Polifarmácia e reações adversas na população idosa
Gildenia Calixto dos Santos – UFPB – [email protected]
Polifarmácia na visão de diversos autores pode ser entendida como sendo o uso
concomitante de cinco ou mais medicamentos ou ainda, a administração de um
maior número de medicamentos do que os clinicamente indicados, sendo muito
comum na pessoa idosa o que contribui para que ocorram as reações adversas a
medicamentos (RAM). Entende-se RAM como sendo a resposta a um medicamento
que seja prejudicial, não intencional e que ocorre em doses normalmente utilizadas
no ser humano, representando um grave problema de saúde pública. Nos idosos,
devido suas particularidades fisiológicas e os diversos eventos patológicos ou os
decorrentes destes, o uso de muitos medicamentos é comum, constituindo uma
população com uma alta prevalência de reações adversas. Nesse estudo buscou-se
conhecer a prevalência da polifarmácia na população idosa, bem como estabelecer
a relação entre a polifarmácia e reações adversas nessa população. Trata-se de
uma revisão sistemática da literatura, a qual se constituiu de artigos encontrados em
bases de dados como Scielo, Medline, Lilacs, publicados nos últimos 5 anos.
Procurou-se identificar artigos que atendessem à temática pesquisada e que
contivessem descritores como: polifarmácia em idosos, reações adversas a
medicamentos em idosos e polifarmácia e reações adversas. Várias são as causas
que levam os idosos a fazerem uso de medicamentos simultaneamente, o número
de médicos consultados, a ausência de perguntas durante a consulta médica sobre
as medicações em uso, a automedicação, as condições socioeconômicas, além da
presença de comorbidades. Nos países desenvolvidos, estima-se que 20% a 40%
dos idosos utilizem múltiplos fármacos associados, sendo estimada uma média de
quatro por individuo. O risco de RAM aumenta de três a quatro vezes em pacientes
submetidos à polifarmácia e, aumenta em 13% com o uso de dois medicamentos,
em 58% quando este número aumenta para cinco, elevando-se para 82% nos casos
em que são consumidos sete ou mais medicamentos. No idoso, há diminuição da
massa muscular, do teor de água corporal, do metabolismo hepático, dos
mecanismos homeostáticos, além da capacidade de filtração e excreção renal
contribuindo para a ocorrência de RAM. Estudos mostram que pacientes recebendo
três ou mais medicamentos apresentam escores significativamente maiores na
escala de sintomas físicos e psicológicos, e se queixam com maior frequência de
problemas como sono, tonturas, congestão nasal, boca seca, náuseas, constipação
e edema. Esse fato contribui para o uso de outros medicamentos que visem aliviar
tais efeitos, o que potencializa o número de reações adversas, criando um grave
ciclo vicioso. A população idosa cresce a cada dia e tem maior expectativa de vida,
estando a longevidade intimamente atrelada a polifarmácia e, consequentemente à
um grande número de RAM. O ideal é que haja um acompanhamento e cuidado
contínuo e multiprofissional, focando ações educativas, preventivas e racionais em
busca de minimizar essa problemática nessa população, aliando o avanço
tecnológico e o maior acesso às terapêuticas ao uso racional e controlado dessas.
Palavras-chave: polifarmácia; idoso, reações adversas a medicamentos.
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