A Prática da Ginástica Laboral na Prevenção das Principais Doenças
Ocupacionais
Izabel Silva de Lima
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Ergonomia Produto e Processo - Faculdade Ávila
1
Resumo
Nesse trabalho, procurei desenvolver um breve histórico para analisarmos os aspectos sobre
a influência da Pratica da Ginástica Laboral na Prevenção das doenças ocupacionais, tais
como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho (DORT). A prática da Ginastica Laboral esta se tornando
indispensável nos locais de trabalho e logo devem integrar a cultura das empresas como
promotora da saúde e melhoria de qualidade de vida nas condições de trabalho, contribuindo
na prevenção e redução dessas lesões, já que as doenças ocupacionais são as maiores causas
de afastamento nas empresas. Essa pratica de exercícios físicos, realizada durante a jornada
de trabalho, com duração de no máximo 15 minutos, antes era motivo de preocupação ou
modismos, hoje se tornou uma necessidade. Observa-se a classificação de diversos autores
sobre a Ginástica Laboral: preparatória, compensatória, de relaxamento e corretiva. E
diversos são os benefícios proporcionados aos praticantes, fisiológicos, psicológicos, sociais
e empresariais. É de grande importância que a ginástica por si só pratica ou teórica não
aumenta a produtividade de uma empresa, mais sim por um conjunto de atributos que
envolvem a ginástica, a ergonomia, a produtividade, os benefícios e o investimento em
qualidade de vida.
Palavras chave: Ginástica Laboral; Doenças Ocupacionais e Qualidade de Vida.
1. Introdução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo
bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de
doenças e afecções. Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia
funcional e metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).
O estilo de vida, isto é, o conjunto de comportamentos adaptados por uma pessoa, pode ser
benéfico ou prejudicial à saúde. Por exemplo, um indivíduo que mantem uma alimentação
equilibrada e que realiza atividades físicas diariamente tem maiores hipóteses de desfrutar de
uma boa saúde. Pelo contrário, as pessoas que comem e bebem em excesso, que não
descansam o suficiente e que fumam correm sérios riscos de sofrer doenças que poderiam ser
evitadas.
A saúde pode dividir-se em saúde física e saúde mental embora, na realidade, sejam dois
aspectos inter-relacionados. Para o cuidado da saúde física, é recomendada
a realização frequente e regular de exercícios, e uma dieta equilibrada e saudável, com
variedade de nutrientes e proteínas.
A doença ocupacional é a alteração na saúde do trabalhador, provocada por fatores ambientais
associadas ao trabalho, podendo ser adquirida através da exposição do trabalhador a agentes
químicos, físicos, biológicos ou radioativos. Elas são originadas por meia da condição de
_________________________________
1
Pós-graduando em Ergonomia.
Orientadora; Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica; Graduada em Fisioterapia;
Docente no Centro Universitário do Norte e na Universidade Paulista.
2
2
trabalho desempenhada pelo profissional e até mesmo por situações pessoais do indivíduo que
podem atrapalhar a atividade do dia a dia.
Existe um grupo de doenças do trabalho que podem ocorrer na população em geral, mas que
surgem com muito mais frequência em determinados tipos de atividade profissional.
Principais Doenças Ocupacionais
Definição Ler/Dort
A sigla LER – Lesões por Esforços Repetitivos – é a tradução de um termo internacional,
criada para identificar um conjunto de doenças caracterizadas por dor crônica que atingem
principalmente os membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços, ombros e braços),
membros inferiores e coluna vertebral (pescoço, coluna torácica e lombar), decorrente de
sobrecarga do sistema músculo-esquelético no trabalho.
A sigla DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – é a tradução de um
termo internacional e foi acrescentada para chamar a atenção de que todos os casos de LER
são relacionados com atividades realizadas no trabalho. Do ponto de vista prático, tem o
mesmo significado de LER e têm sido utilizados como sinônimos. Pouco conhecidas até os
anos 70, as LER/DORT tiveram rápido crescimento nos ambientes de trabalho em todo o
mundo. No Brasil, na década de 80, os casos de tenossinovite entre digitadores, levaram os
sindicatos de trabalhadores em processamento de dados a lutar pelo reconhecimento das
lesões como doenças profissionais. Em 06 de agosto de 1987, o Ministério da Previdência,
atendeu à reivindicação dos sindicatos e, com a portaria 4.602, incluiu a tenossinovite do
digitador no rol de doenças do trabalho. A portaria, embora mencionasse outras categorias
profissionais além do digitador, na prática, era entendida pela perícia do INSS como exclusiva
aos digitadores. Em 1993, foi publicada uma norma técnica, que instituiu o nome lesões por
esforços repetitivos LER, ampliando o conceito e aplicando os direitos previdenciários a esse
grupo de doenças relacionas ao trabalho. Em 1998, na revisão de sua norma técnica, a
Previdência Social mudou o termo LER para Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho – DORT, reduzindo consideravelmente os direitos previdenciários. No campo da
prevenção, fruto de mobilização sindical, há uma Norma Regulamentadora (NR-17), que fixa
alguns limites para as empresas em que há postos de trabalho que exigem esforços repetitivos,
ritmo acelerado e posturas inadequadas, mas ainda não contempla diversos fatores
responsáveis pelas lesões.
Sabendo-se que as LER/DORT, têm característica progressiva, torna-se, portanto chamar a
atenção para os estágios evolutivos da mesma. Desta forma, chama-se para melhor expressálos:
Estágio I: caracteriza-se pela ausência de sintomas e sinais objetivos. Não existe dor
propriamente dita. Predominam as queixas vagas de desconforto e peso nos braços, que
melhoram com o repouso, nos finais de semana e nas férias. Os sintomas não são nitidamente
localizados e atingem áreas envolvidas na movimentação e no posicionamento dos membros
superiores, como as regiões cervicotorácica e os ombros. Os objetos parecem mais pesados e
existem referências a pontadas e agulhas, que, apesar de incômodas, não interferem com a
produtividade. O exame clínico pode evidenciar contratura e dolorimento à palpação dos
músculos cervicais e certo “empastamento’ dos músculos da cintura escapular,
principalmente na porção superior do trapézio. O tratamento adequado, quando instituído
nesta fase, tem prognóstico bom.
Estágio II: a dor já é o sintoma predominante. Aparece principalmente na segunda metade de
uma jornada de trabalho diário de 8 (oito) horas. É tolerável, mas começa a prejudicar a
produtividade. Frequentemente, os pacientes se queixam da persistência de dor noturna.
3
Existe referência comum à sensação de “inchação” que não apresenta os sinais objetivos da
alteração mencionada. Mudanças no ritmo de produção como ocorrem nas épocas de
produção mais intensa, tendem a produzir exacerbações agudas da dor. Existe também um
ritmo característico de aumento da dor do começo para o final da semana. Na segunda-feira a
dor é menos intensa e só aparece no final da jornada de trabalho. Do meio da semana em
diante, os sintomas aparecem mais precocemente e aumentam de intensidade. Formigamento,
calor e distúrbios discretos de sensibilidade tátil, como sensações de “aspereza” e “dedos
grossos”, são queixas comuns nessa fase.
Estágio III: a dor torna-se mais intensa, persistente e localizada. O paciente não consegue
manter sua atividade profissional normal devido à dor. O repouso atenua, mas não faz a dor
desaparecer completamente. Até o presente momento, o Prognóstico de recuperação funcional
das pessoas que atingem este estágio não é bom. Pacientes afastados do trabalho durante
meses continuam sentido dor.
Estágio IV: a dor é contínua e piora com a mobilização dos segmentos afetados.
Geralmente existem vários segmentos dolorosos à palpação. O estado emocional do paciente
está claramente afetado. Isso faz com que suas queixas e reações aos estímulos mecânicos
originados pelas manobras diagnósticas sejam desproporcionais aos achados observados pelo
exame físico.
A partir da construção do quadro evolutivo, a sintomatologia clínica observada envolve
queixas nas extremidades superiores, ombros e pescoço. “O diagnóstico da lesão ou doença
subjacente às Lesões por Esforço Repetitivo deve ser individualizado a cada uma delas. Em
geral é eminentemente clínico e muitas vezes difícil”.
Histórico
No século XVI, algumas observações esparsas surgiram, evidenciando a possibilidade de o
trabalho ser causador de doenças.
No século XVII, Ramazzini, um médico italiano que se dedicou a descrever doenças
ocupacionais, relatou que movimentos violentos e irregulares, bem como posturas
inadequadas durante o trabalho provocavam sérios danos à máquina vital. Aqui cabe ressaltar
“as doenças dos escribas e notários”.
Com esta afirmação, constata-se então que certas atividades ocupacionais, independentes da
época em que são exercidas e da presença de máquinas ou produção organizada, exigem das
pessoas posturas, esforços físicos e mentais que podem produzir doenças. Apenas a partir da
segunda metade do século XVIII, os quadros osteomusculares adquiriram expressão em
número e relevância social, com a racionalização e inovação técnica na indústria.
LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é a tradução do termo RSI (repetition strain injuries)
utilizado inicialmente na Austrália e definido por Browne (1984) como “doenças músculotendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, causadas pela sobrecarga de um grupo
muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela manutenção de posturas contraídas, que
resultam em dor, fadiga e declínio do desempenho profissional” (COUTO, 1998, p. 17).
Em 1985 surgiram publicações e debates sobre a associação entre tenossinovite e o trabalho
de digitação, resultando mais tarde, na publicação da Portaria 4.062 em 06/08/87 pelo
Ministério da Previdência e Assistência Social, reconhecendo a tenossinovite como doença do
trabalho e consequentemente a utilização da denominação LER.
Já em 1991, o Núcleo de Saúde do trabalhador INSS/SUS/MG registrou casos de Lesões por
Esforços Repetitivos em várias funções. Dentre elas pode-se destacar: telefonista, datilógrafo,
eletricista, auxiliar administrativo, entre outras.
Variadas terminologias e conceituações têm sido usadas para definir a “patologia” em vários
países. Todas elas têm em comum o relato de sobreuso das extremidades superiores do corpo,
4
geralmente por esforço repetitivo. Assim, na Austrália, inicialmente adotou-se a denominação
“Occupacional Overuse Injury” (OOI), mudando em 1980 para “Repetitive Strain Injuries”
(RSI); Estados Unidos “Cumulative Trauma Disorders” (CTD) e “Repetitive Trauma
Disorders” (RTD); no Japão “Occupacional Cervicobrachial Disorder” (OCD). No Brasil,
inicialmente “Tenossinovite” 1987; posteriormente “Lesões por Esforços Repetitivos”.
Quanto ao termo LER, referindo-se as lesões dos tecidos moles devido à movimentação e
esforços repetitivos do corpo, Couto (1998, p.18) comenta sobre a complicação no meio
médico, referindo-se às seguintes questões: passou-se a adotar esta denominação tipicamente
sindrômica como sendo igual a diagnóstico, ou seja, ao invés de se diagnosticar uma
epicondilite, passou-se a diagnosticar LER. A síndrome dolorosa do membro superior é
composta de uma série de lesões, cada uma com tratamento e prognóstico específico, o que é
anulado quando se afirma o diagnóstico de LER. Repetitividade é apenas um de um conjunto
de quatro fatores biomecânicos causais e outros tantos fatores psicofísicos e sociológicos da
realidade do trabalho, contribuindo assim para causar a síndrome dolorosa.
A aceitação de repetitividade como causa principal das lesões induz à conclusão que a
redução na incidência de novos casos será obtida com a redução da repetitividade do
movimento, o que se traduz como uma simplificação de algo muito mais complexo. O termo
LER no Brasil assumiu outro significado problemático, que foi o de ser utilizado
indistintamente como o nome de uma doença, e isso, naturalmente, ocasionando confusão
entre médicos e trabalhadores. Em termos mais claros, lesões por esforços repetitivos é uma
denominação de um mecanismo de lesão, e não um diagnóstico.
Aos moldes da Sociedade de Medicina Australiana que abandonou o termo RSI “repetition
strain injuries” (Ler no Brasil), em decorrência dos questionamentos expostos anteriormente,
em nosso país, a Previdência Social vem reestruturando suas ações administrativas em relação
à questão, basicamente utilizando o termo DORT (distúrbios osteomusculares relacionado ao
trabalho). E para Couto (1998), o distúrbio antecede a lesão. “A ‘cortina’ do conceito de lesão
por esforços repetitivos esconde o fato de que a dor sentida pelos pacientes portadores de
LER pode ser provocada, também, por fatores como o estresse, a fadiga, a depressão”.
Couto (1998, p. 20) define DORT, como sendo: transtornos funcionais, transtornos mecânicos
e lesões de músculos e/ou tendões e/ou de fáscias e/ou de nervos e/ou de bolsas articulares e
pontas ósseas nos membros superiores ocasionados pela utilização biomecanicamente
incorreta dos membros superiores, que resultam em dor, fadiga, queda de desempenho no
trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso pode evoluir para uma síndrome
dolorosa crônica, nesta fase agravada por todos os fatores psíquicos (inerentes ao trabalho ou
não) capazes de reduzir o limiar de sensibilidade dolorosa do indivíduo.
Fatores de Risco
- O posto de trabalho: embora as dimensões do posto de trabalho não causem distúrbios
musculoesqueléticos por si, elas podem forçar o trabalhador a adotar posturas, a suportar
certas cargas e a se comportar de forma a causar ou agravar as afecções musculoesqueléticas.
Ex.: mouse com fio curto demais, obrigando o trabalhador a manter o tronco para frente sem
encosto e o membro superior estendido; reflexos no monitor que atrapalham a visão, o que
obriga o trabalhador a permanecer em determinada postura do corpo e da cabeça para vencer
essa dificuldade;
- A exposição a vibrações: as exposições a vibrações de corpo inteiro, ou do membro
superior, podem causar efeitos vasculares, musculares e neurológicos;
- A exposição ao frio: pode ter efeito direto sobre o tecido exposto e indireto pelo uso de
equipamentos de proteção individual contra baixas temperaturas (ex.: luvas);
5
- A exposição a ruído elevado: entre outros efeitos, pode produzir mudanças de
comportamento;
- A pressão mecânica localizada: a pressão mecânica provocada pelo contato físico de cantos
retos ou pontiagudos de objetos, ferramentas e móveis com tecidos moles de segmentos
anatômicos e trajetos nervosos ocasionam compressões de estruturas moles do sistema
musculoesquelético;
- As posturas: as posturas que podem causar afecções musculoesqueléticas possuem três
características, que podem estar presentes simultaneamente: posturas extremas, que podem
forçar os limites da amplitude das articulações. Ex.: ativação muscular para manter certas
posturas e postura de pronação do antebraço; a força da gravidade, que impõe aumento de
carga sobre os músculos e outros tecidos. Ex.: ativação muscular do ombro.
- As posturas que modificam a geometria musculoesquelética e podem gerar estresse sobre
tendões, músculos e outros tecidos e/ou reduzir a tolerância dos tecidos. Ex.: desvio do trajeto
de um tendão por contato do punho; diminuição da perfusão tecidual quando o membro
superior direito está acima da altura do coração; efeito dos movimentos de flexão e extensão e
dos movimentos de pronação e supinação do cotovelo;
- A carga mecânica musculoesquelética: a carga musculoesquelética pode ser entendida como
a carga mecânica exercida sobre seus tecidos e inclui: (1) a tensão (ex.: tensão do bíceps); (2)
a pressão (ex.: pressão sobre o canal do carpo); (3) a fricção (ex.: fricção de um tendão sobre
a sua bainha); (4) a irritação (ex.: irritação de um nervo). Entre os fatores que influenciam a
carga musculoesquelética, encontramos: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de
preensão, a postura e o método de trabalho;
- A carga estática: está presente quando um membro é mantido numa posição que vai contra a
gravidade. Nesses casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero (esforço estático).
- Alguns aspectos servem para caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação postural
observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e seu conteúdo;
- A invariabilidade da tarefa: implica monotonia fisiológica e/ou psicológica. Assim, a carga
mecânica fica restrita a um ou a poucos segmentos corpóreos, amplificando o risco potencial;
- As exigências cognitivas: podem ter um papel no surgimento das lesões e dos distúrbios,
seja causando um aumento da tensão muscular, seja causando uma reação mais generalizada
de estresse;
- Os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho: são as percepções subjetivas
que o trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho. Ex.: considerações relativas à
carreira, à carga, ao ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. A
“percepção“ psicológica que o indivíduo tem 19 das exigências do trabalho é o resultado das
características físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências anteriores e
da situação social do trabalho.
Há que se ter bom senso na análise de cada caso, não se levando à risca apenas as condições
estudadas. Os estudos devem ser vistos como orientadores e não determinantes, devendo
sempre abrir possibilidades para novas formas de exposição aos fatores de risco para a
ocorrência de LER/DORT.
Diagnóstico
Devem-se coletar dados fornecidos pelo paciente, realizar o exame físico, integrá-los com
dados epidemiológicos e fazer uma hipótese diagnóstica. A organização atual dos serviços de
saúde permite que várias das etapas de coleta de dados sejam realizadas por outros
profissionais além do médico. Isso não exime o médico de seu papel, porém permite a análise
6
dos casos mediante informações coletadas por equipes de saúde, como ocorre no Programa
Saúde da Família (PSF).
Quando se parte do quadro clínico, a sequência a ser obedecida na anamnese clínica é a
seguinte:
- História das queixas atuais; As queixas mais comuns são dor localizada, irradiada ou
generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso. Muitos relatam formigamento,
dormência, sensação de diminuição de força e fadiga, edema e enrijecimento muscular,
choque e falta de firmeza nas mãos.
- Indagação sobre os diversos aparelhos; Como em qualquer caso clínico, a indagação por
outros sintomas e outras doenças já diagnosticadas faz parte da consulta clínica, devendo ser
considerados na análise do quadro clínico. Atenção para traumas, esforços musculares
agudos, doenças do tecido conjuntivo, artrites, diabetes mellitus, hipotireoidismo, anemia
megaloblástica, algumas neoplasias, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, esclerose
sistêmica, polimiosite, gravidez, menopausa.
No achado de qualquer doença, deve-se indagar se sua existência explica o quadro clínico. A
identificação de uma doença não ocupacional não descarta a existência concomitante de
LER/DORT. Ressalte-se que algumas doenças, como o hipotireoidismo, são frequentes entre
a população feminina acima dos 45 anos de idade e, em geral, são oligossintomáticas.
- Comportamentos e hábitos relevantes; Atividades extra laborais devem ser identificadas,
mas geralmente não são consideradas desencadeadoras de quadros musculoesqueléticos
semelhantes aos casos de LER/DORT. Para terem significado como causa, os fatores não
ocupacionais devem ter intensidade e frequência similares às dos fatores ocupacionais
conhecidos, o que raramente acontece. É frequente o depoimento de médicos e profissionais
de saúde mais experientes de que, quando as mulheres trabalhavam apenas nos seus lares, não
havia relato de casos tão numerosos de “tendinites” e nem tão graves.
- Antecedentes pessoais; Traumas, fraturas e outras formas de adoecimento pregresso que
possam ter desencadeado e/ou agravado processos de dor crônica, entrando como fator de
confusão deve ser considerado.
- Antecedentes familiares; A existência de diabetes, outros distúrbios hormonais e
“reumatismos” devem ser considerados, como em qualquer outro caso.
- Anamnese ocupacional; Esta etapa de coleta de informações é de fundamental importância
para que situações de sobrecarga do sistema musculoesquelético sejam identificadas. Os
relatos dos pacientes costumam ser ricos em detalhes, propiciando a caracterização das
condições de trabalho em boa parte dos casos. Devem chamar a atenção as atividades
operacionais que envolvam movimentos repetitivos, jornadas prolongadas, ausência de pausas
periódicas, exigência de posturas desconfortáveis por tempo prolongado, exigência de
produtividade, exigência de força muscular, identificação de segmentos do corpo com
sobrecarga e maior grau de exigência, ritmo intenso de trabalho, ambiente estressante de
cobranças de metas e falta de reconhecimento profissional, além da constatação da existência
de equipamentos e instrumentos de trabalho inadequados. Postos de trabalho ocupados
anteriormente também devem ser considerados.
7
- Exame físico geral e específico;
Primeira etapa: A inspeção se inicia à entrada do paciente no consultório. Avaliam-se as
formas de caminhar (uniformidade, simetria e postura dos membros superiores), de se sentar e
se posicionar diante do médico. Posições antálgicas ou cuidados especiais com determinados
segmentos afetados por dor podem ser percebidos já nesta fase do exame físico.
A inspeção deve ter como objetivo identificar posturas anormais, assimetrias, edemas,
alterações de cor da pele, deformidades, características de anexos, tais como unhas e pelos.
Em fases avançadas de dor complexa regional, por exemplo, à simples inspeção é possível
identificar alterações de cor da pele, sudorese excessiva e edema e, mais raramente, a
assimetria no comprimento de pelos e unhas.
Segunda etapa: A palpação permite a identificação de alterações de consistência da pele e dos
demais tecidos moles, em particular dos músculos. Podem ser encontradas nodulações
(císticas ou não), zonas de contraturas em grupos musculares afetados, e o paciente pode
referir sensibilidade dolorosa excessiva ao simples toque.
Terceira etapa: manobras clínicas (Testes Ortopédicos).
- Exames complementares e/ou avaliação especializada, se necessário; Análise dos dados
coletados, dos aspectos epidemiológicos e dos achados de exame físico.
É a etapa de juntar os dados e analisar o caso. É importante considerar as queixas clínicas, o
início e a evolução, os casos semelhantes descritos em literatura (no mesmo ramo de atividade
econômica ou entre pacientes das mesmas empresas), além das características da organização
de trabalho e dos fatores de risco existentes.
- Investigação do posto e/ou da atividade de trabalho. Observar a realidade do funcionário,
que tipo de trabalho é exercido por ele, carga horária, os fatores de riscos contribuintes para
doenças de trabalho.
Sinais e Sintomas
Em geral, os sintomas têm início insidioso (gradativo), são intermitentes (aparecem no final
da jornada de trabalho ou em picos de produção e desaparecem com o descanso), de curta
duração e leve intensidade. Os trabalhadores, por desconhecimento ou medo de perderem o
emprego, costumam ignorá-los ou mascará-los com certos medicamentos, até que seu
aumento e gravidade levem a dificuldades na realização do trabalho e das tarefas diárias, além
de alterações no comportamento e no humor (depressão, ansiedade ou irritação, por exemplo).
Entre as queixas mais comuns, podemos citar:
- Dor (localizada, irradiada ou generalizada) ou desconforto;
- Fadiga;
- Sensação de peso nos membros;
- Formigamento, dormência e/ou sensação de choque nos membros;
- Sensação de diminuição de força;
8
- Falta de firmeza nas mãos;
- Edema;
- Enrijecimento muscular.
Se tais sintomas não forem percebidos a tempo, o indivíduo pode continuar se submetendo às
mesmas condições de trabalho e agravar progressivamente seu quadro. Nas fases mais
avançadas, os sintomas aparecem sem fator desencadeante aparente (ou em resposta a
estímulos mínimos) e de forma mais intensa e contínua, com enormes prejuízos para a
realização de atividades e da qualidade de vida, tanto do indivíduo acometido como de seu
círculo familiar, social e de trabalho.
Além das formas clínicas das LER/DORT, considera-se também de importância destacar os
fatores ocupacionais de algumas destas (Quadro 1):
Desordens Músculo
Esqueléticas
Bursite
do
cotovelo
(olecraniana)
Contratura de
Fáscia
palmar
Dedo em Gatilho
Causas Ocupacionais
Compressão do cotovelo contra
superfícies duras
Compressão palmar associada à
vibração.
Compressão palmar associada à
realização de força.
Epicondilites do Cotovelo Membros com esforços estáticos e
pressão prolongada de objetos,
principalmente com o punho
estabilizado em flexão dorsal e
nas
prono-supinações
com
utilização de força.
Síndrome do canal Cubital Flexão extrema do cotovelo com
ombro abduzido. Vibrações.
Síndrome do Canal de Compressão da borda ulnar do
Guyon
punho.
Síndrome do Desfiladeiro Compressão sobre o ombro,
Torácico
flexão lateral do pescoço,
elevação do braço.
Síndrome do Interósseo Compressão da metade distal do
Anterior
antebraço.
Síndrome do Pronador Esforço manual do antebraço em
Redondo
pronação.
Síndrome do Túnel do Movimentos repetitivos de flexão,
Carpo
mas também extensão com o
punho,
principalmente
se
acompanhados por realização de
força.
Exemplos
Apoiar o cotovelo em mesas
Operar
compressores
pneumáticos
Apertar
alicates
e
tesouras
Apertar parafusos, jogar
tênis, desencapar fios,
tricotar, operar motoserra.
Apoiar cotovelo
mesa.
Carimbar.
em
Fazer trabalho manual ou
sobre veículos, trocar
lâmpadas, pintar paredes,
lavar vidraças, apoiar
telefones entre o ombro e
a cabeça.
Carregar objetos pesados
apoiados no antebraço.
Carregar pesos praticar
musculação,
apertar
parafusos.
Digitar, fazer montagens
industriais, empacotar.
9
Tendinite da porção longa Manutenção
do
antebraço
do Bíceps
supinado e fletido sobre o braço
ou do membro superior.
Tendinite
do
Supra Elevação com abdução dos
Espinhoso
ombros associada à elevação de
força.
Tenossinovite
de
De Estabilização do polegar em pinça
Quervain
seguida de rotação ou desvio ulnar
do carpo, principalmente se
acompanhado de realização de
força.
Tenossinovite
dos Fixação antigravitacional do
extensores dos dedos
punho. Movimentos repetitivos de
flexão e extensão dos dedos.
Carregar pesos
Carregar pesos sobre o
ombro, jogar vôlei ou
peteca.
Torcer roupas, apertar
botão com o polegar.
Digitar, operar mouse.
Quadro 1
Fonte: Associação Paranaense dos Portadores de Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (APPDort,
2003)
Estudo realizado no Japão mostra a relação entre as queixas de fadiga e as posturas assumidas
durante o Trabalho (Quadro 2);
Postura
Assentada. Postura forçada do dorso.
Queixa
Dor no dorso, região lombar, rigidez no
pescoço.
Postura forçada dos ombros sustentando os Dor e rigidez nos ombros.
membros superiores.
Postura forçada da inclinação cabeça- Dor no pescoço e ombros, rigidez no pescoço.
pescoço.
Manipulação do teclado com a mão direita Cansaço no braço e mão direita, pressão e dor
com desvio ulnar forçado.
ocular, peso na cabeça.
Acúmulo de fadiga nos membros Dor nos braços e mãos, cansaço no braço.
superiores.
Quadro 2.1.2.2 Relação entre Queixas de Fadiga Localizadas no Pescoço, Ombros, Costas, Região Lombar,
Braços e Mãos com Posturas Durante o Trabalho.
Fonte: Maeda, (1977, apud MENDES 1995, p. 179).
Histórico Da Ginástica Laboral
A prática da ginástica laboral teve inicio em 1925 na Polônia, os operários se exercitavam
dando pausa a cada ocupação particularmente, alguns anos depois foi inserida no Japão em
1928. No inicio da década de 60 foi se alastrando em outros países, Holanda, Suécia, Bélgica,
Alemanha, Rússia.
No Japão, era aplicada diariamente nos funcionários dos correios visando à descontração e o
cultivo da saúde, contemplando que após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi difundido
por todo o Japão.
Já os norte-americanos iniciaram em 1968, onde criou a International Management Review,
uma das mais significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador pelo exercício físico. A
10
Agência Espacial dos Estados Unidos - NASA, nesta mesma época envolveu 259 voluntários
numa pesquisa, que obteve resultados significativos.
As primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários no Brasil foram em 1901,
mais a ginástica laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas
começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus
funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a
posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).
Conforme tem sido registrado no Caderno Técnico-Didático SESI Ginástica na Empresa
(2006), em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino
de Novo Hamburgo-RS (FEEVALE), torna-se a pioneira da Ginástica Laboral com o Projeto
Educação Física Compensatória e Recreação, elaborada a partir de exercícios físicos baseados
em análises biomecânicas. Em parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu
o “Projeto Ginástico Laboral Compensatório”. Ainda em 1978 em Betim-MG, na fábrica
FIAT de automóveis, iniciou-se o “Programa de Ginástica na Empresa” fundamentado nos
princípios da Ginástica Laboral. Este programa do SESI abrange todo o país atualmente.
O que é Ginástica Laboral?
Lima (2004) conceitua a ginástica laboral como “a prática de exercícios, realizada
coletivamente, durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo
trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bem
estar individual, por intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular
o seu próprio corpo”. É realizada nos diferentes setores e departamentos da empresa, tendo
como principal objetivo a prevenção e diminuição dos casos de LER/DORT (OLIVEIRA
2006).
São exercícios efetuados no próprio local de trabalho com sessões que duram de cinco, dez,
quinze minutos, antes, durante ou após a carga horária de trabalho. A ginástica laboral tem
sido classificada, por diversos autores, de formas diferentes, gerando certa confusão com
relação aos seus objetivos de execução.
Classificação da Ginástica Laboral
- Ginástica Laboral Preparatória - Atividade física realizada no inicio do trabalho, ginástica
preparatória ou pré-aplicada como um conjunto de exercícios que prepara o funcionário
conforme suas necessidades de velocidade, de força ou resistência para o trabalho,
aperfeiçoando sua coordenação motora, além de prevenir acidentes de trabalho, distensões
musculares e principalmente as doenças ocupacionais. Com essa pratica de exercícios antes da
carga horária de trabalho os indivíduos despertam-se e sentem-se mais disposto.
- Ginástica Compensatória - É definida como precursora da ginástica laboral no Brasil, e tem
como objetivo precisamente, trabalhar a musculatura que estão sendo utilizados
constantemente e relaxar a musculatura que esta em contratação na maior parte da jornada de
trabalho, a partir desse ponto de vista, fica claro que nesse programa de ginástica é necessário
o fortalecimento dos músculos mais fracos, no caso os menos usados e alongar os músculos
mais solicitados proporcionando desta forma um equilíbrio do uso das cadeias musculares.
Esse tipo de ginástica é realizado durante o expediente de trabalho, normalmente é realizada
uma pausa, tendo como objetivo aliviar as tensões e fortalecer os músculos trabalhadores.
- Ginástica Laboral de Relaxamento - Essa é a pratica de exercícios realizado após a jornada
de trabalho, ou seja, no final do expediente faz-se uma ginástica laboral de relaxamento,
11
extravasando as tensões das regiões mais que acumulam mais tensão. O objetivo dessa prática
é proporcionar aos funcionários um relaxamento físico e mental. (OLIVEIRA, 2006).
- Ginástica Laboral Corretiva - A finalidade dessa modalidade é estabelecer o antagonista
muscular utilizando exercícios que visam fortalecer os músculos fracos e alongar os músculos
encurtados, destinam-se a um individuo portador de deficiência morfológica não patológica e
sendo aplicada em um grupo reduzido de pessoas. Entretanto ela visa combater e,
principalmente, atenuar consequências decorrentes de aspectos ecológicos, ergonômicos
inadequados ao ambiente de trabalho. A aplicabilidade dessa ginástica tem como objetivo
trabalhar grupos específicos dentro da empresa, em conjunto com a área da medicina do
trabalho, da enfermagem e da fisioterapia com a finalidade de recuperar casos graves de
lesões, de limitações e de condições ergonômicas.
Benefícios da Ginástica Laboral
Benefícios Fisiológicos:
- Melhor utilização das estruturas osteo-mio-articulares, como maior eficiência e menor gasto
energético por movimento específico, promovendo o combate e prevenção das doenças
profissionais;
- Prevenção de LER/DORTs, sedentarismos, estresse, depressão e ansiedade;
- Melhora da flexibilidade, forca, coordenação, ritmo, agilidade e a resistência, resultando em
uma maior mobilidade e melhor postura;
- Promoção de sensação de disposição e bem-estar para a jornada de trabalho;
- Redução da sensação de fadiga no final da jornada;
- Promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador, assim como os principais
benefícios fisiológicos relacionados ao exercício sobre os sistemas cardíaco, respiratório e
esquelético.
Benefícios Psicológicos
- Motivação por novas rotinas;
- Melhoria do equilíbrio biopsicólogico;
- Melhoria da auto-estima e da auto-imagem;
- Desenvolvimento da consciência corporal;
- Combate às tensões emocionais;
- Evolução da atenção e concentração as atividades desempenhadas.
Benefícios Sociais
- Favorecimento do relacionamento social e trabalho em equipe;
- Melhoria da confiança e das relações e interpessoais.
Benefícios Empresariais
- Redução dos gastos com afastamento e substituição de pessoal;
- Diminuição de queixas, afastamentos médicos, acidente e lesões;
- Melhoria da imagem da instituição juntos aos empregados e a sociedade;
- Maior produtividade.
12
2. Resultados e Discussão
Cabe como sugestão: pensar na Ergonomia como um processo e não como um programa. O
alicerce para tal sugestão se concretiza no argumento de Couto et al. (1998, p. 404) que diz:
“Processo é uma sequência de eventos ou atividades que descreve como as coisas mudam no
tempo, portanto um Processo de Ergonomia é uma sequência de eventos ou atividades que irá
garantir como as coisas irão mudar no tempo, na realidade de uma empresa, modificando-se
condições de trabalho inadequadas, causadoras de lesões ou de outras formas de perdas, para
condições de trabalho melhores, mais confiáveis para o trabalhador e consequentemente mais
produtivas”. A ideia seria que cada gerente, supervisor, trabalhador, passasse a pensar no seu
trabalho, incorporando a prioridade ergonômica em suas decisões.
Cabe aqui ressaltar que as medidas a serem tomadas no tocante à prevenção das LER/DORT
ou qualquer outra “doença” relacionada ao trabalho, não devem estar restritas somente ao
profissional de Saúde e Segurança do Trabalho, mas necessitam da participação de diversas
áreas da organização, num processo sério e bem coordenado.
O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente
de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa e as
condições disponíveis.
Análise Inicial
- É fundamental, para elaboração inicial do programa, conhecer a cultura da Empresa e a
peculiaridade de sua rotina diária.
- Análise conjunta com o Médico do Trabalho para definir quais setores será priorizada na
implantação do Programa de Ginástica Laboral.
- Áreas de risco (ambientais, químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes) que
podem estar relacionados à suas atividades.
Implantação
- Reunião com as diretorias dos setores, para esclarecimentos sobre o programa que será
implantado, enfatizando o que é o programa, seus benefícios, objetivos e metas a serem
alcançadas.
- Listar os colaboradores que participarão do Programa de Ginástica Laboral.
- O programa terá sua divulgação por meio de cartazes e folders (e outros possíveis meios de
comunicação), onde apresentaremos o programa aos funcionários, motivando a participação e
esclarecendo dúvidas com relação à implantação e desenvolvimento do programa.
- Após a reunião com as diretorias e a divulgação, os colaborados serão submetidos a uma
anamnese, onde serão avaliados qualidade de vida e os hábitos de vida relacionados à saúde.
- Início das aulas.
- Motivar sempre os funcionários, os Profissionais desenvolvem aulas temáticas, utilizam
música e outros elementos, havendo sempre mudanças nos exercícios.
- Aulas serão aplicadas de 10 a 15 minutos diariamente.
Acompanhamento
- Serão elaborados relatórios com dados sobre o andamento e evolução do Programa de
Ginástica Laboral (frequência, ocorrências, casos específicos, etc.).
13
- Para auxiliar na elaboração do relatório gerencial, todo final de mês o setor ou unidade onde
a Ginástica Laboral está sendo realizada deverá fornecer a lista dos colaboradores que estão
ou estiveram de férias no período.
- O Programa de Ginástica Laboral tem duração indeterminada, com pausas no mês de Julho,
na semana entre Natal e Ano Novo e nas duas primeiras semanas de Janeiro. A renovação do
Programa de Ginástica Laboral será Semestral, com o critério de participação dos
funcionários como grande fator pela continuidade ou não do projeto.
3. Metodologia da Pesquisa
O presente artigo foi realizado por meio de revisão bibliográfica. Onde busquei artigos
publicados em bases de dados Lilacs, Scielo e Livros no período de dezembro de 2012 a abril
de 2013. As palavras-chaves utilizadas foram: Ginástica Laboral; Doenças Ocupacionais;
LER; DORT; Qualidade de vida.
Foram utilizados livros de Fisioterapia, Ginástica Laboral, Metodologia e áreas afins como
referência para complementação do texto final.
4. Conclusão
Esta pesquisa procura oferecer aos trabalhadores um programa de exercícios antes, durante ou
depois das jornadas de trabalho independente ao estilo de atividade exercida dentro das
empresas, visando melhorias de qualidade de vida, na prevenção ou minimizar os fatores
causadores das doenças que acometem os trabalhadores.
Porém, com relação a LER/DORT, há um grande número de trabalhadores portadores dessas
doenças e em muitos casos não há ainda os investimentos necessários para o exercício da
ginástica laboral no sentido da prevenção das doenças ocupacionais. Dessa forma, a ginástica
laboral é um recurso para fazer frente ao problema, pois é considerado um exercício físico
eficaz na prevenção de doenças relacionadas ao trabalho que pode promover a saúde e
melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Considera-se de suma importância que se esteja
atento aos problemas emergentes de ergonomia, decorrentes de alterações sutis no posto, no
método ou no sistema de trabalho.
“Geralmente um processo administrativo com a participação ativa dos trabalhadores é capaz
de favorecer para que sempre exista uma “agenda viva” dos problemas ergonômicos atuais de
determinada empresa” (COUTO et al., 1998, p. 343).
Neste sentido, a implantação de um programa de ginástica laboral busca despertar nos
trabalhadores a necessidade de mudanças do estilo de vida e não apenas de alteração nos
momentos de ginástica orientada dentro da empresa.
Referências Bibliográficas
ALVAREZ, Bárbara Regina. O papel da ginástica laboral nos programas de promoção da saúde. Disponível
em http://artigosedfisica.br.tripod.com/IIICBAFS%20ALVAREZ.pdf. Acesso dia: 28 de Novembro de 2012.
BICUDO, Caroline Farias; GONÇALVES, Filipi Cardoso; MEDEIROS, Iris Ilza; NUNES Isabela Araújo.
Influência da ginástica laboral no sono de trabalhadores noturnos. Faculdade de Educação Física de
Sorocaba
(ACM),
Sorocaba,
Brasil.
Disponível
em
http://www.fefiso.edu.br/grupoestudo/orientacoes_pdf/31.pdf. Acesso dia: 21 de Novembro de 2012.
COUTO, H. A. Guia Prático. Tenossinovites e outras lesões por traumas cumulativos nos membros superiores de
origem ocupacionais. Belo Horizonte: Ergo B & C Ltda, 1991.
COUTO, H. A. et al. Como gerenciar a questão das LER/DORT: lesões por esforços repetitivos, distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho. Belo Horizonte: Ergo 1998.
14
DURÃES, Gisele dos santos. Ginástica Laboral nas empresas: Análise e conscientização para uma melhor
qualidade de vida. Disponível em http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k216602.pdf. Acesso
dia: 05 de março de 2013.
GARGANTA, Dr. Rui; MACHADO, Luís Miguel Rosino Moreira. Proposta de um conjunto de exercícios de
ginástica laboral, como resposta as principais Lesões músculos-esqueléticas Relacionadas ao Trabalho.
Disponível em http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/14529/2/6142.pdf. Acesso dia: 28 de Novembro
de 2012.
GIORDANI, Luciana Brandt. A ginástica laboral na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida no
trabalho. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32420/000786540.pdf?sequence=1.
Acesso dia 05 de março de 2013.
GRANDE, Antônio Jose; LOCK, Mathias Roberto; GUARIDO, Evanil Antonio; COSTA, Joao Bruno
Yoshinoga; GRANDE, Gabriela Claudino; REICHERT, Felipe Fossati. Comportamentos relacionados à
saúde entre participantes e não participantes da ginástica laboral. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v13n2/08.pdf. Acesso dia: 21de Novembro de 2012.
JUNIOR, Anibal De Moura; DECHECHI, Clodoaldo José. Benefícios da ginástica laboral em empresas: Uma
revisão de Literatura. Disponível em http://www.faeso.edu.br/horus/cienciasdasaude/4.pdf. Acesso dia 12 de
janeiro de 2013.
LIMA, Valquíria. Ginástica Laboral – Atividade Física no Ambiente de Trabalho, 2.ed. São Paulo:
Phorte,2005.
LUNA, Thaisa de Almeida; SILVA, Jaqueline Belmudes. Ginástica Laboral no ambiente de trabalho. 5º
Simpósio
de
Ensino
de
Graduação.
Disponível
em
http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/5mostra/4/273.pdf. Acesso dia: 28 de Novembro de 2012.
MENDES, R. A.; LEITE, N. Ginástica laboral princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004. 2123 p.
MENDES, Ricardo Alves. Ginástica Laboral (GL) Implantação e Benefícios nas industriais da cidade de
Curitiba (CIC). Disponível em http://www.hani.com.br/img/uploads/artigos/08092011_1057539.pdf. Acesso
dia: 28 de Novembro de 2012.
MONTELO, ISAÚ SILVA; ROCHA, CELSON CANDIDO; SOUZA, DENY SIQUEIRA. Benefícios
proporcionados
pela
ginástica
laboral.
Disponível
em
http://www.def.unir.br/downloads/1210_beneficios_proporcionados_pela_ginastica_laboral.pdf. Acesso dia 05
de março de 2013.
OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel. A prática da ginástica laboral. 3. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel. A importância da ginástica laboral na prevenção de doenças
ocupacionais. Disponível em http://www.cdof.com.br/artigo%20g.%20labora.pdf Acesso dia: 28 de Novembro
de 2012.
POLETTO, Sandra Salete. Avaliação e implantação de programas de ginástica laboral, implicações
metodológicas. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2488/000370599.pdf?...1.
Acesso dia: 28 de Novembro de 2012.
SANTOS, Andréia Fuentes; ODA, Juliano Yasuo; NUNES, Ana Paula Mori; GONÇALVES, Luciano;
GARNÉS, Fabrícia Lorca dos Santos. Benefícios da ginástica laboral na prevenção dos distúrbios
osteomusculares
relacionados
ao
trabalho.
Disponível
em
http://www.brafil2.com.br/servidor/ipafitness/conteudo/artigos/artigo_1.pdf Acesso dia: 28 de Novembro de
2012.
SILVA, Jordani Bueno da, SALATE Ana Cláudia Bonome. A ginástica laboral como forma de promoção á
saúde. Disponível em http://www.mundofisio.com.br/artigos/03_Art_A_...pdf. Acesso dia: 28 de Novembro de
2012.
Download

- Bio Cursos