MARIA DAS GRAÇAS PESSOA FIGUEIREDO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. JOÃO MARIA LÓS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. JOSÉ AQUINO FLÔRES CAMARGO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Amapá Desa. SUELI PEREIRA PINI (2015-2017) Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES (2014-2016) Tribunal de Justiça de Rondônia Des. ROWILSON TEIXEIRA (2013-2015) Tribunal de Justiça da Bahia Des. ESERVAL ROCHA (2014-2016) Tribunal de Justiça do Pará Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO (2015-2017) Tribunal de Justiça de Roraima Des. ALMIRO PADILHA (2015-2017) Tribunal de Justiça do Ceará Desa. MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE (2015-2017) Tribunal de Justiça da Paraíba Des. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE (2015-2017) Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (2014-2016) Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA (2014-2016) Tribunal de Justiça do Paraná Des. PAULO ROBERTO VASCONCELOS (2015-2017) Tribunal de Justiça de São Paulo Des. JOSÉ RENATO NALINI (2014-2016) Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA (2013-2015) Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (2014-2016) Tribunal de Justiça de Sergipe Des. LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA (2015-2017) Tribunal de Justiça de Goiás Des. LEOBINO VALENTE CHAVES (2015-2017) Tribunal de Justiça do Piauí Des. RAIMUNDO EUFRÁSIO ALVES FILHO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Tocantins Des. RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA (2015-2017) COMISSÃO EXECUTIVA COM MANDATO ATÉ MARÇO DE 2016 Presidente: Desembargador MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE (TJPA) Membros: Des. ARMANDO TOLEDO (TJSP) Des. JOÃO DE JESUS ABDALA SIMÕES (TJAM) Des. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (TJAL) Des. MARCELO BANDEIRA PEREIRA (TJRS) Des. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO (TJRJ) Des. LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO (TJPA) Des. OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA (TJDFT) Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (TJSC) Des. PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES (TJMG) 6 Curta a nossa página no Facebook: www.facebook.com/FAEPA Siga-nos no twitter: https://twitter.com/@sistemaFAEPA AGOSTO DE 2015 FOTOS: RODRIGO MOREIRA /ANDERSON FREITAS COLÉGIO APONTA ÊXITO DE BOAS PRÁTICAS JURÍDICAS NO 103º ENCONTRO, EM RECIFE, COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA REFORÇA A DEFESA DE AÇÕES EFICAZES PARA MELHORAR A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS JURISDICIONAIS EM TODO O BRASIL A aplicação das boas práticas jurídicas para melhorar a prestação de serviços jurisdicionais em todo o País foi o tema central do 103º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, realizado em Recife, de 18 a 20 de junho. A solenidade de abertura, no Salão do Pleno do Palácio da Justiça, na capital pernambucana, teve a presença dos presidentes dos TJs e de autoridades e juristas. Os encontros para debates e as palestras foram realizados no Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Center, localizado no Cabo de Santo Agostinho. A mesa de honra no Salão do Pleno 8 ABERTURA Encontro do Colégio Permanente, em Recife, reuniu os presidentes dos TJs de todo o Brasil. AGOSTO DE 2015 foi composta pelo presidente do TJPE, desembargador Frederico Neves; pelo presidente do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do País, desembargador Milton Nobre; pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado estadual Guilherme Uchoa; pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, desembargadora Gisane Barbosa de Araújo; e pelo presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, juiz Sérgio Junkes. O presidente do Poder Judiciário de Pernambuco, desembargador Frederico Neves, apresentou os desafios da Justiça dos Estados e as perspectivas para as Cortes Estaduais. Destacou, também, no discurso de abertura, a relevância do evento para o Judiciário pernambucano. "O TJPE, ao longo dos seus quase 193 anos de existência, registra nesta noite um dos seus momentos mais marcantes, quando recebe neste plenário a nata do Poder Judiciário Estadual brasileiro, elevando o prestígio desta casa e alegrando o espírito de um povo que cultiva as virtudes da simplicidade, da humildade, da solidariedade, da lealdade e da bravura no enfrentamento dos seus problemas", afirmou. Frederico Neves ressaltou que outro importante tema em debate foi a implantação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos frente ao Novo Código de Processo Civil. A palestra sobre o assunto, "Mediação no novo Código de Processo Civil", ficou a cargo do ministro do Superior Tribunal de Justiça Marco Aurélio Gastal de Buzzi. "Este é um dos temas mais importantes, já que o Novo Código de Processo Civil outorga grande ênfase à composição amigável da causa, elencando, dentre os deveres do magistrado na condução do processo, a necessidade de tentar, prioritariamente e a qualquer tempo, compor de for ma amigável as partes com a realização de audiências de conciliação. Impõe também aos tribunais a criação de centros DESAFIOS Os presidentes dos Tribunais de Justiça avançaram nos debates sobre questões relevantes para o Judiciário: qualidade no atendimento e solução consensual. 9 AGOSTO DE 2015 FOTOS: RODRIGO MOREIRA /ANDERSON FREITAS judiciários e programas vocacionados à solução consensual de conflitos", obser vou o presidente do TJPE. A atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nos seus 10 anos de existência, também esteve na pauta de debates. O assunto foi abordado na palestra "Os 10 anos do CNJ", proferida pelo conselheiro do CNJ Rubens Curado. O presidente do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, desembargador Milton Nobre, agradeceu a recepção do Encontro pelo TJPE e enfatizou a importância da iniciativa para a evolução da prestação jurisdicional pela Justiça Estadual brasileira. "Representamos o maior segmento da Justiça Nacional, uma vez que respondemos por quase 78% da prestação jurisdicional no País. Essa reunião, que debaterá uma extensa pauta de temas, é um momento raro em que conseguimos reunir os representantes da Justiça estadual, trocar experiências e pensar em conjunto soluções adequadas à superação das adversidades decorrentes da falta de meios necessários ao atendimento da maior parcela da demanda do Judiciário brasileiro", disse. Durante a solenidade no Pleno do TJPE, os participantes assistiram à apresentação do Quinteto de Cordas da Orquestra Criança Cidadã. O gr upo musical, da Associação Beneficente Criança Cidadã, executou o Hino Nacional Brasileiro e as músicas “Aquarela do Brasil”, “Asa Branca” e “Carinhoso”. No evento, o TJPE também promoveu a exposição "Necessidades do Poder Judiciário frente ao desenvolvimento do Estado: o caso de Pernambuco". Foram apresentados os resultados de um recente estudo realizado para o Poder Judiciário pernambucano sobre os novos cenários a serem enfrentados pela Justiça Estadual. No último dia do Encontro o Colégio de Presidentes divulgou a Carta de Recife. É o documento oficial que resume os principais temas discutidos pelos presidentes e compila os resultados do 103º Encontro do Colégio Per manente de Presidentes de Tribunais de Justiça. (Com informações do TJPE) 10 EXPERIÊNCIA No Encontro, o Colégio de Presidentes incentivou a troca de informações sobre práticas jurídicas bemsucedidas. O conselheiro Rubens Curado (abaixo) falou dos 10 anos do CNJ. AGOSTO DE 2015 MARCO BUZZI DESTACA O PAPEL DA MEDIAÇÃO éramos fracionados. Hoje, depois de dez anos, temos uma maior unidade", apontou. Também ressaltou o fortalecimento das Corregedorias Gerais de Justiça e da meritocracia interna do Judiciário durante essa década. O conselheiro Rubens Curado reforçou, ainda, que o CNJ contribuiu com melhorias no que dizem respeito à área de controle social do Judiciário. "Houve uma infinidade de atos do CNJ tentando tornar o Judiciário cada vez mais transparente. É uma política hoje de toda a administração pública brasileira e mundial", lembrou. Frisou, igualmente, o papel do Conselho ao aperfeiçoar a prestação jurisdicional. "Temos a certeza de que precisamos investir no quadro de servidores do Judiciário para que tenhamos pessoas cada vez mais capacitadas e formadas para prestar um serviço de qualidade." (Com infor mações do TJPE) DIVULGAÇÃO O ministro Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), proferiu palestra sobre para a resolução e mediação de conflitos. Ele reforçou o papel de cada Tribunal em investir na implantação de núcleos e centros de mediação de conflitos e assim combater o congestionamento processual no Judiciário nacional e atender à demanda da população. Marco Buzzi apresentou um resumo da situação judiciária no país, analisando itens como custo, volume e tempo de duração dos processos. Citou marcos nor mativos que tratam da criação e implantação de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), dentre eles a Resolução 125/2010, do CNJ, e a atual Lei de Mediação inserida no Novo Códig o de Processo Civil (CPC). Em sua apresentação, Marco Buzzi destacou, também, que o novo CPC prevê que todos os tribunais de Justiça do país possuam Cejuscs, respeitando deter minados padrões de funcionamento. Entre esses princípios está, por exemplo, a obrigatoriedade de par ticipação de conciliadores e mediadores devidamente capacitados nas comarcas, assim como a disposição de um espaço físico para facilitar o acesso e o atendimento à população. "A lentidão da Justiça ainda é muito reclamada pela população. Por isso, dediquem tempo de sua gestão para implantar centros de mediação e solução de conflitos, adequando-os ao novo marco legal", disse. Na exposição "Os 10 anos do CNJ", o conselheiro Rubens Curado reiterou os avanços alcançados pelo Judiciário brasileiro após a criação da instituição. "Antes da instalação do Conselho, 11 SOLUÇÃO Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), vê na mediação de conflitos uma saída para o congestionamento de processos. AGOSTO DE 2015 PLACA Desembargador Marcus Faver recebe homenagem no 103º Encontro do Colégio de Presidentes, em Recife. TJPE / DIVULGAÇÃO MARCUS FAVER SE DESPEDE DO COLÉGIO Durante o 103º Encontro, o Colégio Per manente de Presidentes de Tribunais de Justiça prestou significativa homenagem ao desembargador Marcus Antônio de Souza Faver que se despediu da Comissão Executiva, após ter prestado bons serviços à magistratura estadual por mais de dez anos, inclusive na condição de Presidente do Colégio no período de 26 de junho de 2008 a setembro de 2013. Antes de par ticipar aos seus pares a sua saída da Comissão Executiva, o desembargador Marcus Faver proferiu uma palestra subordinada ao tema "Repercussões da representação de inconstitucionalidade a nível estadual o Sistema Recursal e o Pacto Federativo", merecendo demorados aplausos dos presentes. Marcus Faver é natural de Cantagalo, interior do Estado do Rio de Janeiro, tendo nascido em 5 de março de 1940. Bacharel ou-se pel a Facul dade Naci onal de Di rei to da Uni versi dade do Brasi l , em 1963 e f ez o mestrado em Di rei to pel a Ponti fí ci a Universi dade Catól i ca do Ri o de Janei ro, em 1981, sendo professor ti tu l ar da Universi dade Catól i ca de Petrópol i s. Fez rápida incursão pela política no município de Miracema, onde exerceu o cargo de vereador, em dois mandatos consecutivos (1962/1966 e 1966/1969). Naquele ano (1969), ing ressou na Magistratura, por concurso público, chegando a Juiz do Tribunal de Alçada Cível, em 1983, e sendo promovido, em 1993, ao cargo de Desembargador. Exerceu a Presidência do Tribu12 nal de Justiça do Rio de Janeiro no biênio 2001/2002; presidiu o Tribunal de Justiça Eleitoral na gestão 2003/2005. Fez parte da primeira composição do Conselho Nacional de Justiça no biênio 2005/2007, representando a magistratura estadual. O desembargador Milton Nobre, que o sucedeu na presidência do Colégio de Presidentes, saudou o homenageado, traduzindo a g ratidão de todos os que compõe o colegiado pela sua contribuição ao desenvolvimento das ações que consolidaram a existência da instituição. O desembargador Luiz Fer nando Ribeiro de Car valho, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi convidado a proceder a entrega de uma placa consignando essa justa homenagem ao des. Marcus Faver. AGOSTO DE 2015 ÍNTEGRA DA CARTA DE RECIFE O COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL, reunido na cidade de Recife (PE), ao final de seu 103º ENCONTRO, no período de 18 a 20 de junho de 2015, divulga, para conhecimento público, as seguintes conclusões aprovadas por unanimidade: 1) REAFIRMAR o posicionamento do Poder Judiciário estadual de repúdio ao Projeto de Lei 183/2015, em tramitação no Congresso Nacional que visa alterar a sistemática dos depósitos judiciais e administrativos no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e a qualquer outra iniciativa nesse sentido, por serem prejudiciais à administração do Poder Judiciário dos Estados; 2) APOIAR, integralmente, a iniciativa da presidência do Supremo Tribunal Federal, de submeter à ampla discussão as propostas que nortearão a formulação do novo ESTATUTO DA MAGISTRATURA, fundamental para a correção das distorções que presentemente desestimulam a carreira; 3) ENFATIZAR a urgência da instalação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, assim como a implantação do Sistema de Audiências de Custódia, instrumentos céleres e eficazes para a solução de conflitos, defesa dos direitos fundamentais e garantia da cidadania. 4) DEFENDER a integridade do Pacto Federativo, dotando as Justiças Estaduais de orçamentos adequados ao desempenho da função jurisdicional de forma eficiente e em tempo útil à sociedade. Recife, 20 de junho de 2015 Des. Milton Augusto de Brito Nobre Presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil Desembargador Frederico Ricardo de Almeida Neves Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco 13 AGOSTO DE 2015 TJPE / DIVULGAÇÃO GENERALIZAÇÃO PRESTA DESSERVIÇO À DEMOCRACIA PRESIDENTE DO COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA, DESEMBARGADOR MILTON NOBRE ALERTA PARA AS CAMPANHAS QUE PRETENDEM ABALAR A CONFIANÇA SOCIAL NO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO Senhoras e senhores Reúne-se pela 103ª vez, nesta encantadora cidade de Recife, Capital do valoroso Estado de Pernambuco, o Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, formado pelos dirigentes do Poder Judiciário de todos os Estados brasileiros e, portanto, representantes do maior segmento da justiça nacional, uma vez que responde por quase 78% da prestação jurisdicional no país, para tratar, em dois dias de trabalho, de uma extensa pauta de assuntos de interesse comum. Sejam, pois, as primeiras palavras que te- nho a satisfação de proferir, como Presidente do Colegiado, nesta solenidade de abertura, de saudação e de agradecimento. De saudação aos eminentes colegas Presidentes que, numa demonstração inequívoca de compromisso com o propósito de tornar a Justiça dos Estados mais eficiente e atuante, sempre encontram espaços nas suas atribuladas agendas para trocar experiências e pensar em conjunto soluções adequadas à superação das adversidades decorrentes da falta de meios necessários ao atendimento da maior parcela da demanda por serviços 14 PERIGO Para Milton Nobre, rotulações gerais insidiosas e distantes da autenticidade só servem para desqualificar a Justiça. AGOSTO DE 2015 do judiciário brasileiro representada, segundo o Relatório Justiça em Números, editado pelo CNJ em 2014, por 74.234.555 de processos em tramitação no âmbito estadual. De agradecimento, em primeiro lugar, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, tão dignamente representado pelo seu Presidente, douto desembargador Frederico Neves, que nos recebe com toda a generosidade e a fidalguia peculiares ao povo pernambucano, bem como à sua equipe de trabalho pela competente organização do Encontro e a recepção primorosa dos participantes. Agradeço, também, às dignas autoridades e demais ilustres convidados que nos honram com as suas presenças, prestigiando e dando maior relevo a este ato. Tenho dito reiteradamente – por certo sem o brilho e a beleza da repetição monocórdica alcançada no Bolero de Ravel – que, em ocasiões como esta, o orador deve evitar temas complexos e discursos longos. Penso, e não me importo de ser considerado assaz repetitivo, que cerimônias de inauguração ou instalação de eventos assemelhados não devem ser prolongadas, de modo a não retribuir a gentil presença do auditório com a descortesia e o mau gosto do falar em demasia. Não posso, todavia, em razão das responsabilidades em que me encontro investido, graças à confiança dos meus pares, deixar passar este importante momento sem tratar de um assunto que, pela sua gravidade, exige, pelo menos, algumas palavras de alerta. Como ninguém desconhece, o mundo vive tempos de mudança nos paradigmas. Em períodos históricos como este, que "não se sabe bem quando começa e muito menos quando acaba", como bem afirmou Boaventura de Souza Santos [há] "um ambiente de incerteza, de complexidade e de caos que repercute nas estruturas e nas práticas sociais, nas instituições e ideologias, nas representações sociais e nas inteligibilidades, na vida vivida e na personalidade. E repercute-se muito particularmente, tanto nos dispositivos da regulação social, como nos dispositivos da emancipação social". "(...) o modelo constitucional terminou impondo uma judicialização sem precedentes das relações sociais controvertidas e isso, obviamente, aumentou o índice de insatisfação com as suas decisões, as quais, não muito raramente, contrariam interesses de poderosas forças políticas." 15 Concordando com o diagnóstico desse grande pensador lusitano, ouso, contudo, adicionar que os tempos assim são tempos difíceis, nos quais as relativizações tendem a predominar e onde, ao mesmo momento, por mais paradoxal que possa parecer, os casuísmos e as generalizações proliferam, gerando percepções de ética distorcida da sinceridade e da autenticidade tão necessárias à virtude da afirmação do eu na vida social, como demonstrou Lionel Trilling. Num país latino, estado democrático de direito de maioridade recente e ainda em estágio de amadurecimento, com uma realidade sociocultural como a do Brasil, essa longa fase tem repercussões maiores e que, agravadas pelo desfavorável período econômico que atravessamos e, além disso, por um surto de corrupção envolvendo setores do governo e do mercado, desembocam em suspeições gerais e, o que é pior, em tentativas de desqualificação de todas as pessoas públicas e instituições, não estando o Judiciário e os seus membros a isso imunes, especialmente porque o modelo constitucional terminou impondo uma judicialização sem precedentes das relações sociais controvertidas e isso, obviamente, aumentou o índice de insatisfação com as suas decisões, as quais, não muito raramente, contrariam interesses de poderosas forças políticas. Daí porque não me surpreenderam as violentas críticas à minuta inicial do anteprojeto do Estatuto da Magistratura Brasileira divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, com o notório propósito de abrigar todas e quaisquer propostas existentes, de modo a submetê-las, sem nenhuma censura prévia, à ampla discussão com o objetivo de promover um verdadeiro refino normativo e assim extrair, consensualmente, um regramento legal razoável, democrático e sob a lógica, tanto do adequado, quanto do possível. Do mesmo modo, não me provocou nenhuma perplexidade a oportunamente coincidente apresentação da PEC 64/2015 do Senado que objetiva dar nova redação ao art. 93, cabeça, da Constituição da Re- AGOSTO DE 2015 publica, para retirar da Suprema Corte a exclusividade da iniciativa legislativa a respeito do Estatuto, transformando essa competência em concorrente com o Presidente da República e os membros do Congresso Nacional. Causou-me, porém, mais do que espanto, justificada indignação, a matéria divulgada na mídia virtual1 - posteriormente reproduzida, com pequenas modificações em revista de ampla circulação - com a qual, a pretexto de tornar público um trabalho de jornalismo investigativo, sem revelar a metodologia e os critérios seletivos aplicados, bem como tomando como base uma coleta de dados que declaradamente atingiu em torno de apenas 5% do universo dos Juízes dos Estados e, a reboque, dos membros do Ministério Público, procura-se escandalizar as remunerações da magistratura e do parquet estaduais, mediante generalização, quando pouco, eticamente condenável, em especial porque, mesmo se admitindo a correção da natureza exclusivamente remuneratória dos valores coletados, tirou-se a tal média remuneratória do percebido mensalmente pelo total dos quase 11.5002 magistrados estaduais, com fundamento no que receberam, num determinado mês considerado, somente cerca de 2.6023. É relevante ressaltar que, nessa lamentável divulgação, há, de passagem, a informação de que os magistrados estaduais e membros do Ministério Público tiveram remunerações acima do teto, no mês de referência da coleta, com amparo legal. Ainda assim, a tal média remuneratória usada na notícia serviu para construir a seguinte comparação que compôs o título malicioso da matéria, o qual nada constrói, senão cizânia: “juízes-estaduais-e-promotores-eles-ganham-23-vezes-mais-do-que-você. ” Veiculações semelhantes a essa, com informações só consistentes na aparência, uma vez que fundadas em meias verdades ou em dados distorcidos, não surgem por "É obvio que o Poder Judiciário, tal qual ocorre com os demais Poderes, mormente num estado democrático de direito, não é isento às criticas. (...) Contudo, nada disso autoriza ou justifica o desserviço à democracia que resulta das generalizações insidiosas, distantes da autenticidade." acaso. Têm o nítido propósito de desvalorizar e de provocar o descrédito, causando danos não só à imagem e ao bom conceito social da magistratura estadual, mas do Poder Judiciário como um todo. É obvio que o Poder Judiciário, tal qual ocorre com os demais Poderes, mormente num estado democrático de direito, não é isento às criticas e nem pode ser indiferente às insatisfações ou aos reclamos de quem exerça o livre direito de pensar e expor o seu pensamento. É obvio também que, numa vasta Federação como a brasileira, pode alguma lei local ter criado certa vantagem pecuniária em favor dos magistrados de um determinado Estado com estipulação criticável como desproporcional. Contudo, nada disso autoriza ou justifica o desserviço à democracia que resulta das generalizações insidiosas, distantes da autenticidade e que objetivam, tão somente desacreditar, além dos juízes, o judiciário, desqualificando a justiça brasileira. É preciso, pois, que estejamos alertas e prontos para repelir toda e qualquer onda tendente a abalar a confiança social no Judiciário, com base em rotulagens gerais, dados incompletos e coletados com esse único propósito. Autoridades presentes, ilustres convidados, senhoras e senhores: Rogando a compreensão de todos, peço desculpas por ter falado mais do que devia. Encerrando, agradeço, uma vez mais, ao Desembargador Frederico Neves, Presidente do e. Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, nosso atencioso anfitrião, pela generosa acolhida. Assim como expresso às autoridades presentes, e aos demais convidados que engrandecem este ato, o penhor do reconhecimento do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil. Muito obrigado! 1 (http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/juízes-estaduais-e-promotores-eles-ganham-23-vezes-mais-do-que-voce.html) 2 Dado constante do Relatório Justiça em Números 2014, editado pelo CNJ. 3 Número declarado na reportagem da Revista Época nº 888, edição de 15.06.2015, p 29. 16 AGOSTO DE 2015 MINISTRO RECEBE COMENDA NO TJAM MAIOR HONRARIA CONCEDIDA PELO ESTADO DO AMAZONAS, A MEDALHA DA ORDEM DO MÉRITO FOI OFERECIDA A RICARDO LEWANDOWSKI PELOS SERVIÇOS PRESTADOS À MAGISTRATURA presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ricardo Lewandowski, rececebu do governador José Melo a Medalha da Ordem do Mérito do Estado do Amazonas, grau grã-cruz, pelos serviços prestados à magistratura brasileira. A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargadora Graça Figueiredo, esteve presente na solenidade. "O ministro Ricardo Lewandowski tem sido um defensor do Amazonas no Supremo Tribunal Federal, principalmente no que diz respeito à Zona Franca de Ma- naus. Ele também tem uma história na magistratura brasileira como professor, advogado e foi o responsável por garantir, por exemplo, a aplicação das cotas raciais para o ingresso no ensino público superior. Uma inquestionável ação social para o Brasil. Então é uma honra que esse grande homem esteja sendo o primeiro a receber essa comenda no meu governo", afirmou José Melo, que estava acompanhado da primeira-dama do Estado, Edilene Gomes de Oliveira. Também estiveram na cerimônia o prefeito de Manaus, Arthur Neto, o 18 RAIMUNDO VALENTIM / TJAM HOMENAGEM Ministro Lewandowski recebeu honraria oferecida pelo governo do Amazonas. AGOSTO DE 2015 ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Josué Neto, o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo Costa, além de secretários de Estado e demais autoridades civis e militares. A comenda, maior honraria concedida pelo Estado do Amazonas, é oferecida pelo Governo há 33 anos. O ministro Ricardo Lewandowski agradeceu a homenagem e se disse emocionado por receber a comenda vinda de um dos Estados mais importantes do país. Ele afirmou que, naquele momento, estava representado todo o poder judiciário brasileiro. "Eu recebo essa comenda não somente em meu nome. Recebo em nome dos 16 mil juízes brasileiros que, com seus trabalhos, garantem a paz social nesse país continental", declarou. O ministro ressaltou ainda que o papel do Poder Judiciário é garantir, mesmo em momentos de turbulência econômica, a governabilidade do país e as relações republicanas. Ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal tem trabalhado e vai continuar atuando para garantir o cumprimento da Constituição de 1988. O ministro Ricardo Lewandowski também recebeu o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A concessão do título foi aprovada pela resolução nº 36/2015 do Conselho Universitário (Consuniv), no dia 15 de julho. A aprovação do título considerou diversos aspectos, entre eles: trajetória profissional, notório saber jurídico e relevante contribuição para a sociedade. (Com informações do TJAM) INICIATIVA VAI REDUZIR CUSTO O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ricardo Lewandowski, participou em Manaus da solenidade de implantação do Projeto Audiência de Custódia. A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Graça Figueiredo, assinou a adoção do programa, na sede do TJAM. Lewandowski elogiou a ação do TJAM e destacou a parceria com o governo do Amazonas para a implantação do projeto. Na avaliação do ministro, o Estado pode economizar até R$ 27 milhões em seis meses, caso seja mantida a média nacional. "Existe um aspecto econômico. Temos um dado interessante: de janeiro a julho, prendeu-se em flagrante em Manaus cerca de 3 mil pessoas. A se manter este ritmo, teremos mais 3 mil presos neste segundo semestre. Se conseguirmos manter a média nacional, de 50% responderem o processo em liberdade, e levando em consideração que um preso custa para o Estado cerca de R$ 3 mil, então nós teremos, em seis meses, uma economia de R$ 27 milhões só com estas audiências de custódia. Este dinheiro poderá ser destinado para saúde, educação, transporte público, etc", sugeriu o presidente do STF e do CNJ. O ministro ressalta que o preso não se livrará do pro19 cesso criminal, e só vão responder em liberdade àqueles que não ofereçam perigo para a sociedade. "É uma iniciativa que tem o aspecto civilizatório e humanitário, pois hoje um jovem de 18 anos, sem antecedentes criminais, que estuda e tem residência fixa, seria jogado no cárcere sem ter contato com juiz, podendo sofrer todo tipo de maus-tratos e tortura e, eventualmente, tornar-se um soldado do crime. Agora, em menos de dez minutos, a situação do rapaz ficou resolvida porque ele não oferece perigo para a sociedade. Não é violento e pode ser perfeitamente recuperado", ressaltou Lewandowski. referindo-se à primeira audiência de custódia, no Auditório Desembargador Paulo Mendes, no Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes, edifício anexo à sede do TJAM. Na ocasião, Bruno Araújo Amorim, de 18 anos, que foi preso em flagrante, por crime previsto no Artigo 155 do Código Penal (subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel), acabou sendo o primeiro a receber o benefício de responder em liberdade após a audiência de custódia. A juíza Andrea Jane Medeiros levou em consideração que ele é réu primário, tem endereço fixo e cursa o Ensino Médio através do Projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA). AGOSTO DE 2015 TJ DA BAHIA CELEBRA DIA DO MAGISTRADO COM PROGRAMAÇÃO FOCADA NA CONCILIAÇÃO, SOLENIDADE DESTACA A PARTICIPAÇÃO DE JUÍZES E SERVIDORES DO TRIBUNAL NA TAREFA DE RESOLVER CONFLITOS ENTRE PARTES O Tribunal de Justiça da Bahia antecipou para a sexta-feira, 7 de agosto, as comemorações alusivas ao Dia do Magistrado com uma extensa programação realizada em seu auditório. A data é celebrada no dia 11 de agosto. O juiz Anderson de Souza Bastos, assessor especial da Presidência para Assuntos Institucionais, abriu a solenidade destacando a participação dos magistrados e dos servidores do Tribunal de Justiça da Bahia no uso da conciliação “para resolver os problemas dos que estão aflitos”. “Tem sido importante o papel desempenhado pelos servidores e pelos magistrados em benefício da sociedade da Bahia em termos de conciliação”, disse. Um exemplo do resultado desse trabalho - ressaltou o juiz - foi o prêmio recebido pela Bahia pelo maior índice de conciliação em números absolutos, durante a 9ª Semana Nacional de Conciliação, no ano passado. Foram realizados 35.785 acordos, em 51.604 audiências, o que valeu ao Tribunal de Justiça da Bahia o prêmio, concedido pelo Comitê Gestor Nacional da Conciliação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Nossa meta este ano é chegar a 50 mil acordos”, anunciou, momentos antes de nominar os magistrados e servidores homenageados pelo Tribunal de Justiça da Bahia por conta do desempenho durante a Semana Nacional de Conciliação. Também foram homenageadas a Empresa Bahiana de Águas e Saneamento (Embasa) e a empresa de telefonia OI por terem sido as empresas que mais fizeram acordos durante a Semana Nacional de Conciliação em que a Bahia foi premiada pelo CNJ. O servidor da Diretoria Geral, Pedro Vivas, apresentou aos magistrados o funcionamento do projeto Conciliação Virtual (Convir). A ferramenta de internet vai procurar viabilizar litígios não-judicializados. Segundo Vivas, a utilização do ambiente on-line vai ampliar o acesso à justiça e garantir mais qualidade no atendimento, levando à pacificação social. FOTOS: TJBA/DIVULGAÇÃO ENCONTRO Dia do Magistrado teve extensa programação no auditório do TJBA 20 AGOSTO DE 2015 “A tecnologia foi toda desenvolvida pelo Tribunal”, disse. O Convir está alinhado às diretrizes do Manual de Mediação Judicial, lançado no encontro do dia 7. As partes poderão cadastrar-se pela internet e, assim, utilizar o Convir, como se fosse mesmo uma sala de bate-papo virtual ou chat. “Teremos cenários virtuais para as áreas cível, crime, família e consumo”, afirmou Vivas. primeiros cursos jurídicos no Brasil, em Olinda e São Paulo, no ano de 1827. Ele destacou a participação de um baiano, Luis José de Carvalho Melo, o Visconde de Cachoeira, na organização destes primeiros cursos. Formado em Leis em Coimbra, Portugal, e deputado constitucional em 1823, o Visconde de Cachoeira teve participação ativa na origem do curso de Direito e no fortalecimento do Judiciário no Brasil. CONCILIAÇÃO CÓDIGO Foi assinado, também, o Termo de Cooperação Técnica entre o Tribunal de Justiça e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL). O objetivo é permitir um link direto dos magistrados ao cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), visando melhorar e acelerar o atendimento. Outro termo de cooperação foi efetivado entre o Tribunal e a Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas e tornou possível a realização do Feirão do Nome Limpo, em Vitória da Conquista e Feira de Santana. O Feirão tem como objetivo maior limpar o nome e conciliar as pendências de dúvidas do consumidor e colocá-lo de volta ao mercado. Na tarde de comemoração do Dia dos Magistrados, foi apresentado também o Manual de Mediação Judicial, que teve como organizador o Juiz da Comarca de Angical, André Gomma. O manual é uma importante ferramenta à disposição, com as técnicas desenvolvidas para a mediação e conciliação, pronto para usar no novo formato do CPC. O conselheiro Emanuel Campelo, do Conselho Nacional de Justiça, falou sobre o Movimento pela Conciliação, fazendo um retrospecto desde o início até a sua décima edição. “A conciliação é um meio eficaz de conscientização para a recuperação do poder de decisão dos problemas das partes envolvidas”, declarou. O juiz Oséias Costa de Sousa, assessor Especial da Presidência para Magistrados, lembrou a importância do 11 de agosto, data da inauguração dos O desembargador e presidente do Colégio Permanente de Tribunais de Justiça, Milton Augusto de Brito Nobre, que integrou o Conselho Nacional de Justiça em sua terceira composição, palestrou sobre a efetividade da jurisdição com o novo Código de Processo Civil. “O objetivo é operacionalizar esse novo código”, disse ele no início da palestra, durante a qual focalizou muitos aspectos da Filosofia do Direito e das comparações entre os modelos aplicados em diferentes países. Nobre contextualizou o momento jurídico atual, classificando como “preparatório”. “Não deixemos para amanhã. Comecemos a nos preparar hoje, para esse código que tem como matriz um precedente judicial”, falou o desembargador, finalizando sua palestra. FOTOS: TJBA/DIVULGAÇÃO 21 PALESTRA Desembargador Milton Nobre falou na cerimônia do TJ baiano. AGOSTO DE 2015 DESAFIO AOS TRIBUNAIS PARA BEM INVESTIR NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TIC O cenário atual é de grande pressão, sejam externas, por exigências de redução de custos orçamentários, num panorama de recessão da economia do País que impõe redução de gastos públicos para o reequilíbrio orçamentário, controle da inflação e futura retomada do crescimento; sejam internas, em que se exigem melhores resultados apesar de se contar com menos recursos, sendo emblemático que a maioria das diretrizes de gestão da Presidência do Conselho Nacional de Justiça para o biênio 2015-2016 diga respeito à celeridade processual. Num cenário de constantes mudanças, como este, com g rande pressão por resultados, como um bom planejamento, técnicas moder nas de gestão, inovação e criatividade, podem ajudar o Poder Judiciário a utilizar melhor os recursos orçamentários e a obter melhores seus resultados? No curto espaço de que se dispõe, pretende-se pontuar algumas questões ligadas à gestão na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, das poucas em que os recursos investidos podem redundar em significativos ganhos de desempenho. O emprego das ferramentas de informática perpassam todas as atividades, sejam elas jurisdicionais, sejam administrativas. Avança-se, inclusive, para a necessidade de uso de meios digitais em atividades que antigamente eram desvinculadas da área de TI, como por exemplo a comunicação te- lefônica que, com bem menor custo, pode se dar por meio digital, e a segurança que, cada vez mais, vale-se do videomonitoramento (sistema de vídeo em que várias câmeras são usadas para monitorar, capturar e armazenar imagens de certas áreas, para fiscalizar ou proteger os locais onde o mesmo é implementado), isso sem falar em recursos humanos, controles financeiros etc. Sem dúvida, portanto, que não há atividade nos Tribunais que prescinda do uso de ferramentas de tecnologia da informação e comunicação - TIC. E, na mesma proporção em que avança em importância o investimento em tecnologia, elevam-se os gastos orçamentários para atender as demandas de TIC. O desafio, portanto, que se apresenta aos Tribunais é como bem investir na área de tecnologia, ainda mais quando se sabe que a velocidade com que essa área evolui é meteórica. E, assim, um investimento tecnológico que pareça representar um avanço pode restar obsoleto em curto espaço de tempo, não contribuindo em eficiência para atividade pública. Logo, é crucial contar com planejamento estratégico, gestão organizada, além de boa governança pública, e também acompanhar as tendências tecnológicas. O planejamento estratégico permite que se priorizem os projetos alinhados com os objetivos estratégicos da instituição. A gestão bem feita 22 "(...) é crucial contar com planejamento estratégico, gestão organizada, além de boa governança pública." Ricardo Torres Hermann, desembargardor do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Presidente do Conselho de Informática Judiciária. AGOSTO DE 2015 leva a que se consiga potencializar as realizações possíveis com os recursos orçamentários disponíveis, já a boa g over nança pública per mite interagir com colaboradores inter nos e exter nos, a fim de que se confira transparência e se obtenha colaboração na consecução dos projetos e alcance dos objetivos estratégicos. Por fim, há de se reser var sempre uma parcela de recursos, para se investir em projetos inovadores que, com soluções criativas, podem conduzir a grandes avanços. Alinhamento dos projetos aos objetivos estratégicos Atento à realidade de planejamento estratégico, o Conselho Nacional de Justiça, em 17 de outubro de 2013, aprovou a Resolução n. 182/2013, que dispõe sobre diretrizes paras as contratações de Solução de Tencologia da Informação e Comunicação pelos órgãos submetidos ao controle administrativo e financeiro do CNJ (assim como também o fez o CNMP, valendo-se da Resolução n. 102/2013CNMP). A normatização constitui-se em variação da Instrução Normativa 04/2010 SLTI (Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação) do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), conhecida por IN04. A Resolução do CNJ, sem dúvida, impõe uma padronização de procedimentos, exigindo documentos estruturados contendo de forma detalhada o planejamento de contratações. Nesse sentido, dispõe o art. 6º da Resolução 182/2013CNJ, que “as contratações deverão ser precedidas de planejamento elaborado em harmonia com o Planejamento Estratégico Institucional (PEI) ou Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação e Comunicação (PETIC) do órgão, alinhados com o Planejamento Estratégico do Poder Judiciário”. Como se vê, há grande preocupação "A gestão bem feita leva a que se consiga potencializar as realizações possíveis com os recursos orçamentários disponíveis, (...) há de se reservar sempre uma parcela de recursos, para se investir em projetos inovadores que, com soluções criativas, podem conduzir a grandes avanços." 23 em que o orçamento da área de TIC venha a ser investido em realizações que, às vezes, estendem-se por mais de uma administração, visando à continuidade de projetos importantes para a Instituição. A Resolução 182/2013CNJ também disciplina a necessidade de se dispor de um Plano de Contratações de STIC, que deverá ser elaborado no exercício anterior ao ano de sua execução, e submetido à aprovação até o dia 30 de novembro de cada ano pela autoridade competente para deliberar sobre as ações e os investimentos na área de tecnologia, verificando sua compatibilização com o Plano Direitor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC), de forma a contemplar todas as contratações necessárias aos objetivos estabelecidos pelo Tribunal (art. 7º e §§ da Res. 182/2013). É normal que assim seja, pois ao CNJ é atribuída, na Constituição Federal, a tarefa de zelar, dentre outros aspectos, pela eficiência administrativa dos Tribunais. ÁREAS DE GESTÃO ESSENCIAIS À TIC Tão relevante quanto a Resolução 182, já há mais tempo, o CNJ aprovou a Resolução 90/2009 (atualmente a mesma está sendo revisada pela Comissão de Tecnologia para atender o planejamento estratégico do sexênio 2015-2020 - Resolução 198/2014 - ) que se preocupa em garantir que os Tribunais invistam na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, sobretudo no que se refere à estrutura de pessoal, de sistemas, de infraestrutura e de gestão, o suficiente para permitir a celeridade e a transparência que a sociedade exige do Judiciário. Tais investimentos devem ser distribuídos de forma equilibrada, a fim de solidificar as consideradas atividades estratégicas de TIC: governança; AGOSTO DE 2015 gerência de projetos; análise de negócios, segurança da informação; gestão de infraestutura; e gestão de serviços terceirizados. Acaso restringissem-se as dificuldades ao aspecto formal de contar com tais documentos estruturados para documentar o planejamento e gestão na área de tecnologia, e não se justificaria qualquer consideração maior sobre o tema. Mas, a verdade é que a dificuldade maior não se vincula à elaboração de documentação do planejamento e gestão e ao cumprimento da obrigação de encaminhamento de tais documentos ao CNJ, se não que aos critérios para bem planejar os investimentos de TIC, a fim de que, realmente, possam contribuir para uma maior eficiência no desempenho da prestação jurisdicional. E, nesse ponto, a boa governança, na qual se insere, dentre outros, o problema da gestão de pessoas e a necessidade de inovações constituem-se nos aspectos mais importantes. BOA GOVERNANÇA PÚBLICA Os princípios constitucionais de eficiência, legalidade, impessoalidade e publicidade indicam a necessidade de planejamento estratégico (o estabelecimento de metas claras) e de governança, que representa o sistema pelo qual a organização é gerida e monitorada, buscando a transparência da gestão, a instituição de mecanismo de prestação de contas (accountability) e o envolvimento da capacidade do cumprimento de objetivos estratégicos. Sem dúvida que a boa governança tem como objetivo, não só a melhoria nos processos de gestão, como também estimular a participação efetiva dos diversos colaboradores, gerando, na medida do possível, consensos. Esclarecendo a distinção de enfoques "Sem dúvida que a boa entre governança e gestão, orienta o Tribunal de Contas da União no seu Referencial básico de governança 1: “Enquanto a gestão é inerente e integrada aos processos organizacionais, sendo responsável pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pelo manejo dos recursos e poderes colocados à disposição de órgãos e entidades para a consecução de seus objetivos, a governança provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da gestão, com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e demais partes interessadas.” governança tem como objetivo, não só a melhoria nos processos de gestão, como também estimular a participação efetiva dos diversos colaboradores, gerando, na medida do possível, consensos." A Governança bem feita facilita a gestão, o monitoramento e propicia a prestação de contas para cumprir o objetivo estratégico que, em suma, é o de eficientizar os meios de teconologia da informação e comunicação. Mas, resta enfocar a questão da necessidade de inovação e criatividade. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE Sem dúvidas que a realidade atual é de escassez orçamentária, de forma de que os recursos orçamentários, em uma situação de dificuldades, devem ser muito bem empregados. Se o atual cenário econômico é de escassez, é hora de reagir, promovendo mudanças no planejamento estratégico. Há de se eliminar custos que são desnecessários e não geram benefícios efetivos à instituição, alterando a estratégia para projetos que possam efetivamente repercutir em avanços e aperfeiçoamentos da prestação dos serviços. 1 Brasil. Tribunal de Contas da União. Referencial básico de governança / Tribunal de Contas da União. – Brasília: TCU, Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, Coordenação-Geral de Controle Externo dos Serviços Essenciais ao Estado e das Regiões Sul e Centro-Oeste, 2013. Disponível em: <www.tcu.gov.br>. Acesso em 21 jun 2015. 24 AGOSTO DE 2015 Dentro de tal conjuntura, o que é possível fazer, com as contingências do presente, sem perder de vista a necessidade de avanços futuros. O questionamento, portanto, é o que se pretende fazer em relação aos ajustes do presente, porém sem ignorar o futuro? A resposta passa, necessariamente, por inovar. A inovação constitui-se em processo constante e necessário, inclusive, para as instituições públicas. E não há como deixar de inovar, ainda que se encontre em situação de carência orçamentária. Segundo a Gartner, maior empresa de pesquisas na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, a cultura de inovação é uma coisa delicada que pode ser facilmente boicotada. Alguns clichês comuns no meio da gestão, repetidos com frequência podem miná-la. Daí por que publicou uma pesquisa chamada “10 Innovation-Killing Phrases That CIOs Should Refute”2 . A consultoria compilou as 10 principais frases que, usualmente, servem como justificativa para que a inovação seja evitada na organização: "A inovação constitui-se em processo constante e necessário, inclusive, para as instituições públicas." Exemplos de iniciativas inovadoras que romperam com a natural resistência da Instituição, no âmbito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, são o chamado “AR digital” e “Alvarára Eletrônico”. O AR di gi tal consti tui -se em funci onal i dade el etrôni ca que per mi te o encami nhamento de comuni cações j udi ci ai s, ci tações, i nti mações ou noti fi cações, v i a Cor rei o, sem a necessi dade de materi al i zação das car tas, que s ão envi adas por mei o di gi tal . Trata-se de serviço que, já há mais tempo, vinha sendo empregado com grande êxito no TJRS e que, em virtude do elevado custo, sofreu adaptações. Com nova tecnologia, foi possível utilizar o novo serviço de AR Digital (Aviso de Recebimento) para envio eletrônico de documentos judiciais. A troca de cor respondências do tipo AR entre o Judiciário do RS e os Cor reios passou do sistema V-POST para o E-CARTA. Assim, o fluxo adotado inicia pela remessa da car ta AR pelas Comarcas à Central do AR Digital do Judiciário, que remete os lotes de car ta AR na for ma eletrônica à central de processamento dos Cor reios. A par tir disso, ocor re a materialização dos documentos no ambiente daquela empresa, cumprimento dos ARs por par te dos car teiros, devolução na for ma eletrônica à Central do AR do Judiciário, o processamento dos arquivos recebidos, a distribuição para os sistemas das Comarcas e a opcional juntada da imagem do AR nos autos dos processos físicos. Como decor rência da alteração do sistema V-POS para o E-CARTA, a redução de custo foi de aproximadamente 30%, o que significou a obtenção de preço inclusive menor 2 Disponível em: <https://www.gartner.com/doc/2886218/innovationkilling-phrases-cios-refute> Acesso em: 21 jun 2015. 25 AGOSTO DE 2015 do que a da car ta em papel, sendo projetada uma economia de mais de 10 milhões aos cofres públicos. Por outro lado, com relação ao O Alvará Judicial Automatizado, já está disponível na Comarca de Por to Aleg re para levantamentos de bloqueios via sistema BAC E NJ UD2 . No In terior, o ser viço ain da está sen do imp lantad o pelo De pa r ta mento d e Info r mática do TJ RS. Desd e o seu lan çamen to, no f ina l de 2011, fo ram emitidos ma is de 1 96 mil Alvarás Ju diciais Automa tizados em tod o o E stado, tota liza ndo mais de R$ 1,078 b ilhã o em operações. Implantado a par tir da parceria entre o TJRS e o BANRISUL, o serviço funciona de maneira totalmente vir tual e busca trazer rapidez, segurança e economia de recursos no levantamento dos depósitos judiciais. Com sua adoção, deixa de ser necessária a emissão do alvará em papel, restando apenas registro no processo. A sua utilização é fácil, mediante autorização do magistrado, a transferência é realizada via sistema Themis, prog rama utilizado pelo Judiciário gaúcho na tramitação processual. Para solicitar o Alvará Automatizado basta que, no momento do levantamento do alvará, o Advogado peticione no processo, indicando os dados necessários para a operação. Para garantir a segurança da transação, os Alvarás são expedidos somente para beneficiários cadastrados no processo e as contas bancárias indicadas para crédito dos valores devem ser no nome que constar no alvará. As transmissões de dados, que são criptografados, utilizam conexão própria e segura. Ainda, o Alvará somente pode ser expedido com assinatura digital do Juiz com judicância na Comarca e para o processo. "O Processo Eletrônico cada vez mais terá de ser visto como um meio para se atingir a eficiência operacional, com racionalização de recursos humanos e físicos, evidenciados com a centralização de atividades cartorárias, a automatização de atos processuais.” 26 Como se vê, soluções relativamente simples podem promover g randes benefícios para o ser viço, desde que se esteja aber to à inovação e à criatividade. E, tratando-se de inovação e criatividade, não se poderia deixar de comentar sobre a “trasnsformação digital”, que o Judiciário vem passando nos últimos anos e que perdurará por outros tantos com a substituição do processo em papel pelo processo em meio eletrônico ou vir tual. O Processo Eletrônico cada vez mais terá de ser visto como um meio para se atingir a eficiência operacional, com racional i zação de r ecur s o s humanos e fí si cos, evi den ci ado s com a central i zação de ativ i dades car torári as, a automa ti z ação de atos processuai s, el i mi n an do os “tempos mor tos”, com a p o s si bi l i dade de trabal ho rem o t o, a faci l i tação e ampl i ação do aces so à Justi ça, enfi m com o o f er eci mento de fer ramentas cap az es de contri bui r com o obj etivo de entreg ar a prestação j ur i s di ci o nal em tempo e mei o adequado s. E a a b er tur a n ecessária ao Sistema de Processo Eletrônico, para o aproveitamento de soluções criativas e inovadoras como as mencionadas, também se constitui em fator decisivo para o seu êxito. Daí por que se pode afir mar que o enfrentamento do desafio de bem investir em Tecnologia da Infor mação - TI é imprescindível ao bom funcionamento dos Tribunais, ainda mais na era digital em que o Processo assumirá necessariamente a for ma eletrônica. Trata-se de imperativo ao desempenho das atividades jurisdicionais de for ma eficiente e em tempo razoável, como estabelecido na Constituição Federal (ar ts. 37, “caput”, e 5º, LXXVIII). AGOSTO DE 2015 TJPR / DIVULGAÇÃO JUDICIÁRIO DO PARANÁ INVESTE EM GESTÃO COM 124 ANOS DE HISTÓRIA E DE BONS SERVIÇOS PRESTADOS À POPULAÇÃO, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARANAENSE SE NOTABILIZA PELA BUSCA DE UMA GESTÃO MODERNA, EFICIENTE E AO ALCANCE DOS CIDADÃOS De forma inovadora e marcante, a administração do atual presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Paulo Roberto Vasconcelos (biênio 2015/2016), vem modernizando o sistema Judiciário paranaense. Dentro dessa proposta, o novo modelo de gestão está investindo na reestruturação administrativa, reorganizando departamentos, criando divisões, consti- tuindo comissões e designando desembargadores, como supervisores, para dar apoio à gestão. A Corte paranaense, criada em 1891, conta com 120 desembargadores, 806 juízes e mais de 14 mil funcionários, entre servidores efetivos, estagiários e terceirizados, distribuídos em 144 comarcas e 17 foros regionais, divididos em 541 varas judiciais, incluindo os 74 juizados especiais. 28 MODERNIZAÇÃO O prédio espelhado é o anexo do TJPR. À esquerda, o Palácio da Justiça que se encontra em reforma. Importante investimento da Presidência está na área de construção e reforma. Uma obra de restauro e retrofit de 20 mil metros quadrados está sendo feita no Palácio da Justiça, construído em 1962. A obra deverá ser concluída no primeiro semestre de 2016 e reunirá os gabinetes de todos os desembargadores da Corte num só lugar. Um empreendimento inovador para o bem-estar dos magistrados e servidores do Tribunal de Justiça também está em andamento. É a construção de um moderno e espaçoso restaurante, que será construído na esplanada do prédio anexo, com capacidade para servir até 800 refeições por turno. Além disso, estão em desenvolvimento os projetos complementares para construção do Centro Administrativo; do Centro Judiciário, com Fórum Criminal e Juizados Especiais; do prédio Data Center e de estacionamento. Reformas também estão previstas no Fórum Cível da Capital e no Centro de Audiências de Custódia. Paralelamente, investimentos em infraestrutura nas comarcas do interior e na região metropolitana procuram melhorar as condições de trabalho no 1º grau de jurisdição. Conheça abaixo algumas das iniciativas do TJPR. FÓRUNS DESCENTRALIZADOS DE CURITIBA – JUSTIÇA PRESENTE Com esta marca lançada em recente convênio entre o Tribunal de Justiça do Paraná e a Prefeitura Municipal de Curitiba que remete à “moderna concepção de justiça de proximidade, que se desloca para atender o munícipe mais perto de seu domicílio”, o 2º Vice-Presidente do TJ, desembargador Fernando Wolff Bodziak, destaca a eficiente e relevante contribuição dos Fóruns Descentralizados da Capital na pronta e rápida entrega da prestação jurisdicional. Com resultados altamente positivos os três fóruns já existentes na capital, Santa Felicidade, Cidade Industrial (CIC) e Pinheirinho, somam mais de 300 mil atendimentos em bairros da cidade, e a parceria com a Prefeitura Municipal fortalecerá as relações institucionais e TJPR / DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 a concretização de ações conjuntas, visando implementar outros dois Fóruns para Curitiba, em consonância com a política judiciária estabelecida pelo CNJ. Além do atendimento jurídico à população, os Fóruns Descentralizados desenvolvem, de acordo com o perfil dos moradores da região, outras atividades. No de Santa Felicidade existem várias iniciativas e até parcerias com projetos comunitários. COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER Uma das metas que compõem o conjunto de prioridades da atual gestão é garantir mais segurança às mulheres em situação de violência doméstica. Para buscar a efetividade da medida protetiva de urgência e reduzir a reincidência das agressões, o Tribunal lançou no último mês de julho, em parceria com a Secretaria Municipal da Mulher, a Patrulha Maria da Penha, em Londrina. Por meio do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Londrina e da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar - CEVID, sob a responsabilidade 29 PROPOSTA Presidente do TJPR, desembargador Paulo Roberto Vasconcelos: gestão marcada por projetos inovadores. TJPR / DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 AÇÕES Desembargadora Denise Krüger Pereira (à esquerda) coordena trabalho de combate à violência contra a mulher. Acima, viatura da patrulha Maria da Penha. da desembargadora Denise Krüger Pereira, será feita a triagem dos casos que serão acompanhados pela Patrulha, o que vai possibilitar a ampliação dos serviços públicos oferecidos pela rede de atenção à mulher em situação de violência. Este projeto já está colhendo resultados expressivos em Curitiba, onde a Patrulha vem realizando uma grande quantidade de visitas e encaminhamentos, além de fazer o acompanhamento das medidas protetivas em prol dessas vítimas. QUASE 5 MILHÕES DE PROCESSOS CADASTRADOS O TJPR iniciou o Sistema Projudi em maio de 2007 com a sua implantação no Juizado Especial Cível de Campo Largo, Região Metropolitana da Capital. Com o tempo, e grande esforço de todos os envolvidos na evolução do sistema, inúmeras modificações e melhorias foram realizadas no código-fonte do sistema visando à criação de novas competências e funcionalidades, melhoran- do a utilização e contribuindo para a implantação gradativa do sistema nas Comarcas. Assim, em 26 de junho de 2012 o sistema atingiu a marca de um milhão de processos cadastrados. Em constante desenvolvimento e implantações, em fevereiro de 2013 alcançou a marca de um milhão e meio de processos, estando atualmente próximo dos cinco milhões de processos cadastrados em todas as 161 comarcas do Estado, distribuídos entre as 3.204 competências ativas no sistema. Atualmente atende 52.682 usuários, em diversos perfis de secretaria, magistrados, promotores de justiça, assessores, distribuidores, contadores, paridores, peritos, e 73.193 usuários nos perfis de advogados, procuradores federais, estaduais e municipais e defensores públicos. O sistema Projudi do Estado do Paraná em 1º Grau atende, atualmente, as matérias relativas aos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazenda Pública, Varas de Família, 30 Cíveis, Fazenda Pública, Competências Delegadas, Precatórias Cíveis, Execuções Fiscais Estaduais e Municipais, Falências e Recuperação Judicial, Núcleos de Conciliação do TJPR, Infância e Juventude – Seção Cível e Infracional, Acidentes do Trabalho, Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial, Criminais, Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Auditoria Militar Cível e Criminal, Tribunal do Júri, Execuções Penais, Corregedoria dos Presídios e os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, implantadas em anos anteriores e disponíveis para todas as comarcas do Estado do Paraná. Em 22 de outubro de 2014, ocorreu a conclusão da implantação da competência do Plantão Judiciário em todas as comarcas do Estado do Paraná. Em relação ao 2º Grau, foram implementadas as estruturas para envio de autos dos Juizados Especiais para as Turmas Recursais e das Varas de Família e Infância e Juventude AGOSTO DE 2015 TJPR / DIVULGAÇÃO PRESENÇA Desembargadora Joeci Camargo dirige o programa Justiça Presente no Bairro. para a 11ª e 12ª Câmaras Cíveis. Com o sistema Projudi, o ajuizamento de ações foi facilitado e o volume de atendimentos de balcão em cartório foi reduzido, com a possibilidade de inserção de documentos assinados eletronicamente, utilizando o certificado digital, criados interna ou externamente, para a realização de atos. As tarefas internas foram agilizadas, obtendo-se segurança e produtividade maior dos servidores/funcionários das unidades judiciais. Todas as rotinas e funcionalidades, além daquelas não descritas, geram transparência, celeridade e economia processual. PRECATÓRIO ELETRÔNICO COMEÇA A SER IMPLANTADO O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, responsável pelo processamento e controle de aproximadamente 8.067 precatórios, iniciou no mês de agosto corrente, através da Central de Precatórios vinculada ao Gabinete da Presidência, a implantação do “preca- tório eletrônico”. Trata-se de ferramental baseado na plataforma Projudi, desenvolvida pelo próprio TJPR para o foro judicial, que permitirá maior agilidade e eficiência no cumprimento das competências relacionadas aos precatórios, além de maior transparência e menor custo operacional no seu processamento. Além disso, encontram-se em desenvolvimento no Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do Tribunal de Justiça (DTIC) sistemas de cálculos e pagamento a serem oportuna e paulatinamente implantados. Por outro lado, o Tribunal de Justiça ampliou o canal de conversação com os entes devedores e vem progressivamente aprimorando a gestão de controle dos repasses. Ilustrativamente, como resultado das medidas tomadas, o Estado do Paraná, maior devedor de precatórios do Estado, está em dia com os repasses mensais devidos no ano de 2015. 31 JUSTIÇA PRESENTE NO BAIRRO Desde o ano de 2003, foi criado e instalado o Programa Justiça no Bairro, com os Polos Avançados de Conciliação nas Universidades e Faculdades de Direito, bem como junto à Promotoria das Comunidades e ao Núcleo de Conciliação das Varas de Família de Curitiba, visando desenvolver o atendimento jurídico com a entrega imediata – em horas – da atividade jurisdicional descentralizada voltada à população de baixa renda, ou seja, a família vulnerável economicamente, a fim de garantir-lhes o efetivo exercício da cidadania. Diante da aceitação da população e da grande procura, surgiu a necessidade de estender o atendimento da demanda reprimida, durante a semana, isto já em 2003 de forma precária, pela falta de espaço no prédio das varas de família. Contudo, em 2013 o programa ganhou espaço físico e instalou oficialmente o Centro de Atendimento e Conciliação que efetivou (2013) mais de 4 mil atendimentos, com 1.919 audiências realizadas. Coordenado pela desembargadora Joeci Machado Camargo o Projeto, além da Capital e Região Metropolitana, percorre várias comarcas no interior do estado. Em 2005, o projeto deixou seu maior marco, ao se desarticular para o interior do Estado. O primeiro trabalho aconteceu em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e o segundo na longínqua Comarca de Foz do Iguaçu. A partir do início de 2006 foi formalizada a parceria com o Sistema Fecomércio (SESC/SENAC), unindo os projetos Justiça no Bairro e SESC Cidadão e permitindo, assim, a estruturação e organização dos diversos serviços às comunidades, principalmente os casamentos coletivos. O programa já realizou mais de 10 mil casamentos, os quais são celebrados na grande maioria pela coordenadora, desembargadora Joeci Camargo. Destaca ainda a extensão do Justiça no Bairro nos Presídios desde 2003, atendendo às famílias dos internos com a finalidade precípua de regularização (guarda dos filhos, divórcio, união estável, retificação de registro, reconhecimento de paternidade, interdição (trabalho este desenvolvido com prioridade no Complexo Médico Legal), casamento, documentos entre outros), fortalecendo os laços familiares. A partir de 2011 passou a ser desenvolvido na Prisão Agrícola e na Penitenciária Feminina trabalho de educação de cultura da arte, pintura e confecção de tintas e telas, pelo SESC, e pelo SENAC, o trabalho de desenvoltura na confecção de currículos e postura, como preparatório a entrevista de emprego. Segundo relatório de atividades, o Justiça no Bairro contabiliza resultados expressivos. Em dezembro de 2014, em 3 dias na comarca de Londrina, foram realizadas mais de 2.500 pericias médicas permitindo mais de 20.000 atendimentos. O programa já realizou mais de 1 milhão e meio de atendimentos e mais de 62 mil audiências. Em 2014, o Programa Justiça no Bairro realizou na Arena da Baixada (Estádio da Copa - Joaquim Américo) o casamento coletivo de 800 casais, reunindo aproximadamente 15 mil pessoas no Estádio, entre TJPR / DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 convidados, autoridades, equipe de trabalho e imprensa. JUSTIÇA PRESENTE NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL O Justiça ao Torcedor, programa desenvolvido pela 2ª Vice-Presidência desde 2011, leva os serviços do Juizado Especial, especialmente o Criminal, aos estádios de futebol. São atendidas, em geral, as infrações penais de menor potencial ofensivo, contravenções penais e crimes cuja pena privativa de liberdade não seja superior a dois anos, cumulada ou não com multa, previstas em toda a legislação, não apenas no Estatuto do Torcedor. O programa é regulamentado pela Resolução n.º 07/2010, do Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais (CSJEs), e operacionalizado por meio de convênio específico entre o Tribunal de Justiça e os clubes. Atualmente participam o Clube 32 FUTURO Crianças visitam o Tribunal. Programa Justiça e Cidadania se Aprendem na Escola abre novos horizontes para os jovens. AGOSTO DE 2015 Atualmente, podem participar do programa Juízes de Direito, Juízes de Direito Substitutos e servidores atuantes no Foro Central e na Região Metropolitana da Comarca de Curitiba, que atuam principalmente nas atividades de realização de audiência. MUTIRÕES CARCERÁRIOS Atlético Paranaense e o Coritiba Foot Ball Club. O Justiça ao Torcedor atende às partidas consideradas de alto e altíssimo risco. A análise é elaborada a critério da 2ª Vice-Presidência, com respaldo em uma listagem mensal fornecida pela Demafe (Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos). São vários os fatores levados em consideração para a avaliação do grau de risco, tais quais histórico do confronto, se houve ocorrências nas últimas partidas entre os times envolvidos, apelo popular dos times, a probabilidade de lotação do estádio, momento na competição, se o jogo tem maior importância por se tratar, por exemplo, de um momento crucial no campe- onato, entre outras. De agosto de 2014 a junho de 2015, foram atendidos 30 jogos de alto e altíssimo risco, envolvendo ocorrências sobre as seguintes infrações: ameaça; incitação à violência (tumulto); injúria; dano; câmbio; desacato e porte de drogas para consumo pessoal. O objetivo principal do programa é prevenir a ocorrência das condutas delituosas nos eventos esportivos garantindo os direitos dos torcedores, conforme previsão do Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003). Além disso, o Justiça ao Torcedor pretende adequar e uniformizar as penas alternativas aplicadas aos infratores, visando minimizar a prática de violência ou delitos próprios ocorridos em eventos esportivos. 33 Diante da necessidade de um rigoroso acompanhamento da população carcerária no Estado, em sua grande parte formada por pessoas carentes, o Tribunal de Justiça do Paraná iniciou, no ano de 2011, um programa de mutirões carcerários permanentes em sede de execução penal. Diferentemente dos modelos meramente processuais, no Paraná os participantes da execução penal (Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública e Departamento de Execução Penal) se deslocam até a unidade prisional onde, em audiências concentradas, todos os incidentes de presos que cumpriram fração para benefícios são julgados, com todos os atos formais praticados durante as atividades. Além disso, sentenciados são ouvidos sobre eventuais faltas praticadas durante a execução da pena e solicitações de verificação e correção dos dados informatizados são analisadas. No caso das pessoas que ingressam em ambiente aberto, se necessário, são implantadas no programa Começar do Novo do Conselho Nacional de Justiça (com 4.903 vagas de trabalho e estudo). Até o momento foram realizados 51 mutirões carcerários, com o julgamento de 20.566 incidentes de execução, com a verificação de 58.017 processos executórios que redundaram na expedição de 9.618 alvarás de soltura. Os trabalhos levaram a uma redução na população carcerária na ordem de 2.500 pessoas. JUSTIÇA E CIDADANIA SE APRENDEM NA ESCOLA Idealizado no ano de 1993 pela Associação dos Magistrados Brasileiros, AMB, no Paraná, o programa foi desenvolvido pelo hoje desembargador Roberto TJPR / DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 TRÂNSITO Juizado Móvel, em Maringá, permite atendimento eficiente e busca a conciliação. Portugal Bacellar. Atualmente é coordenado pela 2ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça, e tem como objetivo divulgar às crianças e aos adolescentes da rede pública de ensino noções básicas sobre direitos e deveres, assim como facilitar e difundir o acesso à justiça, por meio de uma educação voltada à cidadania. Apenas nos últimos 10 meses, aproximadamente 40 escolas e mais de 10 mil estudantes participaram do programa. Apesar disso, sabe-se que o alcance é muito maior, já que o programa não se restringe apenas aos alunos. Crianças e adolescentes são agentes multiplicadores de informação e têm a possibilidade de repassar para seus familiares a informação adquirida. Dessa forma, mesmo que indiretamente, toda a comunidade acaba participando desta ação social. Também o trabalho dos voluntários está sendo estimulado. O convite ao Programa foi estendido de maneira direta a todos os magis- trados paranaenses, com o intuito de sensibiliza-los e esclarece-los. Dessa forma, o Justiça se Aprende da Escola deve ser ampliado para Comarcas que ainda não fizeram parte da programação. Uma maneira do Judiciário se integrar mais com o cotidiano das pessoas, rompendo aquele velho estigma de que a Justiça é algo distante, complexo e inacessível. JUIZADO MÓVEL DE TRÂNSITO O projeto, criado em junho de 2011, disponibiliza aos que transitam pelo perímetro urbano da cidade de Maringá, noroeste paranaense, serviços de atendimento jurídico promovendo a conciliação no caso de acidentes de trânsito sem vítimas. Nos últimos quatro anos atendeu 3.109 pessoas e realizou 1.505 audiências. E a efetividade apresentada pelo juizado móvel não para por aí: dos mais de mil acordos realizados, 94% são cumpridos voluntariamente. Os acordos são homologados 34 pelos juízes dos Juizados Especiais da cidade e pela coordenadora do projeto, Liéje Aparecida de Souza Gouveia Bonetti. COMBATE À EVASÃO ESCOLAR Com a intenção de evitar a evasão escolar nos municípios atendidos pela Comarca de União da Vitória, localizada na região sul do Paraná, o juiz Carlos Eduardo Mattioli Kockanny, em parceria com entidades públicas e privadas iniciou o projeto Combate à Evasão Escolar. O projeto começou a funcionar efetivamente nos municípios no ano de 2008, e conseguiu reduzir em aproximadamente 50% os índices de evasão escolar nas cidades de União da Vitória, Cruz Machado, Porto Vitória, Bituruna, General Carneiro, Paula Freitas e Paulo Frontin. O Combate à Evasão Escolar tem como meta o diálogo, com audiências públicas conduzidas pelo juiz com pais e alunos, oportunizando aos mesmos esclarecimentos sobre as consequências prejudiciais de tirar o filho da escola. AGOSTO DE 2015 TJPR / DIVULGAÇÃO AÇÃO Vista interna do Museu da Justiça, no TJPR. O magistrado também demostra para os participantes a importância do aprendizado e o direito à educação. Mattioli traz ao público os preceitos da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e Adolescente, frisando, inclusive, as possíveis consequências em caso de manutenção da situação da evasão, como por exemplo, que o abandono intelectual é crime. Porém é necessário ressaltar que o projeto teve também como finalidade paralela desde o início o incremento da rede de atendimento dos direitos das crianças e adolescentes na Comarca, por meio de medidas tomadas pelo Poder Judiciário, representado pela Vara da Infância e Juventude, incentivando-a, motivando-a, e capacitando-a, para efetivo trabalho em conjunto, o que raramente ocorre, em que pese a importância de uma rede que efetivamente atue na área infanto-juvenil. A MEMÓRIA DO JUDICIÁRIO PARANAENSE O Museu da Justiça abriga a história do Poder Judiciário e da ma- gistratura paranaense desde 1974. A inédita e pioneira inciativa foi do então presidente do TJPR, Desembargador Raimundo Mercer Júnior. Celebramos 41 anos de coleta e guarda de documentação, pesquisa e atendimento ao público, exposição de obras peculiares, de móveis e vitrais, de objetos históricos, disponíveis para mostra e estudo. O Museu da Justiça paranaense após ocupar outras sedes foi reinstalado, em 2011, na esplanada do prédio anexo do Tribunal, em espaço próprio, projetado para ser um centro dinâmico de atividades culturais. Na exposição permanente do Museu estão peças de mobiliário e objetos de arte, obras de mestres da pintura paranaense: De Bona, Nísio, Langue de Morretes, Traple, Garfunlel, Brzezinski, Guido Viaro, entre outros; objetos de decoração, tapeçaria, esculturas, móveis e coleções variadas. Em 2010 foi criado o Museu Virtual do Tribunal, ampliando o acesso do público ao acervo e disponi35 bilizando o catálogo de processos históricos dos séculos XVIII, XIX e início do XX. O Museu Virtual disponibiliza ainda o acesso remoto ao acervo histórico do Tribunal de Justiça. São quadros de artistas paranaenses consagrados, esculturas, mobiliário, objetos, fotografias, documentos e processos históricos relacionados à história do Poder Judiciário do Paraná e de seus Juízes e Desembargadores. CEJUSC DO 2º GRAU O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do 2º Grau está em funcionamento desde dezembro de 2008 e desde sua inauguração, além de realizar audiências de conciliação em processos que se encontram em 2º grau, tendo em vista sua estrutura, também auxilia outras Comarcas onde ainda não há CEJUSCs instalados. Dessa forma, em 3 de dezembro de 2010, após várias tratativas prévias, foi realizada uma audiência de conciliação que abrangeu TJPR / DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 PROCESSOS A 3° Vara da Família do TJPR realiza projeto de digitalização. Até o fim do ano, expectativa é ter 7.200 processos digitalizados. a ação civil pública 598/2008 e mais 1.084 ações de indenização propostas por moradores do Jardim Menino Deus contra a Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR, todas em trâmite na Comarca de Campina Grande do Sul, sendo que o acordo lá celebrado foi homologado em conjunto pelo então Coordenador Geral da Conciliação, desembargador Valter Ressel, e pela juíza de Direito daquela Comarca, Paula Priscila Candeo Haddad Figueira. Em março de 2011 a juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de São José dos Pinhais solicitou a realização de um pequeno mutirão temático em processos que tinham como parte a Borda do Campo empreendimentos imobiliários. Foram realizadas 18 audiências, com 10 processos extintos por acordo, num percentual de aproveitamento de 55,56%, os quais foram homologados pela juíza da Comarca. Em novembro de 2014 e em junho de 2015 foram realizados dois mutirões temáticos de conciliação solicitados pelos juízes das três Varas Cíveis da Comarca de São José dos Pinhais em processos que envolvem diversos loteamentos localizados naquela Comarca. Em junho de 2015 foram realizadas 305 audiências, com 55 processos extintos por acordo, num percentual de aproveitamento de 18,03%. A grande importância deste mutirão foi o fato de que muitos moradores estavam na iminência de perder suas casas. Além de auxiliar Comarcas onde ainda não há CEJUSCs instalados, o Centro Judiciário de solução de Conflitos e Cidadania do 2º Grau também realiza periodicamente mutirões temáticos de conciliação em processos em trâmite no 1º grau, os quais normalmente são solicitados por grandes empresas, tais como Bancos, empresas de telefonia, cias aéreas, lojas etc. Nesses mutirões, que podem ser tanto de processos do fórum cível quanto dos juizados especiais, sempre há um esforço para que a diretoria da empresa solicitante se faça 36 presente com propostas bem atrativas para o acordo e possibilidade de análise imediata de contrapropostas. Por isso, a importância de concentrar vários processos da mesma empresa em um único lugar. Em média, são realizadas 60 audiências por dia e aproximadamente 300 audiências em cada mutirão. Desde julho de 2009 o Centro de Conciliação e Cidadania do 2º grau já realizou 39 mutirões, com 5382 audiências realizadas e 2913 processos extintos por acordo, num percentual de aproveitamento de 54,12%. Esse índice de acordo poderá aumentar, pois o Centro de Conciliação e Cidadania do 2º grau conta hoje com 17 conciliadores voluntários, a maioria magistrados aposentados que se dedicam a causa porque realmente acreditam na conciliação como a melhor forma de resolver um conflito. CENTRO DE DIGITALIZAÇÃO A inclusão social de pessoas com deficiência também é uma AGOSTO DE 2015 TJPR / DIVULGAÇÃO PROJETO Alunos e professores dos cursos de Direito da Faculdade da Serra Gaúcha- FSG conhecem a APAC de Barracão bandeira defendida pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Desde o ano passado uma parceria entre o TJPR e a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu) viabiliza a contratação de deficientes auditivos para, em conjunto com estagiários de nível médio e superior, desenvolverem o trabalho de digitalização, validação e indexação dos recursos aos Tribunais Superiores. Esta inclusão coloca o TJPR e a Unilehu como pioneiros no Paraná em participar do Projeto de Inclusão Social, onde os deficientes auditivos realizam trabalhos diversificados ou seja, desenvolvem atividades intelectivas e não apenas mecanizadas. Devemos destacar que a produção do Centro de Digitalização do Paraná teve um grande avanço após a contratação dos deficientes auditivos que atuam de forma diferenciada na questão da qualidade e eficiência dos serviços prestados, agora, reconhecidos em âmbito nacional. RECUPERAR O PRESO – APAC No Paraná, a cidade de Barracão foi pioneira na instalação da APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. A Juíza de Direito Branca Bernardi comanda as atividades da APAC no Município desde 7 de novembro de 2012. O método, que se dedica à recuperação e à reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade, existe desde 1972 e iniciou em São José dos Campos/SP. A aplicação do método é realizada por funcionários da APAC, bem como por voluntários que, conhecendo o diferenciado método de aplicação da pena, trabalham com técnicas de valorização humana e de resgate da autoestima. A participação da comunidade é fundamental, sobretudo a confiança na regeneração do ser humano. Após os 3 anos iniciais de atividade, a APAC de Barracão já escreve uma história de sucesso, graças a uma dedicada equipe. 37 GESTÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL O Programa foi instituído no Poder Judiciário do Paraná em abril de 2010, pela Resolução Nº 08. Tem o objetivo de propor, implantar, coordenar, e divulgar projetos relativos à redução e minimização de impactos socioambientais, à gestão adequada dos resíduos gerados, ao uso racional e ao combate ao desperdício dos recursos naturais e dos bens públicos. O PGAS fundamenta-se nos pilares da sustentabilidade, consubstanciada na gestão ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, e à promoção do exercício da cidadania por meio de ações institucionais com impactos sociais positivos. Ginástica Laboral diária em todos os departamentos, arrecadação e doação de 800 livros para as Casas de Abrigo das Comarcas de Curitiba, Calculadora de emissão de CO2. Esses são apenas alguns dos projetos desenvolvidos pela equipe de Gestão Ambiental Sustentável. AGOSTO DE 2015 SINÔNIMO DE VANGUARDA COM PLANEJAMENTO URBANÍSTICO OUSADO, CURITIBA EXIBE SINAIS DE UMA METRÓPOLE MODERNA EM QUE DESPONTA, TAMBÉM, O MULTICULTURALISMO DO POVO Curitiba surpreende quem a visita. Conhecida como cidade planejada e inovadora, ela desperta em seus visitantes o interesse pelas soluções urbanísticas que a faz ser considerada uma das cidades de melhor qualidade de vida do Brasil, sendo referência em sistema de transporte público, coleta e gestão de resíduos sólidos, projetos de atendimento social e preservação do meio ambiente. Com uma população em torno de 1,8 milhão de habitantes, Curitiba é composta por várias etnias, que contribuíram para a formação da cultura e costumes curitibanos. Dos indígenas herdou-se o nome, Kurytyba, na linguagem dos índios Guarani, que significa pinheiral. Os colonizadores portugueses e negros ajudaram no desenvolvimento da vila para capital, em 1854. A partir de meados do século XIX, começaram a chegar à cidade os imigrantes de vários países, principalmente alemães, poloneses, italianos, ucranianos, japoneses, ingleses, franceses, espanhóis, holandeses, r ussos, sírios e libaneses. 38 TURISMO A Catedral de Curitiba atrai visitantes. A beleza de sua arquitetura merece destaque. AGOSTO DE 2015 TJPR / DIVULGAÇÃO Hoje, ruas, parques, praças, monumentos e restaurantes em Curitiba são brindados com as belezas culturais desses povos e oferecem ao visitante um desfile de cores e sabores inesquecíveis. Ao se caminhar por Curitiba, o visitante poderá observar o cuidado e o zelo que a administração pública e seus moradores demonstram pela cidade, com suas ruas e praças limpas, arborizadas e com belas flo- reiras decorando a cidade. Curitiba é pioneira em vários aspectos, que ajudaram na formação de sua imagem vanguardista. A primeira universidade do Brasil foi fundada na cidade em 1912, com empenho de várias personalidades da sociedade paranaense da época. Hoje, o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, é um dos símbolos adotados pelos moradores como referência 39 de Curitiba. A poucos passos dali, está a famosa Rua das Flores, o primeiro calçadão do país, com vocação para comércio, serviços e cafés, e considerada um shopping a céu aberto. Passear por lá é uma excelente oportunidade de fazer compras e experimentar um pouquinho o dia a dia curitibano. Destaca-se ali a Boca Maldita, uma tribuna ao ar livre, onde grupos de pessoas se reúnem nos cafés e bancos para discutir sobre temas da política e do cotidiano da cidade e do país. Junto a tudo isto está a avenida Luiz Xavier, considerada a menor avenida do mundo. O Largo da Ordem é o local para quem quer conhecer a Curitiba do passado, com seu conjunto de casarios e igrejas, revelando a arquitetura da antiga Vila Nossa Senhora da Luz. A Igreja da Ordem de São Francisco é hoje o prédio mais antigo da cidade, e aos domingos é realizada uma missa às 10 horas, com o ritual litúrgico todo em latim e cantos gregorianos. Anexo a ela, se encontra o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba, que reúne acervo com mais de 800 peças. Todos os domingos pela manhã, o Largo da Ordem é tomado pela maior feira da cidade, com mais de 1.300 artistas e artesãos que oferecem uma infinidade de produtos, que vão desde acessórios, souvenir, bijuterias, roupas, bolsas, móveis, bordados, artes plásticas, brinquedos, jogos artesanais, doces e salgados, comidas típicas e muito mais. À noite, a região virá ponto de encontro dos curitibanos em seus diversos bares. Modelo no desenvolvimento do transporte público, os ônibus e estações-tubos de Curitiba são ícones da inovação e da preocupação para com o cidadão, para que este tenha uma boa mobilidade urbana. Espalhadas AGOSTO DE 2015 TJPR/ DIVULGAÇÃO por toda a cidade, as estações-tubos e as canaletas, como são conhecidas as vias exclusivas de ônibus, já se tornaram parte da paisagem. Todos os anos, grupos do Brasil e do exterior vêm a Curitiba conhecer o eficiente sistema de transporte. Por todos os cantos, há um parque ou bosque para ser visitado e apreciado, somando ao todo 37 lugares ideais para prática de caminhada ou outra atividade física em meio ao verde e o canto das aves nativas. Considerada a praia do curitibano, eles ficam bem movimentados aos domingos, dia preferido para o encontro descontraído com amigos e familiares. Hoje a cidade possui 52 metros quadrados de área verde por habitante, uma das mais altas entre as capitais do Brasil. Alguns destes parques e bosques homenageiam os povos que ajudaram na formação e desenvolvimento de Curitiba, como o Parque Tingui, onde o nome do Parque e a estátua do Cacique Tindíqüera remetem aos índios guaranis, primeiros habitantes da região. Dentro do parque fica o Memorial Ucraniano, réplica de uma igreja ucraniana ortodoxa cujas faces de sua cúpula oitavada representam o entendimento humano. O Bosque Alemão é dedicado à memória dos povos germânicos, e conta com o Oratório de Bach – réplica de uma igreja presbiteriana de estilo neogótico, que funciona como sala de concertos, exposições e casa de chá. O Bosque João Paulo II, também conhecido como Bosque do Papa, em homenagem à visita de João Paulo II a Curitiba, em 1980. Pelos caminhos internos, encontram-se sete casas típicas polonesas em forma de aldeia, construídas em troncos encaixados no início da colonização da cidade. Dentre elas, destaca-se a Capela, que possui em seu interior a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia. A cidade dispõe de uma excelente infraestrutura para bem atender ao turista, com inúmeras alternativas de hospedagem em seus mais de 18 mil leitos, a maior parte 40 PARQUE Jardim Botânico de Curitiba: áreas livres e muito verde predominam na cidade. AGOSTO DE 2015 deles, localizados na região central da cidade. Conhecida por sua culinária rica e diversificada, Curitiba, oferece muitas opções gastronômicas. A começar pelos restaurantes de Santa Felicidade, que servem comida típica dos imigrantes italianos. Além disso, conta com inúmeros restaurantes de especialidades, entre frutos do mar, churrascarias e étnicos. Mas para aqueles que querem sentir o gostinho da autêntica comida paranaense, é preciso provar a sopa de pinhão, passar pelo barreado e finalizar a refeição com doces caseiros. Há ainda como opção as Feiras Gastronômicas, que ocorrem em diversos pontos da cidade no período das 17h às 22h, uma vez por semana em cada local, que oferecem grande variedade de pratos e quitutes. O consumidor encontra opções da cozinha brasileira, entre elas a mineira, baiana, gaúcha, amazônica e nordestina. Pratos típicos da culinária portuguesa, havaiana, japonesa, suíça, ucraniana, italiana e chilena também são oferecidos nas feiras. No quesito da Cultura, Curitiba mostra da mesma forma sua multiplicidade em atividades culturais, e abriga todos os anos, eventos já consolidados no cenário brasileiro, como a Oficina de Música, o Festival de Teatro de Curitiba e o Natal. Além dos grandes eventos, a cidade oferece uma agenda cultural permanente, que vai de teatro, música, canto e dança, até as exposições e programas montados por museus, galerias, salas de exposição e centros culturais. Em janeiro, Curitiba se torna musical, com a realização da Oficina de Música, um dos maiores eventos musicais da América Latina. Durante 20 dias, o evento conta com a participação de mais de 1.500 estudantes e professores de diversas áreas musicais, vindos de todos os continentes. Na Oficina, eles encontram um local para aprender, ensinar e compartilhar suas experiências, transformando Curitiba em palco de uma grande diversidade musical, que vai desde a música erudita e antiga, à eletrônica, popular e blues. No mês de março, a capital paranaense se envolve intensamente em atividades ligadas à cultura: é o Festival de Curitiba, um dos maiores eventos de artes cênicas da América Latina, que ocorre desde 1992. Além das já tradicionais Mostra Contemporânea, Fringe (mostra paralela) e Mostra de Teatro Infantil, ao longo do tempo, o festival incorporou exposições, CULTURA Vista externa da Ópera de Arame, teatro de estrutura metálica. TJPR/ DIVULGAÇÃO 41 AGOSTO DE 2015 TJPR/ DIVULGAÇÃO contemplar e desfrutar do local que escolher pelo tempo que quiser, reembarcando nos próximos ônibus que tem a cada 30 minutos. O serviço opera de terça a domingo, a partir das 9 h até às 17h30, com saída inicial na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Dentre os atrativos mais visitados pelos turistas estão: JARDIM BOTÂNICO BELEZA O parque Tanguá: paredões, cascatas e lagos. oficinas, lançamentos de livros e palestras. As apresentações ocorrem tanto em espaços culturais e teatros, quanto em espaços alternativos, como praças, ruas, bares e até mesmo dentro de ônibus e em elevadores. O Natal conta com uma programação de grandes eventos como o Natal do Palácio Avenida, onde todos os anos, o Coral infantil é a principal atração do espetáculo de Natal do HSBC em Curitiba. O Natal do Paço vem também se tornando uma tradição deste período, com apresentações na antiga sede da prefeitura, hoje transformado em Centro Cultural. A feira Especial de Natal que ocorre nas Praças General Osório e Praça Santos Andrade, complementam o eixo de eventos na região central. Além de diversas apresentações e decorações natalinas espalhadas por toda capital. Uma das formas de conhecer a cidade é embarcando em um dos ônibus double decker da Linha Turismo, linha especial que circula pelos principais pontos turísticos, entre eles, parques, museus, teatros, mirantes, espaços culturais, centro histórico, bairro gastronômico, memoriais étnicos e o recém-reformado Mercado Municipal. Com custo de 35 reais, onde se é permitido desembarcar em 4 dos 24 atrativos turísticos de sua preferência. O visitante poderá assim 42 O atrativo mais visitado de Curitiba. Além da estufa que lembra o antigo Palácio de Cristal de Londres, dos jardins geométricos e do bosque de mata nativa, o lugar abriga o Museu Botânico, com espécies que são referência nacional. O Museu ainda tem espaço para exposições, biblioteca e auditório. Atrás da estufa está localizado o espaço cultural Frans Krajcberg com exposição permanente de 114 esculturas desse artista e ambientalista. No local, também é possível visitar o Jardim das Sensações, trilha de 200 metros de extensão que o visitante percorre de olhos vendados, conhecendo com os demais sentidos plantas e algumas paisagens naturais. ÓPERA DE ARAME Um belíssimo teatro construído em estruturas metálicas que dão forma a tudo, desde poltronas até camarotes, coberto unicamente com vidro e confortavelmente instalado em uma ilha no meio de um lago, cercado por uma agradável área verde, tendo seu acesso através de uma ponte metálica. É uma das opções da cidade para realização de eventos com um ar de requinte, originalidade e descontração. Em uma área de 103.500 m², com Araucárias, lagos e cascatas de 10 metros de queda. Tem capacidade para aproximadamente 2 mil espectadores dentro do teatro e ao ar livre pode abrigar até 20 mil pessoas. PARQUE TANGUÁ Ocupa área de 235 mil m² e possui paredões de pedras, cascatas e lagos, com um túnel artificial de 50m escavado em uma das paredes rochosas. Unindo um lago a outro há uma passarela que leva os visitan- tes a um mirante. Possui ainda pista de cooper, ciclovia, lanchonete e estacionamento. PARQUE TINGUI Com área de 380.000 m², este parque tem em suas instalações o Memorial da Imigração Ucraniana com reprodução da Igreja de São Miguel Arcanjo, um dos monumentos ucranianos mais antigos do Brasil, cuja construção segue normas da igreja ortodoxa. Fazem parte ainda um campanário, um palco para apresentações folclóricas, exposição de pêssankas e um portal. TJPR/ DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 PARQUE BARIGUI O mais famoso parque de Curitiba é o Barigüi, que possui 1,4 milhão de metros quadrados e abriga dezenas de espécies de aves e outros animais silvestres. Dentre os equipamentos que o Parque possui constam: churrasqueiras, quiosques, pistas de bicicross e aeromodelismo, canchas poliesportivas, equipamentos para ginástica, estacionamento, restaurante, parque de diversões, Museu do Automóvel, Parque de Exposições e Centro de Convenções, Estação Maria Fumaça e a Sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Restaurantes e bares estão instalados sob o lago, muito apreciados nos finais de semana. BOSQUE DO PAPA Parque que homenageia a colônia polonesa e possui casas originais, feitas em madeira encaixada pelos imigrantes. O paiol datado de 1876, ano de início da colonização polonesa, e as outras casas abrigam acervo composto de mobiliário, utensílios domésticos e instrumentos agrícolas, destinam-se também às exposições de fatos relacionados à cultura e história polonesa ou à venda de artigos do artesanato polonês. BOSQUE ALEMÃO É um dos espaços públicos mais criativos da cidade. O bosque homenageia não apenas os imigrantes alemães como também o valioso legado da cultura alemã para a humanidade. Uma antiga igreja luterana abriga uma sala de concertos musicais. Outras atrações são: a trilha de João e Maria, que narra o conto dos irmãos Grimm, uma biblioteca infantil, a Torre dos Filósofos, mirante em madeira que permite vista panorâmica da cidade e da Serra do Mar e a Praça da Poesia Germânica, com a reprodução da fachada da Casa Mila, construção germânica do início do século, originalmente localizada no centro da cidade. LARGO DA ORDEM O Largo da Ordem é outro passeio imperdível, é o coração do setor histórico de Curitiba. O casario preservado, as igrejas da Ordem e do Rosário, o velho bebedouro, a Casa Vermelha, a Casa Romário Martins e o calçamento de pedras irregulares, guardam o passado da antiga Vila de 43 CRIATIVIDADE Vista do Bosque Alemão, em Curitiba: legado para a humanidade. AGOSTO DE 2015 TJPR/ DIVULGAÇÃO ANTONIO MECOP / SETUREL PE Nossa Senhora da Luz. É ali que surge o Memorial da Cidade, o espaço cultural destinado a guardar a memória de Curitiba. O circuito histórico se completa com as Ruínas de São Francisco, o belo Solar do Barão. Imperdível também é a feira de artesanato que ocorre aos domingos. MUSEU OSCAR NIEMEYER Maior e mais moderno do Brasil, projetado por Oscar Niemeyer em 2002, complementando uma obra que ele mesmo havia feito em 1976. O museu possui 16 mil m², sua estrutura é em formato de um olho, por isso muitos o conhecem como o museu do olho. Com foco nas artes visuais, arquitetura e design, está sempre com excelentes exposições. PASSEIO PÚBLICO Primeiro parque público de Curitiba com 70.000 m², no centro de Curitiba. Foi a primeira grande obra de saneamento da cidade, transformando um charco num espaço de lazer com lagos, pontes e ilhas em meio ao verde. Zoológico pioneiro de Curitiba abriga até hoje pequenos animais. Seu portão é cópia do que existiu no Cemitério de Cães de Paris. Possui três lagos, cada um deles com uma ilha e charmosas pontes de acesso. TORRE PANORÂMICA Com altura de 109,5 metros, a Torre da Oi, possui no seu topo um mirante que permite uma visão de 360° da cidade e entender o planejamento e organização urbanística de Curitiba. Conta também com o Museu do Telefone e posto de informações turísticas. PRAÇA TIRADENTES Considerada a principal praça de Curitiba, dominada pela Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz, centenária em 1993. Nesta região, em 29 de março de 1693, foi fundada Curitiba. Em 1880, em função da visita do Imperador Pedro II ao Paraná, o Largo passou a se chamar D. Pedro II. Nove anos mais tarde, na República, recebeu o nome atual de Praça Tiradentes. É ponto de encontro permanente, de caras lembranças para a memória comum aos curitibanos. 44 OLHO Acima, o museu Oscar Niemayer, obra do famoso arquiteto brasileiro. AGOSTO DE 2015 FOTOS: TJPR/ DIVULGAÇÃO PATRIMÔNIO Cataratas do Iguaçu: obra-prima da natureza. PARANÁ DE ENCANTOS EM FOZ DO IGUAÇU, NAS SERRAS OU NO LITORAL, BELEZAS NATURAIS MOVIMENTAM O TURISMO NUM ESTADO RICO EM DIVERSIDADE Os inúmeros atrativos turísticos sa a ser um destino dos mais badala- em Tibagi; as cachoeiras de Prudo Estado do Paraná conquistam a dos na temporada de Verão. dentópolis; as fazendas de café em cada dia uma boa parte da preferênMas o Paraná não vive apenas Londrina. A diversificada e bem cia dos turistas domésticos e inter- de seus destinos indutores. Em temperada Gastronomia sintetizanacionais, que realizam viagens de suas 14 Regiões Turísticas, vários da o seu excelente apelo com pralazer ou a negócios pelo Brasil. roteiros e caminhos se consolidam tos típicos e festividades em todo Além da Capital, Curitiba, Foz do e conquistam espaço no Sul do o Estado. Os roteiros do Turismo Iguaçu e o Litoral se mostram em Brasil. Dentre eles figuram Ponta Religioso, em várias regiões, são excelente posição neste ranking. Grossa e o Parque de Vila Velha uma outra opção que cresce e moDesponta ainda com destaque a Ilha (na região dos campos Gerais). vimenta o setor. Todo este potencial do Mel, um dos cartões de visita de Outros atrativos de grande apelo fez nascer o Programa Paraná TurísParanaguá e do Litoral, que melhora são os Corredores das Águas no tico, que incentiva os paranaenses a em muito a sua infraestrutura e pas- Noroeste; o Cannyon Quartelá, visitarem os atrativos de sua terra. HISTÓRIA Estrada de ferro Curitiba-Paranaguá. PARAÍSO Ilha do Mel, Paranaguá. 45 SANTA FELICIDADE Bairro onde se estabeleceram alguns dos primeiros imigrantes italianos chegados ao Paraná, onde se dedicaram à produção de hortigranjeiros, à plantação de erva, ao fabrico de vinho e queijo e ao trançado de vime. É o bairro gastronômico da cidade, onde uma infinidade de restaurantes oferece a comida típica e o vinho da colônia. Quase em frente à igreja está situado o cemitério, com seu inédito panteão constituído por 18 capelas em estilo neoclássico e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico. Merece destaque pela sua arquitetura a Casa dos Gerânios, a Casa dos Painéis, Casa das Arcadas, Casa de Contos, Casa Italiana e Casa Culpi. Existem ainda vinícolas e cantinas de vinho, lojas de artesanato e móveis de vime. WIKICOMMONS / PREFEITURA DE CURITIBA AGOSTO DE 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Palácio da Luz, na definição do historiador Alfredo Romário Martins. Primeira Universidade reconhecida do Brasil no verdadeiro sentido do termo: conjunto de cursos de nível superior. Foi criada em 1912, pelo empenho de ilustres paranaenses. Nasceu na Rua Comendador Araújo, mas ainda na década de 10 veio para o atual endereço, dominando a Praça Santos Andrade. TEATRO GUAÍRA Memória viva da cultura multifacetada dos curitibanos é um dos maiores teatros da América Latina. O Teatro possui três auditórios, o maior deles com 2.173 lugares. MERCADO MUNICIPAL Tradicional ponto para comprar iguarias de todo o mundo. Interligado a ele, o Primeiro Mercado Orgânico do Brasil oferece produtos certificados com selo de produto sem agrotóxicos e aditivos químicos. PRAÇA DO JAPÃO Homenagem aos filhos do “Sol Nascente” que aqui se radicaram dedicando-se à agricultura. Existem espalhadas pela praça 30 cerejeiras enviadas do Japão pelo Império Nipônico, e lagos artificiais nos moldes japoneses. Em 1993, foi construído o Portal Japonês, a Casa da Cultura e a Casa de Chá. 46 AGOSTO DE 2015 CLIMA FAVORECE OS PASSEIOS AO AR LIVRE ATRAÇÕES Acima, detalhe da fachada do tradicional teatro Guaíra, no centro de Curitiba. Ao lado, a Praça do Japão. O clima da região é outra atração de Curitiba, com temperaturas amenas ao longo do ano, com temperatura média máxima no verão de 27,4° C e média mínima no inverno de 9,6° C (SIMEPAR, 2012), é considerada a capital mais fria do Brasil, fazendo da estação do inverno mais um elemento de charme, que encanta ao turista. É neste período que acontece o Festival de Inverno, com atrações espalhadas pela cidade, oferecendo aos moradores e turistas uma gama de eventos. O segmento de turismo religioso vem ganhando força no incremento da atividade turística em Curitiba, em virtude da sua formação étnica, derivada de vários povos. A cidade possui inúmeros pontos de visitação com esta temática, dentre eles igrejas tradicionais e ortodoxas, santuário, terreiros de umbanda e candomblé, templo islâmico, templo budista, sinagoga, centro espírita, sítios arqueológicos, edificações de valor arquitetônico e histórico, memoriais, cemitérios, museus e festas religiosas. No setor histórico, se tem evidências desta multiplicidade religiosa, onde num tour pelo local, o visitante encontra lugares sagrados de várias religiões, dentre elas a Católica, Presbiteriana e a Islâmica. Da Estação Rodoferroviária parte o passeio de trem. O trajeto é realizado de trem ou litorina pelos trilhos seculares da Estrada de Ferro, que liga Curitiba, Morretes e Paranaguá. O roteiro apresenta o que há de mais magnífico em natureza, preservação ambiental, cultura e patrimônio histórico. A Estrada de Ferro que corta a Serra do Mar é considerada uma das maiores obras de engenharia já construída pelas mãos do homem. Neste trecho aproveite para observar a passagem do Rio Ipiranga que corta toda essa área. Outro destaque é a encantadora Cachoeira Véu da Noiva que impressiona pelo grande volume de água que sai da rocha e pelo barulho ensurdecedor feito pela queda d´água. Também merecem atenção o Pico do Diabo (enorme rocha com uma fenda entre duas escarpas), a Garganta do Diabo e o Santuário do Cadeado. Chegando à Estação de Marumbi uma parada para fotos do Pico do Marumbi, que se destaca pela altura (com 1.539 metros) e pelo conjunto de montanhas. Este ponto é bastante utilizado para a prática de montanhismo e de outros esportes radicais. Fonte: Instituto Municipal de Turismo – Curitiba Turismo e Curitiba, Região e Litoral Convention & Visitors Bureau (CCVB). 47 AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS TJMA / DIVULGAÇÃO MARANHÃO ENFRENTA CRISE COM INOVAÇÃO DEPOIS DE DECLARAR ESTADO DE EMERGÊNCIA POR CAUSA DE REBELIÕES, JUDICIÁRIO MARANHENSE APOSTA EM EXPERIÊNCIA PIONEIRA. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA DESAFOGA UNIDADES PENITENCIÁRIAS E GARANTE JUSTIÇA CÉLERE E HUMANIZADA. Uma grave crise carcerária sacudiu o Estado do Maranhão no ano de 2013. O governo declarou estado de emergência no sistema penitenciário. Tropas da Força Nacional e da Polícia Militar foram empregadas para reprimir a violência e garantir a segurança nos presídios. Facções criminosas foram responsabilizadas pela morte de sessenta presos. A superlotação carcerária foi apontada como a principal causa das rebeliões. Mais de 6.500 presos se encontravam recolhidos nas unidades prisionais maranhenses, construídas para abrigar, no máximo, 3.600. Desses, 60% cumpriam prisão provisória, dividindo celas com presos condenados. Para encontrar soluções, foi criado o “Comitê de Gestão Integrada de Pacificação nas Prisões”, composto por representantes do Executivo, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e OAB, e instituído o “Pacto para a Instituição de Política de Alternativas Penais e Criação de Câmaras de Apoio à Aplicação de Alternativas Penais”. O Tribunal de Justiça do Maranhão e a Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária ficaram responsáveis pela gestão da Política de Alternativas Penais. Dentre outras medidas, a ação conjunta resultou na adoção das audiências de custódia, procedimento pelo qual o preso é levado, 48 SOLUÇÃO O desembargador Fróz Sobrinho e o juiz Fernando Mendonça falaram sobre a importância da audiência de custódia. AGOSTO DE 2015 sem atraso, à presença do juiz, a fim de que seja analisada a aplicabilidade e a legalidade da prisão provisória, bem como a ocorrência de maus-tratos ou tortura. No dia 17 de outubro de 2014, o Sistema de Audiências de Custódia foi implantado junto à Central de Inquéritos do Fórum de São Luís, onde são distribuídos os inquéritos policiais e autos de prisão em flagrante oriundos das varas criminais e do plantão criminal. A iniciativa, pioneira dentre as cortes estaduais, foi regulamentada por meio de Provimento da Corregedoria Geral da Justiça do TJMA, que disciplina e supervisiona os trabalhos. Durante a audiência de apresentação, o juiz ouve o preso, avalia as circunstâncias do flagrante, a conduta e situação criminal do autuado e decide, conforme o caso, pelo relaxamento da prisão, pela concessão da liberdade provisória – com ou sem medida cautelar – ou, ainda, pela conversão da prisão provisória em prisão preventiva. A participação efetiva do promotor de Justiça e do advogado ou defensor público na oitiva é obrigatória. Dentre outros benefícios, a aplicação dessa sistemática permite ao Judiciário aproximar no tempo os fatos e circunstâncias do crime; focalizar a conduta social e a vida pregressa do acusado e qualificar a prisão dos autuados. Promove, ainda, a celeridade processual e a redução dos custos carcerários e processuais. Para o preso, a audiência de custódia contribui para reduzir a reincidência em novos crimes e proporciona a aproximação e cooperação das suas famílias no monitoramento das medidas alternativas ao encarceramento. Segundo informações da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do TJMA, no período de outubro do ano passado a junho deste ano, mais da metade da metade dos autuados em flagrante ouvidos nas audiências de custódia já foram liberados do encarceramento. Das 475 audiências de custódia realizadas desde a implantação do projeto, 250 resultaram em liberda- TJMA / DIVULGAÇÃO de provisória (52,63%) e 225 em prisão (47,37%). Em 2015, a unidade passou a notificar os tipos de ocorrência, tendo realizado 384 audiências e registrados os flagrantes relacionados a entorpecentes (36,72%), roubo (34,90%); outras ocorrências (14,32%); furto (9,11%) e porte de arma (4,95%). APERFEIÇOAMENTO DAS AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA Em junho deste ano, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, assinou, em São Luís, um Termo de Cooperação Técnica com o Poder Judiciário do Maranhão, Poder Executivo, Ministério Público, OAB e outros parceiros, objetivando a consolidação das rotinas de execução penal, a aplicação de alternativas penais e o aperfeiçoamento das audiências de custódia. Na oportunidade, o ministro falou das duas principais dificuldades enfrentadas pelo Poder Judiciário brasileiro - a cultura do encarceramento e o excesso de litigiosidade judicial – refletidas pelos atuais 600 mil presos e 100 milhões de processos em tramitação. E afirmou o apoio do CNJ à política 49 RESULTADOS Juiz Fernando Mendonça coordena audiência de custódia no Fórum de São Luís. Celeridade garante Justiça eficiente. AGOSTO DE 2015 RIBAMAR PINHEIRO / TJMA da audiência de custódia, que respeita pactos internacionais de promoção dos direitos humanos, reduzindo as prisões desnecessárias e melhorando o processo de ressocialização. O presidente do STF disse considerar a medida um grande avanço civilizatório. “Nos estados onde já implantamos as audiências de custódia, estamos conseguindo a libertação, mediante condições, em média, de 45% a 55% dos presos. Imaginem que, se nós temos hoje 240 mil presos provisórios, vamos, pouco a pouco, esvaziando os cárceres e reservando a prisão somente para aqueles que são presos perigosos para a sociedade”, disse o ministro. “As audiências vêm sendo feitas no Maranhão, com grande sucesso, desde 2014. Com a apresentação sem demora do preso e a possibilidade de liberação imediata, o encarceramento vem diminuindo. Essa é uma forma de humanizar o tratamento ao preso, dar celeri- dade ao processo e separar o joio do trigo”, complementou a presidente do TJMA, a desembargadora Cleonice Freire. A Escola Superior da Magistratura do Maranhão capacitou 23 magistrados para presidir as audiências de custódia na capital. Mais 50 vagas foram abertas para o treinamento das comarcas da região de Imperatriz – a segunda maior comarca do Estado, para que as audiências sejam realizadas até dezembro deste ano. A partir de 2016, as audiências deverão ser realizadas nas demais comarcas. A execução das audiências de custódia vai ao encontro das deliberações da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969, ratificando o já expresso no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966; que prevê, expressamente, que toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra 50 RESULTADOS Audiências de custódia garantem celeridade e eficiência aos processos judiciais. AGOSTO DE 2015 TJMA / DIVULGAÇÃO autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. Considera, ainda, que a prisão preventiva não é regra geral. Um projeto de lei apresentado ao Congresso Nacional em 2011 prevê a obrigatoriedade das audiências de custódia em todo o país; no entanto, o Congresso ainda não decidiu sobre essa questão. Em fevereiro de 2015, o Conselho Nacional de Justiça lançou o projeto “Audiência de Custódia’, a fim de institucionalizar essa prática nas cortes estaduais. O projeto prevê também a estruturação de centrais de alternativas penais, centrais de monitoramento eletrônico, centrais de serviços e assistência social e câmaras de mediação penal. COLÉGIO DE PRESIDENTES RECOMENDA AUDIÊNCIAS O documento deliberativo do 103º Encontro Nacional do Colégio de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, ocorrido de 18 a 20 de junho, em Pernambuco, recomendou a adoção das audiências de custódia nos casos de prisão em flagrante na Justiça estadual. A “Carta de Recife” enfatiza a implantação do Sistema de Audiências de Custódia, como “instrumento célere e eficaz para a solução de conflitos, defesa dos direitos fundamentais e garantia da cidadania”, assim como a instalação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania – CEJUSCs. Durante o encontro, o juiz Fernando Mendonça (titular da 2ª Vara de Execuções Penais de São Luís), coordenador da implantação do projeto no Judiciário do Maranhão, proferiu palestra sobre o funcionamento do sistema, que garante a oitiva judicial de presos em flagrante no prazo de 48 horas da notificação da prisão. Em sua explanação, o juiz Fernando Mendonça falou sobre a estrutura criada pelo Judiciário para a realização das audiências de custódia, com o objetivo de efetivar o controle judicial da legalidade da prisão e verificar eventuais abusos físicos e psicológicos contra o preso. “As audiências de custódia representam uma verdadeira revolução na Justiça Criminal do Brasil, tendo em vista que o crivo a ser feito pelos juízes sobre a legalidade ou não da prisão, e eventuais abusos de autoridade, torna a atividade dos órgãos de segurança pública muito mais qualificada, fazendo com que a seleção de quem deve ser preso ou solto, por lei, seja mais criteriosa”, explicou o juiz. A presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargadora Cleonice Freire, foi representada no encontro pelo desembargador Fróz Sobrinho, coordenador-geral da Unidade de Monitoramento e Fiscalização – e responsável pelo assessoramento, suporte e acompanhamento da execução do trabalho das audiências de custódia do Judiciário maranhense. “A audiência de custódia é mais um instrumento para auxiliar as autoridades judiciárias e de segurança pública na qualificação do ingresso do preso no sistema penitenciário e na garantia da efetividade da Justiça Criminal”, destacou o desembargador, durante a reunião. 51 REVOLUÇÃO Para a presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargadora Cleonice Freire, as audiências de custódia funcionam como crivo sobre a legalidade ou não da prisão. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS "JUSTIÇA E PAZ EM CASA” FAZ SUCESSO NO AMAPÁ CAMPANHA DO TJAP MOSTRA MEDIDAS DE PROTEÇÃO ÀS MULHERES E REFORÇA O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. SOLENIDADE MARCOU O SUCESSO DA SEGUNDA ETAPA DA AÇÃO. FOTOS: KELISON NEVES / TJAP O Tribun al d e Ju stiça do Ama pá (TJAP ) en cer ro u co m sucesso a 2ª edição d a Camp anha “Justi ça e Paz em Casa”. A solenida de oco r reu n o Fór u m de M a ca pá, com a presen ça d a Pr esidente d o Trib u n al de Ju stiça do Amap á, d esembarg ad o ra S ueli Pini, de magistrados, ser v idores, re presentantes d e secreta r ia s estadu ais e mu n icipa is e da so cied ade. A campanha ocor reu durante toda a semana com o objetivo de dar mais visibilidade aos casos que envolvem a violência familiar e, também, mostrar o sucesso obtido pelas medidas protetivas que a Justiça concede às mulheres. Com o slogan “Viver sem violência é um direito da mulher”, a campanha foi realizada em todo o país e é uma ação do Supremo Tribunal Federal, executada pela Justiça do Amapá por meio do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Durante toda a semana, os Juizados da Violência Doméstica, Varas Criminais e Tribunais do Júri de todas as Comarcas do Amapá intensificaram os julgamentos de crimes contra a mulher. (Com infor mações do TJAP) RECONHECIMENTO A desembargadora Sueli Pini, presidente do TJAP, destacou o sucesso da campanha “Justiça e Paz em Casa”. Magistrados e servidores prestigiaram a solenidade. 52 䄀琀漀猀 䨀甀爀搀椀挀漀猀 匀攀最甀爀愀渀愀 搀漀猀 䄀琀漀猀 䨀甀爀搀椀挀漀猀 䄀 䌀一䤀䈀㼀 䨀섀 䌀伀一䠀䔀䌀䔀 䄀 䌀一䤀䈀㼀 䨀섀 䌀伀一䠀 ⸀漀爀最⸀戀爀 眀眀眀⸀椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀⸀漀爀最⸀戀爀 眀眀眀⸀椀渀 䨀섀 䌀伀一䠀䔀䌀䔀 䄀 䌀一䤀䈀㼀 䄀 䌀一䤀䈀㼀 攀琀椀瘀椀搀愀搀攀 搀愀猀 䔀昀攀琀椀瘀椀搀愀搀攀 搀愀猀 猀攀猀 䨀甀搀椀挀椀愀椀猀 䐀攀挀椀猀攀猀 䨀甀搀椀挀椀愀椀猀 ⬀㌀⸀㘀㠀⸀㈀㤀 眀眀眀⸀椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀⸀漀爀最⸀戀爀 攀最甀爀愀渀愀 搀漀猀 匀攀最甀爀愀渀愀 搀漀猀 䄀琀漀猀 䨀甀爀搀椀挀漀猀 䄀琀漀猀 䨀甀爀搀椀挀漀猀 ⬀㌀㠀⸀㐀㜀㔀 ⸀漀爀最⸀戀爀 伀爀搀攀渀猀 搀攀 椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 ⬀㌀⸀㘀㠀⸀㈀㤀 ⬀㔀㐀⸀ 㐀㔀 䄀挀攀猀猀漀猀 倀攀猀猀漀愀猀 挀漀洀 戀攀渀猀 椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀稀愀搀漀猀 䄀挀攀猀猀漀猀 ⬀㌀⸀㘀㠀⸀㈀㤀 ⬀㌀⸀㘀㠀⸀㈀㤀 ⬀㔀㐀⸀ 㐀㔀 ⬀㌀㠀⸀㐀㜀㔀 ⬀㌀㠀⸀㐀㜀㔀 䔀昀攀琀椀瘀椀搀愀搀攀 搀愀猀 䐀攀挀椀猀攀猀 䨀甀搀椀挀椀愀椀猀 倀攀猀猀漀愀猀 挀漀洀 戀攀渀猀 䄀挀攀猀猀漀猀 伀爀搀攀渀猀 搀攀 伀爀搀攀渀猀 搀攀 椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀稀愀搀漀猀 椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 䴀愀椀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀㨀 攀琀椀瘀椀搀愀搀攀 搀愀猀 猀甀瀀漀爀琀攀䀀椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀⸀挀漀洀⸀戀爀 䴀愀椀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀㨀 䴀愀椀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀㨀 䄀挀攀猀猀漀猀 猀甀瀀漀爀琀攀䀀椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀⸀挀漀洀⸀戀爀 猀甀瀀漀爀琀攀䀀椀渀搀椀猀瀀漀渀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 猀攀猀 䨀甀搀椀挀椀愀椀猀 AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS CJG-MA / DIVULGAÇÃO TRIBUNAL DA BAHIA AVANÇA NA DIGITALIZAÇÃO PREMIAÇÃO FORTALECE META DO JUDICIÁRIO BAIANO DE DIGITALIZAR TODO O ACERVO DE PROCESSOS FÍSICOS. REGISTROS INFORMATIZADOS MELHORAM O AMBIENTE DE TRABALHO E GARANTEM TRANSPARÊNCIA NA MOVIMENTAÇÃO DE PROCESSOS. Oito unidades judiciais do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) que integram o Projeto TJBA Virtual foram premiadas por iniciativas em favor da modernização processual. Mais que a digitalização do acervo, as mudanças positivas no ambiente de trabalho e a transparência total na movimentação do processo são os principais ganhos, segundo a avaliação do juiz Júlio Gonçalves Júnior, da Vara Criminal de Valença, no Baixo Sul. O projeto iniciou-se com a publicação do Decreto Judiciário nº 216/2015. O diretor-geral do TJBA, Franco Bahia, lembrou-se da data exata de início do projeto, 27 de fevereiro, ao destacar a participação das unidades que já operam com o acervo 100% digital. “É importante acreditar para poder dar certo”, disse, ao agradecer os juízes. Magistrados e servidores da Vara da Infância e Juventude de Ilhéus; da 1ª Vara Cível de Juazeiro; da 2ª Vara Cível e Fazenda Pública de Jequié; da 2ª Vara Criminal de Simões Filho; da 2ª Vara Criminal de Valença; e dos juizados especiais cíveis de Euclides da Cunha, Canavieiras e Lauro de Freitas receberam a premiação, representada no selo Unidade Virtual, das mãos do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Eserval Rocha. Além do juiz Júlio Gonçalves, que usou o parlatório para se dirigir à plateia, o juiz Valnei Mota, da Vara Cível de Miguel Calmon, fez uso da palavra. 54 PRÊMIO Unidades do TJBA premiadas confirmam o sucesso da digitalização de processos na Bahia. Era do papel fica no passado. AGOSTO DE 2015 Ele contou sobre a mobilização promovida na comarca, após a reunião com servidores, advogados, representantes da Prefeitura e outras instituições da sociedade civil, para explicar a importância da digitalização de processos. “Após o trabalho, três colaboradores conseguiram emprego”, lembrou, se referindo a voluntários que participaram da digitalização e enfatizando a importância de como iniciativas como essa podem contribuir para o crescimento profissional. O magistrado também falou sobre métodos para motivar e integrar a equipe de servidores e a comunidade no processo de digitalização. “É importante que a sociedade civil participe e saiba o que representa trabalhar com acervo virtual”, disse. MÉRITO O juiz da 2ª Vara Cível e Fazenda Pública de Jequié, Tibério Coelho Magalhães, transferiu o mérito para a equipe de cinco servidores, que se comprometeram a digitalizar, cinco processos, por dia, até transformar todo o acervo de papel em meio digital. Ao pensar brevemente sobre o trabalho desenvolvido, o magistrado esboçou o conceito de “investimento em tempo”, que segundo ele, leva a comunidade a quem interessa o processo, “ganhar mais à frente as horas investidas na digitalização hoje”. Para o juiz Tibério, é preciso pensar também numa alteração da noção tradicional, construída ainda na modernidade, sobre as categorias espaço e tempo. “Agora, temos todo o espaço, e nem precisamos mais dele, e muito mais tempo que antes”, disse. O juiz dos Juizados Especiais de Canavieiras, Eduardo Gil Guerreiro, está há dois anos na comarca e contou a satisfação sentida por toda equipe, quando os processos alcançaram os 100% de digitalização. Segundo Guerreiro, o mérito deste trabalho cabe aos servidores da comarca. “É outra realidade poder acessar o processo qualquer hora, não mexer mais em papel, poder levar o trabalho para onde eu estiver. É um ótimo avanço”, disse. O titular do Juizado Especial Cível de Lauro de Freitas, Marcelo Brandão, afirmou que o reconhecimento por parte da entrega do selo Unidade Virtual é mais uma motivação para a equipe, que vem desenvolvendo um “grande esforço”, na palavra do magistrado. A secretária Carla Madalena, da 2ª Vara de Juizados de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, tem 11 anos na comarca. Ela considera a digitalização um dos principais avanços do Judiciário. “Contemplou nossa saúde, celeridade, a satisfação do público. Esse sistema virtual conseguiu contentar a todos”, afirmou. A juíza Keyla Brito, que está no Juizado de Juazeiro desde 2007, junto com a escrivã Zuleica Xavier, exalta a melhora da saúde, além do avanço do controle total sobre o trabalho, a rapidez e a diminuição do acervo. “Vivíamos em crise alérgica, mexendo em muitos papéis”, disse a escrivã. “Agora, não usamos mais remédios. O clima equipe melhorou bastante.” A juíza disse que “o trabalho foi feito em três semanas, graças aos servidores, colaboradores e estagiários”. (Com informações da Ascom/TJBA) 55 AVANÇO O TJBA Virtual apresenta resultados significativos: transparência, celeridade e melhores condições de trabalho. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS TJTO / DIVULGAÇÃO TJTO FORTALECE AÇÕES DE PRODUTIVIDADE PROJETO DIAGNÓSTICO E FORTALECIMENTO DOS JUDICIÁRIOS ESTADUAIS RELATÓRIO TJ do Tocantins deu passo importante para aumentar a produtividade e melhorar a gestão orçamentária. PROPÕE AÇÕES INOVADORAS PARA OBTER MELHOR GESTÃO ORÇAMENTÁRIA NOS TRIBUNAIS E GARANTIR EFICIÊNCIA NO ANDAMENTO DOS PROCESSOS O Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins apresentou o relatório final de acompanhamento do projeto piloto Diagnóstico e Fortalecimento dos Judiciários Estaduais, que propõe ações inovadoras para aumentar a produtividade do Poder Judiciário. O trabalh integra um plano do qual fazem parte, também, os TJs de Minas Gerais e Mato Grosso, com apoio da consultoria prestada pela EloGroup. A conclusão agora será enviada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), coordenador do projeto. O juiz auxiliar do TJTO, Esmar Custódio Vêncio Filho, afirmou que dentro da proposta da atual Presidência do Tribunal de Justiça e considerando o programa de gestão estratégica já elaborado e as metas do CNJ, vários projetos foram implementados e idealizados sempre em busca de uma prestação jurisdicional mais célere e de qualidade. "Mesmo enfrentando problemas orçamentários e ausência de material humano, temos priorizado a otimização dos trabalhos mediante boas práticas e projetos como as Secretarias Criminais Unificadas de Palmas, Contadorias Unificadas, Juiz Colaborador, entre outros", afirmou. FINALIDADE Segundo Renato Alves Go56 mes, assessor jurídico da Diretoria Geral do TJTO, a finalidade maior é identificar quais são os gargalos nas áreas de pessoal e financeira e encontrar soluções para equalizar o uso da mão-de-obra, gerando mais produtividade e economia nos recursos orçamentários do Poder Judiciário tocantinense. “Para chegar a este objetivo”, disse Gomes, “foram realizados estudos e desenvolvidos vários projetos. Entre eles, temos um projeto piloto em Palmas que unificou o cartório das três varas criminais da capital, criando a Secretaria das Varas Criminais de Palmas (Secrim). Os gabine- AGOSTO DE 2015 tes dos respectivos juízes permanecem individualizados, mas o cartório que presta serviço aos magistrados foi unificado. Com a implantação da Secrim, a mão de obra está sendo otimizada”. Outro ponto destacado foi a criação das Contadorias Judiciais Unificadas (Cojun). Hoje, quase todas as comarcas tocantinenses têm uma contadoria. Algumas delas estão sobrecarregadas e outras não. A unificação permitirá que, através do processo eletrônico, todas elas possam acessar uma só base de processos, que serão baixados em ordem cronológica. “Com isso”, esclarece o assessor, “nós vamos dividir o trabalho daquela comarca que está sobrecarregada com a que não está, dando celeridade à prestação do serviço ao jurisdicionado”. TRABALHO REMOTO Os estudos do projeto Diagnóstico e Fortalecimento dos Judiciários Estaduais apontaram para a necessidade de implantar o trabalho remoto no âmbito do Poder Judiciário, que se resume no aproveitamento da mão de obra subutilizada em deter minada comarca para dar supor te provisoriamente à outra comarca que está sobrecar regada, sem necessidade de deslocamento. O projeto será desenvolvido em módulos independentes que, ao final, se interligarão, formando uma grande e única escrivania virtual. Para chegar a esse objetivo estão sendo desenvolvidos os seguintes módulos: Secretaria da Varas Criminais da Comarca de Palmas (Secrim), Contadorias Judiciais Unificadas (Cojun), Escrivania em Rede, o Programa de Colaboração Judiciária (Juiz Colaborador) e, posteriormente, o Teletrabalho. CAMINHOS DA JUSTIÇA Entre as ações de integração do piloto coordenado pelo CNJ está o projeto Caminhos da Justiça. A iniciativa visa promover o encontro entre a Presidência, alta gestão do TJ-TO, magistrados e servidores para troca de informações em busca do aperfeiçoamento dos serviços prestados aos jurisdicionados. O projeto percorrerá as 42 Comarcas do Estado, sendo que até o momento foram em 29 delas. O encontro acontece de forma direta e prática, quando o presidente e os dirigentes do TJ-TO apresentam alguns Projetos Estratégicos do Poder Judiciário e tiram dúvidas dos servidores e magistrados sobre as diretrizes da gestão. Cada comarca é convidada a formar uma comissão para apresentar, em um prazo de dez dias, os problemas de cada uma delas e indicar soluções para uma prestação jurisdicional mais célere e eficaz ao cidadão. A Presidência do TJ-TO estabeleceu um prazo de até 30 dias, após o recebimento, para responder às ponderações apresentadas FINANÇAS Ações previstas dentro do projeto piloto coordenado pelo CNJ para implantação do modelo na área de Recursos Orçamentários pelo TJTO prevêem a seleção do grupo de despesas a serem gerenciadas (água, energia elétrica e telefonia); agrupamento dos fóruns (comarcas) por similaridade (metros quadrados); estabelecimento por faixas para o resultado do agrupamento (quartil); análise dos fóruns enquadrados na faixa branca (acima do 3º quartil); definição de metas e indicadores; criação de 57 equipe de monitoramento; criação e designação de gestores de pacotes e indicação de gestores de comarcas. Considerando-se o mês de junho como período de implantação, conscientização e esforços, espera-se uma redução no grupo de despesas até 31/12/2015, da ordem de R$ 150.998,49, considerando as metas estabelecidas para cada fórum (comarca).O segundo ciclo será deflagrado com o mesmo grupo de despesas, mas desta vez no prédio do TJTO e seus anexos, a partir de setembro/2015. De forma perene, outras despesas também serão gerenciadas com estabelecimento de metas de redução e gestão equilibrada. A Diretoria Financeira iniciou os trabalhos de divulgação do projeto entrando em contato com todos os diretores de foros, informando os procedimentos a serem adotados no acompanhamento das despesas das respectivas comarcas e enfatizando a importância no engajamento de todos no cumprimento das metas estabelecidas. Importante frisar, que todos os diretores receberam o comunicado com entusiasmo e motivação na busca do resultado almejado. Equipe técnica do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins: Esmar Custódio Vêncio Filho, juiz auxiliar da presidência e coordenador do projeto; Juliana Alencar Wolney Cavalcanti Ayres, diretora de Gestão de Pessoas; Maristela Alves Rezende, diretora Financeira; João Ornato Benigno Brito, assessor técnico da Coordenadoria de Gestão Estratégica, Estatísticas e Projetos e Renado Alves Gomes, assessor jurídico da Diretoria Geral.(Com informações da Cecom/TJTO) AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS TRABALHO NAS ESCOLAS EM DEFESA DAS MULHERES PROJETO MARIA VAI À ESCOLA, DESENVOLVIDO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE RORAIMA, LEVA INFORMAÇÕES AOS JOVENS SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E PROPÕE UNIÃO PARA DIVULGAR MENSAGEM DE PAZ ENTRE OS ESTUDANTES Em solenidade na sala de sessões do Tribunal Pleno, o Tribunal de Justiça do Estado de Roraima entregou 107 certificados para os alunos da Escola Municipal Laucides Inácio de Oliveira, como resultado do projeto Maria vai à Escola. A cerimônia contou com a presença do presidente do TJRR, desembargador Almiro Padilha, da Corregedora Geral de Justiça, desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, da juíza Maria Aparecida Cury e equipe técnica do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar, Lucivane Freitas Secretária Municipal de Educação, de professores e alunos. O desembargador Almiro Padilha ressaltou a importância do projeto elaborado pelo Juizado de Violência Doméstica em parceria com a pre- feitura de Boa Vista. “Esse acontecimento é muito importante para a história do Tribunal. Hoje encerra essa primeira fase do projeto Maria vai à Escola e nós nos empenharemos para que outros momentos como este possam acontecer. Vocês, alunos, estão de parabéns e acredito que aprenderam muita coisa sobre o combate da violência contra a mulher”, disse o presidente. A juíza Maria Aparecida Cury agradeceu o empenho de todo o corpo técnico e dos professores envolvidos no projeto durante o período das atividades executadas dentro das salas de aula. “A violência contra a mulher está presente em todo lugar. A ideia do Maria vai à Escola é justamente aproximar o Judiciário da sociedade roraimense, e vocês são as pessoas que podem nos ajudar a propagar a mensagem do combate à violência”, falou a magistrada. Após o evento os alunos fizeram um tour pelo Palácio da Justiça para conhecer a estrutura e o funcionamento do Poder Judiciário Estadual. “Adorei participar das aulas e aprendi que devemos combater a violência na Escola. O Tribunal é muito bonito”, comentou Camila Vitória, estudante do 5º ano do Ensino Fundamental. A próxima etapa para a realização do projeto Maria vai à Escola será executada no dia 3 de agosto na Escola Municipal Profª Glemiria Gonzaga Andrade, localizada no bairro Cidade Satélite. (Com informações da Ascom/TJRR) TJRR / DIVULGAÇÃO CONSCIÊNCIA Estudantes receberam certificados do projeto Maria vai à Escola. Trabalho estimula ações de combate à violência contra a mulher. 58 AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS PROCESSO ELETRÔNICO GANHA FORÇA NO TJRR UNIDADES JUDICIÁRIAS DE RORAIMA AMPLIAM SISTEMA DE PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO. META DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA É CONCLUIR A INSTALAÇÃO DO PJE EM TODO O ESTADO ATÉ O FINAL DE 2016. O sistema de Processo Judicial Eletrônico ( PJe) será ampliado até o final de 2016 em todo o Estado. O novo sistema de processo eletrônico criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) substituirá o Projudi e demais sistemas processuais do judiciário em todo o País. Dando prosseguimento à implantação do Processo Judicial Eletrônico, que atualmente está em funcionamento no Juizado Especial da Fazenda Pública, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), fará nova ativação do sistema, ampliando o serviço na Turma Recursal, Juizados Especiais e Varas Cíveis da capital, assim como nas comarcas do interior. O sistema funcionava de forma experimental no Juizado da Fazenda Pública desde 2013. A expansão do PJE segue orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou aos tribunais estaduais a instalação do Processo Judicial Eletrônico em pelo menos 10% de suas unidades judiciais de 1º e 2º graus ainda este ano. "A meta é concluir a instalação nos demais órgãos até o final de 2016. O PJe elimina a necessidade de tarefas burocráticas e repetitivas, como numeração de autos ou carimbos de certidões. Com isto, a força de trabalho das varas e gabinetes pode ser readequada para atender melhor ao cidadão”, explicou Clayton Ataide, secretário da Secretária de Tecnologia da Informação. Tendo em vista que o modelo criminal do PJe ainda não se encontra à disposição, o TJRR decidiu implantar o PROJUDI CRIMINAL, em substituição ao SISCOM. Desta forma os processos criminais também serão alvo da virtualização. Inicialmente duas unidades judiciárias serão escolhidas como projeto piloto dessa mudança: a Vara de execução penal e uma das varas criminais da capital. Em 2016 o sistema será expandido às 17 unidades judiciárias 59 do Estado. “A expansão do Projudi, acabará definitivamente com o processo físico. O sistema SISCOM vem trazendo já algum tempo dificuldade pelo seu formato e proposta de armazenamento e com a ampliação do sistema eletrônico, todos os processos já estarão digitalizados adequando a nossa realidade e agilizando o serviço”, afirmou o secretário. O Processo Judicial Eletrônico é um sistema desenvolvido para a automação do Judiciário. O objetivo principal é manter um sistema de processo judicial eletrônico capaz de permitir o andamento e o acompanhamento de processos judiciais, independentemente de o processo tramitar na Justiça Federal, na Justiça Estadual, na Justiça Militar e na Justiça do Trabalho. Em nível nacional, ele é coordenado pelo CNJ, sendo atualmente o maior projeto do Poder Judiciário. (Com informações da Ascom/ TJRR) AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS EXEMPLO Desembargadora Iracema Vale, presidente do TJCE: grupo trabalha para desafogar o tribunal. NADSON FERNANDES / TJCE / DIVULGAÇÃO GRUPO ATUA PARA LIBERAR PROCESSOS TRABALHO DO DESCONGESTIONAMENTO MOVIMENTA CINCO MIL PROCESSOS EM DEZ DIAS. OBJETIVO É DAR CELERIDADE AO ANDAMENTO DE AÇÕES NAS COMARCAS DO INTERIOR DO ESTADO DO CEARÁ E TORNAR A JUSTIÇA EFICIENTE. O Grupo de Descongestionamento Processual do Interior identificou e examinou 5.234 processos durante dez dias na Comarca de Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. Ocorrido entre os dias 6 e 17 de julho, o trabalho movimentou 5.227 sentenças e sete decisões. Com esse número, o grupo passa a somar 9.698 processos movimentados desde que iniciou os trabalhos, em fevereiro deste ano. Em agosto, o projeto segue para Aracati, de 10 a 14 de agosto. Supervisionado pelo desembargador Inácio de Alencar Cortez Neto, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o grupo é integrado pelos juízes Daniel Carvalho Carneiro, Edison Ponte Bandeira de Melo, Francisco Marcello Alves Nobre, Henrique Lacerda de Vasconcelos, Luciano Nunes Maia Freire, Saulo Gonçalves Santos e Roberto Viana Diniz de Freitas. Atuam também os servidores Geraldo Fernandes Santos, Ricardo Silva Costa, Erivando Soares Portela, Gilberto Silva Viana, Paulo Henrique Lima Soares, Marcelo Bezerra de Moura Fontenele e Roberto Itallo Mourão. O Grupo de Descongestionamento foi instituído pela presidente do TJCE, desembargadora Iracema Vale, conforme a Portaria nº 190/2015, publicada no Diário da Justiça do dia 3 de fevereiro deste ano. O objetivo é reduzir a taxa de congestionamento de processos nas comarcas do interior. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) tem adotado medidas buscando melhorar as estatísticas no Judiciário estadual. Entre elas, está o projeto piloto para monitoramento da taxa de congestionamento por unidade, que teve início no dia 27 de abril deste ano. 60 AGOSTO DE 2015 A iniciativa irá disponibilizar relatórios analíticos da taxa de congestionamento de unidades por meio de dados referentes a processos pendentes, novos e baixados extraídos dos sistemas processuais. Os trabalhos para a implantação do projeto foram divididos em quatro módulos, de acordo com os sistemas processuais a serem contemplados. A força-tarefa já concluiu o 1º e o 2º Módulos. Atualmente, a Secretaria Especial de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Secretaria Judiciária estão trabalhando com o Juizado Especial da Comarca de Caucaia, a 22ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal (JECC) da Comarca de Fortaleza e a 1ª Turma Recursal. As unidades fazem parte do 3º Módulo que se encontra na fase final, de orientação e análise dos relatórios de congestionamento produzidos. BUSINESS INTELLIGENCE (BI) Outra medida adotada pelo TJCE foi a implantação da ferramenta Business Intelligence (BI), que permite uma gestão mais eficiente de dados e informações gerenciais. Atualmente, o mecanismo monitora as Metas Nacionais do Conselho Nacional da Justiça (CNJ). O objetivo da Seplag, que desenvolveu o projeto BI em parceria com a Secretaria de Tecnologia da Informação (Setin), é que, após o término dos trabalhos relacionados ao monitoramento da taxa de congestionamento por unidade, os relatórios elaborados sejam incorporados à nova ferramenta. De acordo com Sérgio Mendes, diretor do Departamento de Informações Gerenciais da Seplag, o uso do BI irá ampliar a capacidade do Tribunal de analisar os resultados e identificar problemas em dados. (Com informações das Ascom TJCE) TJRJ / ITUNES / DIVULGAÇÃO TJRJ LANÇA APLICATIVO DE CONCILIAÇÃO O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) conta com mais uma ferramenta para modernizar e acelerar o projeto de conciliação pré-processual. O TJRJ criou um aplicativo de celular que direciona consumidores e clientes para um endereço de e -mail referente à empresa com a qual deseja fazer a conciliação. O projeto, que conta com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Defensoria Pública, evita que mais processos sejam ajuizados, reduzindo o volume de ações judiciais. Todos os acordos homologados valem como título executivo extrajudicial. O TJRJ conta atualmente com a parceria de 30 empresas: Vivo; Claro; Tim; Ceg, Itaú, Light; Oi/ 61 Telemar; Net; Casas Bahia; Ponto Frio; Sky; Ricardo Eletro; B2W; Americanas; Shop Time; Submarino; Santander; Losango; HSBC; Bradesco; Citibank; Unimed; Consul; Brastemp; Universidade Estácio de Sá; Gol; Amil; Samsung; Nextel; e Britânia. Após receber o e-mail, o Tribunal passa a intermediar uma solução consensual com as empresas. Quando o acordo extrajudicial é selado, ele poderá ser formalizado virtualmente, também por e-mail, ou homologado presencialmente no centro de conciliação do tribunal. O aplicativo foi batizado com o nome de "Conciliação pré-processual" e está disponível para download nos sistemas operacionais Android e IOS. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS TJ DO PIAUÍ INVESTE NA JUSTIÇA RESTAURATIVA PROGRAMA RESTABELECE LAÇOS ROMPIDOS EM CONSEQUÊNCIA DE ATO DELITUOSO E BUSCA ATENDER ÀS NECESSIDADES DAS VÍTIMAS PARA GARANTIR O SUCESSO DOS TRABALHOS DE RECONDUÇÃO DO CRIMINOSO AO CONVÍVIO SOCIAL O programa Justiça Restaurativa, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), propõe um novo conceito de encaminhamento da ressocialização. A ocorrência de um crime perturba a paz social e causa sofrimentos à vítima e aos seus parentes e amigos. Independentemente da condenação do autor do crime e não interferindo na execução da pena, a iniciativa visa restabelecer os laços rompidos com o delito de média gravidade. A justiça restaurativa atua buscando equilibrar o atendimento às necessidades das vítimas e da comunidade com a necessidade de reintegração do agressor à sociedade. Procura dar assistência à recuperação da vítima. O processo restaurativo é um processo no qual a vítima, o ofensor e/ou qualquer indivíduo ou comunidade afetada por um crime participam junto e ativamente da resolução das questões advindas do crime. O programa fornece à vítima a oportunidade de expor seus sentimentos e percepção relativos ao dano sofrido, de fazer perguntas que compulsoriamente invadem seu cotidiano e de dizer do impacto que o trauma causou a si e aos seus, contribuindo para uma atitude reflexiva e reparadora do ofensor e para a restauração do ofendido, contribuindo para a pacificação social. A Vara de Execuções Penais de Teresina, através de servidores voluntários, além de suas atribuições legais e de forma pioneira no Brasil, dispõe do Programa Justiça Restaurativa. (Com informações da Ascom/TJPI) 62 TJPI / DIVULGAÇÃO PACIFICAÇÃO Proposta do TJPI atende às expectativas das vítimas e facilita a restauração de laços rompidos no curso do ato delituoso. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS COMITÊ GESTOR FECHA ETAPA DO PROJETO ACESSO SEGURO SEIS COMARCAS DA PARAÍBA TERÃO RECEPÇÕES COM SEGURANÇA REFORÇADA. MEDIDA TEM A FINALIDADE DE IMPLANTAR UM CONTROLE MAIS RIGOROSO DE QUEM ENTRA E SAI DAS UNIDADES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO. A juíza Michelini de Oliveira Dantas Jatobá, gestora projeto Acesso Seguro, validou os leiautes dos espaços destinados às recepções das unidades judiciais que integram essa etapa da iniciativa. O trabalho faz parte da política do Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), para o período de 2015/2020. A princípio, serão beneficiadas as comarcas de João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos, Sousa e Cajazeiras. Na comarca da Capital, as quatro unidades judiciárias contempladas serão: o Tribunal de Justiça, os Fóruns Cível e Criminal e o Fórum Regional de Mangabeira. Para a juíza Michelini Jatobá, o projeto prioriza garantir a segurança dos servidores, magistrados e jurisdicionados. “Através de um controle mais rígido de quem entra e sai diariamente nas unidades do Poder Judiciário Estadual, estaremos prezando pela segurança das pessoas”,. A comissão, composta pelo coordenador do projeto, Jardel Rufino Sá, pelo integrante da Diretoria de Segurança Institucional, Ten. Cor. Josélio de Oliveira, e pelo arquiteto do TJPB, Leonardo de Araújo, realizou visita às comarcas do projeto-piloto onde foi feito um levantamento de todas as entradas e saídas, posicionamento de gabinetes, salas de audiência e cartórios, como também a avaliação dos espaços disponíveis para confecção arquitetônica das recepções. Após passar pelo detector de metais, o visitante irá se dirigir a recepção da referida unidade judicial, onde será feito um cadastro com foto e disponibilizado um crachá para que ele possa ter acesso às instalações de qualquer unidade do Poder Judiciário. Atendendo determinação do CNJ, haverá uma área de “Desmuniciamento de Armas”, chamada Célula de Segurança, onde o visitante detentor de autorização para portar arma de fogo, estando na condição de parte ou testemunha, deverá acondicionar sua arma em armários compartimentalizados e lacrados, disponibilizados única e exclusivamente para este fim. “Alguns processos estão em fase de conclusão, dentre eles, a entrega do software de controle de acesso pelo setor de TI, aquisição dos crachás de identificação dos visitantes e a homologação da resolução que disciplina a matéria pelo pleno do TJ. Concluídas estas etapas, daremos início, de forma experimental, ao projeto, no Tribunal de Justiça e no Fórum Criminal”, frisou Jardel Rufino. (Com informações da Ascom/TJPB) TJPB / DIVULGAÇÃO 63 SEGURANÇA Comitê aprovou medidas de controle do acesso a unidades do Poder Judiciário da Paraíba. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS TJPB GANHA NOVO MEIO TECNOLÓGICO PROJETOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA PODEM SER ACOMPANHADOS POR CELULAR OU SMARTPHONES. SOFTWARE PERMITE O MONITORAMENTO EM TEMPO REAL E TORNA TRANSPARENTES AS AÇÕES DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA CORTE. O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, recebeu do diretor de Gestão Estratégica do TJPB, Bruno Oliveira, detalhes da nova ferramenta tecnológica de acompanhamento dos 21 projetos do Planejamento Estratégico do Tribunal. O desembargador Oswaldo Trigueiro do Vale Filho, gestor da Priorização do Primeiro Grau, também participou do encontro. A equipe coordenada por Bruno Oliveira expôs ao presidente um software desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da Informação do Tribunal que permite monitorar, até via celular ou smartphone, o andamento em tempo real de cada projeto. “Planejar ações de trabalho é fundamental para qualquer empresa, seja pública ou privada. Todo o instrumento que permita a velocidade na conclusão dos projetos são bem-vindos”, comentou o presidente Cavalcanti. As iniciativas do Planejamento Estratégico do TJ tem alcance de seis anos, ou seja, por mais duas gestões presidenciais. O desembargador Oswaldo Trigueiro lembrou que os projetos em curso no Judiciário paraibano, a exemplo das cortes estaduais, acompanham um estrutura básica vinda do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Os temas têm uma orientação científica e está em sintonia com o 64 TJPB / DIVULGAÇÃO ACESSO Dados podem ser consultados em página na internet. Atualização é feita a cada 30 segundos. AGOSTO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJPB Judiciário nacional, alinhados com as demandas próprias do nosso Tribunal”, explicou o desembargador. Já Bruno Oliveira disse “que o portfólio dos projetos, detalhadamente nessa nossa ferramenta, já estão à disposição para a Presidência do TJPB fazer seu devido acompanhamento e eventuais determinações”. Áreas de Atuação – O Tribunal de Justiça está atuando em cinco áreas bem específicas: Orçamento; Infraestrutura e Tecnologia; Gestão de Pessoas; Eficiência Operacional; e Atuação Institucional. Todas elas são consideradas basilares para qualquer gestão do Poder Judiciário estadual. Para cumprir esses objetivos, foram traçados indicadores, metas e iniciativas. Estes últimos itens são justamente tratados pelos projetos estratégicos, previamente definidos em reuniões técnicas, onde foram estabelecidos que os projetos, obrigatoriamente, têm que ser estruturantes e com o encerramento a cada final de ano. No ano seguinte são abertas chamadas para novos projetos e, assim, consequentemente. (Com informações da Ascom/TJPB) PROJETOS 1) Orçamento: Peça Orçamentária; QDD Interno; e Captação de Recursos Extraorçamentários; 2) Infraestrutura e Tecnologia: Renovação do Parque Tecnológico; Plano de Obras; Acesso Seguro; e Segurança das Comarcas de Fronteira; 3) Gestão de Pessoas: Implantação do Banco de Talentos; Identificação e Formação de Gestores e Líderes; Polos de Atendimento da Qualidade de Vida; e Política de Remoção do Servidor; 4) Eficiência Operacional: Reestruturação das Unidades Judiciárias; Gestão de Processos Coletivos e Demandas Repetitivas; Reestruturação de Rotinas; Equalização da Força de Trabalho; Celeridade dos Processos de Reincidência e Má Conduta Criminal; e Nova Estrutura de Controle Interno; 5) Atuação Institucional: Plano de Comunicação da Estratégia; Monitoramento da Imagem Institucional; Comitê Orçamentário Interpoderes; Economia Responsável; e Justiça Na Comunidade. 65 PARCERIA O juiz Bruno Azevedo apresentou o projeto à comunidade do bairro Muçumagro, em João Pessoa. AGOSTO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS CONVÊNIO GARANTE ASSISTÊNCIA A JOVENS ADOLESCENTES INFRATORES AUXILIARÃO NOS TRABALHOS DA 15ª VARA CÍVEL DO TJAL. ENTRE AS ATIVIDADES QUE SERÃO DESEMPENHADAS ESTÃO CONSULTA E DIGITALIZAÇÃO DE PROCESSOS. IDEIA É AFASTAR OS JOVENS DA REINCIDÊNCIA. O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) e a Prefeitura de Maceió assinaram convênio que vai promover a ressocialização de adolescentes em conflito com a lei. Os jovens, que são acompanhados pela Secretaria de Assistência Social do Município, auxiliarão nos trabalhos da 15ª Vara Cível da Capital. “Essa iniciativa é pioneira e muito importante, porque dá uma destinação ao tempo disponível desses menores, que na maioria das vezes ficam sem atividades e acabam cometendo delitos. Acredito que os frutos serão positivos”, afirmou o presidente do TJ/AL, desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas. Os adolescentes ficarão encarregados da consulta processual, expedição, impressão e encaminhamento de cartas citatórias e no auxílio à juntada de “Avisos de Recebimento”. Também ajudarão nos serviços de cópia de documentos, no controle de materiais de expediente, na digitalização de processos e em outras atividades determinadas pelo titular da Vara, juiz Maurílio Ferraz. “A ideia é tirar esses jovens da perspectiva da delinquência, da perseguição policial, e colocá-los em um ambiente de responsabilidades”, explicou o magistrado. Os adolescentes serão encaminhados pela 1ª Vara da Infância e Juventude e deverão trabalhar, no máximo, oito horas por semana, de segunda a quinta, no turno da tarde, por um período de até seis meses. De acordo com o titular da unidade, juiz Ney Alcântara, o convênio abrange menores que já passaram por internação e evoluíram para o meio aberto e também aqueles que cometeram crimes de menor potencial ofensivo e começaram o cumprimento da pena já no regime aberto. “A Vara vai analisar a condição do crime e a personalidade do adolescente, isso com o auxílio de psicólogos e assistentes sociais”, explicou. de perspectivas. No momento em que a gente dá oportunidade, eles passam a enxergar um futuro”. A Secretaria de Assistência Social acompanha, atualmente, 200 adolescentes. Segundo a titular da pasta, Celliany Rocha, 80 já foram encaminhados para trabalhar em órgãos governamentais. “Esperamos que, assim como o Tribunal de Justiça, outras instituições abram suas portas”. (Com informações da Ascom/TJAL) OPORTUNIDADE Para o prefeito Rui Palmeira, o trabalho na 15ª Vara Cível será uma oportunidade para que os jovens deixem a criminalidade. “Muitos menores voltam a cometer delitos imagino que pela falta PERSPECTIVA Iniciativa do TJAL abre novos caminhos para os adolescentes infratores. MAIKEL MARQUES / TJAL / DIVULGAÇÃO 66 AGOSTO DE 2015 RECICLAGEM AJUDA NA INSERÇÃO DE APENADOS PROJETO DO TJPA OFERECE CURSOS PARA AQUELES QUE ESTÃO EM LIVRAMENTO CONDICIONAL E PARA QUEM CUMPRE PRISÃO DOMICILIAR. QUALIFICAÇÃO TAMBÉM TERÁ NOÇÕES DE EMPREENDEDORISMO. Possibilitar a inserção social de apenados por meio da preservação do meio ambiente. Com essa finalidade, trinta apenados que estão em livramento condicional e prisão domiciliar vão receber treinamento, durante curso oferecido pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), para identificar, classificar e reciclar materiais. A ação é parte do projeto “Reciclando Lixo, Transformando Vidas”. Os primeiros alunos tiveram a aula inaugural do curso de qualificação para a atividade de catador de material reciclável no auditório do Fórum Criminal. O curso, que será realizado entre os dias 24 e 28 de agosto, abordará noções de empreendedorismo social, cooperativismo, economia solidária, educação ambiental e coleta seletiva de materiais recicláveis. A parte prática inclui classificação de resíduos, identificação dos tipos de materiais (plástico, papel, metal, vidro, embalagem longa vida, isopor etc.), pesagem e valores de revenda, além de reciclagem. Segundo as servidoras do TJPA Silvia Machado e Evelise Rodrigues, que ministraram a aula inaugural, o curso terá carga horária de 20 horas, distribuída em quatro horas diárias. A metodologia de trabalho prevê a alternância de aulas teóricas, que serão realizadas no Fórum Criminal, com atividades práticas, realizadas fora do Fórum, incluindo uma visitação às instalações do Centro de triagem do Canal São Joaquim. O projeto de responsabilidade social do TJPA está de acordo com a resolução 201 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê a adoção de políticas públicas de sustentabilidade nos Tribunais de Justiça. De acordo com dados levantados pelo projeto, o trabalho de catador é exercido por profissionais autônomos ou que atuam em cooperativas, sem carteira assinada, com renda mensal em torno de R$ 1 mil. A ideia, segundo Silvia Machado, é ampliar o projeto e o número de apenados capacitados. O "Reciclando Lixo, Transformando Vidas" é uma iniciativa do projeto "Começar de Novo", coordenado pelo juiz Claudio Rendeiro, da 1ª Vara de Execuções Penais de Belém, e do Núcleo Socioambiental do TJPA, em parceria com a Cooperativa de Materiais Recicláveis (Concaves). (Com informações do TJPA) 67 MEIO AMBIENTE Cursos levam aos apenados informações sobre reciclagem e educação ambiental. TJPA/ DIVULGAÇÃO AGOSTO DE 2015 HISTÓRIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS FOTOS: ACERVO TJMG Entre 1693 e 1695, é encontrado ouro no território atualmente conhecido como Minas Gerais, o que provoca uma enorme vinda de pessoas seduzidas pelo possibilidade de enriquecimento. Essa concentração populacional favorece, aos poucos, o desenvolvimento do comércio e, em especial, da pecuária. Ocorre, também, o crescimento vertiginoso de fazendas com culturas diversas e o surgimento de vários povoados. No ano de 1709, criou-se, por Decreto Real, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, com sede em Ribeirão do Carmo (atual cidade de Mariana). Em 171 l, antes mesmo da criação da Capitania de Minas, surgem as primeiras Comarcas mineiras: Vila de Ribeirão do Carmo (Mariano), Vila Rica (atual Ouro Preto) e Vila Real de Nosso Senhora da Conceição de Sabaró (atual Saboró), sob jurisdição da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro. A Capitania de Minas Gerais é criada em 1720, com sede em Vila Rica e, em 1757, com a criação da Relação do Rio de Janeiro, fica sob a jurisdição desta última. 68 Devido à forte atividade comercial, alavancada pela descoberta das minas de metais preciosos, e a agropecuária, no século XVIII, a Província de Minas Gerais conta com uma das maiores concentrações populacionais do Brasil. Apesar de possuir cerca de trezentos mil habitantes e apresentar uma economia consolidada, em Minas há apenas Justiça de Primeiro Instância, que se divide em quatro Comarcas: Vila Rico, Vila Real de Soboró, Rio das Mortes e Serro Frio. Subordinadas à Relação do AGOSTO DE 2015 CORTE Palácio da Justiça desembargador Rodrigues Campos, centro do Poder Judiciário de Minas Gerais Rio de Janeiro, o tempo gasto nos trâmites judiciais é dilatado significativamente. Minas, em 1872, apresenta uma população de dois milhões de habitantes, e seu território já conta com 47 Comarcas, sendo uma de Entrância Especial, com sede em Ouro Preto, Capital da Província, três de Terceiro Entrância, 12 de Segunda e 33 de Primeira. Além disso, cada Termo conta com um Juiz Municipal. Ante a necessidade de agilizar o andamento processual, através do Decreto Imperial nº 2.432, de 6 de agosto de 1873, são criadas 7 Rela- ções, dentre as quais a Relação de Ouro Preto. A primeira composição da Relação de Ouro Preto é definida no Decreto Imperial nº 5.456, de 5 de novembro de 1873. Os seguintes Desembargadores a compõem: Luiz Gonzaga de Brito Guerra (l 0 Presidente), Viriato Bandeira Duarte, Quintiliano José da Silva, Joaquim Pedro Villoça, Joaquim Francisco de Faria, Joaquim Caetano da Silva Guimarães e Francisco da Câmara Leal (Procurador do Coroa, Soberania e Fazenda Nacional). Ressalte-se que o lº Livro de 69 Atas da Relação de Ouro Preto, registro histórico da fundação da Justiça de Segunda Instância em Minas Gerais, encontra-se em exposição permanente no Museu do Memória do Judiciário Mineiro. Com o advento da Proclamação do República em 1889, o Tribunal da Relação de Ouro Preto é extinto e, em seu lugar, é criado o Tribunal da Relação do Estado de Minas Gerais. Instalado no dia 16 de dezembro de l89l , passa a ter em sua composição nove Desembargadores nomeados pelo Presidente do Estado, dentre os dez Juízes de Direito mais antigos. AGOSTO DE 2015 RIQUEZA O Salão da Corte guarda elementos que carregam uma história valiosa O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal seriam eleitos através de votação entre os Desembargadores, na primeira sessão de cada ano. Durante 23 anos, o Tribunal da Relação funciona em Ouro Preto. Com a mudança da Capital paraBelo Horizonte, para aqui se transporta o Tribunal em 5 de agosto de 1897, instalando-se provisoriamente no segundo andar da antiga Secretaria do Interior (atualmente Museu dos Minas e do Metal), na Praça do Liberdade, passando logo a funcionar, antes mesmo da inauguração da Capital, em 12 de dezembro daquele ano. Em 1902, o governador Francisco Salles, em seu Decreto l .558, de 15 de outubro, aprova o regulamento relativo à Organização do Tribunal da Relação. Esse decreto modifica para 11 o número de Desembargadores, determina o tratamento de "Egrégio Tribunal", permite a reeleição do Presidente e do Vice-Presidente e designa o vestuário a 70 ser usado nos atos públicos e solenes, sendo a faixa branca para os Desembargadores e a faixa vermelha para o Procurador-Geral. No ano seguinte, Francisco Salles propõe nova reforma, através do Decreto nº l .636, de 7 de outubro de 1903. O número de comarcas é reduzido de 116 para 71. A composição do Tribunal passa para 13 Desembargadores, os quais seriam nomeados pelo presidente do Estado, na proporção de dois terços por antiguidade e AGOSTO DE 2015 um por merecimento. É instituída a divisão em duas Câmaras: Cível e Criminal. Em sua mensagem dirigida ao Congresso Mineiro, o Presidente do Estado exalta os efeitos benéficos do nova organização ao afirmar que "foi posto em dia todo o serviço em atraso desde muitos anos no Tribunal da Relação". Conclui-se, em 191l, a sede definitiva do Tribunal da Relação, o Palácio da Justiça. Projetado pelo arquiteto A. Rebechi, construído pelo engenheiro José Dantes e pelo construtor Coronel Júlio Pinto, o Palácio possui estilo eclético, com características predominantes do neoclássico. O Presidente do Estado, Júlio Bueno Brandão, exalta a imponência e a riqueza do prédio. Em cumprimento à Constituição Federal de 1934, a Constituição Estadual de 1935, em seu Capítulo V, art. 45, determina que o Poder Judiciário passe a ser exercido pela "Corte de Apelação", dividida em Câmaras e Turmas, com sede na Capital. Através do Decreto-lei 667 /1940, de 14.03.1940, é estabelecida a lei de Organização Judiciária de 1940. A Constituição Estadual de 1945, em conformidade com a Constituição Federal de 1937, altera novamente a denominação para Tribunal de Apelação e, em cumprimento ao seu art. 61, é redigida a Organização Judiciária, através do Decreto-lei 1.630, de 15 de janeiro de 1946. Passam a compor o Tribunal 21 Desembargadores. Novamente, a divisão do Poder Judiciário foi alterada na Constituição Federal de 1946; o Tribunal de Apelação passou a ser chamado de Tribunal de Justiça, sendo permitida a criação dos Tribunais de Alçada. A Constituição Estadual de 1947 mantém o número de 21 Desembargadores em sua composição, institui a Corregedoria-Geral PRESERVAÇÃO As escadarias do Palácio e sua rica ornamentação de Justiça e determina que a divisão e a organização judiciárias fiquem inalteradas durante um prazo máximo de cinco anos, contados a partir da data da respectiva lei. O Governador do Estado, Milton Campos, aprova a lei 534/1949, de 14 de dezembro de 1949, que eleva para 22 o número de Desembargadores do Tribunal de Justiça. Nessa época, as condições físicas de funcionamento da Justiça de 1ª e 2ª lnstâncias no Palácio da Justiça são 71 muito precárias. A carência de espaço e a má conservação da edificação prejudicam sobremaneira o bom andamento dos trabalhos da Justiça. Para solucionar o problema, o Governador manda construir um novo prédio, anexo ao Palácio, para abrigar o Fórum do Capital. Em 29 de janeiro de 1951, é inaugurado o Fórum Lafayette, em homenagem ao jurista Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira. O edifício de 12 andares, em estilo moderno, considerado uma AGOSTO DE 2015 MEMÓRIA Salão Nobre do Palácio da Justiça, com os quadros de ex-presidentes. Ao centro, uma peça histórica: a ampulheta. obra arrojada para o época, é projetado pelo arquiteto Rafael Hardy Filho e construído pelos engenheiros Levínio Castilho e Marco Paulo Rabelo, da Construtora Rabelo Ltda. A modernidade também se faz presente, através das pinturas de Di Cavalconti em dois painéis: "Minas Gerais", localizado no hall de entrada, e "Justiça", situado no Salão do Júri. No ano de 1954 é redigida e aprovada nova Lei de Organização Judiciária, Lei 1.098, de 22 de junho de 1954. A composição passa para 23 Desembargadores, dentre eles, um Presidente, um Vice-Presidente e um Corregedor. O Tribunal ficadividido em sete Câmaras: quatro Cíveis e três Criminais, com 3 De- sembargadores em cada. Em seu relatório anual referente àquele ano, o Presidente do Tribunal, Nísio Baptiste de Oliveira, declara: Na segunda instância, com o fracionamento das Câmaras, que passaram a se constituir de três membros e a funcionar duas vezes por semana, o rendimento do serviço tomou grande impulso e tendia pera alcançar o seu máximo. Porém, a carência de salas obrigando a dois horários o serviço do Tribunal, e, por outro ledo, e necessidade de ter continuamente convocados três Juízes, pelo menos, para substituírem Desembargadores fora do exercício, provocaram certo tumulto nos trabalhos do Tribunal, oriundo mais do desconforto com que se desenvolviam, desorganizando, ao mesmo tempo, os serviços das Veras com a convocacão dos 72 respectivos juízes. O texto da Lei 1.098/1954 é alterado pela Lei 1.221/1955, de 4 de fevereiro de 1955, a qual mantém o número de Desembargadores. Entretanto, reduz para cinco o número de Câmoras: três Cíveis e duas Criminais, cada uma composta de quatro Desembargadores. No relatório do presidência do exercício de 1955, Nísio Baptiste tece as seguintes considerações a respeito da elaboração dessa nova lei: Não tardou nova reforma na Lei de Organização Judiciória, por efeito do Lei nº l .221, de 4 de fevereiro de 1955. Este visou alterar e organização do Tribunal, que passou e se compor de um número menor de Câmaras, a sua AGOSTO DE 2015 HISTÓRIA Detalhe interno da escadaria mostra a imponência que revela tradição vez, constituídas de número maior de Desembargadores, com o duplo objetivo de reduzir a substituição de membros do Tribunal por Juízes de Direito e de evitar que as Câmaras isoladas funcionassem duas vezes por semana. Data venia, reputo infeliz a modificação, que fez regredir o sistema de funcionamento do Tribunal ao que era adotado pelo reformo do Lei de Organização Judiciária, com evidente diminuição da capacidade de produção das Câmaras. O mal que trouxe a reforma criadora de Câmaras compostas de três membros, consistente na desorganização das Varas do Capital, seria facilmente obviado com o criação do corpo de Juízes de Direito substitutos de Desembargadores, como se fez, proveitosamente, na organização do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Ouso, e cindo com devido venia, lastimar que sofresse açodada contra-marcha a transformação benéfica introduzida no funcionamento do Tribunal, já adotada, com os melhores resultados, peles leis de organização judiciária de outros grandes Estados do Federação. Em 1958, por causa de reformas que se fazem necessárias no prédio do Palácio de Justiça, o Tribunal transfere-se, provisoriamente, para o 9° andar do Banco de Crédito Real (Rua Espírito Santo, 485). Ali, ele permanece até o final de 1963. No ano seguinte, a lei 1. 906, de 23.01 .1959, altera a organização judiciária vigente. O número de Desem73 bargadores passa para 27. Cabe, a um deles, a Presidência, a outro, a Vice-Presidência, e, a um terceiro, a Corregedoria de Justiça. Tais Desembargadores são eleitos para exercício de um biênio. O restante é distribuído em cinco Câmaras Cíveis e três Criminais, cada uma composto por três Desembargadores. A Lei de Organização Judiciária 2.464/1961, de 13.10.1961, modifica a redação de alguns artigos da lei anterior, dentre os quais a diminuição do número de Câmaras e suas respectivos composições. Possam a ser 5 Câmaras: 3 Cíveis e 2 Criminais, cada uma composta por 5 Desembargadores, excluindo o Presidente e o Corregedor, podendo funcionar até com 3. AGOSTO DE 2015 HISTÓRIA O 1º livro de atas do Tribunal da Relação de Ouro Preto No dia 16 de janeiro de 1964, após mais de seis anos de funcionamento em outro local, retorna o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais ao histórico e tradicional Palácio da Justiça. Os trabalhos da reforma e restauração do grandioso prédio foram executados no governo de Magalhães Pinto. Reinstalado em ambiente de majestade e conforto, o Tribunal de Justiça, em sessão solene, sob a presidência do Desembargador José Alcides Pereira, marca o retorno à sua sede, inteiramente restaurada pelo arquiteto Luciano Amedée Peret. À sessão solene de reinauguração, comparecem o Governador Magalhães Pinto e o Senador Milton Campos, cujo pai, Desembargador Rodrigues Campos, é homenageado na ocasião com seu nome dado ao Palácio restaurado. A Lei 3.344/1965, de 14 de janeiro, mantém o número de Desembargadores e o divisão das Câmaras. Cria, também, o Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, órgão de Segundo lnstâncio do Poder Judiciário, para julgar, em grau de recurso, causas cujo valor não excedesse a quatro solários-mínimos, crimes e contravenções. A Constituição Estadual de 1967 apresenta, em seu sétimo capítulo "Do Poder Judiciário" - no art. 132, a composição de 27 Desembargadores. Ressalva, no parágrafo único desse artigo, que somente mediante proposta do Tribunal de Justiça o número de Desembargadores pode ser alterado. Em 21 de novembro de 1967, o Lei 4.648 adapta a Lei de Organização e Divisão Judiciárias às Constituições Federal e Estadual. A Emenda Constitucional nº l, de 17 de outubro de 1969, determina, no art. 144, que os Estados organizem a sua Justiça. Esse artigo é regulamentado pela Lei 5.62 l, de 4 de novembro de 1970. Art. l ° Caberá aos Tribunais de 74 Justiça dos Estados dispor em resolução aprovada pela maioria absoluta de seus membros sobre a divisão e organização judiciárias. Em maio de 1974, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais comemora seu Centenário, ocorrido oficialmente no dia 3 de fevereiro daquele ano. Entre as muitas festividades, destacam-se: missa solene na Catedral da Boa Viagem, celebrada por Dom João de Resende Costa; sessão solene do Tribunal, com os discursos do Des. João Gonçalves de Mello Júnior (Presidente do Tribunal) e do Des. Antônio Pedro Braga (orador oficial do Tribunal), dentre outras autoridades; recepção no Palácio do Liberdade, oferecido pelo Governador Rondon Pacheco. Em consonância com o disposto no Constituição Federal, ort. 124, no Constituição Estadual, art. l 25, e na Lei Federal nº 5.621 /1970, o AGOSTO DE 2015 Tribunal de Justiça estabelece a Organização e a Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais. Isso se dá através da Resolução nº 6l/l 975, publicada em 8 de dezembro de 1975, que mantém a composição existente e passa para 2 anos o mandato do Presidente e o do Vice-Presidente. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico tomba o Palácio do Justiça Rodrigues Campos, a pedido do Desembargador Edésio Fernandes, então Presidente do Tribunal. Através do Decreto nº 18.64 l, de lº de agosto de 1977, assinado pelo Governador Aureliano Chaves, é oficialmente reconhecida a riqueza arquitetônica e o valor histórico do prédio. A Lei 7.339/1978, de 15 de setembro, altera a redação do art. 15 da Resolução nº 61, de 8 de dezembro de 1975, que possa a ter o seguinte teor: Art. 15. O Tribunal de Justiça, órgão supremo do Poder Judiciário do Estado, com jurisdição em todo o seu território e sede da Capital, compor-se-á de 32 (trinta e dais) Desembargadores, dentre os quoas escolherá seu Presidente, Vice-Presidente e Corregedor. Em 1979, é publicada a Lei nº 7.655, de 21 de dezembro, que adapta a Organização e Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais à Emenda Constitucional nº 7 e à Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979). Eleva para 33 o número de Desembargadores que compõem o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e proíbe a reeleição do Presidente e do Vice-Presidente. Com o crescente aumento de demandas judiciais, o Fórum Lafayette não consegue mais suportar o volume de processos e o grande número de pessoas que transitam pelos corredores do prédio. Não há mais segurança e tranquilidade para RELÍQUIAS Campainhas de mesa que estão entre as peças do TJMG a execução dos trabalhos. Para sanar esses problemas, inaugura-se, em 18 de julho de 1980, o novo Fórum de Belo Horizonte, no Barro Preto. Projetado pelo arquiteto Roberto Pinto Manato, recebe o nome de Edifício Governador Milton Campos. Após a transferência do fórum para o Barro Preto, o prédio da Rua Goiás fica desativado e, somente em 8 de dezembro de 1984, é novamente entregue à Justiça mineira. Com a denominação de Anexo do Tribunal de Justiça, passa o funcionar, no local, a Secretaria Administrativa do Tribunal. No Palácio, ficam apenas a Corte Superior, as salas das sessões, o Conselho do Magistratura, as secretarias de Câmaras e os serviços afins. A Lei 9.548/1988, de 4 de janeiro, modifica artigos da Resolução nº 61 e da Lei nº 7.655, destacando-se o art. 17, que divide o Tribunal em 7 Câmaras - 5 Cíveis e 2 Criminais - e altera a composição para 39 Desembargadores. Além dessas modificações, cria os cargos de Primeiro e Segundo Vice-Presidentes. Em 5 de outubro de 1988, é promul75 gada a sétima Constituição Brasileira, "Constituição da República Federativa do Brasil". Em seu Capítulo III, Do Poder Judiciário, assegura a autonomia administrativa e financeira, cria os Juizados Especiais e determina que a Lei de Organização e Divisão Judiciárias seja de iniciativa do Tribunal de Justiça. A Lei Complementar nº 32/1994, de 20 de maio, eleva para 44 o número de Desembargadores. Desse total, 4 têm cargos de direção: o Presidente, o 1° Vice-Presidente, o 2° Vice-Presidente e o Corregedor-Geral de Justiço. Em 6 de dezembro de 1994, sob a gestão do Desembargador José Norberto Voz de Mello, inaugura-se o edifício Desembargador Edésio Fernandes, batizado de Anexo lI, por se trator do segundo anexo do Tribunal de Justiça. O prédio, projetado pelos arquitetos Alípio Castelo Branco e Andréa Vanessa da Costa Val, possui 15 pavimentos e dois subsolos. Abriga os gabinetes do Presidente, do Primeiro e Segundo Vice-Presidentes, com suas assessorias AGOSTO DE 2015 SÍMBOLO Deusa da justiça, no átrio do Palácio da Justiça de Minas Gerais e serviços de apoio e os gabinetes dos Desembargadores. Em 13 de fevereiro de 1995, é sancionada a Lei Complementar nº 38/1995, que contém a Organização e a Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais. A Lei Complementar 59/2001, de 18 de janeiro, eleva para 60 o número de Desembargadores; os cargos de direção continuam a ser de Presidente, 1° VicePresidente, 2° Vice-Presidente e Conregedor-Gerol de Justiço. É criado o cargo de 3° Vice-Presidente, com a atribuição de assessoramento da Presidência do Tribunal, escolhido pelo Presidente entre os Desembargadores que compõem a Corte Superior. Em 19 de julho de 2004, é promulgada a Emenda à Constituição nº 63/2004, a qual altera dispositivos do Constituição do Estado e acres- centa artigos ao Ato das Disposições Transitórias, com o objetivo de promover a unificação do Segunda Instância da Justiço Comum Estadual. O Tribunal de Alçada é extinto em março de 2005, e seus 57 Juízes tomam posse como Desembargadores. Com essa fusão dos Tribunais, o Estado passa a contar com 120 Desembargadores. As mudanças vão de estruturais a financeiras. A Resolução 463/2005 estabelece a definição de novos Câmaras e novos grupos de Câmaras que possam a ser 17 Cíveis e 5 Criminais. A unificação dos Tribunais é uma mudança com o intuito de corresponder à demanda social por melhoria constante, seguindo o modelo do unificação dos Tribunais do Estado do Rio de Janeiro e do Estado do Rio Grande 76 do Sul, efetivadas com sucesso. À época da unificação, os dois prédios onde funcionava o Tribunal de Alçada já estavam saturados e as condições de trabalho não eram favoráveis. Para abrigar toda a sua estrutura administrativa e também outros setores instalados em outros prédios do TJMG, é inaugurada uma nova unidade, em 2 de setembro de 2008, localizado na avenida Raja Gabaglia. O prédio do Unidade Raja Gabaglia, inicialmente alugado, é adquirido definitivamente em 23 de dezembro de 2009, com solenidade simbólica de entrega dos chaves, ocorrida em 7 de janeiro de 2010. Em 08.06.2010, o Tribunal de Justiça conta com 122 Desembargadores, dos quais 16 cargos são ocupados por mulheres. AGOSTO DE 2015 COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Desembargador Fernando Caldeira Brant 1º VICEPRESIDENTE DO TJMG Desembargador Kildare Gonçalves Carvalho 2º VICEPRESIDENTE DO TJMG Desembargador Wander Paulo Marotta Moreira 3º VICEPRESIDENTE DO TJMG Desembargador Antônio Sérvulo dos Santos CORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA Desembargador Marcílio Eustáquio Santos VICECORREGEDOR DE JUSTIÇA Desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (2014-2017) Desa. Márcia Maria Milanez Des. Antônio Carlos Cruvinel Des. Geraldo Augusto de Almeida Des. Caetano Levi Lopes Des. Luiz Audebert Delage Filho Des. Belizário Antônio de Lacerda Des. José Edgard Penna Amorim Pereira Des. José Carlos Moreira Diniz Des. Paulo Cézar Dias Desa. Vanessa Verdolim Hudson Andrade Des. Edilson Olímpio Fernandes Desa. Maria Beatriz Madureira Pinheiro Costa Caires Des. Armando Freire Des. Dárcio Lopardi Mendes Des. Valdez Leite Machado Des. Alexandre Victor de Carvalho Desa. Teresa Cristina da Cunha Peixoto 77 Des. Eduardo Mariné da Cunha Des. Alberto Vilas Boas Vieira de Sousa Des. José Geraldo Saldanha da Fonseca Des. Geraldo Domingos Coelho Des. Eduardo Brum Vieira Chaves Desa. Maria das Graças Silva Albergaria dos Santos Costa Des. Elias Camilo Sobrinho Des. Pedro Bernardes de Oliveira Desa. Heloísa Helena de Ruiz Combat Des. José Flávio de Almeida Desa. Evangelina Castilho Duarte Des. Otávio de Abreu Portes Des. Luciano Pinto Desa. Márcia De Paoli Balbino Desa. Hilda Maria Pôrto de Paula Teixeira da Costa Des. José de Anchieta da Mota e Silva Des. José Afrânio Vilela AGOSTO DE 2015 Des. Renato Martins Jacob Des. Maurílio Gabriel Diniz Des. Wagner Wilson Ferreira Des. Pedro Coelho Vergara Des. Adilson Lamounier Desa. Cláudia Regina Guedes Maia Des. Judimar Martins Biber Sampaio Des. Álvares Cabral da Silva Des. Alberto Henrique Costa de Oliveira Des. Marcos Lincoln dos Santos Des. Rogério Medeiros Garcia de Lima Des. Carlos Augusto de Barros Levenhagen Des. Eduardo César Fortuna Grion Des. Tiago Pinto Des. Antônio Carlos de Oliveira Bispo Des. Luiz Carlos Gomes da Mata Des. Júlio Cezar Guttierrez Vieira Baptista Des. Doorgal Gustavo Borges de Andrada Des. José Marcos Rodrigues Vieira Des. José Marcos Rodrigues Vieira Des. Herbert José Almeida Carneiro Des. Arnaldo Maciel Pinto Desa. Sandra Alves de Santana e Fonseca Des. Alberto Deodato Maia Barreto Neto Des. Eduardo Machado Costa Des. André Leite Praça Des. Flávio Batista Leite Des. Nelson Missias de Morais Des. Matheus Chaves Jardim Des. Júlio César Lorens Des. Rubens Gabriel Soares Des. Marcílio Eustáquio Santos Des. Cássio Souza Salomé Des. Evandro Lopes da Costa Teixeira Des. José Osvaldo Corrêa Furtado Mendonça Des. Wanderley Salgado de Paiva Des. Agostinho Gomes de Azevedo Des. Vítor Inácio Peixoto Parreiras Henriques Des. José Mauro Catta Preta Leal Des. Estevão Lucchesi de Carvalho Des. Saulo Versiani Penna Desa. Áurea Maria Brasil Santos Perez Des. Osvaldo Oliveira Araújo Firmo Des. José do Carmo Veiga de Oliveira Desa. Maria Luíza de Marilac Alvarenga Araújo Des. Walter Luiz de Melo Des. José Washington Ferreira da Silva Des. João Cancio de Mello Junior Des. Jaubert Carneiro Jaques Des. Jayme Silvestre Corrêa Camargo Desa. Mariangela Meyer Pires Faleiro Des. Luiz Artur Rocha Hilário Desa. Denise Pinho da Costa Val Des. Raimundo Messias Júnior Des. José de Carvalho Barbosa Des. Márcio Idalmo Santos Miranda Des. Jair José Varão Pinto Júnior Des. Moacyr Lobato de Campos Filho Des. André Luiz Amorim Siqueira Des. Newton Teixeira Carvalho Desa. Ana Paula Nannetti Caixeta Des. Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior Des. Rogério Alves Coutinho Des. Alexandre Quintino Santiago Desa. Kárin Liliane de Lima Emmerich e Mendonça Des. Luís Carlos Balbino Gambogi Desa. Mariza de Melo Porto Des. Sálvio Chaves Des. Marco Aurelio Ferenzini Des. Paulo Balbino Des. Edison Feital Leite Des. Paulo Calmon Nogueira da Gama Des. Octavio Augusto De Nigris Boccalini Desa. Maria Aparecida de Oliveira Grossi Andrade Des. Vicente de Oliveira Silva Des. Roberto Soares de Vasconcellos Paes Des. Alberto Diniz Junior Des. Manoel dos Reis Morais Des. Renato Luís Dresch Des. Sérgio André da Fonseca Xavier Des. José Arthur de Carvalho Pereira Filho Des. Pedro Aleixo Neto Desa. Yeda Monteiro Athias Desa. Ângela de Lourdes Rodrigues Desa. Mônica Libânio Des. Wilson Benevides Des. José Augusto Lourenço dos Santos Desa. Juliana Campos Horta 78