AULA 7 Fernando Luiz Pellegrini Pessoa TPQBq ESCOLA DE QUÍMICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Termodinâmica das Soluções Equações de Estado f ( P,V , T ) 0 Estudo de casos Uma mistura equimolar de metano, etano e propano é descarregada por um compressor a 5500 kPa e 90°C numa vazão de 1.4 kg/s. Sendo 30 m/s a máxima velocidade permitida, calcular o mínimo diâmetro da tubulação para que o escoamento seja seguro Calcular o NPSH de uma bomba que transfere uma mistura ternária contendo água, monoetilenoglicol e dietilenoglicol Projetar ou avaliar um condensador de topo de uma coluna de destilação sabendo-se que a corrente de processo @ 7 atm contém uma mistura de dicloretileno, cloro, etileno, água e traços de oxigênio Eric Carlson’s Recommendations Non-electrolyte Figure 1 See Figure 2 Polar E? Electrolyte NRTL Or Pizer Electrolyte Real All Non-polar Peng-Robinson, Redlich-Kwong-Soave Lee-Kesler-Plocker R? Polarity R? Real or pseudocomponents P? Pressure E? Electrolytes Pseudo & Real P? Vacuum Chao-Seader, Grayson-Streed or Braun K-10 Braun K-10 or ideal Yes Figure 2 Yes LL? P < 10 bar ij? (See also Figure 3) P? NRTL, UNIQUAC and their variances No Yes No No Yes P > 10 bar P? Pressure ij? Interaction Parameters Available UNIFAC LLE LL? Polar Non-electrolytes LL? Liquid/Liquid WILSON, NRTL, UNIQUAC and their variances ij? No UNIFAC and its extensions Schwartentruber-Renon PR or SRK with WS PR or SRK with MHV2 PSRK PR or SRK with MHV2 Projetos mais eficientes e avaliações rigorosas de processos (integração energética, modelagem, etc) Conhecimento + Ferramentas Indústrias mais empreendedoras estão obtendo maiores lucros a partir de suas matérias-primas e equipamentos e, ao mesmo tempo, tornando-se mais limpas e mais sustentáveis Usos das equações de estado cálculo de propriedades físicas de substâncias puras e misturas cálculo de propriedades residuais de substâncias puras e misturas cálculo de equilíbrio de fases (ex. ELV) de misturas (pontos de bolha e orvalho, frações vaporizadas e composições das fases), constantes de eq., Ki L i Ki V i Principalmente a altas pressões! Equação de estado de gás ideal PV RT OU PV Z 1 RT É a mais simples das equações de estado. As diversas equações de estados existentes são diferentes métodos de correção para o comportamento (PVT real) dos fluidos em relação ao ideal. Equações de estado de gás real PV ZRT P P(V , T ) C 1 B P RT 2 3 .... V V V RT a P 2 V b V ubV wb 2 Equação do virial (truncada no terceiro termo) Equação de estado cúbica Equação de estado de gás real Três maneiras de representar as interações intermoleculares: van der Waals Virial (Z = Zrep + Z atr) Cúbicas Não-cúbicas Base molecular Cadeia de moléculas Fluidos associativos Virial vdW Carnahan-Starling PHCT APACT Beattie-Bridgeman RK e mod. BACK SPHCT SAFT e mod. BWR SRK Heiling-Franck PACT SSAFT BWR-Starling-Han PR e mod. Dieters TPT CPA BWR-Nishiumi TST Soave-quartic PHSC AEOS etc. Equação de estado Relação algébrica entre pressão, temperatura e volume molar Várias existem e continuam surgindo, mas todas devem satisfazer o critério da isoterma crítica P 2 P 0 2 V V a T constante van der Waals (1870’s) Forças intermoleculares (termo de atração) RT a P 2 V b V Modelo de esferas rígidas Forma e volume das moléculas (termo de repulsão) V b, P ∞ Legado de van der Waals a e b (específicos para cada substância) a : representa as forças de atração entre as moléculas b : representa o volume das moléculas (co-volume) Existem forças que agem entre as moléculas Moléculas têm tamanho/volume van der Waals (1870’s) RT a P 2 V b V V a Z V b RTV OU válida para ambas as fases: líquida e gasosa equação cúbica no volume e fator de compressibilidade, Z bi-paramétrica (parâmetros a e b diretamente correlacionados com as constantes críticas, Pc e Tc) P P 0 2 V V 2 P/ misturas: a am yi y j aij 27 RTc 64 Pc 2 b RTc 8 Pc bm yi bi regras de mistura vdW aij ai a j 0.5 Cúbicas Três raízes em V ou Z Três raízes reais: líquido + vapor em eq. Maior valor: fase gasosa e menor valor: fase líquida. Valor intermediário não tem significado físico. 1 raiz real e 2 imaginárias conjugadas: vapor superaquecido 3 raízes reais (duas idênticas): região crítica 3 raízes reais e idênticas : ponto crítico Curva PV típica de vdW Isotermas experimentais mostram um segmento horizontal dentro da região bifásica V com significado físico: real, positivo, V > b Cúbicas C al cul ating the molar vol ume of C O2 with the PR SV EOS Tc 3 04 .26 R 8 3.1 44 P c 7 3.7 79 K 0 .22 39 bar R Tc b 0 .07 77 96 Pc c m3.bar.mol-1 . K-1 b 2 6.6 75 c m3 . mol-1 2 0 0 .37 88 93 1 .48 97 15 3 0 .17 13 18 48 0 .01 96 55 4 T 3 48 K Tr P = 12.37 bar T = 348 K 0 1 1 Vapor superaquecido Tr 1 .14 4 Tc 2 2 2 R Tc T aT 0 .45 72 35 Pc 1 raiz real 3 Tr ( 0 .7 Tr) T 1 1 Tr 1 2.3 7 T 8 3.1 443 48 1 0 .04 56 6 aT 3 .61 1 0 6 3 .61 1 0 V 2 6.6 75 V ( V 2 6.6 75) 2 6.6 75 ( V 2 6.6 75) 3 7.5 0 92 36 12 2 99 05 56 42 i 6 1 3 6.2 03 09 45 4 42 37 73 37 3 6.2 03 09 45 4 42 37 73 37 3 07.5 92 36 12 2 99 05 56 42 i 6 1 2 23 9.9 73 94 4 29 87 51 69 5 0 0 0 .70 4 Cúbicas C al cul ati ng the mol ar vo lume of n-butan e wi th th e PRSV EOS Tc 4 25 .16 R 8 3.1 44 P c 3 8.0 K 0 .20 09 6 bar R Tc b 0 .07 77 96 Pc c m3.bar.mol-1 . K-1 b 7 2.3 7 2 0 0 .37 88 93 1 .48 97 15 3 0 .17 13 18 4 8 0 .01 96 55 4 T 3 00 K Tr P = 10 bar T = 300 K 0 1 1 3 Tr 0 .70 6 Tc 2 2 2 R Tc T aT 0 .45 72 35 Pc 8 3.1 443 00 V 7 2.3 7 7 aT 1 .84 4 1 0 7 1 .84 4 1 0 V ( V 7 2.3 7) 7 2.3 7 ( V 7 2.3 7) Três raízes reais L+V em equilíbrio 9 6.6 07 19 9 87 09 43 9 7953 1 8 30 .67 55 5 99 15 55 9 4399 9 1 49 4.6 60 2 40 21 34 9 65 80 5 c m3 . mol-1 0 0 .67 2 Tr ( 0 .7 Tr) T 1 1 Tr 1 0.0 0 T 1 0 .03 44 3 182 a 413 K VL = 96. 607 c m3 / mol VG = 1494.66 cm3 / mol Cúbicas Isoterma experimental mostra um segmento horizontal dentro da região bifásica n-butano Curva de saturação, isoterma exp. 394.2 K, predição com vdW, vdW com outros parâmetros e RK. Cúbicas mais importantes RT a P 2 V b V ubV wb 2 ou P RT a V b V ub V wb SRK PR TST 0 -0.4142 -0.5 1.0 2.4141 3.0 u w p/ substâncias puras: ρliq. CH4 , use SRK ρliq nC5 – nC7, use PR ρliq nC8 e superiores e compostos polares, use TST Programas Prof. Sandler Cúbicas V V f calc f exp L V f calc f exp Parâmetros a e b Ajustados a dados experimentais de Pvap e ρliq L L Vcalc Vexp V V Vcalc Vexp Falha em satisfazer as condições críticas Reduz a habilidade da eq. de estado em predizer Ki ac Quando se ajusta RT 0.45724a e b via ρliq P (Vliq experimental) 2.5 c c Superestimação de Pc e Tc diretamente correlacionados com as constantes críticas, Pc e Tc ex. Peng-Robinson (PR) ( RTc ) 2 ac 0.45724 Pc RTc b 0.0778 Pc Estados correspondentes Teorema dos estados correspondentes de 2 parâmetros (Pr e Tr) Todos os gases comparados nas mesmas T e P reduzidas têm o mesmo desvio da idealidade (vdW, 1873) Pr e Tr iguais correspondem a Z iguais Validade: fluidos simples (alto grau de simetria, apolaridade, ex. Ar, Xe, Kr) e moléculas levemente polares (CH4, O2, N2 e CO) Não idealidade: Teorema dos estados correspondentes de 3 parâmetros (Pr, Tr e ω ) Todos os fluidos tendo o mesmo fator acêntrico, ω, têm o mesmo valor de Z se comparados nas mesmas T e P reduzidas (Pitzer, 1961) •Forma das moléculas •Tamanho das moléculas •Forças intermoleculares ~ 100 anos!!! Validade: fluidos apolares Estados correspondentes Tentativas de generalização do comportamento dos fluidos Propriedades dos fluidos polares não são satisfatoriamente representadas pelo teoremas dos estados correspondentes de 2 e 3 parâmetros Um parâmetro adicional baseado no momento dipolar tem sido sugerido, mas com sucesso muito limitado. Apenas momento dipolar e constantes críticas não são suficientes para a descrição satisfatória do comportamento dos fluidos polares Importância da função α(T) Pré-requesito para predição correta de Ki via equação de estado e para cálculo preciso da pressão de vapor dos componentes puros Precisão no cálculo da Pivap depende do desenvolvimento de uma função α(T) para equações de estado cúbicas a(T ) (T ) ac Termo de atração ac é o parãmetro a correlacionado com as constantes críticas (T ) ac RT P 2 V b V ubV wb 2 Predição do volume molar de líquido (densidade) é fundamental para muitas aplicações, mas não afeta a predição das constantes de equilíbrio (Ki) a partir das equações de estado cúbicas SRK 1 P a (T ) RT c V b V V b) ( RTc ) 2 ac 0.4274 Pc b 0.08664 A RTc Pc Z 3 Z 2 A B B 2 Z AB 0 (T ) 1 0.48508 1.55171 0.15613 2 1 Tr0.5 2 (T ) 1.202exp 0.30288Tr ,H2 (Graboski &Daubert, 1979) ac (T ) P (T ) P 0.42747 R 2T 2 TR2 B P bP 0.08664 r RT Tr p/misturas (ac (T )) m yi y j ac (T )ij Am yi y j Aij Bm yi Bi bm yi bi ac (T ) ij 1 kij ac (T ) i ac (T ) j Kij = ? Aij calculado com expressão para A com ac (T ) ij correspondente SRK 2 Forma cúbica em Z b a (T ) b ln Z 1 ln Z 1 c ln 1 V bRT V ln Z 1 ln Z B Coef. de fugacidade de substância pura ou de mistura A B ln 1 B Z Coeficiente de fugacidade do componente i na mistura bi bm ac (T ) i ln i Z 1 ln Z 1 bm bm RT V ln i Bi AB 2 Z 1 ln Z B i B B B ac (T ) ì bi bm 2 y j ac (T ) j ln 1 b a ( T ) i j m c V B y a ( T ) ln 1 j j c ij Z ac (T ) ij 1 kij ac (T ) ii ac (T ) jj Forma cúbica em Z Kij = ? (ac (T )) m yi y j ac (T )ij bm yi bi a (T ) P A c 2 2 RT bP B RT Bi bi P RT SRK 3 Propriedades residuais ac (T ) D b H ' 1 Z ln 1 RT bRT V H ' A D B 1 Z 1 ln 1 RT B ac (T ) Z B BD ln 1 S ' Z ln Z 1 B R Aac (T ) Forma cúbica em Z b D ln 1 S ' b V ln Z 1 R bRT V Forma cúbica em Z p/misturas Tr Di m ac (T ) ( T ) i m 0.48508 1.55171 0.1561 2 D yi y j m j 1 kij i j ac (T ) i ac j Trj Kij = ? p/ componente puro, usar Di ao invés de D nas eq. acima Melhorias nas eq. de estado P a (Tr , ) RT c V b V V b) SRK, modificações no termo de atração ac (Tr , ) RT P V b V V b) b(V b) PR, modificações no termo de atração e na dependência do termo de atração em relação ao volume melhores resultados para ρliq. e para ELV (Ki) de muitas misturas Modificações na α(Tr) em SRK e PR → melhor predição de Pisat e ELV para polares Modificações na dependência do termo de atração em relação ao volume (t específico para cada componente) RT a P V t b (V t )2 Uso de um terceiro parâmetro dependente da temperatura: (PTV- Patel Teja generalizada é tida como a melhor para CO2 em poços sem usar parâmetros de interação) Eq. de estado para misturas Habilidade de uma equação de estado cúbica em predizer equilíbrio de fases de misturas depende : função α(T) regra de mistura Habilidade de predizer ρliq com precisão varia de uma eq. de estado para outra : não há vantagem entre elas se a mesma α(T) e regra de mistura for usada para ambas Motivação para pesquisas na área: Ampliar a aplicabilidade das eq. de estado a fim de representar precisamente o equilíbrio de fases em: misturas altamente polares misturas de espécies associativas outros sistemas complexos Válido também para alta P Cúbicas - regras de mistura Regras de misturas clássicas do tipo vdW am xi x j aij i j bm xi x j bij i j cm xi x j cij i aij ai a j (1 kij ) 1 bij bi b j 1 ij 2 1 cij ci c j 1 ij 2 Média geométrica para aij e aritmética para bij e cij j kij, βij e δij parâmetros de interação binária ajustados a partir de dados experimentais Manter a dependência quadrática dos parâmetros em relação à composição Manter a dependência quadrática do segundo coeficiente do virial em relação à composição : base teórica Eq. de estado para misturas Uso de múltiplos parâmetros de interação nas regras de misturas quadráticas Introdução do conceito de composição local (regras de mistura incluindo dependência do volume/densidade) Uso de regras de misturas não quadráticas Combinação de modelos : GE + Equação de estado Modelo de GE combinado com equação de estado Ótimo para mistura de componentes altamente polares a alta P (ex. CO2 +polares), mas falha se os tamanhos são muito diferentes Exercícios 1) Dada uma mistura binária contendo 30% mol de CO2 e 70% mol de npentano a 300 K, 10 bar, estimar o volume molar (V), o fator de compressibilidade (Z) e, o coeficiente de fugacidade (φ) a) Para cada componente puro a T e P da mistura b) Para a mistura c) φi para cada componente na mistura Usar SRK. kij = 0.131 (Prausnitz et al., 4th ed.) 2) Uma mistura equimolar de metano, etano e propano é descarregada por um compressor a 5500 kPa e 90°C numa vazão de 1.4 kg/s. Sendo 30 m/s a máxima velocidade permitida, calcular o mínimo diâmetro da tubulação para um escoamento seguro. Usar SRK e kij = 0 Referências recomendadas: Valderrama, J. O., State of the Cubic Equation of State Ind. Eng. Chem. Res., 2003, 42, 1603-1618 Smith & Van Ness, Introduction to Chemical Engineering Thermodynamics, nth edition Twu,C. H., Sim, W. D., Tassone, V., Getting a Handle on Advanced Cubic Equations of State, www.cepmagazine.org, Nov 2002 Walas, S. M., Phase Equilibria in Chemical Engineering Eric Carlson, “Don’t gamble with physical properties for simulations,” Chem. Eng. Prog. October 1996, 35-46