02/04/2015
Brasil não entrega meta de redução das emissões à ONU ­ Sustentabilidade ­ Estadão
Apenas 33 países apresentaram compromissos para acordo sobre mudança
climática, que será discutido no fim do ano em Paris
WASHINGTON ­ Apenas 33 dos 192 membros da Organização das Nações Unidas (ONU)
apresentaram até esta terça­feira, 31, compromissos de redução de suas emissões no âmbito do
acordo sobre mudança climática que será discutido no fim do ano em Paris. O prazo de terça era
informal, mas havia a expectativa de que os países desenvolvidos e os grandes emergentes
registrassem suas propostas o mais cedo possível, para permitir sua análise detalhada antes do
encontro.
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Entre as nações industrializadas, Japão, Canadá e
Austrália deixaram de revelar suas posições. Brasil e
China também não apresentaram propostas, mas o
país asiático já divulgou suas metas em acordo
fechado com os Estados Unidos no ano passado. Segundo maior poluidor do mundo, os EUA
formalizaram nesta terça o compromisso de cortar
28% de suas emissões até 2025, em relação ao patamar de 2005. O porcentual é o mesmo previsto
em acordo climático fechado entre Washington e Pequim no ano passado. Os dois países
respondem por 45% das emissões mundiais e são fundamentais para a obtenção de um acordo em
Paris.
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Brasil não entrega meta de redução das emissões à ONU ­ Sustentabilidade ­ Estadão
Obama. EUA formalizaram o compromisso de cortar 28% de suas emissões até 2025 A nova convenção substituirá o Protocolo de Kyoto, que se extingue em 2020, e abrangerá todos os
países. As metas de redução de emissões atualmente em vigor se aplicam apenas às nações
desenvolvidas. Algumas delas, como Canadá e Austrália, resistem a participar do novo acordo
sobre mudança climática.
"É o momento de outros países fazerem o que Estados Unidos, México e os membros da União
Europeia fizeram e submeterem metas tempestivas, transparentes, mensuráveis e acima de tudo
ambiciosas para cortar a poluição de carbono", disse Brian Deese, assessor do presidente Barack
Obama. Noruega, Suíça e Rússia também apresentaram seus compromissos à ONU.
Os 28 membros da União Europeia prometeram reduzir a emissão de gases que provocam efeito
estufa em 40% até 2030, sobre os patamares existentes em 1990. O objetivo do acordo que será
discutido em Paris é estabilizar o volume de emissões e evitar que a temperatura do planeta suba
mais que 2ºC. Todd Stern, enviado especial para Mudança Climática do Departamento de Estado, disse que os
compromissos dos Estados Unidos podem ser obtidos com a aplicação da legislação existente, sem
necessidade de novos atos do Congresso. Segundo ele, os demais países manifestam com frequência dúvidas sobre a execução ­ e
manutenção ­ dos cortes prometidos pelos EUA. "Desfazer o tipo de regulações que nós estamos
implementando é algo muito difícil", declarou Stern em conferência telefônica com jornalistas da
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qual Deese também participou. O acordo firmado por Obama com a China no ano passado foi criticado por integrantes do Partido
Republicano. Muitos na legenda oposicionista não creem que o aquecimento global seja fruto da
ação humana e resistem a restrições de caráter ambiental. Grande parte das ações que limitam as
emissões é resultado de decretos de Obama, que têm por base legislação ambiental aprovada nos
anos 70. Primeiro país emergente a apresentar sua proposta, o México disse que suas emissões que
provocam efeito estufa começarão a cair a partir de 2026 e prometeu cortes de 22% até 2030.
Quarto maior emissor depois dos EUA, China e Índia, a Rússia prometeu redução de 25% a 30%
até 2030, sobre os níveis existentes em 1990.
Os países que deixaram de apresentar suas propostas até esta terça terão até outubro para
registrá­las na ONU. A data é vista como excessivamente próxima da realização do encontro de
Paris. Christiana Figueres, secretária­executiva da Convenção sobre Mudança Climática da ONU,
"encoraja" os países a apresentarem suas propostas o quanto antes.
A divulgação dos compromissos individuais de cada nação é vista como um fator que aumenta as
chances de sucesso da reunião de Paris.
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