INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS AS CONSEQUÊNCIAS DA SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA NO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO JAQUELINE MARIA TONIETTO Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE PORTO / SOEBRÁS NÚCLEO ALEGRE, como parte dos requisitos obtenção de Título de Especialista. Porto Alegre, 2009 para INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS AS CONSEQUÊNCIAS DA SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA NO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO JAQUELINE MARIA TONIETTO Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE PORTO / SOEBRÁS NÚCLEO ALEGRE, como parte dos requisitos obtenção de Título de Especialista. ORIENTADOR: Prof. Álvaro Furtado Porto Alegre, 2009 para DEDICATÓRIA Dedico a monografia ao meu esposo pelo carinho e amor às minhas atividades. AGRADECIMENTOS Ao meu professor orientador, Álvaro Furtado que, com dedicação e paciência, me ajudou a realizar este trabalho. Aos meus pais, Ari e Nilva, aos meus irmãos, Jocelito e Giovani, pelo carinho e atenção constante. Aos professores do Curso de Especialização em Ortodontia pelo profissionalismo e clareza em suas orientações. Aos colegas de curso, pela amizade e companheirismo, meus agradecimentos. SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT 1.INTRODUÇÃO...................................................... 01 2.PROPOSIÇÃO...................................................... 03 3.RETROSPECTIVA DA LITERATURA........................... 04 4.DISCUSSÃO........................................................ 46 5.CONCLUSÃO....................................................... 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................ 54 RESUMO Nesse trabalho o autor buscou identificar, por meio de uma revisão de literatura, que conseqüências os hábitos de sucção não nutritivos podem provocar no desenvolvimento da dentição. Hábitos orais de sucção não nutritiva têm sido fonte de estudo pelos danos que podem causar em toda morfologia e função do sistema estomatognático, sendo comumente iniciados e observados na infância. ortodontia tem se notado uma grande Na prática clínica de incidência de hábitos parafuncionais, tais como o de sucção, dedo e chupeta. Fatores emocionais e nutricionais podem contribuir para a manifestação deste hábito. Portanto, o profissional deve ser capaz de detectar o hábito e tentar eliminá-lo, o mais precoce possível, visando sempre o bem-estar de seus pacientes. Palavras-chaves: ortodontia, hábitos de sucção não nutritivos, hábitos bucais deletérios. ABSTRACT This study was consequences of identified sucking through a habits can literature review, that the cause not nutritious in the development of teeth. Oral habits of non-nutritive sucking has been a source of study for the damage that can cause throughout and function of the stomatognathic system, being morphology initiated and commonly observed in childhood. In clinical practice of orthodontics has noticed a high incidence of parafunctional habits, such as the suction of finger and pacifier. Nutritional and emotional factors can contribute to the manifestation of this habit. Therefore, the professional must be able to detect the habit and try to eliminate it, the earliest possible, always to the welfare of their patients. Key-words: orthodontics, non-nutritive sucking habits, deleterious oral habits. 1.INTRODUÇÃO Os hábitos bucais deletérios têm um papel importante como fator etiológico das maloclusões, interferindo no equilíbrio muscular. A significância desse equilíbrio vai depender da intensidade, da freqüência e da duração do hábito (BRONZI et al., 2002). A remoção deste hábito é de fundamental importância para interromper o aparecimento de tal seqüela. A remoção precoce é de suma importância para um bom resultado, e até mesmo para uma autocorreção da maloclusão (BONI et al., 2000). Na prática da clínica ortodôntica observa-se frequentemente crianças que apresentam hábitos orais deletérios, como a sucção digital e de chupeta. Muitos estudos demonstram uma preocupação quando a sucção se torna prolongada, ocasionando algumas conseqüências à saúde bucal do paciente. Portanto, o ato de sugar, que é imprescindível à vida e ao desenvolvimento psicossomático da criança durante os primeiros anos, ao se prolongar, pode alterar as funções normais e causar danos ao sistema estomatognático. Os hábitos de sucção não nutritivos, como a sucção de dedo ou chupeta, podem provocar mordida aberta, devido à quebra do equilíbrio entre os lábios, as bochechas e a língua, e também em função da presença de uma obstrução mecânica entre os dentes (BRONZI et al., 2002). O hábito de succionar o dedo ou a chupeta provoca na criança um estado de conforto dando-lhe prazer e sensação de segurança e que pode favorecer também a porrogação deste tipo de conduta (COSTA et al., 2000). A sucção é considerada um hábito nutritivo até 3 anos de idade e vicioso após esta idade. O hábito de sucção não nutritivo provoca má postura, mordida aberta e dentalização dos fonemas. Foi observado, que retirado o hábito precocemente, normaliza-se a oclusão da criança (CAVASSANI et al., 2003). Por isso, é importante verificar a presença e as características dos hábitos de sucção não nutritivos, pois há um potencial elevado de alterações dentárias e esqueléticas. Deve-se portanto conhecer a etiologia destes hábitos de sucção, para realizar a prevenção dos mesmos através de acompanhamento e orientações aos pais e até a suspensão deste hábito. 2.PROPOSIÇÃO Este trabalho identificou, através de uma revisão de literatura, as conseqüências que a sucção desenvolvimento dentário. não nutritiva podem provocar no 3. REVISÃO DE LITERATURA A sucção digital constituiu o hábito bucal deletério mais comum entre as crianças. Até os 4 anos de idade esse hábito deve ser considerado normal e, de um modo geral, grande parte dessas crianças abandona o hábito espontaneamente nessa ocasião. A maioria dos autores é unânime em afirmar que o hábito é mais prevalente até 4 anos de idade, diminuindo bruscamente a partir desta idade. O hábito de sucção digital constitui um poderoso fator etiológico da maloclusão. O tipo e a gravidade de uma maloclusão provocada pela sucção digital depende de fatores relacionados com o hábito, como a intensidade, freqüência e duração do mesmo (Tríade de Graber), e resistência alveolar e o padrão dentofacial inerente da criança (SILVA FILHO et al., 1986). Silva Filho et al., (1986), avaliaram o sucesso do tratamento, nos casos de hábitos bucais deletérios, o qual depende de um diagnóstico e planejamento realizados em conjunto, ou seja, uma abordagem multidisciplinar com a participação do odontólogo e do fonoaudiólogo, assessorados pelo psicólogo. Quando o dedo é levado à boca e sugado, inúmeras alterações se sucedem ao redor dos dentes, alterações estas que podem contribuir para o desequilíbrio da oclusão. Os dentes ântero superiores experimentam uma força vestibular e apical enquanto que os incisivos inferiores são pressionados lingual e apicalmente. Em virtude do dedo se posicionar no palato, a língua é deslocada no assoalho da boca e se afasta lateralmente dos dentes posteriores. Dessa somatória de forças em desequilíbrio se origina uma maloclusão como: mordida aberta anterior circular, vestíbulo-versão dos incisivos superiores, verticalização dos incisivos inferiores, aumento do trespasse horizontal, com menos freqüência, a mordida cruzada posterior, às vezes associada a um palato ogival, e diastemas entre os incisivos superiores (SILVA FILHO et al.,1986). O hábito de sucção digital protrui os incisivos superiores, porém não é capaz de induzir a mesialização dos dentes posteriores causando uma relação molar de Classe II. Se o hábito for interrompido no estágio de dentadura decídua, existe grande possibilidade para a autocorreção dos desvios morfológicos da oclusão. A correção espontânea de uma má oclusão induzida pelo hábito de sucção do dedo depende de diversos fatores além da época da interrupção do hábito. Estes outros fatores correspondem ao padrão dentofacial da criança, gravidade da má oclusão, competência da musculatura peribucal e da instalação de outros hábitos, tais como: pressionamento lingual atípico, postura inadequada da língua em repouso, respiração bucal e hábitos labiais (SILVA FILHO et al 1986). Segundo Silva Filho et al., 1986, quase sempre, acompanhando a mordida aberta anterior encontramos associado o hábito de interposição lingual durante a fala e deglutição ou ainda na própria posição postural de repouso. Um outro aspecto ligado ao hábito e que deve ser considerado antes mesmo de se pensar na correção do desvio morfológico do arco dentário diz respeito ao estado emocional da criança e o grau de dependência que a mesma tem em relação ao hábito. Mais importante que a correção da maloclusão nesse estágio precoce é o desenvolvimento emocional da criança. Todos estes fatores devem ser abordados por uma terapia multidisciplinar para que o tratamento alcance o êxito desejado, sem qualquer seqüela para o paciente. Estripeaut et al., (1989), realizaram um estudo com o objetivo de demonstrar a conduta preventiva dos casos que apresentam hábitos deletérios. O hábito de sucção do polegar tem sido relacionado com as maloclusões. Esses problemas podem ser observados tanto nas dentaduras decíduas e mistas, como nas permanentes. A freqüência, duração e intensidade do hábito produz como conseqüência: mordida aberta anterior, retrusão da mandíbula, protrusão da maxila, sobressaliência excessiva, vestíbulo-versão dos incisivos superiores, verticalização dos incisivos inferiores, mordidas abertas posteriores, às vezes associada a um palato ogival, diastemas entre os incisivos superiores. Quando o hábito persistir por um período prolongado após os quatro anos de idade, ele é considerado potencialmente como causa da maloclusão. A duração e a intensidade do hábito de sucção do polegar levará o paciente a desenvolver hábitos maiores como interposição da língua e a hiperatividade do músculo mental, causando um aumento da mordida aberta anterior e/ou posterior o que os torna mais deformantes e mais difíceis de serem corrigidas. Quase sempre, acompanhando a mordida aberta anterior encontramos associado o hábito de interposição lingual durante a fala e a deglutição ou ainda a própria posição postural de repouso (ESTRIPEAUT et al., 1989). O hábito de sucção de polegar assim como outros hábitos não saudáveis, mostram relação com o problema da maloclusão na dentadura permanente. Se este é abandonado ao final dos 4 anos de idade, a maloclusão pode ser auto-corrigida sem prejudicar a disposição dos dentes no arco dentário. O hábito de sucção digital na criança é um reforço psicomotor que tende a desaparecer com a idade, geralmente entre o primeiro e o terceiro ano de idade (ESTRIPEAUT et al., 1989). Ogaard et al., (1994), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o efeito da posição transversal dos caninos decíduos , o comportamento das crianças com hábito de sucção, e posterior desenvolvimento da mordida cruzada. No estudo foram examinadas 445 crianças com 3 anos de idade, 250 crianças da Noruega e 195 crianças da Suécia. O grupo foi composto por crianças com ou sem hábitos de sucção de dedo ou sucção de chupeta. Neste estudo os autores afirmaram que 90% das crianças tinham os caninos com mordida cruzada posterior. Em crianças com hábito de sucção de chupeta e com mordida cruzada posterior , 62 caninos decíduos, 38 primeiros molares decíduos e 36 segundos molares decíduos foram envolvidos. Nas sucção de dedo e com mordida cruzada posterior, 26 caninos decíduos, 20 primeiros molares decíduos e 18 segundos molares decíduos foram envolvidos. O fator mais determinante entre a sucção de dedo foi encontrado na largura da arcada intercanino, a redução da largura foi significamente correlacionada com o aumento da prevalência da mordida cruzada posterior. Neste estudo, as crianças suecas com hábitos de sucção mostraram maior prevalência nas mordidas cruzadas posterior em relação às crianças sem hábito de sucção. Muitos estudos mostraram um aumento da prevalência de mordida cruzada posterior em crianças com hábitos de sucção de chupeta comparadas com crianças sem hábitos de sucção. Neste estudo a alta prevalência foi registrada em crianças suecas, especialmente no gênero feminino 26%. Análises entre as duas variáveis revelaram que menos de 2 anos de sucção de chupeta foi necessário para produzir um efeito significante na maxila e 3 anos na mandíbula. Concluiu-se que o hábito de sucção de chupeta foi de maior importância para o desenvolvimento da mordida cruzada posterior. O provável mecanismo na atividade de sucção na bochecha combinado com a redução do suporte palatal e com a língua que leva à uma posição baixa, faz com que diminua a largura da arcada intercanino (OGAARD et al.,1994). Serra-Negra et al., (1997), realizaram um estudo com o objetivo de associar a forma de aleitamento com a instalação de hábitos bucais deletérios e conseqüentes maloclusões. Foram examinadas 357 crianças na faixa etária de 3 a 5 anos, sendo anotadas em ficha clínica as características das arcadas dentárias e as possíveis maloclusões presentes. Os indicadores de maloclusões, como mordida cruzada posterior e os trespasse vertical e horizontal, foram observados em relação cêntrica, para que houvesse contato dental sempre na mesma posição. Foram encaminhados para as mães questionários pré-testados com o intuito de obterem informações sobre a forma de aleitamento e a presença ou não de hábitos bucais deletérios. Os hábitos pesquisados foram: sucção de dedo, chupeta, ato de morder objeto e onicofagia. Houve retorno de 81% dos questionários, foi realizada a análise de 289 fichas e de 289 questionários. Na população estudada, constatou-se que 147 crianças (52,5%) foram amamentadas no seio por um período igual ou superior a 6 meses. Somente 44 crianças ( 15,7%) não receberam aleitamento materno ou foram aleitadas por até um mês. No que se refere à alimentação na mamadeira, observou-se que 146 crianças (52,1%) a utilizaram por um período superior a um ano e somente 38 crianças (13,6%) nunca lançaram mão desse recurso. Os resultados mostraram que 211 crianças (75%) apresentaram, pelo menos, um tipo de hábito deletério. Dentre os hábitos questionados, o mais freqüente foi a chupeta (75%), seguido por onicofagia (10,3%), sucção de dedo (10%) e ato de morder objetos (6,8%). Contatou-se que 86,1% das crianças que não apresentaram hábitos bucais deletérios receberam aleitamento natural por seis meses ou mais. Os resultados indicaram que aquelas crianças que nunca receberam aleitamento materno ou, se fizeram, foi por um período de até um mês, apresentaram um risco de desenvolver hábitos deletérios sete vezes superior com relação àquelas que foram amamentadas por um período de, no mínimo, seis meses (SERRA NEGRA et al.,1997). Ao se avaliar a relação de hábitos bucais deletérios com maloclusões, observou-se que as crianças com hábitos viciosos apresentaram, em maior número, mordida cruzada posterior (23,9%) comparadas a 7% com mordida cruzada posterior e sem hábitos deletérios. É importante salientar que as crianças com hábito deletério apresentam 4 vezes mais chance de desenvolver mordida cruzada posterior do que as crianças sem o hábito. O risco observado para mordida aberta anterior em crianças portadoras de hábitos deletérios foi, aproximadamente, 14 vezes superior em comparação àquelas que não apresentaram esse comportamento. Estudando a relação entre o trespasse horizontal e hábitos viciosos, apenas 15,6% das crianças com maus hábitos apresentaram sobressaliência. O risco das crianças portadoras de hábitos deletérios desenvolverem essa alteração oclusal é aproximadamente 4 vezes superior em comparação àquelas sem esse comportamento (SERRA NEGRA et al.,1997). Neste estudo os autores concluiram que os hábitos bucais deletérios estão fortemente associados às maloclusões. As maloclusões como a mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e sobressaliência estão diretamente relacionadas à presença de hábitos bucais, sendo que crianças com hábitos deletérios apresentam 4 vezes mais chance de desenvolverem mordida cruzada posterior do que àquelas sem hábitos, 14 vezes mais risco de apresentarem mordida aberta anterior e 3,6 vezes mais chance de possuírem sobressaliência. Seixas et al., (1998), realizaram um estudo com o objetivo de descrever os hábitos bucais deletérios e os modos como eles se instalam, a fim de fornecer ao ortodontista melhores meios de diagnosticá-los, prevení-los e tratá-los precocemente. Esse hábito se instala, e os neurofisiológica, ciclos naturais raramente são no desencadear observados. Por da maturação razões não convenientes no momento, a mãe substitui a amamentação pelo aleitamento com mamadeira e por muitas vezes, não reúne condições para que essa seja feita de modo mais natural possível. O bico da mamadeira não tendo a perfuração calibrada, irá deixar passar um fluxo bem superior de leite ao do peito materno. Com isso, raramente a criança tem a sensação de plenitude alimentar, não satisfazendo os aspectos psico-emocionais da criança. Assim a criança resolve esse problema por si só, fazendo a sucção do dedo, ou então, lhe é oferecido a chupeta, sendo esse hábito um escape para o déficit de sucções. A partir daí, a oferta de sucções são excessivas, instalando o hábito de sucção sem fins nutritivos. Se esse hábito persisir até os cinco anos de idade, podemos ser complacentes, porém sempre orientando a criança. Leite et al., (1999), realizaram um estudo com o objetivo de estudar a possível associação entre a forma de aleitamento, aquisição e a perpetuação de hábitos de sucção não nutritivos. O presente estudo contou com a participação de 100 crianças (51 meninas e 49 meninos), com idade entre 2 e 11 anos, de nível sócio-econômico baixo-médio. Os autores neste estudo afirmaram que 81% dos casos receberam amamentação materna. A amamentação artificial desde o nascimento foi a opção em 19% dos casos. O período de amamentação ao peito foi de 17 meses, e algumas permaneceram por mais de 30 meses sob aleitamento, e 30% das crianças foi de apenas 3 meses no máximo. Com relação aos hábitos de sucção não nutritivos, o uso da chupeta foi relatado em 79%. Das crianças observadas, 11% chupava dedo. A onifocagia foi relatada em 28% da população estudada. Nas crianças em fase de dentição decídua exclusiva 10% apresentava relação de faces distais de segundos molares em distoclusão e em 64% está em plano terminal reto. Na fase de dentição mista, 17% apresentava primeiros molares permanentes em relação topo à topo e 25% em chave de oclusão. O estudo revelou 17% das crianças com mordida aberta anterior sem trespasse vertical, 10% com mordida aberta com trespasse e 10% com mordida cruzada posterior, sendo que nenhum caso de mordida aberta foi observado dentre aqueles que receberam aleitamento materno exclusivo . Neste estudo os autores ainda afirmaram que do total de 100 crianças observadas, com idade média de 6,6 anos, 24% receberam amamentação materna exclusiva, embora 30% do total tenham recebido por apenas 3 meses. Com relação aos hábitos de sucção não nutritivos, 21% chupava chupeta, 27% desenvolveu onicofagia e 10% chupava dedo. Tais hábitos associaram-se com o aleitamento misto ou artificial, especialmente o hábito relativo ao uso de chupeta. Foram observados problemas ortodônticos entre crianças que receberam amamentação mista ou artificial, como mordidas abertas anteriores, mordidas cruzadas posteriores. Boni et al., (2000), realizaram um estudo com o objetivo de verificar a possibilidade de remover o hábito de sucção de chupeta e ou mamadeira, e suas alterações morfológicas, em crianças de 4 a 6 anos de idade, que apresentavam mordida aberta anterior, sem a utilização de recursos ortodônticos. A amostra foi constituída por 20 crianças, com idade entre 4 e 6 anos, de ambos os gêneros, portadores de hábito de sucção de chupeta e/ou mamadeira, que apresentavam mordida aberta anterior. Foram avaliados os resultados através do exame clínico, e de tomadas, que demonstraram a ocorrência de alterações morfológicas, resultantes da remoção do hábito de sucção de chupeta e ou mamadeira. O comportamento da mordida aberta anterior, frente ao tratamento a que os pacientes foram submetidos, com o intuito de remover o hábito de sucção de chupeta e ou mamadeira, pode ser observado através das alterações do posicionamento dos incisivos e conseqüente redução, ou até mesmo do fechamento, da mordida aberta anterior. Neste mesmo estudo ainda os autores afirmaram que, aplicando o método de esclarecimento, podemos remover o hábito de sucção de chupeta e ou mamadeira, sem a necessidade de utilizar qualquer tipo de recurso ortodôntico, em pacientes de 4 a 6 anos de idade, e que tal prática acarreta diminuição ou fechamento da mordida aberta anterior dos pacientes. Costa et al., (2000), realizaram um estudo com o objetivo de determinar a prevalência do uso de chupeta e da sucção de dedo em crianças portadoras de fissura de lábio e/ ou palato em bebês de 0 a 3 anos de idade. A amostra contou com 206 crianças entre 1 mês a 36 meses de idade, de ambos os gêneros, portadoras de fissura de lábio e/ ou palato, que compareceram para internação do Hospital da Universidade de São Paulo. Os resultados mostraram que a maioria das crianças que apresentavam o hábito no momento da entrevista succionavam a chupeta (89,77%). Um grande número de crianças succionavam o dedo (79,12%) ou chupeta (45,14%). que nunca Observa-se maior prevalência do hábito de chupeta nas crianças portadoras de fissura pós forâmen (83,33%) e de sucção digital semelhantes nas crianças com fissura pré e transforâmen (32%). Houve uma diminuição da presença de hábitos quando a criança é amamentada no seio, principalmente em relação ao hábito de chupeta cuja prevalência deste tipo de sucção alcança 70,88%. Não existe associação estatisticamente significante dos hábitos de sucção em relação ao tipo de aleitamento. Contudo, das 100 crianças operadas, 47% delas nunca apresentaram qualquer um dos hábitos (COSTA et al.,2000). A prevalência dos hábitos iniciais de sucção, em crianças portadoras de fissura de lábio e/ou palato, de chupeta (89,77%) é alto em relação aos encontrados na literatura em relação a crianças sem fissura. Observa-se também um grande número de crianças que nunca succionaram dedo (79,12%) ou chupeta (45,14%) quando comparados àquelas que apresentaram hábitos, demonstrando uma influência da deformidade anátomo funcional que dificulta a sucção. Os dados mostram maior prevalência do hábito de chupeta nas crianças portadoras de fissura pósforâmen (83,33%) devido ao fato deste tipo de fissura propiciar uma menor dificuldade de sucção em relação às outras. Observou-se também, a baixa prevalência de crianças portadoras de fissura de lábio e/ou palato amamentadas no seio. Devese salientar a dificuldade succional para realizarem o aleitamento natural, principalmente nas fissuras com envolvimento da lábio e/ou palato (COSTA et al.,2000). Henríquez et al., (2000), realizaram um estudo com o objetivo de apresentar a etiologia, o desenvolvimento da mordida aberta anterior, o diagnóstico, os tipos de tratamento e a importância da fonoaudiologia como tratamento coadjuvante. Os denominados por estabelecerem hábitos bucais deletérios são o desequilíbrio neuromuscular, e compreedem a sucção de polegar e de chupeta. O hábito de sucção digital ou chupeta é considerado normal até os 4 anos de idade, pois consiste em um mecanismo de suprimento emocional da criança e que não deve sofrer interferências. Com o início da socialização e da maturidade emocional da criança, que ocorre, a partir dos 5 anos de idade, há uma tendência natural de abandono do hábito. A persistência do hábito após essa fase deve ser considerada deletéria por provocar alterações no desenvolvimento da oclusão e no crescimento e desenvolvimento faciais normais. Quando a criança succiona o dedo ou a chupeta, estes funcionam como ¨braços de força¨, exercendo força sobre a vestibular dos incisivos inferiores e lingual dos superiores, com o fulcro localizado sobre o palato. Assim os dentes ântero-superiores sofrem uma força para vestibular e apical, enquanto os dentes antagonistas são forçados para lingual e apical, causando um aumento do trespasse horizontal. O posicionamento do polegar ou da chupeta no palato mantém a língua numa posição mais inferior. Ocorre uma pressão das bochechas contra os dentes póstero-superior que aumenta à medida que o bucinador se contrai durante a sucção, causando o desequilíbrio entre a musculatura interna e externa. Assim, os molares superiores são pressionados para lingual, causando a mordida cruzada posterior e a conformação ogival do palato. O simples obstáculo mecânico realizado pelo dedo ou chupeta interfere na erupção normal dos incisivos, estabelecendo a mordida aberta anterior. Além disso, a freqüência, a duração e a intensidade do hábito (Tríade de Graber) possuem influência sobre a má oclusão. Apesar das alterações morfológicas decorrentes da sucção digital serem as mesmas da sucção de chupeta, esta apresenta a mordida aberta anterior com um aspecto mais circular. (HENRIQUEZ et al., 2000). Tomita et al., (2000), realizaram um estudo transversal com o objetivo de avaliar como o desenvolvimento de hábitos bucais deletérios e os problemas da fala afetam a oclusão dentária em pré-escolares. As crianças tinham idade entre 3 e 5 anos. O estudo foi dividido em 2 etapas: exame de oclusão e questionário sócio-econômico. O exame de oclusão seguiu a classificação de Angle, além de serem verificados trespasse vertical e horizontal, apinhamento, mordida aberta anterior, mordida cruzada total, mordida cruzada anterior e mordida cruzada posterior uni ou bilateral. O questionário foi estruturado com questões sobre hábitos bucais, saúde e informações sobre condições sócio-econômicos. O estudo mostrou que a prevalência da má oclusão foi de 51,3% para o gênero masculino e 56,9% para o gênero feminino. A maior prevalência de má oclusão foi verificada no grupo etário de 3 anos, decrescendo com a idade. Não foi verificada associação entre os problemas fala e más oclusões. A má oclusão tem caráter autocorretivo quando cessam os hábitos bucais fisiológicos até idade de 2 e 3 anos. Após esse período há potencial para causar anomalias de oclusão (TOMITA et al.,2000). Em relação a chupeta e sucção digital, estudos divergem sobre qual é o fator de maior risco na má oclusão. Sob ponto de vista ortodôntico, deve-se ter atenção especial às crianças de idade superior a 3 anos. A má oclusão foi 5,4 vezes maior nas crianças que usavam chupeta em relação àquelas que não usavam e esteve presente 1,54 vezes mais freqüente nas crianças com o hábito de sucção digital. Os achados do presente estudo apontam para direção contraria: a sucção de chupeta é um fator de risco à má oclusão de maior intensidade que a sucção digital (TOMITA et al., 2000). Tomita et al., (2000), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a relação entre algumas condições sócio-econômicas e fatores ambientais que influenciam a prevalência de hábitos bucais deletérios e a má-oclusão em pré-escolares. A população alvo foi constituída por crianças em idade pré-escolar, de ambos os gêneros, matriculadas em instituições públicas e privadas, da zona urbana de Bauru-São Paulo. A faixa etária escolhida foi dos 3 aos 5 anos, devido a cronologia de erupção dentária, a amostra foi constituída por 2139 crianças. A má oclusão constitui uma anomalia do desenvolvimento dos dentes ou arcos dentários, ocasionando desconforto estético, nos casos mais leves, agravos funcionais e incapacitações, nos casos mais severos. O hábito de sucção de chupeta apresentou tendência a ser mais freqüente entre crianças de renda familiar mais baixa, para o gênero masculino e feminino, decrescendo com o incremento de renda. A freqüência de sucção digital entre as crianças de ambos os gêneros foi bastante baixa, sem influência da renda familiar. O hábito de sucção digital não apresentou relação com o nível de escolaridade das mães entrevistadas. Concluiu-se que alguns determinantes socioeconômicos, como o trabalho materno e ocupação da pessoa de maior renda no domicílio estão associados com a maior prevalência de sucção de chupeta em pré-escolares. (TOMITA et al., 2000). Pires et al., (2001), realizaram um estudo com o objetivo de estudar a prevalência de oclusopatias na dentição mista em escolares, associando as mesmas, à possíveis hábitos deletérios à saúde bucal. Foram analisadas as condições de oclusão de 141 crianças do subúrbio de Salvador, de ambos os gêneros, no período intertransitório da dentadura mista. Os resultados indicam uma prevalência de oclusopatias de 71%. Além disso, no presente estudo notou-se que do total de crianças portadoras de desordens oclusais, 28% apresentam mais do que um tipo. Analisando a freqüência dos problemas oclusais, o apinhamento foi o mais presente (21%). A segunda foi a mordida aberta anterior (18%). Observa-se que 63% das crianças que relataram hábitos deletérios permanecem exercendo-os até os dias atuais e apenas 37% confirmaram o abandono do hábito. Em relação ao tipo de hábito, verificou-se que 64% eram sucção de dedo, 34% chupeta e 2% outros (sucção de língua). Warren et al., (2001), avaliaram os efeitos dos hábitos orais na duração das características dentárias na dentição primária. Desde 1870 estudos têm demosntrado que à longo prazo os hábitos de sucção não nutritivos podem levar anormalidades oclusais, incluindo a mordida aberta anterior e posterior. Pesquisadores examinaram crianças de 4 a 5 anos de idade e obtiveram modelos de estudo. Os modelos foram medidos através de parâmetro do arco dental (incluindo largura, profundidade e comprimento do arco) e avaliado overjet, overbite e mordida cruzada posterior. Os autores compararam o arco dental e as condições oclusais entre os grupos de crianças com hábitos de sucção não nutritivos de diferentes durações. Crianças com hábitos de sucção não nutritivos que continuaram até 48 meses de idade, demonstraram muitas diferenças significativas para crianças com hábitos de curta duração: estreitamento na largura do arco maxilar, overjet aumentado, grande prevalência na mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior. Comparados com aqueles que cessaram seus hábitos por 12 meses de idade, aqueles com hábitos de 36 meses de idade tem significamente maior largura inter canino na mandíbula, profundidade no arco inter canino na maxila e overjet, enquanto outros com hábitos de 24 meses e 36 meses tem significamente pequena profundidade palatal. Prevalência da mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior e overjet excessivo (> 4 mm) cresceu com a duração dos hábitos. (WARREN et al., 2001). Bronzi et al., (2002), realizaram um estudo com o objetivo de fazer uma reflexão clínica sobre o tratamento precoce da mordida aberta anterior na dentadura mista, mencionando um ponto importante da biogênese da oclusão. Os hábitos bucais deletérios têm um papel importante como fator etiológico das maloclusões, interferindo no equilíbrio muscular. Os hábitos de sucção não-nutritivos, como a sucção de dedo ou chupeta, podem provocar mordida aberta, devido à queda do equilíbrio entre os lábios, as bochechas e a língua, e também em função da presença de uma obstrução mecânica entre os dentes. A mordida aberta é freqüente e está associada a um desequilíbrio no sistema neuromuscular, com repercussões sobre as estruturas e funções do sistema estomatológico, o que altera o equilíbrio das forças naturais. A mordida aberta anterior representa um importante problema na área de saúde bucal dada sua grande incidência e ao caráter precoce do seu aparecimento. Na maioria dos casos, a remoção dos sinais e sintomas do hábito não são suficientes para a estabilidade da correção, pois o fator etiológico também deve ser superado. Portanto, o tratamento tem de associar os recursos mecânicos aos aspectos psicológicos. O determinação fator etiológico é de fundamental importância na do tipo da mordida aberta e também nas alterações faciais que podem ser provenientes desses hábitos. É importante tratar o caso o mais precoce possível, primeiro por meio da conscientização tanto da criança quanto dos pais e, através de métodos preventivos e terapêuticos adequados (BRONZI et al., 2002). França et al., (2002), realizaram um estudo com o objetivo de buscar subsídios para o planejamento e avaliação de ações preventivas de maloclusões em saúde pública. A prevalência da maloclusão foi estudada em 72 crianças selecionadas, com idades variando entre 3 e 6,8 anos e média de 4,9 anos. Essas crianças, freqüentavam Creche Municipal de Curitiba, eram de classe sócio-econômica baixa, de diferentes etnias e gêneros. Os dados foram coletados por meio de exames clínicos e os resultados revelaram que 75% dessas crianças apresentavam algum tipo de alteração oclusal. A distribuição das maloclusões, em ordem decrescente, foi: 41% portadores de Classe I; 26% para Classe II; 25% para portadores de oclusão normal e 8% para classe III. A prevalência de desvio de linha média foi de 34%; de mordidas cruzadas 17%; de hábito de sucção digital 7%; de hábito de sucção de chupeta 33%; de perdas prematuras 8% (FRANÇA et al.,2002). Os autores neste estudo concluiram que a maloclusão consiste em um problema de saúde pública, prevalescendo em 75% da população estudada. Tanto portadores quanto não portadores de hábitos de sucção apresentaram maloclusões, o que isenta a presença desses hábitos como único fator determinante de maloclusões. A presença de mordidas cruzadas foi menor de que a descrita na literatura nacional e internacional. O índice de perdas dentárias prematuras foi de 8% dado inferior ao de outros estudos nacionais. O diagnóstico das condições de saúde bucal de grupos populacionais é um importante subsídio para o planejamento e a avaliação de ações preventivas de maloclusões. Souza et al., (2002), realizaram uma revisão literária, diante da importância epidemiológica e individual do prolongamento dos hábitos de sucção, decidiu-se abordar seus aspectos psicológicos, epidemiológicos e terapêuticos. Neste estudo foram selecionados 50 pacientes, sem distinção de raça nem de gênero, e a faixa etária variou de 4 meses e 12 anos de idade. Foi questionado ao responsável sobre a presença de hábitos de sucção (mamadeira, chupeta, dedo ou lábio), ou outros hábitos, como respiração bucal, deglutição atípica e onicofagia. Os resultados mostraram que, o hábito de sucção de polegar representou 20% do total, mas apenas 40% apresentou sucção digital isolada. Os demais 60% apresentavam-se associados à sucção de mamadeira, chupeta, lábio e onicofagia. A sucção de dedo indicador e central representou 4%, de lábio 2% e de mamadeira 30%, sendo que 66,6% era apenas de mamadeira e os demais 33,4% associados a outros hábitos. Além disso, dos 47% que apresentavam alguma maloclusão, 46% era representado por mordida aberta anterior, relacionada com a sucção de dedo e chupeta, relatou também que 24% apresentavam protrusão superior, 2% protrusão inferior e 14% mordida cruzada posterior, 14% apresentavam atresia da maxila e destes, 71,4% estavam associados à mordida aberta,sendo que 2% possuíam mordida profunda e 6%, cruzamentos anteriores. Em relação à classificação de Angle, 8% apresentaram Classe II, 0% Classe III, 72% Classe I (SOUZA et al.,2002). Neste mesmo estudo ainda afirmaram que, os fatores emocionais são muito importante na etiologia dos hábito de sucção não-nutritivos, e que devem ser levados em consideração durante o tratamento. Nota- se ainda que suas conseqüências estão relacionadas com o tipo de hábito, freqüência e estímulo. O estímulo ao aleitamento materno previne a instalação de hábitos bucais viciosos. Os hábitos de sucção não nutritivos podem estar ligados a fatores psico-afetivos. Cavassani et al., (2003), realizaram um estudo com o objetivo de verificar as alterações fonoaudiológicas, odontológicas e otorrinolaringológicas em crianças de baixa renda portadoras de hábitos orais de sucção. Foram avaliadas nove crianças (1menino e 8 meninas) com idade entre 5 a 9 anos em São Paulo. O distúrbio fonoaudiológico mais comum foi o articulatório (55,56%), distúrbio de motricidade oral (33,33%). A mordida aberta esteve presente em 8 casos (88,89%), e em 7 casos com respiração bucal (77,78%), e 1 caso normal (11,11%). Os hábitos de sucção trazem consequências na morfologia do palato duro, alterações de posicionamento dentário, movimentação da língua, tendo maior risco de desenvolvimento de mordida aberta e distúrbios de motricidade oral. A sucção é considerada um hábito nutritivo até 3 anos de idade e vicioso após esta idade. O hábito de sucção provoca má postura, mordida aberta e dentalização dos fonemas. Foi observado, que retirado o hábito precocemente, normaliza-se a oclusão da criança. Conclui-se que os hábitos orais foram capazes de promover alterações fonoaudiológicas, odontológicas e otorrinolaringológicas. Medidas de promoção de saúde devem ser lançadas em crianças de baixa renda visando os fatores responsáveis pela origem dos hábitos viciosos de sucção , tais como: educação e alimentação (CAVASSANI et al., 2003). Mendes et al., (2003), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a relação entre os tipos e o tempo de aleitamento com a etiologia dos hábitos bucais deletérios e maloclusões em crianças de 3 a 6 anos, na cidade de João Pessoa. Foram examinadas clinicamente 112 crianças de ambos os gêneros, entre 3 e 6 anos, com dentição decídua completa e matriculadas em creches municipais de João Pessoa. As mães entrevistadas forneceram informações sobre gestação, tipos de amamentação (natural e artificial), presença e duração de hábitos deletérios (sucção de chupeta, sucção digital, interposição lingual, respiração bucal, bruxismo, onicofagia, hábitos posturais e de morder lábios e objetos). Mediante exame clínico, avaliou-se a presença das maloclusões: protrusão, sobremordida e mordidas aberta e cruzada. Verificou-se que 90,17% (n= 101) dos pacientes foram amamentados naturalmente e destes, 85,71% ( n=96) receberam alimentação artificial. Todos os pacientes receberam aleitamento natural por um período inferior a 24 meses 83,17% (n=84) e 96,87% (n=93) dos pacientes com aleitamento artificial desenvolveram hábitos (p>0,05). Apenas 4 (3,6%) crianças não apresentaram nenhum tipo de hábito. A sucção de chupeta constituiu o hábito mais prevalente (65,4%; n=73). Foi detectada a presença de maloclusão em 89,28% (n=100) das crianças, sendo que 77,7% receberam alimentação artificial (p< 0,05). 87,5% (n=98) do total da amostra apresentaram hábitos e maloclusões (p> 0,05), sendo a protrusão (42%, n=42 ) a mais comumente encontrada. Pelos resultados obtidos, conclui-se que, na amostra avaliada, não foi observada relação entre os tipos de aleitamento com o desenvolvimento dos hábitos bucais deletérios. Em adição, verificou-se também não haver associação entre a presença de hábito e a ocorrência das maloclusões avaliadas (MENDES et al., 2003). Monguilhott et al., (2003), realizaram um estudo com o objetivo de fornecer informações sobre hábitos de sucção, entre os quais, sucção de dedo, polegar ou uso de chupeta. A sucção é um reflexo normal na vida da criança até dois a três anos de idade e, esta necessidade diminui à medida que ela amadurece física e emocionalmente, tendendo a desaparecer antes dos quatro anos de idade. Quanto à sua necessidade, a sucção além da época normal do reflexo de sucção, pode ser em decorrência de problemas psicológicos, ambientais, tais como falta de atenção, ciúme, necessidade de carinho, stress emocional, bem como distúrbio na alimentação, e a criança reage succionando como um autoconsolo. Nos últimos tempos, vem-se afirmando entre os pesquisadores, que o hábito de sucção é comum em crianças e que provoca alterações variadas, relacionadas com o desenvolvimento, a morfologia e a fisiologia das estruturas bucais. A maloclusão provocada pelo hábito de sucção, é a vestíbulo versão dos incisivos superiores, bem como a mordida aberta anterior. Dentro do mesmo contexto, outro fator observado foi a presença de diastemas entre os incisivos nos pacientes portadores de hábito de sucção (MONGUILHOTT et al., 2003). Um recurso preventivo contra os efeitos causados pelo hábito seria o uso de bicos de mamadeiras e chupetas que imitem o seio materno, ou até mesmo bicos ortodônticos encontrados no mercado, e que permitem que a língua toque o palato em uma posição de sucção mais natural e melhorando o selamento dos lábios. O sucesso do tratamento, no caso de hábitos bucais deletérios, depende de um diagnóstico e planejamento realizados em conjunto, uma abordagem multidisciplinar, com a participação do ortodontista, fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, e alguns com psicólogo (MONGUILHOTT et al., 2003). Batista et al., (2004), realizaram um estudo com o objetivo de conhecer o ponto de vista dos pediatras quanto à relação entre aleitamento e a aquisição de hábitos de sucção, bem como a relação desses com o desenvolvimento psicológico e aparecimento de deformidades dentofaciais de crianças. Além disso, verificar se os mesmos fazem alguma orientação preventiva aos pais antes da aquisição do hábito. Neste estudo foi enviado um questionário à 91 pediatras no estado de Sergipe a partir dos quais pudemos verificar que: 95% dos pediatras de Sergipe concordam que existe relação entre os hábitos de sucção não nutritivos e amamentação/ aleitamento artificial da criança; 5% não acreditam nessa relação; 97% concordam que os hábitos de sucção não nutritivos podem estar relacionados com necessidades psicológicas; 98% orientam preventivamente os pais quanto aos hábitos de sucção não-nutritivos que a criança possa vir a adquirir, sendo que desses 98%, 30% recomenda a não utilização de chupetas e incentivam o aleitamento materno, 25% incentivam o aleitamento materno exclusivo e 15% recomendam a não utilização de chupetas e mamadeiras; 95% fazem orientação aos pais referente ao controle de hábitos deletérios já instalados, sendo que desses 95%, a maioria orienta a conversa sobre conseqüências (95%) ou estabelecem o prazo para a remoção como natal, aniversário(40%); 100% acreditam na existência da associação dos hábitos com aparecimento de deformidades dento facial, sendo que desses 100% , 99% indica tratamento para correção dessas maloclusões. Coser et al., (2004), realizaram um estudo com o objetivo de analisar a prevalência de mordida aberta em crianças que apresentaram o hábito de sucção de chupeta, por um tempo igual ou maior que quatro anos de idade. Foi realizado um levantamento escolar prévio, onde foram selecionadas crianças que persistiram com o hábito pelo tempo de 4 anos ou mais de idade. Foram encontradas e examinadas somente 50 crianças que possuíram o hábito de sucção de chupeta, por um período igual ou maior que 4 anos de idade. Das 50 crianças, 28 interromperam o hábito de sucção de chupeta por volta dos 4 anos e 6 meses, 13 interromperam por volta dos apresentaram o hábito de sucção de chupeta. 5 anos, e 12 ainda De acordo com Proffit (1991), quando a criança interrompe precocemente o hábito de sucção não nutritivo, ele não se torna deletério, pois neste estudo, das 28 crianças que deixaram o hábito até 4 anos, 5 crianças, ou seja 17% dessas, possuem mordida aberta anterior. Os hábitos de sucção de chupeta são muito comuns em crianças, porém quando não interrompidos até os quatro anos de idade podem levar ao desenvolvimento de maloclusões. Se a sucção persistir após esta idade, pode haver o desenvolvimento de alterações dentoesqueléticas e a necessidade de intervenção ortodôntica (COSER et al., 2004). Emmerich et al., (2004), realizaram um estudo com o objetivo de estimar a prevalência de maloclusões e associar as variáveis oclusais, como mordida cruzada, mordida aberta e sobressaliência alterada com hábitos deletérios e alterações oronasofaringianas, e problemas relacionados com a deglutição e a fala. A amostra constituiu-se de 291 crianças de ambos os gêneros, matriculados nos centros de educação infantil. A análise de regressão logística marcou maior risco relativo de crianças com sobressaliência alterada, mordida aberta e mordida cruzada, em apresentar: respiração bucal; deglutição atípica e fonação atípica. Foi mostrado haver associação entre sucção de dedo e de chupeta com sobressaliência alterada e sucção de chupeta e mordida aberta. Esses resultados indicam que a prevalência das maloclusões está associada aos hábitos deletérios e alterações oronasofaringianas. O presente estudo demonstrou ser alta a prevalência das maloclusões para a idade de três anos (59,1%). A etiopatogenicidade das maloclusões é multifatorial, com uma interação de fatores congênitos, morfológicos, biomecânicos e ambientais com alterações oronasofaringianas, como respiração bucal, deglutição e fonação atípica. Ozawa et al., (2005), realizaram um estudo com o objetivo de investigar os hábitos de sucção não nutritivos em crianças japonesas de 18- 42 meses de idade e determinar o melhor método recomendado para interromper o hábito de sucção. Foram examinados hábitos orais,o início e o fim do hábito, a condição da oclusão e a amamentação durante os três meses de vida. A incidência dos hábitos de sucção digital e a sucção de chupeta em crianças de 18 meses foram 25,6% e 16,9% respectivamente, e a incidência em crianças de 42 meses foram 27,2% e 16,8% respectivamente. Mais casos de sucção de dedo continuaram depois de 3 anos de idade, mas o hábito de sucção de chupeta foi interrompido antes dos 42 meses de idade. Mordida aberta ou protrusão maxilar foi encontrado em 70,7% em crianças de 42 meses de idade com hábitos de sucção não nutritiva persistente, mas somente 6,8% das crianças de 42 meses participantes interromperam o hábito de sucção. Estes autores examinaram a correlação entre o hábito de sucção não nutritivo e amamentação. A incidência dos hábitos orais foi significamente maior em crianças que tomam mamadeira do que em crianças que são amamentadas. A chupeta foi mais prevalente em crianças que tiveram a amamentação interrompida precocemente do que crianças que tiveram amamentação normal. Os autores neste estudo, concluiram que a incidência é maior em crianças com hábitos de sucção de dedo do que em crianças com hábitos de sucção de chupeta na população Japonesa. A maloclusão é mais freqüente em sucção de chupeta do que em sucção de dedo. Souza et al., (2004), realizaram um estudo com o objetivo de relacionar e identificar a presença de maloclusão dentária, hábitos bucais deletérios e caracterizar a forma e o período de aleitamento materno. Foram examinadas 126 crianças entre 2 e 6 anos, ambos os gêneros, dentição decídua completa. Ao exame clínico foram diagnosticados a presença de mordida cruzada posterior, mordida aberta, sobremordida, sobressaliência e topo. No formulário direcionado aos pais, coletou-se informações em relação à presença de hábitos bucais deletérios e sua freqüência (sucção digital, uso de chupeta, onicofagia e morder objetos), bem como o tipo e o período de duração do aleitamento materno. Observou-se que 45 (35,71%) das crianças possuíam maloclusão dentária, e 17 (37,78%) apresentavam mordida aberta anterior. Verificou-se a presença de sucção digital em 24 (16,78%), uso de chupeta 71 (49,65%), onicofagia em 22 (15,38%) e o hábito de morder objetivos em 26 (18,18%). A amamentação mista foi a mais freqüente em 92 (73,02%), e a natural 26 (20,63%). Neste estudo os autores afirmaram que a duração insuficiente do aleitamento natural está associada à presença de hábitos de sucção persistentes em crianças com dentição decídua completa. A presença dos hábitos está associada à ocorrência da maloclusão. Valdrigui et al., (2004), realizaram um estudo com o objetivo de relacionar a influência do período de aleitamento materno sobre a prevalência dos hábitos de sucção digital e de chupeta, em bebês, bem como analisar qual hábito bucal seria menos prejudicial à oclusão. Foram analisados 195 relatórios de bebês atendidos , nascidos em 2001 e 2002, com idades variando entre 8 à 30 meses. A sucção de chupeta é um dos hábitos bucais sem fins nutritivos mais freqüentes, apresentando maior prevalência nos primeiros anos de vida e reduzindo com a idade. A sucção, além de satisfazer a necessidade nutritiva, proporciona à criança uma sensação de segurança, prazer e satisfação, fazendo com que muitas vezes ele recorra à chupeta ou dedo, quando atingiu a sensação de plenitude alimentar, mas não supriu suas necessidades emocionais. Os autores neste estudo concluíram que, a partir dos resultados encontrados que a maioria dos bebês receberam aleitamento materno em 82% , sendo que destes 53% receberam o aleitamento materno por mais de 6 meses, e como conseqüência 56% destes bebês, não possuem hábitos deletérios. Sendo assim, a tendência de desenvolver uma maloclusão, provocada por hábitos como o de sucção digital, ou da chupeta é pequena, comprovando mais uma vez que o aleitamento materno deve ser incentivado. Bezerra et al., (2005), avaliaram a associação entre os tipos de aleitamento, sua duração e a existência de hábitos bucais deletérios com a presença de maloclusões em pré-escolares. Foram examinadas 106 crianças de ambos os gêneros, entre 3 e 5 anos de idade, com dentição decídua completa. As mães foram entrevistadas a fim de fornecerem informações a respeito do tipo de aleitamento (natural ou artificial) e sobre a presença e duração de hábitos bucais. Avaliou-se a presença de sobressaliência e sobremordida acentuadas, mordida aberta anterior, mordida cruzada anterior e posterior. Neste estudo os autores observaram que a presença de maloclusão foi diagnosticada em 80,2% das crianças, 48,2% para o gênero feminino e 51,8% para o gênero masculino. Analisando a distribuição das maloclusões na dentição decídua, verificou-se que as mais freqüentes foram a sobressaliência acentuada (49,1%), seguido da mordida aberta anterior (45,3%), mordida cruzada posterior (25,5%) e sobremordida acentuada (19,8%). Quanto ao tipo de hábito, a sucção de chupeta apresentou-se como o mais freqüente (65,4%) das crianças, seguido da sua associação com a onicofagia (6,4%), sucção digital (6,4%) e onicofagia (5,1%). Ao se associar a presença de hábitos bucais deletérios com a existência de maloclusões , verificou-se que das 78 crianças portadoras de hábitos, 72 (92,3%) apresentavam maloclusão. O aleitamento natural foi verificado em 83% das crianças, das quais 53,4% foram amamentadas até os 6 meses de vida. A análise entre o aleitamento natural e a existência de hábitos bucais, revelou que das 79 crianças que foram aleitadas naturalmente por um período igual ou inferior a 24 meses, 78,5% apresentaram hábitos bucais deletérios. Quanto ao aleitamento artificial, (88,7%) das crianças fizeram uso da mamadeira. Desse total 85,1% eram portadoras de maloclusões, sendo que 72 possuíam hábitos bucais deletérios. duração e o tipo de aleitamento foram considerados A fatores predisponentes para o desenvolvimento de possíveis hábitos bucais deletérios (BEZERRA et al., 2005). Castelo et al., (2005), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a relação entre hábitos nutritivos e parafuncionais e a presença de disfunção temporomandibular em crianças com dentição decídua. O estudo foi realizado com 99 crianças ( 58 meninos e 41 meninas ), com idade de 3-5 anos, foram examinados e verificados a presença e a ausência de sinais e sintomas da disfunção temporomandibular ( dor de cabeça, dor pré-auricular, dor de ouvido, dor na musculatura mastigatória, desvio na abertura, interferência oclusal e assimetria no movimento da mandíbula, parafuncões orais ( bruxismo, roer unhas, sucção de dedo, alteração na fonação, deglutição atípica, respirador bucal ) e hábitos nutritivos ( peito ou mamadeira) no exame clínico. Os resultados mostraram que 34 crianças (34%) das 99 crianças presentes apresentaram sinais e sintomas da disfunção temporomandibular. Os sintomas mais prevalentes foram: dor de cabeça, dor pré-auricular, dor de ouvido e dificuldade de deglutição. Os sinais mais prevalentes foram: desvio da mandíbula durante a abertura, interferências oclusais, assimetria no movimento condilar e sons na articulação. Os estudos mostraram relação entre parafunção oral, hábitos de sucção nutritivos, sinais e sintomas na articulação temporomandibular. Houve uma relação significativa entre a deglutição atípica e a presença de sinais e sintomas na ATM, no entanto não houve relação com bruxismo, roer unhas, respirador bucal, ou com hábitos de sucção nutritivos e não nutritivos. Concluiu-se que os hábitos parafuncionais, com exceção da deglutição atípica e os hábitos nutritivos não foram determinantes para a presença de sinais e sintomas da ATM na amostra incluída neste estudo (CASTELO et al., 2005). Kuramae et al., (2005), realizaram um estudo com o objetivo de analisar o ângulo nasolabial e outras medidas cefalométricas que expressam a relação antero posterior da maxila e mandíbula em indivíduos com hábito de sucção de dedo. Foram selecionados 30 cefalogramas laterais no curso de Pós graduação de Ortodontia em Piracicaba. A seleção foi realizada com meninas , 7 a 10 anos de idade, na fase de dentição mista, e apresentando hábito de sucção de dedo. Foram observados nas medidas cefalométricas: ângulos nasolabial, SNA, SNB, ANB, 1.NA, 1-NA e A-Nperp. O ângulo nasolabial descreve a posição da maxila, na qual mostra tanto a retrusão maxilar como a protrusão maxilar. O SNA indica a posição antero posterior da maxila e foi encontrado 81,8º na qual mostra um bom posicionamento da maxila em relação à base do crânio. A medida de A-Nperp que relaciona a maxila com a base do crânio foi de 0,69 mm. O SNB que indica a posição ântero posterior da mandíbula em relação à base do crânio e o ANB que indica a discrepância ântero posterior, foi respectivamente, 76,06º e 5,71º. A posição do insicivo superior para 1.NA foi de 28,46º e para 1-NA foi 5.87 mm mostrando normalidade. Os resultados mostraram que não houve diferenças significaticas no ângulo nasolabial em relação ao hábito de sucção de dedo, a maxila e a mandíbula estão bem posicionadas, em relação à base do crânio, e os incisivos superiores estão bem posicionados (KURAMAE et al., 2005). Maciel & Leite (2005), realizaram um estudo com o objetivo de associar disfunções orofaciais e hábitos orais deletérios à mordida aberta anterior, reunindo evidências que colaborem para o melhor entendimento da etiologia e do desenvolvimento da mordida aberta anterior e sua potencial associação à alterações miofuncionais. O estudo é exploratório, derivando medidas de associação entre as condições clínicas, hábitos de sucção e alterações miofuncionais de 130 escolares. O estudo foi realizado em duas etapas, sendo a primeira a devolução de um questionário remetido ao responsável sobre hábitos bucais e a segunda caracterizada pelo exame clínico odontológico e fonoaudiológico dos menores autorizados. Na amostra, o padrão de maloclusão mais prevalente foi a mordida aberta anterior, que se associou com o padrão de crescimento vertical da face e com classe II de Angle. Associação entre a mordida aberta anterior e interposição lingual, o mesmo não foi verificado para as deficiências na fonoarticulação. Neste estudo os autores ainda afirmaram que, há uma correlação etiológica da mordida aberta anterior com hábitos orais deletérios e algumas alterações das funções orofaciais. Foi identificada associação entre o histórico dos hábitos parafuncionais e a ocorrência de interposição lingual em deglutição e a deficiência fonoarticulatória. É visível a necessidade de interação entre ortodontistas e fonoaudiólogos no atendimento integral do paciente portador da mordida aberta. Devese ressaltar o papel da terapia fonoaudiológica, através da terapia miofuncional oral, enfatizando o posicionamento da língua durante a deglutição, a fala e quando em posição habitual. Na amostra analisada, a mordida aberta comportou-se como fator de risco para a interposição lingual e conseqüente alteração nos pontos de articulação das palavras. Galvão et al., (2006), realizaram um estudo com o objetivo de levantar os tipos de hábitos orais deletérios mais encontrados em grupos de crianças de 4 a 6 anos de escola pública e particular, comparar a presença dos hábitos entre os dois grupos e verificar se os responsáveis receberam orientações de profissionais da saúde sobre os prejuízos causados pelos hábitos. Foi realizado um estudo transversal observacional baseado em respostas obtidas a partir de questionário. Foram enviados 240 questionários, dos quais 130 para a escola particular 110 para a escola pública. Houve um retorno de 106 questionários preenchidos. A amostra foi composta, de 106 pré-escolares de ambos os gêneros, com idades de 4 a 6 anos, sendo que 36 foram de uma escola particular e 70 de uma escola pública. Os grupos analisados foram descritos como GRUPO A referente às crianças da escola particular e GRUPO B às crianças da escola pública (GALVÃO et al., 2006). Os autores neste estudo afirmaram que 94,4% das crianças do GRUPO A fizeram ou ainda fazem uso de mamadeira, e no GRUPO B o resultado foi de 84,3% crianças. No GRUPO A predominou a tempo de uso maior que 36 meses, ou seja, houve a prevalência de 52,9% das crianças em relação a 47,1% com tempo de uso menor ou igual a 36 meses. Notou-se que 52,8% das crianças do GRUPO A fizeram ou ainda fazem uso de chupeta, sendo que 63,2% a utilizara com idade menor ou igual a 36 meses e 36,8% com mais de 36 meses. No GRUPO B, a prevalência foi de 45,7% das quais 74,4% a usaram por um período menor ou igual a 36 meses e 22,6%, com tempo maior que 36 meses. Neste estudo constatou-se que 2,8% das crianças do GRUPO A tiveram o hábito de sucção digital e o mantiveram por menos de 36 meses e 7,1% das crianças do GRUPO B , das quais 80% o fizeram ou ainda fazem com mais de 36 meses e 20% com idade igual ou inferior a 36 meses. Galvão et al., 2006, concluíram existir uma alta prevalência de alguns hábitos orais deletérios em crianças de 4 a 6 anos de idade entre os grupos estudados, sem, contudo haver diferença estatística significante entre os mesmos. Em relação ao hábito de mamadeira, os resultados mostram que quase a totalidade das crianças analisadas apresentavam este hábito, sendo que mais da metade delas persistiu com o seu uso por tempo maior que 36 meses. Destacou também que houve uma freqüência maior de uso de chupeta no GRUPO A, já com relação ao tempo de uso, observou-se que houve diminuição da utilização da mesma em ambos os grupos analisados após 36 meses. Quanto ao hábito de sucção digital, os resultados evidenciaram que ocorreu uma baixa freqüência deste hábito em ambos os grupos, e ocorreu um acréscimo deste hábito no GRUPO B após 36 meses. A presença dos hábitos orais deletérios foi referida pelos responsáveis das crianças, sendo que a mamadeira e a chupeta foram os mais prevalentes. As possíveis causas dos hábitos orais podem ser fisiológicas, emocionais ou de aprendizado condicionado, devendo ser buscada na latência ou na primeira infância. A forma de aleitamento infantil tem uma forte influência na instalação de hábitos orais deletérios. Crianças que não foram aleitadas ao seio das mães têm maiores probabilidades de desenvolverem hábitos orais deletérios em relação àquelas que foram aleitadas, mesmo que por um período menor. Apesar de transmitirem sensação de segurança e conforto, os hábitos orais deletérios devem ser abandonados o mais precocemente possível, a fim de evitar alterações estruturais e funcionais graves. Há uma grande discussão com relação ao tempo de uso do hábito, contudo a maioria dos autores concorda que quanto mais cedo ocorrer sua remoção menores danos ocorrerão (GALVÃO et al.,2006). Nava et al., (2006), avaliaram a associação entre rinite alérgica, mamadeira, hábitos de sucção não nutritivos e maloclusão na dentição primária. Foram coletados informações de 1160 crianças mexicanas com idade de 4 a 5 anos, num estudo longitudinal desde os 4 meses de vida, periodicamente foram examinadas e feito a coleta de dados e também dos questionário respondidos pelos pais ou tutores. A maloclusão foi detectada em 640 crianças (51,03%) com mordida aberta anterior e 7,5% com mordida cruzada posterior. A rinite alérgica, hábitos de sucção não nutritivos e mamadeira sozinhos não causam maloclusão. A combinação de rinite alérgica e mamadeira por mais de um ano ou com hábitos de sucção não nutritivos não favoreceu o desenvolvimento da maloclusão. Mamadeira sozinha ou com rinite alérgica teve um efeito na mordida cruzada posterior. A mordida cruzada posterior foi mais freqüente em crianças com rinite alérgica e hábitos de sucção não nutritivos (10,4%). Crianças com mordida aberta anterior, 52,3% tinham rinite alérgica, em comparação 50,7% das crianças com mordida aberta anterior sem rinite alérgica. Baseado nas análises, rinite alérgica sozinha, ou acompanhado com mamadeira ou com hábitos de sucção não nutritivos não foram fatores de risco para desenvolver um mordida aberta anterior. A rinite alérgica sozinha ou acompanhada com hábitos de sucção não nutritivos é relatada na mordida aberta anterior. Hábitos de sucção não nutritivos acompanhado de rinite alérgica parece ser o mais importante fator de desenvolvimento de mordida cruzada posterior em crianças até 5 anos de idade (NAVA et al., 2006). Silva (2006), realizou um estudo com o objetivo de identificar os hábitos bucais deletérios. Foi avaliado a prevalência de maloclusão e hábitos deletérios (sucção digital, sucção de chupeta e onicofagia), foram examinados 261 escolares de 6 a 12 anos. Foi observado envolvimento do padrão oclusal, obtendo média de 58,7% para a presença de maloclusão, bem como uma maior incidência de maus hábitos nos escolares portadores de maloclusão, sendo 24 escolares com hábito de sucção digital, 15 com hábito de sucção de chupeta e 55 com hábito de onicofagia. Segundo Silva (2006), observaram que os hábitos de sucção que cessam entre 3 e 4 anos de idade, normalmente não acarretam o estabelecimento de uma maloclusão. Contudo, quando persistirem após 4 anos de idade, a oclusão pode tornar-se prejudicada. A maioria dos autores concorda com a afirmação de que nem sempre o hábito de sucção causa maloclusão, pois para isso é necessário intensidade e duração prolongada, associadas à predisposição genética do paciente. A gravidade da maloclusão depende da freqüência, intensidade e duração do hábito (Tríade de Graber). Apesar da prevalência ter sido alta para as zonas avaliadas, não foi possível estabelecer estatisticamente causalidade entre maus hábitos e maloclusão. Os hábitos bucais deletérios necessitam de uma abordagem odontopediátrica que englobe não só o controle do processo, mas o controle psicológico, com a interrelação multidisciplinar, a fim de oferecer um atendimento completo ao paciente. Souza et al., (2006), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a relação clínica entre a forma de aleitamento da criança, orientação prévia das mães sobre amamentação natural, instalação de hábitos de sucção não nutritivos e a presença de maloclusões. Neste estudo, foram examinadas 79 crianças (39 com hábitos de sucção e 40 sem hábitos de sucção), de ambos os gêneros, entre 2 e 5 anos, com a dentadura decídua completa e sem perda de tecido dentário interproximal, selecionadas de maneira randomizada, que participavam do Projeto de Bebês da Universidade Federal do Espírito Santo. Apenas um examinador avaliou as características faciais e oclusais das crianças, no sentido antero posterior, transversal e vertical. As mães foram instruídas à responderem um questionário sobre o desenvolvimento da criança e o grau de orientação prévia que receberam sobre amamentação natural, hábitos, maloclusões e respiração bucal. Neste estudo os autores afirmaram que existe uma relação estatisticamente significante entre o prolongamento do aleitamento materno e a redução da instalação de hábitos de sucção. A orientação prévia das mães sobre amamentação natural resultou num prolongamento no tempo de aleitamento natural, para crianças com e sem hábitos. Crianças com hábitos tiveram maior risco relativo de desenvolver maloclusões no sentido vertical, transversal e alterações antero posterior na relação de caninos. A alteração da relação ântero posterior dos segundos molares decíduos não mostrou diferença estatisticamente significante. Os resultados sugerem que o grau de informação das mães e o prolongamento do período de aleitamento natural estão diretamente relacionados com a menor incidência de maloclusões nessa fase do desenvolvimento da criança. Cavalcanti et al., (2007), realizaram um estudo com o objetivo de verificar a prevalência de hábitos de sucção nutritivos (aleitamento natural e artificial) de maloclusão em e não nutritivos e a presença pré-escolares brasileiros. Este estudo examinou 342 crianças (196 meninos e 146 meninas) entre 3 idade , em Campina Grande, Brasil. através de entrevistas com Os dados e 5 anos foram de coletados as mães das crianças e o exame clínico realizado por um examinador calibrado. A prevalência de hábitos as faixas etárias estavam , variando presentes história sucção 70% em 87%, ,sucção sucção digital em 7,2%. tinham de de de a 77,4%. de chupeta Aproximadamente 84,2% alimentação apresentavam maloclusão. foi elevada Existiram em todas As maloclusões em das 84,8% e crianças artificial e 79,9% diferenças significativas delas entre as variáveis: hábitos de sucção e presença de maloclusão; tempo alimentação natural e presença de hábitos de de sucção; tempo de alimentação natural e presença de maloclusão; tipo de alimentação e hábitos de sucção; e tipo de alimentação e presença de maloclusão (CAVALCANTI et al., 2007). Segundo Cavalcanti et al., 2007, a incidência de sucção da chupeta foi maior do que a de sucção digital entre os pré-escolares brasileiros. A freqüência de hábitos de sucção foi mais elevada entre as crianças com alimentacão artificiall (80,9%) do que nas crianças com alimentação natural (70,7%) . A relação entre a presença de hábitos de sucção e de maloclusão foi estatisticamente significante. A prevalência de hábitos bucais foi elevada, existindo forte associação com o tipo de aleitamento e com a presença de maloclusão. Peres et al., (2007), analisaram a prevalência de oclusopatias e o efeito da amamentação e dos hábitos de sucção não nutritivos aos seis anos de idade, na qual foram examinadas e suas mães entrevistadas. Utilizaram-se os critérios de Foster & Hamilton para a definição dos desfechos mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior. Informações sobre amamentação e hábitos de sucção não nutritivos foram coletados ao nascimento, ao primeiro, terceiro, sexto e 12º meses de vida e aos seis anos de idade. As variáveis de controle incluíram escolaridade materna, peso ao nascer, perímetro cefálico e sexo da criança. A prevalência de mordida aberta anterior foi 46,2% e a de mordida cruzada posterior foi 18,2%. Presença de hábitos de sucção não nutritivos entre 12 meses e quatro anos de idade e presença de sucção digital aos seis anos de idade foram os fatores de risco para a mordida aberta anterior. Amamentação por menos de nove meses e uso regular de chupeta entre 12 meses e quatro anos de idade foram os fatores de risco para mordida cruzada posterior. Identificou-se interação entre duração da amamentação e uso de chupeta para mordida cruzada posterior (PERES et al.,2007). 4.DISCUSSÃO Silva Filho et al., (1986), Monguilhott et al., (2003), afirmaram que a sucção é um reflexo normal da vida da criança até dois anos de idade e, esta necessidade diminui à medida que ela amadurece física e emocionalmente, tendendo a desaparecer antes dos quatro anos de idade. Cavassani et al., (2003), relatam que a sucção é considerada um hábito nutritivo até três anos de idade e vicioso após esta idade. Coser et al., (2004), afirmaram que os hábitos de sucção de chupeta são muito comuns em crianças, porém quando não interrompidos até os quatro anos de idade podem levar ao desenvolvimento de maloclusões. Henriquez et al., (2000), Silva (2006), Silva Filho et al., (1986), concordam que nem sempre o hábito de sucção causa maloclusão, pois para isso é necessário intensidade e duração prolongada associadas à predisposição genética do paciente. A gravidade da maloclusão depende da freqüência, intensidade e duração do hábito (Tríade de Graber), resistência alveolar e o padrão dentofacial inerente do paciente. Batista et al., (2004), acreditam que 100% dos casos há existência na associação dos hábitos com deformidades dentofacial. Cavassani et al., (2003), Tomita et al., (2000), sugerem que medidas de promoção de saúde devem ser alcançadas em crianças de baixa renda visando os fatores responsáveis pela origem dos hábitos viciosos de sucção, tais como: educação e alimentação. Bronzi et al., (2002), também sugerem que o caso deve ser tratado o mais precoce possível, primeiro por meio da conscientização tanto da criança quanto dos pais e, através de métodos preventivos e terapêuticos adequados. França et al., (2002), sugeriram que o diagnóstico das condições de saúde bucal da população é um importante subsídio para o planejamento e a avaliação de ações preventivas de maloclusões. Silva Filho et al., (1986), afirmaram que um outro aspecto ligado ao hábito e que deve ser considerado antes mesmo de se pensar na correção do desvio morfológico do arco dentário é o estado emocional da criança. Souza et al., (2002), concluíram que os fatores emocionais são muito importante na etiologia dos hábitos de sucção não nutritivos, e que devem ser levados em consideração durante o tratamento. Boni et al., (2000), Seixas et al., (1998), afirmaram que aplicando o método de esclarecimento, podemos remover o hábito de sucção de chupeta e ou mamadeira, sem a necessidade de utilizar qualquer tipo de recurso ortodôntico, em pacientes de 4 a 6 anos de idade, acarreta diminuição ou fechamento da mordida aberta anterior. Estripeaut et al., (1989), afirmaram que se o hábito é abandonado ao final dos 4 anos de idade, a má oclusão pode ser autocorrigida sem prejudicar a disposição dos dentes no arco dentário. Tomita et al., (2000), relataram que a má oclusão tem caráter autocorretivo quando cessam os hábitos bucais fisiológicos até 2 a 3 anos de idade, após esse período há potencial para causar anomalias de oclusão. Cavalcanti et al., (2007), afirmaram que a freqüência de hábitos de sucção foi mais elevada entre as crianças com alimentação artificial do que nas crianças com alimentação natural. A relação entre a presença de hábitos de sucção e de maloclusão foi significante. A prevalência de hábitos bucais foi elevada, existindo forte associação com o tipo de aleitamento e com a presença de maloclusão. Bezerra et al., (2005), relataram que a duração e o tipo de aleitamento foram considerados fatores predisponentes para o desenvolvimento de possíveis hábitos bucais deletérios. Souza et al., (2006), afirmaram que o grau de informação das mães e o prolongamento do período de aleitamento natural estão diretamente relacionados com a menor incidência de más oclusões nessa fase de desenvolvimento da criança. Mendes et al., (2003), discordam dos autores e defendem que não foi observada relação entre os tipos de aleitamento com o desenvolvimento dos hábitos bucais deletérios. Ozawa et al., (2005), relataram que a incidência dos hábitos orais foi significamente maior em crianças que tomam mamadeira do que em crianças que são amamentadas. A chupeta foi mais prevalente em crianças que tiveram a amamentação interrompida precocemente do que crianças que tiveram amamentação natural. Valdrigui et al., (2004), afirmaram que bebês que receberam aleitamento materno por mais de 6 meses não possuíram hábitos deletérios. A tendência de desenvolver uma maloclusão, provocada por hábitos como o de sucção digital, ou de chupeta é pequena, comprovando mais uma vez que o aleitamento materno deve ser incentivado. Souza et al., (2004) e Galvão et al., (2006), mostraram que a duração insuficiente do aleitamento natural está associada à presença de hábitos de sucção em crianças com dentição decídua completa. Serra-Negra et al., (1997), constataram que aquelas crianças que nunca receberam aleitamento materno, ou se fizeram, foi por um período de até um mês, apresentaram um risco de desenvolver hábitos deletérios sete vezes maior em relação àquelas que foram amamentadas por um período de, no mínimo, de 6 meses. Costa et al., (2000), relataram que crianças portadoras de fissura de lábio e/ou palato amamentadas por um período de tempo maior tem uma prevalência da presença de hábitos iniciais de sucção menor em relação às amamentadas por um período menor. Bronzi et al., (2002), afirmaram que os hábitos de sucção não nutritivos podem provocar mordida aberta, devido à quebra do equilíbrio entre os lábios, bochechas e a língua, e também em função da presença de uma obstrução mecânica entre os dentes. Maciel & Leite (2005), sugerem que o padrão de má oclusão mais prevalente foi a mordida aberta anterior, que se associou com o padrão de crescimento vertical da face. Pires et al., (2001) e Leite et al., (1999), constataram que a mordida aberta anterior está associada à presença de hábitos deletérios e o tempo de permanência do hábito pode ser considerado alto. Estripeaut et al., (1989) e Emmerich et al., (2004), relataram que a duração e a intensidade do hábito de sucção do polegar levará o paciente a desenvolver hábitos maiores como interposição da língua e a hiperatividade do músculo mental, causando um aumento da mordida aberta anterior e/ou posterior. Warren et al., (2001), Silva Filho et al., (1986), avaliaram que da somatória de forças em desequilíbrio se origina uma má oclusão como: mordida aberta anterior circular, vestíbulo-versão dos incisivos superiores, verticalização dos incisivos inferiores, aumento do trespasse horizontal, com menos freqüência, a mordida cruzada posterior, às vezes associada a um palato ogival e, diastemas entre os incisivos superiores. Kuramae et al., (2005), discordam e mostraram que não houve diferenças significativamente no ângulo naso labial em relação ao hábito de sucção de dedo, a maxila e a mandíbula estão bem posicionadas, em relação à base do crânio e os incisivos superiores estão bem posicionados. Cavassani et al., (2003), afirmaram que os hábitos de sucção trazem conseqüências na morfologia do palato duro, alterações de posicionamento dentário, movimentação da língua, tendo maior risco de desenvolvimento de mordida aberta anterior e distúrbios de motricidade oral. Enquanto que Castelo et al., (2005), afirmaram que os hábitos parafuncionais, com exceção da deglutição atípica e os hábitos nutritivos não foram determinantes para a presença de sinais e sintomas da ATM. Peres et al., (2007), afirmaram que a amamentação é um fator de proteção às outras doenças da infância, a abordagem dos fatores de risco é o meio mais apropriado para a prevenção de mordida cruzada posterior. Nava et al., (2006), relataram que os hábitos de sucção não nutritivos acompanhados de rinite alérgica parece ser o mais importante fator de desenvolvimento de mordida cruzada posterior em crianças até 5 anos de idade. Ogaard et al., (1994), afirmaram que o hábito de sucção de chupeta é de maior importância para o desenvolvimento da mordida cruzada posterior. 5. CONCLUSÃO A revisão de literatura realizada neste trabalho permitiu que se chegasse às seguintes conclusões: 1. A duração insuficiente do aleitamento natural está associada à presença de hábitos de sucção não nutritivos em crianças com dentição decídua completa. 2. A presença de hábitos de sucção foi mais elevada entre crianças com alimentação artificial do que em crianças com alimentação natural. 3. Os hábitos de sucção não nutritivos podem provocar alterações no crescimento e desenvolvimento dento esquelético facial, sendo caracterizada por uma mordida aberta anterior, vestíbulo-versão dos incisivos superiores, a retroinclinação dos incisivos inferiores, diastemas entre os incisivos, palato ogival e mordida cruzada posterior. 4. O sucesso do tratamento dos hábitos bucais deletérios, portanto, depende de uma abordagem multidisciplinar, ou seja, de um acompanhamento de um ortodontista, fonoaudiólogo, e, de muitas vezes do otorrinolaringologista e do psicólogo, para que se possa em conjunto, prevenir, detectar e, tratar precocemente as alterações dentárias. 5. Os hábitos de sucção de chupeta são muito comuns em crianças, porém quando não são interrompidos até os quatro anos de idade podem levar ao desenvolvimento de maloclusões. persistir após esta Se a sucção idade, frequentemente pode haver a necessidade de intervenção ortodôntica. 6. Um outro aspecto ligado ao hábito e que deve ser considerado antes mesmo de se pensar na correção dentária é o estado emocional da criança. Os fatores emocionais são muito importantes na etiologia dos hábitos de sucção não nutritivos, e que devem ser levados em consideração durante o tratamento. 7. Fatores como, rinite alérgica, sozinhos, não provoca maloclusão dentária. 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