VISTORIA DE RECEBIMENTO E ENTREGA DE OBRA Engº Civil Aurélio José Lara Florianópolis/SC Outubro/2013 SUMÁRIO Capítulo 1 1.1 O que é a Vistoria de Recebimento de Obra 1.2 O que é a Vistoria de Entrega de Obra 1.3 Das Normas Técnicas 1.4 Qual o Profissional está Habilitado para Realizar os Serviços 1.5 Perfil Profissional 1.6 Ética Profissional Capítulo 2 2.1 Dos Objetos da Vistoria de Recebimento e Entrega de Obra 2.2 Amplitude dos Serviços 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.4 Da Documentação a ser Analisada 2.5 Da Elaboração do Check-list 2.6 Da Vistoria dos Tópicos da Listagem de Verificação SUMÁRIO Capítulo 3 3.1 Das Desconformidades Mais Recorrentes 3.2 Tópicos Essenciais do Laudo Capítulo 1 1.1 O que é a Vistoria de Recebimento de Obra “Trata-se de uma vistoria realizada por profissional qualificado e habilitado, quando contratado pelo condomínio / proprietário, que tem como objetivo verificar as condições construtivas de um dado empreendimento no seu recebimento, de forma a analisar a sua conformidade com projetos, memoriais e demais documentos”. 4 Capítulo 1 1.2 O que é a Vistoria de Entrega de Obra “Trata-se de uma vistoria realizada por profissional qualificado e habilitado, quando contratado pelo Incorporador, que tem como objetivo formalizar a entrega da obra junto ao Construtor, mediante verificação do seu estado construtivo, bem como das suas condições construtivas, de forma a analisar a sua conformidade técnica com projetos, memoriais e demais documentos”. 5 Capítulo 1 1.3 Das Normas Técnicas Não existe uma Norma Técnica específica para Vistoria de Recebimento e Entrega de Obra. No entanto, temos algumas Normas que nos dão Balizamento para o desenvolvimento dos Trabalhos, sendo elas: ABNT NBR 13.752 / 1996: Perícias de Engenharia na Construção Civil. 6 Capítulo 1 1.3 Das Normas Técnicas ABNT NBR 14.037 / 2011: Manual de Operação, Uso e Manutenção das Edificações – Conteúdo e Recomendações para Elaboração e Apresentação. ABNT NBR 15.575 / 2010: Desempenho de Edificações. ABNT NBR 12.722 / 1992: Discriminação de Serviços para Construção de Edifícios. 7 Capítulo 1 1.4 Qual o Profissional Está Habilitado para Realizar os Serviços Engenheiros, de acordo com a Lei 5.194 de 24/12/1966. 8 Capítulo 1 1.4 Qual o Profissional Está Habilitado para Realizar os Serviços Engenheiros, de acordo com a Lei 5.194 de 24/12/1966. 9 Capítulo 1 1.4 Qual o Profissional Está Habilitado para Realizar os Serviços Arquitetos, de acordo com a Lei 12.378 de 31/12/2010. Art. 2o As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em: I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica; II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação; III - estudo de viabilidade técnica e ambiental; IV - assistência técnica, assessoria e consultoria; V - direção de obras e de serviço técnico; VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem; VII - ... 10 Capítulo 1 1.4 Qual o Profissional Está Habilitado para Realizar os Serviços Arquitetos, de acordo com a Lei 12.378 de 31/12/2010. Art. 2o As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em: I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica; II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação; III - estudo de viabilidade técnica e ambiental; IV - assistência técnica, assessoria e consultoria; V - direção de obras e de serviço técnico; VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem; VII - ... 11 Capítulo 1 1.5 Perfil Profissional a) Espírito investigativo b) Paciência c) Comunicabilidade d) Liderança: equipe”. “para bem orientar os demais membros da e) Senso de observação – para explorar todos os fatos técnicos necessários. f) Disposição física – pois as vistorias exigem vigor. 12 Capítulo 1 1.6 Ética Profissional a) Isenção – Não possuir vínculo ou outros interesses com o cliente ou construtor da edificação. b) Divulgação – As informações técnicas e gerais do condomínio só poderão ser divulgadas, quando autorizado pelo cliente. c) Lealdade – Com os colegas, principalmente nas concorrências. 13 Capítulo 2 2.1 Objetos da Vistoria de Recebimento e Entrega de Obra São os imóveis em geral, tais como: - Residências: Casas e prédios; - Comércios: Lojas e prédios; - Indústrias; - Galpões; - Shopping Center; - Prédios Públicos Especiais: Escolas, presídios, museus, dentre outros. 14 Capítulo 2 2.2 Amplitude dos Serviços Casa Térrea Edifício de múltiplos andares 15 Capítulo 2 2.2 Amplitude dos Serviços Casa Térrea Edifício de múltiplos andares OBS: O serviço será o mesmo, porém, o volume do serviço será completamente diferente. 16 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.1 – Quando Contratado pelo Incorporador: * Caracteriza-se como Vistoria de Entrega - Construtor conclui a obra Vistoria de Entrega Incorporador recebe a obra do construtor 17 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.1 – Quando Contratado pelo Incorporador: * Caracteriza-se como Vistoria de Entrega - Em caso de conformidade Construtor conclui a obra Vistoria de Entrega Incorporador recebe a obra do construtor 18 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.1 – Quando Contratado pelo Incorporador: * Caracteriza-se como Vistoria de Entrega - Em caso de conformidade Construtor conclui a obra Vistoria de Entrega Incorporador recebe a obra do construtor Gera o termo de recebimento da obra 19 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.1 – Quando Contratado pelo Incorporador: * Caracteriza-se como Vistoria de Entrega - Em caso de não conformidade Construtor conclui a obra Vistoria de Entrega Incorporador recebe a obra do construtor 20 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.1 – Quando Contratado pelo Incorporador: * Caracteriza-se como Vistoria de Entrega - Em caso de não conformidade Construtor conclui a obra Pode instruir o documento de Vistoria de Entrega retenção da parcela final do pagamento à construtora Incorporador recebe a obra do construtor 21 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.2 – Quando Contratado pelo Condomínio / Proprietário: * Caracteriza-se como Vistoria de Recebimento Incorporador entrega a obra ao cliente Vistoria de Recebimento Condomínio / Proprietário recebe a obra do construtor 22 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.2 – Quando Contratado pelo Condomínio / Proprietário: * Caracteriza-se como Vistoria de Recebimento Incorporador entrega a obra ao cliente Em caso de conformidade Vistoria de Recebimento Condomínio / Proprietário recebe a obra do construtor 23 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.2 – Quando Contratado pelo Condomínio / Proprietário: * Caracteriza-se como Vistoria de Recebimento Incorporador entrega a obra ao cliente Vistoria de Recebimento Em caso de conformidade Subsidia o Termo de Recebimento Total Condomínio / Proprietário recebe a obra do construtor 24 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.2 – Quando Contratado pelo Condomínio / Proprietário: * Caracteriza-se como Vistoria de Recebimento Incorporador entrega a obra ao cliente Em caso de não conformidade Vistoria de Recebimento Condomínio / Proprietário recebe a obra do construtor 25 Capítulo 2 2.3 Das Formas de Contratação dos Serviços 2.3.2 – Quando Contratado pelo Condomínio / Proprietário: * Caracteriza-se como Vistoria de Recebimento Incorporador entrega a obra ao cliente Vistoria de Recebimento Em caso de não conformidade Subsidia o Termo de Recebimento Parcial Condomínio / Proprietário recebe a obra do construtor 26 Capítulo 2 2.4 Da Documentação a ser Analisada Técnica: - Memorial Descritivo dos Sistemas Construtivos; - Projetos dos Sistemas Construtivos: - Arquitetônico; - Executivo; - Sondagem, fundações, estrutura, etc. - Projeto das Instalações prediais: - Hidráulico-sanitárias; - Gás, elétricas, telefonia, pára-raios, etc... 27 Capítulo 2 2.4 Da Documentação a ser Analisada Técnica: - Projeto de impermeabilização; - Projeto de revestimentos; - Projeto de acessibilidade, etc... Manutenção e Operação: - Manual de Uso, Operação e Manutenção; - Certificado de limpeza e desinfecção dos reservatórios; - Certificado de ensaios de pressurização em cilindro de extintores; 28 Capítulo 2 2.4 Da Documentação a ser Analisada Manutenção e Operação: - Certificado de teste de estanqueidade do sistema de gás; - Atestado do sistema de proteção a descarga atmosférica. 29 Capítulo 2 2.5 Da Elaboração do Check-list Após a análise dos projetos e demais documentações fazer a listagem dos equipamentos e componentes dos diversos sistemas construtivos a serem inspecionados: Estrutura; Alvenaria; Revestimentos; Pintura; Pisos; Impermeabilizações; Esquadrias; Cobertura; Paisagismo; Instalações Elétricas; Instalações Hidráulicas; Instalações de Gás; 30 Capítulo 2 2.5 Da Elaboração do Check-list Instalações do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA); Instalações de Telefonia; Instalações de Iluminação de Emergência; Instalações de Proteção contra Incêndio; Instalações de Ar-condicionado; Instalações de Segurança Patrimonial; 31 Capítulo 2 2.5 Da Elaboração do Check-list Elevadores; Churrasqueiras; Caldeiras; Saunas; Geradores; Piscinas; Pressurizadores; Salas de Cinema; Bombas e Filtros; Heliponto; Automação de Portões; Adegas; Quadras Poliesportivas; Lixeiras. Playground; 32 LISTAGEM DE VERIFICAÇÃO Edifício: Idade: Endereço: Data: TÓPICOS DA VISTORIA Casa de máquinas Desempenho (A) Anomalia (B) Falha (c) Fotos A B Observações C Tubulações e registros Sist. Combate incêndio Esquadrias Iluminação Sinalização Estrutura Alvenarias Revestimentos 33 Capítulo 2 2.6 Da Vistoria dos Tópicos da Listagem de Verificação INDUMENTÁRIA JEANS E CAPACETE SAPATO – SOLA DE BORRACHA MÁQUINA FOTOGRÁFICA (PILHA / BATERIA RESERVA) PRANCHETA (LÁPIS, BORRACHA, PAPEL, CANETA) EQUIPAMENTOS LANTERNA TRENA, NÍVEL CANIVETE OU SIMILAR ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO ROTEIRO ELABORAÇÃO DO CHECK-LIST VISTORIA 34 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - - Desempenho; - Anomalia; - Falha. 35 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - - Desempenho; - Anomalia; - Falha. 36 Capítulo 2 - Desempenho “Base para análise = ABNT NBR 15.575 - Desempenho de Edificações.” 37 Capítulo 2 - Desempenho “Base para análise = ABNT NBR 15.575 - Desempenho de Edificações.” 38 Capítulo 2 - Desempenho “Base para análise = ABNT NBR 15.575 - Desempenho de Edificações.” Produtos Novos com Desempenho Abaixo do Requerido. 39 Capítulo 2 Fechadura nova, porém, com problemas na sua regulagem. 40 Capítulo 2 Fechadura nova, porém, com problemas na sua regulagem. A porta não pode ser fechada de forma efetiva. Desempenho Abaixo do Requerido 41 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - - Desempenho; - Anomalia; - Falha. 42 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - Desempenho; - Anomalia = Relaciona-se a “Irregularidade, anomalia, exceção à regra”. - Falha. 43 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Endógenas (AEN): Originária da própria edificação (projeto, materiais e execução). Trinca 44 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Endógenas (AEN): Originária da própria edificação (projeto, materiais e execução). Trinca Falha de Execução: Alvenaria desprovida de amarração 45 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Exógenas (AEX): Originária de fatores externos a edificação, provocados por terceiros. Deslocamento das telhas do telhado de cobertura 46 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Exógenas (AEX): Originária de fatores externos a edificação, provocados por terceiros. Deslocamento das telhas do telhado de cobertura Obra vizinha = bate estacas 47 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Natural (ANN): Originária (previsíveis, imprevisíveis). de fenômenos da natureza Trincas Furos nas telhas 48 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Natural (ANN): Originária (previsíveis, imprevisíveis). de fenômenos da natureza Trincas Furos nas telhas Ocasionadas pela raiz da árvore. Chuva de granizo 49 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Funcional (ANF): Proveniente da degradação natural ou do uso. Danos no rebaixo de gesso 50 Capítulo 2 As anomalias podem ser classificadas: - Funcional (ANF): Proveniente da degradação natural ou do uso. Danos no rebaixo de gesso Choque mecânico provocado por um objeto durante uma mudança. 51 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - - Desempenho; - Anomalia; - Falha. 52 Capítulo 2 O que verificar na Vistoria - - Desempenho; - Anomalia; - Falha = Relaciona-se à “Manutenção e Operação”. 53 Capítulo 2 As falhas podem ser classificadas em: - De Planejamento = Decorrentes de falhas no plano e programa de manutenção. - De Execução = Oriundas de procedimentos e insumos. - Operacionais = Provenientes dos registros e controles técnicos. - Gerenciais = Devido a desvios de qualidade e custos. 54 Capítulo 3 3.1 Das Desconformidades Mais Recorrentes Trincas no contra-piso do ático. Telhas Quebradas. 55 Capítulo 3 Improviso na fixação das Instalações hidráulicas do barrillete. Instalações hidráulicas executadas de forma improvisada. 56 Capítulo 3 Tubulações Desprovidas de Identificação. Ausência de revestimento nas alvenarias junto ao reservatório de água. 57 Capítulo 3 Ausência de Placas de Acabamento nas instalações elétricas. Tubulações que deveriam estar embutidas na alvenaria, no entanto, encontram-se aparentes 58 Capítulo 3 Pinturas inacabadas junto à casa de máquinas. Ausência de revestimento no piso do hall de escadas de serviço. 59 Capítulo 3 Ausência de Revestimento em degraus de escada. Sujidades / manchamentos no piso. 60 Capítulo 3 Ausência de esquadrias junto ao hall de escadas de serviço. Esquadrias desprovidas de maçaneta e/ou puxador. 61 Capítulo 3 Manchas de tinta na esquadria. Desconformidades no arremate do revestimento. 62 Capítulo 3 Desconformidades no revestimento. Danos na pintura. 63 Capítulo 3 Manchas no piso. Manchas no piso. 64 Capítulo 3 Pontos falhos nos rejuntamentos. Ausência de maçaneta. 65 Capítulo 3 Danos nas esquadrias. Infiltrações nas alvenarias. 66 Capítulo 3 Infiltrações nas alvenarias. Danos na descarga do vaso sanitário. 67 Capítulo 3 Pias entupidas. Cerâmicas com diferentes tonalidades. 68 Capítulo 3 Cerâmicas Danificadas. Cerâmicas Danificadas. 69 Capítulo 3 Caída da água em sentido inverso ao ralo. Danos no interfone (não funciona). 70 Capítulo 3 3.2 Tópicos Essenciais do Laudo - Identificação do Contratante; - Identificação do Proprietário; - Considerações Iniciais; - Objetivo / Finalidade; - Metodologias e Critérios Utilizados; - Descrição Técnica do objeto; - Documentação Analisada; - Apontamento dos Danos (Desempenho, Anomalias e Falhas) Identificados; - Classificação dos Danos quanto ao Desempenho, Anomalias e Falhas; - Assinatura do Responsável Técnico, com Nº do CREA; - A.R.T. (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou R.R.T. (Registro de Responsabilidade - Técnica); - Nº do IBAPE; - Anexo Fotográfico. 71 Muito obrigado Engº Aurélio José Lara (31) 3531-6094 (31) 9615-8049 [email protected] 72