Ano V - Número 96
Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
9 a 22 de novembro/2009
www.puc-campinas.edu.br
Escolha pela vida
Fotos: Ricardo Lima
Prêmio Melhores Universidades
A PUC-Campinas recebeu, no último dia 27, o Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante e
Banco Real Grupo Santander 2009. A Instituição foi consagrada como a melhor Universidade privada do
Brasil na categoria Saúde. No ranking geral das melhores instituições de Ensino Superior, a PUC-Campinas
Página 08
foi considerada a 6ª melhor escola privada do país.
Pelo meio ambiente
A Faculdade de Ciências
Biológicas da PUC-Campinas completa 30 anos.
Em 2009, também se comemora três décadas da
regulamentação da profissão. Para celebrar, a senadora e ex-ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva
(PV-AC), vem à Universidade, no dia 12 de novembro, para ministrar a palestra “Brasil Sustentável:
Desafios e Perspectivas”.
No dia 13, ela ministra
a palestra “Desenvolvimento com Sustentabilidade”, no Auditório Dom Gilberto,
no Campus I. Página 06
Entrevista
Tenente-coronel Armando Morado Ferreira
A partir deste mês, passa a valer o novo regulamento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), anunciado pelo Ministério
da Saúde no dia 21 de outubro e comemorado por muitos médicos, pacientes e
parentes daqueles que precisam da doação
de um órgão para sobreviver. As novas regras
também causaram polêmica. É que entre as
mudanças, está a prioridade que passa a ser
dada a pessoas com menos de 18 anos para
receber órgãos de doadores da mesma faixa etária. Segundo o ministério, isso se dá
devido à maior expectativa de vida desses
pacientes. As crianças e adolescentes também ingressarão na lista para transplantes de
rim antes de entrarem na fase terminal da
doença renal crônica, ou de terem indicação para diálise. Para muitos, a medida cria
privilégios e fere o direito de igualdade previsto na Constituição Federal. Para outros,
como o presidente da Associação Brasileira
de Transplantes de Órgãos (ABTO), Valter
Duro Garcia, não há privilégio algum na
medida. “Não se dá maior valor à vida das
crianças. Ambos, crianças e adultos, têm a
mesma chance (rins acima de 55 anos alocados para adultos e rins abaixo de 18 anos
Página 05
alocados para crianças).”
Galeria
“Eu concordo, porque quanto mais jovem,
maiores são as chances de o necessitado
sobreviver. Quem tem menos idade, tem
mais tempo de vida.”
Cristiane Soares - Aluna do 3º ano da
Faculdade de Enfermagem
“Não concordo, porque independentemente da
idade, deveria haver um sistema melhor de
captação de órgãos para que todos os
necessitados possam ser assistidos. Quanto
à fila de espera, não se deve dar prioridade
para ninguém.”
Reginaldo Romão - Aluno do 2º ano
da Faculdade de Odontologia
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9 a 22 de novembro/2009
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Destino comum
N
o último editorial falou-se de um sistema que nos envolve em
todos os aspectos da vida pessoal e social. A criação de uma
realidade social governada pela busca do conforto traz em seu
cerne um conformismo social. O controle internalizado do mundo tradicional agora se faz por “adesão”, aparentemente livre. Os controles
externos, cada vez mais aperfeiçoados em sua tecnologia, têm sua eficácia garantida pela sujeição aos valores do consumo que asseguram um
viver confortável. Ao mesmo tempo, entretanto, geram uma luta feroz
pela sobrevivência.
Hoje lembramos a República, à qual se associa à democracia. Mais
do que um fato histórico ou regime político representam um “estado de
espírito”. Concretizam o ideal da polis grega: a criação de um espaço
público de representação, a criação e ampliação do campo de liberdade.
Por meio do debate público das “coisas” que interessam a todos se dá a
criação das leis. A responsabilidade pessoal, fundada na liberdade de se
expressar e debater publicamente, substitui a imposição fundada seja na
linguagem teológica dos mitos seja na imposição dos tiranos. E com isso
forja-se uma “nova” identidade pessoal. Fala-se de pessoas dotadas de
espírito público, em referência especial aos administradores e legisladores.
O que deveria ser uma redundância torna-se uma virtude, numa sociedade governada por um sentimento de que política e interesse pessoal se
equivalem. Clientelismo, troca de favores e fisiologismo substituem o coronelismo e o mandonismo local. Essa tradição enraizada ainda se faz presente no cotidiano da vida política. A ocupação de cargos por nomeação
e esta fundada em laços pessoais não foi abolida da vida da sociedade.
Democracia não supõe apenas instituições políticas sólidas, mas é a busca continuada e persistente de mecanismos que assegurem a participação
consciente e livre de todos naquilo que constitui interesse comum.
No caso brasileiro, os historiadores chamam a atenção para o fato de
que a República foi obra de militares “ilustrados”, com apoio de uma camada relativamente significativa da classe média. Deu-se sem participação
das massas. E não respondeu a seus interesses, sobretudo aquelas do mundo rural. Expressão desse detalhe são os movimentos messiânicos.
Significativamente, os mais conhecidos - Canudos e Contestado - foram
duramente reprimidos e destruídos sem piedade por forças militares.
Democracia: um “estado de espírito” que deve perpassar todas as instituições: de responsabilidade pessoal na construção de um coletivo que
responda ao interesse de todos. Consciência de “destino comum” e compromisso com uma prática de construção coletiva.
A recuperação desse espírito constitui o grande desafio posto às instituições. A todas, a começar pela universidade. O cerne da universitas é o seu caráter institucional fundado no diálogo mestre-discípulo, não como relação de servidão, mas de mútuo aprendizado. Ao mesmo tempo, há consciência de um patrimônio comum da humanidade a ser preservado a qualquer preço. O centro da vida universitária
é aquilo que genericamente se chama de humanidades. Estas não são
um conteúdo ao lado de outros, que têm caráter técnico e/ou pragmático. A preservação e discussão de manuscritos milenares constituem
marca decisiva desse sentido de universalidade. Mas foi, sobretudo, a
forma que assumiram os mecanismos institucionais de preservação de
um “sentimento coletivo” de igualdade em seu interior que asseguraram o seu caráter de universitas.
Notas
Padre Wilson Denadai
Reitor da PUC-Campinas
Agenda
Trabalhos da Faculdade de Relações
Públicas vencem prêmio nacional
Arquivo pessoal
Três trabalhos da
Faculdade de
Relações Públicas da
PUC-Campinas
venceram o 27º
Prêmio Nacional de
Monografias
e Projetos
Experimentais,
promovido pela
Associação Brasileira
de Relações Públicas
(ABRP). Os vencedores foram: “Relações Públicas em apoio ao
Marketing – Hotel Fazenda Quatro Estações”, que conquistou o
primeiro lugar na categoria Projeto Experimental Empresarial;
“MIS – Museu de Imagem e Som de Campinas”, que ficou com o
primeiro lugar na categoria Projeto Experimental Governamental,
e “SPA Med Sorocaba”, segundo lugar na categoria Ações
estratégicas de Relações Públicas - Responsabilidade social. No
total, foram inscritos 105 trabalhos de 20 instituições de Ensino
Superior de todo o Brasil. De acordo com a diretora da Faculdade
de Relações Públicas, Cláudia Maria de Cillo Carvalho, esses
prêmios valorizam um amplo trabalho desenvolvido pelos alunos
durante o curso. “Essa conquista representa a certeza de que a
Universidade tem preparado o profissional para a vida e para o
mundo do trabalho”, afirmou a diretora.
Professor da PUC-Campinas
participa da 8ª Bienal
de Arquitetura
O professor da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo Douglas Piccolo participa, pela
quarta vez, da 8ª Bienal Internacional de
Arquitetura de São Paulo, que pode ser
visitada até 6 de dezembro, no Pavilhão da
Bienal, no Parque do Ibirapuera. Os projetos
de Piccolo são de Design Gráfico Ambiental,
ambos implantados em Campinas: o sistema
de sinalização da Rodoviária da cidade e a
sinalização visual do Paço Municipal. Os
projetos da exposição foram selecionados
por um júri que escolheu 106 trabalhos para
compor o espaço dedicado a projetos de
profissionais da arquitetura. O tema da 8ª
Bienal Internacional de Arquitetura de São
Paulo, “Ecos Urbanos”, tem como proposta
discutir as intervenções urbanas decorrentes
da realização de grandes eventos, como é o
caso do Brasil, que sediará Copa do Mundo
de 2014. O horário de visitação da Bienal
é de terça a quinta-feira, das 12h às 22h, e às
sextas-feiras, sábados, domingos e feriados
das 10h às 22h. O acesso dos visitantes é
permitido apenas mediante ingresso ou
convite. Informações: www.8bia.com.br.
Carreira é tema de palestra promovida pela PROPESQ e CCV
A PUC-Campinas realiza, no dia 23 de novembro, a palestra “Planejamento de Carreira e Inteligência Mercadológica”,
no Auditório da Biblioteca, no Campus II, a partir das 19h30. O evento é promovido pela Coordenadoria de
Especialização, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ), em parceria com a Diretoria do Centro de
Ciências da Vida (CCV). O palestrante será José Augusto Minarelli, consultor em Recursos Humanos e diretor da Lens
& Minarelli – Aconselhamento de Carreiras. As inscrições, gratuitas e abertas às comunidades interna e externa da
Universidade, podem ser feitas pela internet (www.puc-campinas.edu.br) até o dia 22. Haverá emissão de certificado. As
vagas são limitadas. Informações: (19) 3343-7667 ou [email protected].
09/11
Último dia para realizar a inscrição para o
vestibular 2010 da PUC-Campinas.
Informações: www.puc-campinas.edu.br.
09 a 13/11
19h30 – 45ª Semana de Estudo do Serviço
Social – Liberdade. Auditório Dom
Gilberto, sala 900 e Praça de Alimentação,
no Campus I. Confira a programação
completa no www.puc-campinas.edu.br.
10 e 11/11
20h - Apresentação teatral “Flor de
Lótus”, do Centro de Cultura e Arte
(CCA) da PUC-Campinas. Auditório Dom
Gilberto, no Campus I.
nos dos cursos dos Programas de PósGraduação Stricto Sensu, pelo Site do
Aluno.
19 e 23/11
18h30 - Sons, cores e tons: o mundo pela
perspectiva da música. Evento organizado
pelo Centro de Cultura e Arte (CCA) da
PUC-Campinas. Praça de Alimentação, no
Campus I.
20/11
Feriado Municipal – Dia da Consciência
Negra.
26/11
Reunião do CONSUN.
30/11
12/11
20h - Apresentação teatral “Flor de
Lótus”, do Centro de Cultura e Arte
(CCA) da PUC-Campinas. Auditório
Cônego Haroldo Niero, no Campus
Central.
13/11
Último dia para realizar a inscrição para
o Concurso de Residência do Hospital
da PUC-Campinas. Informações:
www.puc-campinas.edu.br.
16 e 18/11
20h30 – Sons, cores e tons: o mundo pela
perspectiva da música. Evento organizado
pelo Centro de Cultura e Arte (CCA) da
PUC-Campinas. Convívio do CCHSA, no
Campus I.
17/11
10h às 12h – 26ª Reunião Científica do
Programa de Pós-Graduação em
Psicologia. Auditório da Biblioteca, no
Campus II.
18/11
Término do período para realização do
processo de Intenção de Matrícula dos alu-
Último dia para realizar a inscrição para o
Curso Superior Sequencial de Formação
Específica em Tecnologia da Informação.
Informações: www.puc-campinas.edu.br.
Último dia da “Se7e - Mostra Coletiva dos
Trabalhos de Graduação do curso de Artes
Visuais da PUC-Campinas”. Museu de
Imagem e Som de Campinas (MIS). Rua
Regente Feijó, 859, Centro, Campinas.
8h30 – Ciclo de Debates “Os Desafios da
Metrópole: Políticas públicas para a Região
Metropolitana de Campinas – Os
problemas são nossos e os caminhos
também. Tema: “Gestão Pública”. Sala 800
do prédio H-01, no Campus I.
19h às 22h – Palestra: “Desenvolvimento
Sustentável em um Ambiente de Negócios
Pós-Crise”, promovida pela
Coordenadoria de Especialização, da
PROPESQ, e pela Diretoria do CEA.
Palestrante: Marcos Antonio de Marchi,
presidente da Rhodia Latin America.
Auditório Dom Gilberto, no Campus I.
Informações: (19) 3343-7667 ou
[email protected].
Siga a PUC-Campinas no twitter
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Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de
Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação Social - Wagner José de Mello; Editora - Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado, Ana
Paula Moreira, Ciça Toledo, Du Paulino e Henderson Arsênio; Estagiários - Camila Marcusso, Carolina Medeiros e Gabriel Barbieri; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva;
Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da
PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected]
Jornal da PUC-Campinas
9 a 22 de novembro/2009
03
Opinião
Bioética e transplantes: novos desafios
José Roberto Goldim
A
realização de transplantes é uma das áreas
de reflexão bioética mais rica pelas inúmeras interfaces presentes. O estabelecimento
de critérios técnicos para a caracterização da necessidade técnica do receptor, a qualificação dos doadores,
a introdução do critério encefálico de morte, a realização de cirurgias em doadores intervivos, a conscientização da sociedade sobre este tema, entre outros,
são os desafios sobre os quais a reflexão bioética se
torna necessária. Não são apenas os aspectos éticos,
fundamentais e necessários, mas não suficientes. As
considerações sobre os aspectos técnicos, legais, sociais,
assistenciais, econômicos e outros mais que se fizerem
presentes, são imprescindíveis. A Bioética Complexa
utiliza esse referencial para estabelecer este campo de
troca entre diferentes saberes. É nessa perspectiva que
serão abordados os temas trazidos pelo novo regulamento da área de transplantes no Brasil.
A utilização de órgãos de doadores portadores
de doenças transmissíveis é uma questão técnica e ética. Ética por permitir que mais órgãos sejam utilizados
em grupos específicos de receptores. Técnica por avaliar as condições de exposição de um receptor a um
órgão proveniente de um doador que tinha uma mesma característica prévia. Cotejar os benefícios de maior
disponibilidade de órgãos com os riscos associados à
utilização de doadores portadores de doenças trans-
“A questão não é
priorizar os transplantes
de crianças e adolescentes
em função da expectativa
de vida associada à essa
faixa etária, mas, sim,
como adequação técnica
visando permitir melhor
qualidade de vida no
período pós-transplante”
missíveis, é fundamental. Os dados atualmente disponíveis indicam que a relação é positiva, ou seja, a favor dos
benefícios. O que era visto anteriormente como uma
agregação de risco, quando abordado de maneira setorial em pacientes já portadores dessas mesmas doenças,
inverte a relação.
A priorização de alocação dos órgãos de doadores
abaixo de 18 anos de idade para pacientes dessa mesma faixa etária, não pode ser entendida como um privilégio, mas, sim, como uma adequação técnica, com
repercussões éticas. Os pacientes menores de idade,
devido às suas características anatômicas e fisiológicas
têm necessidades e respostas diferentes das verificadas
em pacientes adultos e idosos. Por exemplo, uma criança com insuficiência renal terá graves consequências em
seu desenvolvimento se for mantida em diálise. O transplante de rim, que deve ter uma adequação anatômica
mais estrita, pode minimizar essas repercussões. São
necessidades diferentes que devem ser abordadas de
forma diferenciada. Em algumas regiões do Brasil essa
estratégia já vem sendo utilizada com sucesso e sem
repercussões negativas para os demais pacientes da lista de espera. Da mesma forma, a possibilidade de um
paciente menor de idade ter acesso à lista de espera
antes de ter seu quadro de doença agravado é igualmente importante. A questão não é priorizar os transplantes de crianças e adolescentes em função da expectativa de vida associada a essa faixa etária, mas, sim, como
adequação técnica visando permitir melhor qualidade
de vida no período pós-transplante.
A necessidade da avaliação da doação intervivos
entre pessoas sem vínculos familiares por uma comissão de ética hospitalar é um grande avanço. A doação
intervivos pode gerar uma reflexão sobre um possível
caráter coercitivo devido aos laços afetivos. Quando realizada entre pessoas não aparentadas essa situação pode
ser agravada. Uma comissão de ética hospitalar isenta em
termos de participação nos procedimentos de realização de transplantes pode auxiliar e garantir um adequado controle social dessa situação, por si só, complexa.
A criação de ações abrangentes de acompanha-
VOCÊ CONCORDA QUE PESSOAS
ABAIXO DE 18 ANOS DEVAM
TER PRIORIDADE PARA RECEBER
ÓRGÃOS DE DOADORES DA
MESMA FAIXA ETÁRIA? POR QUÊ?
Renato Granito Aluno do 3º ano
da Faculdade de
Ciências Biológicas
José Roberto
Goldim é professor
da Faculdade de
Medicina da
PUC-RS e chefe
do Serviço de
Bioética do Hospital
de Clínicas de
Porto Alegre
“Concordo, porque o
jovem tem uma
perspectiva de vida maior
e a aceitação do órgão é
maior do que em uma
pessoa com mais idade.
Os riscos de uma cirurgia
desse porte são maiores
em pessoas mais idosas.”
“Acho que
deveria ter uma
avaliação caso a
caso. Nada
garante
que o jovem
terá mais tempo
de vida.”
Walter Jorge Paulo Neto Aluno do 1º ano da
Faculdade de Medicina
Alina Purvinis Professora da
Faculdade
de Psicologia
“Sou contra. Depende da
doença, do prognóstico e
do quadro em que o
necessitado se encontra.
Existem prioridades e
prioridades, mas essa
questão tem que ser
individualizada.”
“Eu concordo, porque quanto
mais jovem, maiores são as
chances de o necessitado sobreviver.
Quem tem menos idade, tem
mais tempo de vida.”
Cristiane Soares - Aluna do 3º ano
da Faculdade de Enfermagem
Carlos Tadayuki Oshikata Professor da Faculdade
de Medicina
“Deveria haver um estudo, porque a constituição prevê que todo mundo é
igual. Essa questão está sendo mais social do que emergencial.”
Reginaldo Romão - Aluno do 2º ano
da Faculdade de Odontologia
Jeanson Moraes - Aluno do 1º da Faculdade de Ciências Biológicas
Fotos: Ricardo Lima
CELEBRAÇÃO Os 30 anos de fundação do
Hospital e Maternidade Celso
Pierro (HMCP) foram
celebrados, no último dia 30,
com a palestra do professor
Mário Sérgio Cortella, da
PUC-SP, no Auditório
Monsenhor Salim, no
Campus II, com o tema “Da
oportunidade ao êxito: Mudar
é complicado? Acomodar é
perecer!”. Para ele, há três
pontos importantes: ensinar a
generosidade mental; praticar
a coerência moral e ter
humildade intelectual. Outro
ponto em destaque foi a apresentação de um vídeo comemorativo. Mensagens
foram apresentadas, acontecimentos relembrados e personagens homenageados.
A cerimônia contou com as presenças do diretor-adjunto do Centro de Ciências da
Vida, professor José Gonzaga Teixeira de Camargo, que representou o reitor da
PUC-Campinas, padre Wilson Denadai; do superintendente do HMCP, Antônio
Celso de Moraes; do vice-presidente da Sociedade Campineira de Educação e
Instrução (SCEI), Sebastião Carlos Biasi; do secretário de Saúde de Campinas,
José Francisco Kerr Saraiva, e do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos.
“A lei não
deveria
favorecer
ninguém. A
prioridade tem
que ser
dependendo
do quadro de
necessidade.
A vida é
igual para todo
mundo.”
Diogo Coimbra Aluno do 4º ano
da Faculdade de
Fisioterapia
“Não concordo, porque
independentemente da idade, deveria
haver um sistema melhor de captação
de órgãos para que todos os necessitados
possam ser assistidos. Quanto à fila de
espera, não se deve dar prioridade para
ninguém.”
Imagem
Arquivo pessoal
Fotos: Ricardo Lima
Galeria
“Não concordo. Em
minha opinião,
deveriam ter
prioridade os idosos
e pessoas com
problemas mais
sérios. O restante,
deveriam
permanecer na fila,
sem dar prioridade
a ninguém.”
mento dos processos e de educação continuada para
os profissionais de saúde é extremamente importante para garantir a adequação do sistema como um
todo. A atualização dos dados dos pacientes em lista
de espera é um item fundamental. Isso permitirá que
a alocação seja feita com base em dados confiáveis e
atuais. Existe uma necessidade muito grande de educação dos próprios profissionais de saúde em questões associadas a realização de transplantes. O próprio entendimento adequado da utilização do critério encefálico para a constatação do óbito é um dos
temas mais relevantes.
Enfim, são temas que merecem ser adequadamente entendidos e discutidos com a sociedade como
um todo visando o bem de todos, em especial dos
pacientes que aguardam por transplantes. Esse é um
compromisso que deve ser assumido por todos.
UMA criança ou UM
“U
adolescente TEM a
EXPECTATIVA DE vida
MAIS ampliada. ATENDENDO
ESSES jovens VOCÊ está,
em TESE, permitindo
QUE esse SER
VIVA mais 40, 50
ou 60 ANOS.”
José Gomes Temporão, ministro da Saúde
Jornal da PUC-Campinas
04
9 a 22 de novembro/2009
Entrevista
Direito Internacional
HUMANITÁRIO
Tenente-coronel Armando Morado Ferreira ministra
palestra na PUC-Campinas no dia 11 de novembro
Vidal Cavalcante
O instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ECEME) e professor do Instituto Militar de
Engenharia (IME) tenente-coronel Armando Morado
Ferreira ministra, no dia 11 de novembro, às 9h e às 20h,
a palestra “Direito Internacional Humanitário - A Lei da
Guerra - Panorama, Desafios e Contemporaneidade”.
A palestra, que ocorre no Auditório Cônego Haroldo
Niero, no Campus Central, é aberta ao público interno
e externo da Universidade. Em entrevista ao Jornal da
PUC-Campinas, o tenente-coronel abordou a questão
da violação dos direitos humanitários e a atuação do
Exército Brasileiro em áreas urbanas.
Leia, abaixo, a entrevista.
O
Ana Paula Moreira
[email protected]
Jornal da PUC-Campinas - Qual a visão do
senhor sobre a prisão de Guantánamo? Viola o
Direito Internacional Humanitário?
Tenente-coronel Armando Morado Ferreira Guantánamo é uma área sob jurisdição militar dos EUA, sobre a qual não dispomos de
informações, além daquelas divulgadas pela
imprensa. Em tese, um prisioneiro de guerra tem direitos assegurados pelo Direito
Internacional Humanitário (DIH), mas há
condições a serem atendidas e as circunstâncias dos conflitos atuais dificultam a clara identificação do combatente, particularmente
quando se trata de um possível terrorista, agente que não encontra amparo no DIH, uma
vez que o terrorismo é ilegal, mesmo considerando a excepcionalidade da guerra. Esperase que todos os indivíduos recebam tratamento condigno com um princípio basilar do
DIH. Acredita-se que o mesmo venha ocorrendo, tendo em vista as frequentes visitas do
Comitê Internacional da Cruz Vermelha, desde 2002, e as recentes medidas vindas a público tomadas pelo governo dos EUA em consonância com o DIH.
Quais as dificuldades e os resultados positivos
do Exército Brasileiro no Haiti?
São grandes as dificuldades de se atuar em
outro país em grave crise, desprovido de
infraestrutura adequada, com uma situação
socioeconômica complexa e distante do
Brasil. De fato, apesar de consentida pelo
governo haitiano, a Força de Paz tem episodicamente encontrado resistência armada, travando combates reais e enfrentado
lastimáveis perdas de vidas de brasileiros e
de militares de outras nacionalidades. Não
obstante, nossos soldados cumprem com
reconhecido louvor a missão recebida, tendo como benefícios indiretos o aprimoramento do seu preparo operacional e a projeção positiva da imagem do Brasil no exterior. Extrapolando as atividades de combate, o Exército está contribuindo com o Haiti
prestando atendimento médico à população local, auxiliando no socorro após calamidades públicas, como os furacões comuns
na região, e executando obras de saneamento
e de recuperação de estradas, além do projeto de uma hidrelétrica em andamento.
Arquivo pessoal
“O EXÉRCITO ESTÁ
CONTRIBUINDO
COM O HAITI
PRESTANDO
ATENDIMENTO
MÉDICO À
POPULAÇÃO
LOCAL,
AUXILIANDO NO
SOCORRO APÓS
CALAMIDADES
PÚBLICAS, COMO
OS FURACÕES
COMUNS NA
REGIÃO, E
EXECUTANDO
OBRAS DE
SANEAMENTO E
DE RECUPERAÇÃO
DE ESTRADAS,
ALÉM DO PROJETO
DE UMA
HIDRELÉTRICA EM
ANDAMENTO.”
”
A aquisição de aviões de guerra pelo
Brasil pode ajudar no patrulhamento
das fronteiras?
Essa é uma questão cuja resposta afeta à Força
Aérea Brasileira (FAB), mas pode-se afirmar
que a grande extensão das fronteiras brasileiras, sejam terrestres ou marítimas, constitui
desafio que demanda todos os meios disponíveis. Quanto aos novos caças do Programa
FX, eles deverão ter um papel preponderante na defesa do espaço aéreo, mas, sem dúvida, também serão meios disponíveis para
emprego na proteção direta das fronteiras. A
aviação do Exército, atualmente dotada apenas de helicópteros, também cumpre seu papel,
particularmente atuando nas fronteiras da
Amazônia, a partir de Manaus, e nas da Região
Oeste, a partir de Campo Grande. No futuro, planeja-se aumentar a capacidade de monitoramento da Amazônia, hoje baseada na vigilância pelos Pelotões de Fronteira, com o uso
de radares e veículos aéreos não tripulados
(VANT) em desenvolvimento pelo Exército,
bem como pelo emprego de satélites.
Quais medidas precisam ser tomadas para o
Exército atuar nos morros do Rio de Janeiro ou
em outras regiões brasileiras que precisem de
apoio na segurança?
É também missão constitucional das Forças
Armadas a garantia dos poderes constituídos,
da lei e da ordem, quando acionadas por um
dos poderes. De forma semelhante, a
Constituição atribui aos órgãos de polícia a
missão de Segurança Pública. Ainda com referência ao texto constitucional, verifica-se que
as Forças Armadas somente atuam em caso
de grave perturbação da ordem pública, caracterizada pela incapacidade dos órgãos de
Segurança Pública frente à situação, assim
declarada pelo governador do respectivo Estado
e confirmada por decretação do Estado de
Defesa pelo Presidente da República. Apesar
da gravidade e da frequência dos atos de violência urbana, ainda não foi configurada no
País a situação do Estado de Defesa e as atuações das Forças Armadas têm se restringido
a cooperações com órgãos de Segurança
Pública nas áreas de logística e inteligência,
além de operações pontuais, com objetivos
limitados e sempre por ordem do Presidente
da República ou com amparo em mandatos
judiciais, como ocorre, por exemplo, na busca de indivíduos que tenham cometido crimes militares.
Na opinião do senhor, quais medidas o governo federal precisa ter para combater a violência nas cidades brasileiras?
A questão é complexa e demanda ações governamentais em todos os campos, não sendo
predominante o militar, no qual a atuação do
Exército se dá conforme foi explanado nas
respostas anteriores. O Exército também atua
em outros campos, como na inserção na sociedade proporcionada pela prestação do Serviço
Militar, que inclui também a profissionalização, enfatizada pelo programa Soldado Cidadão, e até mesmo em ações de inclusão digital, como o abrigo de pontos de acesso do programa Governo Eletrônico – Serviço de
Atendimento ao Cidadão (GESAC) em diversos pontos do Brasil, até mesmo nas distantes fronteiras da Amazônia.
Jornal da PUC-Campinas
9 a 22 de novembro/2009
05
Polêmica
SOBREVIDA para
crianças e adolescentes
Fotos: Ricardo Lima
“É preciso
desburocratizar os
procedimentos”
O tradutor Felipe Boschiero, 34 anos, está
há cinco na fila de transplantes de rim. Portador
de uma insuficiência renal crônica, ele já se
submeteu a dois transplantes e, há seis anos,
espera pelo terceiro. Formado em História
pela PUC-Campinas e trabalhando como
tradutor na reitoria da Unicamp, ele encontrou um jeito de conviver com o problema.
“Aprendi, desde cedo, a lidar com a situação.
Não faço drama e procuro viver meu dia a
dia da melhor maneira possível”, contou. “É
claro que tenho algumas dificuldades, mas
descobri que, muitas vezes, é mais difícil resolver um problema do cotidiano do que administrar minha saúde”, completou.
Para Boschiero, tão importante quanto
aprimorar as leis que regem o Sistema
Nacional de Transplante, é desburocratizar
os procedimentos, oferecer equipes mais
especializadas, incentivar as doações e ter
rapidez e eficiência nas técnicas de captação
dos órgãos. “O problema maior na doação
é a crença, e não a ignorância. Precisamos
desenvolver na sociedade a consciência da
doação”, finaliza.
Raquel Lima
[email protected]
O novo regulamento do Sistema Nacional de Transplantes
(SNT), anunciado pelo Ministério da Saúde em outubro e
que passa a valer a partir deste mês, despertou uma reflexão
sobre o valor da vida. É que entre as mudanças, está a prioridade que passa a ser dada a pessoas com menos de 18 anos
para receber órgãos de doadores da mesma faixa etária.
Segundo o ministério, isso se dá devido à maior expectativa
de vida desses pacientes. As crianças e adolescentes também
ingressarão na lista para transplantes de rim antes de entrarem na fase terminal da doença renal crônica, ou de terem
indicação para diálise.
O presidente da Associação Brasileira de Transplantes de
Órgãos (ABTO), Valter Duro Garcia, disse “concordar plenamente” com as medidas. “É o mesmo critério usado nos
EUA e em vários países europeus. Para os doadores acima
de 55 anos, as crianças não recebem esses rins, porque têm
menor duração. Então, o uso dos rins de crianças menores
de 18 anos (em torno de 10% dos doadores) apenas corrige
a injustiça. Não há privilégio algum. Outro ponto é que as
crianças sofrem mais do que os adultos em lista de espera”,
argumentou. “Não se dá maior valor à vida das crianças.
Ambos, crianças e adultos, têm a mesma chance (rins acima
de 55 anos alocados para adultos e rins abaixo de 18 anos
alocados para crianças). Embora o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) lhes dê prioridade em tratamentos de saúde”, completou o presidente da ABTO.
O médico Henrique Cesar Zambotti, membro do
Conselho de Ética do Hospital e Maternidade Celso Pierro,
da PUC-Campinas, também não entende as novas
regras como privilégio aos
jovens. “Quanto menor a
faixa etária, menor a incidência de comorbidades. É
uma probabilidade maior
de sucesso do transplante.”
Para o diretor adjunto
do Centro de Ciências da
Vida (CCV) da PUCCampinas, José Gonzaga
Teixeira de Camargo, “a
questão vai além da discussão se crianças e adolescentes devem ter prioridade na fila de espera, mas,
sim, se o doador e o receptor têm condições de efetivar o transplante”. “A idade avançada não é impeditivo, mas, sim, as comorbidades do paciente, ou seja,
as enfermidades associadas ao tempo e à doença, ao tratamento
e ao estilo de vida que esse receptor teve. Nesse sentido, um
organismo jovem tende a ser mais saudável e, assim, poderá ter excelente resultado em um transplante de rim”.
Segundo o padre José Antonio Trasferetti, diretor da
Faculdade de Filosofia e estudioso da bioética na medicina, a Igreja Católica é favorável à doação de órgãos para a
realização de transplantes desde que sejam feitos dentro
de uma ética aplicada a procedimentos normativos. “Do
ponto de vista moral e cristão, doar órgãos
O NÚMERO é um ato evangélico, que deve ser feito à
luz das regras determinadas pelo governo e área médica. Sem essas normas, corpacientes estão na
remos o risco de cair no tráfico de órgãos,
fila de espera de
esse sim um crime condenado pela
transplante de
Igreja”, declara.
órgãos no Brasil
O
63 mil
“Doar é um dever
de consciência”
A professora Sandra Forster Joanini, da
Faculdade de Serviço Social, doou um rim
para seu filho Artur, há dez anos, quando ele
tinha 25 anos. Hoje, ele é promotor em Três
Pontas (MG). “O diagnóstico de insuficiência renal crônica veio como uma bomba para
a família e tivemos de enfrentar o problema
com dieta, medicamentos, hemodiálise e,
finalmente, o transplante”, contou. Hoje,
Sandra e Artur têm vidas normais, mas controladas por exames rotineiros. Depois de
conhecer de perto o sofrimento dos pacientes tratados na hemodiálise, Sandra é favorável às novas regras no Regulamento Técnico
do Sistema Nacional de Transplantes, como
a prioridade que crianças e adolescentes passam a ter na inscrição da lista para um transplante de rim, antes de entrar na fase terminal da doença renal crônica e de ter indicação
para diálise. “Apesar de o tratamento ser eficiente, ele é muito agressivo, principalmente às crianças, que são mais sensíveis e menos
tolerantes”, justificou.
Outra bandeira que a docente levanta é a
necessidade de conscientização da sociedade
para a doação de órgãos. “Doar é um dever
de consciência”, conclui.
OUTRAS MUDANÇAS
Outras mudanças em relação ao transplante de órgãos
Doadores com doenças transmissíveis, como a hepatite
C, serão autorizadas a doar para pacientes que tenham a
mesma enfermidade, exceto para transplantes de tecido;
Uma comissão ética deverá autorizar os transplantes
entre pessoas vivas sem parentesco;
Paciente poderá consultar sua posição na lista de espera
por meio de um site;
A ficha do paciente será constantemente atualizada pela
equipe médica.
Fonte: Ministério da Saúde
Novas regras do
Ministério da Saúde
para aprimorar o
Sistema Nacional de
Transplantes (SNT)
prioriza atendimento
aos mais jovens
Ciça Toledo
[email protected]
Jornal da PUC-Campinas
06
9 a 22 de novembro/2009
Fotos: Ricardo Lima
Comemoração
anos de
30
Ciências Biológicas
A senadora e ex-ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, faz palestra
na Universidade para celebrar a data
Ana Paula Moreira
[email protected]
Em comemoração aos 30 anos da Faculdade
de Ciências Biológicas da PUC-Campinas e
também da regulamentação da profissão, a
senadora e ex-ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva (PV-AC), vem à Universidade,
no dia 12 de novembro, para ministrar a palestra “Brasil Sustentável: Desafios e Perspectivas”,
às 20h, no Auditório Monsenhor Salim. O
evento também terá a participação de ex-alunos e de um representante do Conselho
Regional de Biologia (CRBio-01).
A Faculdade de Ciências Biológicas foi
criada em outubro de 1979. No mesmo ano,
a profissão foi regulamentada no Brasil, por
meio da Lei 6.684, que tornou legal o exercício da biologia. A profissão de biólogo já existe no país desde 1934, quando foi criado o curso de História Natural, na Universidade de
São Paulo (USP). Para a diretora da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-Campinas, Mariângela Cagnoni Ribeiro, ao longo
desse período, ocorreram mudanças benéficas para o profissional. “Houve uma valorização
que permitiu novas áreas de atuação, como
saúde, biotecnologia e projetos de sustentabilidade.”, afirmou.
A professora ressaltou, ainda, a importância de a senadora participar das comemorações do curso. “É um nome relevante nas
questões ambientais e da sustentabilidade do
Brasil, além de ser um estímulo para os futuros profissionais”, completou a diretora.
Para o presidente do Conselho Regional
de Biologia (CRBio-01), Wladimir João Tadei,
antes da regulamentação do biólogo, o profissional apenas atuava nas escolas e universidades. “Podemos dizer que hoje o biólogo é
um profissional liberal, há um leque de opções
para atuação. Para o sucesso na carreira é importante uma formação sólida e ampla. A universidade permite um direcionamento que
ajuda o aluno a traçar seus interesses”, disse o
presidente.
Com o objetivo de estudar no exterior, o
estudante do 3º ano Gabriel Duarte Garcez
participa de congressos e de grupos de pesquisa. Depois de formado, o aluno pretende
seguir a área de pesquisa marinha. Para
Garcez, o curso ajuda a se preparar
para alcançar seus objetivos. “Participo
de pesquisas, de vários congressos para
conhecer a linguagem científica e o
MARINA SILVA
que é produzido no exterior.”
A ex-aluna e hoje consultora ambiental
Maria de Fátima Tonon, quando entrou para
o curso de Ciências Biológicas, em 1986, sempre teve interesse em trabalhar na área de meio
ambiente e educação ambiental. Na época, o
campo de atuação não era tão amplo,
Raio x
como atualmente. “Quando me
O curso de Ciências
formei, ninguém pensava em disBiológicas da PUC-Campinas,
cutir educação ambiental nas
dando ênfase ao Meio Ambiente e à
escolas. Nos dias de hoje, se
Biotecnologia, tem duração de oito
semestres. O aluno obtém o título de
tornou uma questão séria,
licenciado (para a atuação no ensino de
passou a ser incorporada no
Ciências Biológicas e Biologia) e bacharel
dia a dia. A legislação ambien- (para o desenvolvimento de pesquisa básica
tal é rigorosa e precisa de pro- e aplicada, em empresas). Pode atuar em
fissionais que se adéquem. áreas de preservação, controle ambiental
Com isso, o biólogo toma a e centros de pesquisa, capacitando-se,
sua posição no mercado”, con- também, a realizar perícias e emitir
laudos técnicos. Desde o
tou Maria de Fátima, proprietáinício do curso, há aulas
ria de uma assessoria ambiental.
práticas.
CEA
No dia 13 de novembro, a Senadora Marina
Silva ministra a palestra “Desenvolvimento
com Sustentabilidade”, às 8h30, no Auditório
Dom Gilberto, no Campus I da Universidade.
O evento é organizado pela Faculdade de
Administração e pelo Grupo de Pesquisa do
Centro de Economia e Administração (CEA)
“Inovação, Competiti-vidade e Políticas
Públicas” da PUC-Campinas. A inscrição é
gratuita e pode ser feita até as 17h do dia 12,
pelo e-mail [email protected],
informando nome e endereço eletrônico.
Outras informações: (19) 3343-6776.
O reitor da PUC-Campinas, padre Wilson
Denadai, que estará em viagem internacional
durante esse evento, agradeceu, diretamente,
à senadora, dando-lhe as boas-vindas, manifestando sua satisfação em recebê-la, novamente, na PUC-Campinas e designou o coordenador do Departamento de Comunicação
Social, professor Wagner Mello, para recepcioná-la nos dias 12 e 13.
“PODEMOS
DIZER QUE
HOJE O
BIÓLOGO
É UM
PROFISSIONAL
LIBERAL, HÁ
UM LEQUE
DE OPÇÕES
PARA
ATUAÇÃO.”
”
WLADEMIR JOÃO TADEI,
PRESIDENTE DO CONSELHO
REGIONAL DE BIOLOGIA
(CRBIO-01)
MARIA DE FÁTIMA TONON
Professor apresenta
trabalho em Cuba
O professor da Faculdade de Ciências
Biológicas da PUC-Campinas Jodir Pereira da
Silva participou, em outubro, do Congresso
Latino-americano de Ciências do Mar, realizado em Cuba. Os trabalhos foram produzidos pelo grupo de pesquisa Ecopere-SE, ministrado pelo professor e formado por alunos da
Universidade. Silva apresentou quatro trabalhos e dois pôsteres. A pesquisa é feita a partir do monitoramento mensal do caranguejo
aranha, em Ilhabela, no litoral paulista. Entre
os dados avaliados estão o número de espécies
presentes no local e a morfologia dos animais.
Segundo Silva, a participação no congresso é
importante para a publicação do trabalho e
divulgação da Instituição. “Coloca a PUCCampinas como uma das Universidades que
participam do desenvolvimento tecnológico
no cenário nacional e internacional”, explicou o professor.
Jornal da PUC-Campinas
07
Com prêmios para
as melhores criações e
troféu que homenageia
o maestro Carlos
Gomes, o evento
busca revelar talentos
no cartum, charge
e caricatura
9 a 22 de novembro/2009
cartuns
charges :)
caricaturas
Henderson Arsênio
[email protected]
A
Fotos: Ricardo Lima
:)
A partir do dia 17, a cidade estará mais
bem-humorada. Nesse dia, será inaugurado
o 1º Salão de Humor de Campinas, que exibirá cartuns, charges e caricaturas de artistas
gráficos campineiros e da região. Os trabalhos estarão expostos até 19 de dezembro no
Centro de Convivência Cultural de Campinas, na Praça Imprensa Fluminense, no
Cambuí. A entrada é gratuita.
O idealizador do Salão, Jan Fernandes,
contou ao Jornal da PUC-Campinas como
surgiu esse projeto. “A ideia de promover um
salão de humor em Campinas surgiu de
maneira incidental, quando eu conversava
com o amigo e ilustrador Dino Alves.
Estávamos falando sobre a grande quantidade e qualidade dos artistas de
Campinas e região e pensamos no
fato, até engraçado, de que Campinas
tem vários artistas e escolas da nona
arte, mas não tinha um salão. E daí
veio a pergunta: por que não?”, relatou o jornalista, que também é membro da Associação Campineira de
Imprensa (ACI).
Djota Carvalho é jornalista, cartunista e faz parte do júri do Salão.
Ele contou porque as caricaturas
fazem tanto sucesso: “O humor gráfico, por mais autoral que seja, permite que
quem o vê interprete de maneira pessoal.
Além disso, como o artista cria a cena que
imagina na sua cabeça com exatidão, utiliza
os ‘atores’ que quer e transforma a piada em
um fato possível de ser visto e, muitas vezes,
acreditado, ele leva vantagem em relação a
quem precisa filmar ou fazer quem ouve a
piada imaginar a cena. Ela está lá, criada muitas vezes de forma tão contundente e inequivocamente hilária como só uma charge, por
exemplo, pode fazer”, opinou ele.
De acordo com a professora da Faculdade
de Artes Visuais Ana Maria Bittar, as charges e cartuns são, acima de tudo, uma arte
lúdica: “Sem exigir representação muito
intensa, as charges são populares graças ao
fato de brincar com a imagem, tirando a questão da seriedade e transmitindo a mensagem por
si só”, opinou ela.
:)
:) :) :) :) :) :)
O Salão de Humor de Campinas distribuirá prêmios em dinheiro. Serão cerca de
R$ 16 mil para os melhores trabalhos selecionados por uma banca. As categorias serão
cartum, charge e caricatura. Para esses dois
últimos, o tema é livre. Dalcio Machado, integrante da organização e jurado do concurso,
explicou quais são os principais quesitos na
escolha do vencedor: “Criatividade, ineditismo, criatividade, adequação ao tema, criatividade, domínio do tipo de arte gráfica escolhida e...já mencionei criatividade?”, brincou
o cartunista. Cada categoria premiará com R$
3 mil aos primeiros colocados; R$ 1 mil aos
segundos e troféus aos colocados na terceira
posição.
Para a categoria cartum, todos os trabalhos terão um tema específico: meio ambiente. “As
pessoas precisam se conscientizar de que o meio
ambiente precisa ser respeitado, protegido e, digamos assim, ampliado. O
humor é uma das ferramentas mais eficientes para
se fixar ideias e conscientizar as pessoas”, argumentou Djota.
Um dos pontos altos da
premiação será o Troféu Carlos Gomes. “É
uma das personalidades artísticas brasileiras
de renome internacional e sua história está
intimamente ligada a Campinas. Como gostaríamos que o maestro fosse ainda mais
conhecido e reconhecido, criamos o prêmio
aberto”, informou Bira Dantas, outro organizador e jurado da competição. Para participar dessa categoria, o artista pode enviar seu
trabalho em qualquer formato (cartum, caricatura ou charge), mas deve ter o maestro
como tema principal.
Tradicionalmente, os salões de humor
revelaram muitos talentos das artes visuais ao
longo das suas edições. Esse também é um dos
objetivos da mostra de Campinas. “Criar um
salão como esse significa não só trazer a tona
gente boa e desconhecida, mas dar espaço a
todos para exibir e admirar bons trabalhos. E,
claro, como há prêmios, reconhecê-los e
incentivá-los também”, falou Bira.
Segundo a professora Ana Bittar, a cidade tem um laço antigo com as artes.
“Campinas é pioneira na questão das artes
gráficas desde o início do século passado e
possui, além de inúmeras escolas de arte, artistas renomados que nem sempre estão em
voga”. Para ela, o Salão vem para preencher
uma lacuna que existia: “Acredito que esse
espaço trará um novo referencial para nós,
como ocorreu com a cidade de Piracicaba”,
analisou.
Até o fechamento desta edição, o concurso já havia recebido mais de 400 inscrições,
algumas vindas até de outros países, como
Portugal, México, Coreia, Japão e Irã.
SAIBA MAIS: www.salaodehumordecampinas.com.br
9 a 22 de novembro/2009
08
Jornal da PUC-Campinas
Reconhecimento
PUC-Campinas é a MELHOR
UNIVERSIDADE privada do
Brasil na área da Saúde
Fotos: Ricardo Lima
No ranking geral, a Instituição
foi apontada como a 6ª melhor
escola privada do país
Da Redação
[email protected]
A PUC-Campinas recebeu, no último dia 27, o Prêmio Melhores
Universidades Guia do Estudante e Banco Real Grupo Santander
2009. A Instituição foi consagrada como a melhor Universidade privada do Brasil na categoria Saúde. No ranking geral das melhores
instituições de Ensino Superior, a PUC-Campinas foi considerada a 6ª melhor escola privada do país.
Professores e diretores de faculdades
Dez cursos da PUC-Campinas foram finalistas na cateestiveram na cerimônia promovida pela
goria Saúde: Educação Física, Enfermagem, Farmácia,
Editora Abril e pelo Grupo Santander
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição,
Odontologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Com a
premiação, os cursos de Educação Física, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional conquistaram, pelo segundo ano consecutivo, o título de
melhores do país.
Segundo informações do Guia do Estudante, a
estrutura da PUC-Campinas e a oportunidade de
os estudantes atuarem em hospital-universitário
próprio foram alguns dos fatores que mais contribuíram para o resultado. “O Centro de Ciências
da Vida (CCV), onde são oferecidos os cursos da
área de Saúde, conta com 33 laboratórios, farmáO pró-reitor de Graduação, professor
cia-escola, ambulatórios e clínicas de fonoaudioA noite de premiação ocorreu no
Germano Rigacci Júnior, recebeu o prêmio
logia, odontologia, fisioterapia e terapia ocupacioMemorial da América Latina, em São Paulo
em nome da PUC-Campinas
nal. No mesmo campus, está o Hospital e
Maternidade Celso Pierro, que atende 450 mil
pacientes por ano”, informou o anuário.
Para o pró-reitor de Graduação da PUCCampinas, Germano Rigacci Júnior, o prêmio é
resultado do trabalho da Universidade na busca pelo
ensino de excelência. "Esse prêmio representa todo
o esforço da PUC-Campinas em relação à qualificação do ensino e ao trabalho desenvolvido no campo
da Saúde”, declarou o pró-reitor.
De acordo com a diretora do Centro de Ciências da
Vida (CCV), Miralva Aparecida Silva, a premiação reflete o trabalho feito por toda a comunidade universitária.
A atriz Cássia Kiss
foi a mestre
"Trata-se de um conjunto de indicadores que demonstra que
de cerimônia
estamos no caminho certo. Além do Prêmio Melhores
Dez cursos da PUC-Campinas na área da Saúde foram homenageados
Universidades, também tivemos resultados positivos em outras
com
o V Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante Banco Real
avaliações, como o Enade (Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes) e a avaliação institucional promovida pelo INEP, do
Ministério da Educação. Dessa maneira, o prêmio representa um traA cerimônia
ainda teve
balho de todos: professores, alunos, diretores e significa, também,
participação da
mais um apoio para aqueles que conhecem as dificuldades de quem
Orquestra
educa e atua na área da Saúde”, disse.
Bachiana Jovem
A premiação contou com a presença do presidente da Editora
Abril, Jairo Leal, do representante do Santander Universidades, Jamil
Chade, e da secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula
Dallari Bucci. O evento ocorreu no Memorial da América Latina, em
São Paulo, e teve como mestre de cerimônia a atriz Cássia Kiss.
O processo de seleção identificou as melhores instituições de ensino superior nas áreas de Administração e Negócios; Meio Ambiente
e Ciências Agrárias; Ciências Sociais e Humanas; Comunicação e
Informação; Arte e Design; Ciências Exatas e Informática; Engenharia
e Produção; e Saúde. Para isso, o Guia do Estudante coordenou a
avaliação de 9.371 cursos de 1.332 instituições de ensino superior em
SAIBA MAIS
todos os estados brasileiros. Desse total, 28 universidades encabeçaPara concorrer ao prêmio, são selecionadas as instituições que tiveram, pelo menos, um curso
ram as finalistas, disputando 18 prêmios, metade deles para univerconsiderado bom (três estrelas), muito bom (quatro estrelas) ou excelente (cinco estrelas) na
sidades privadas e os demais para as públicas, incluindo dois de melhor
avaliação do Guia do Estudante. O processo contou com a consultoria técnica do Ibope
universidade do ano.
Inteligência e a verificação de dados realizada pela PricewaterhouseCoopers.
A
Download

Pelo meio ambiente - PUC