“A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO BANCÁRIO NO FINANCIAMENTO DAS PME PORTUGUESAS: ESTUDO APLICADO À REGIÃO CENTRO” Parte I e dois modelos do Estudo empírico Elementos retirados da Dissertação de Doutoramento em Gestão, UBI, de Miguel Matias, Janeiro 2006 Orientação: Professora Doutora Zélia Serrasqueiro, UBI Professor Doutor Carlos Arriaga Costa, UM Plano de Apresentação I –ENQUADRAMENTO DO PROBLEMA PARTE I – AS PME E O ACESSO AO FINANCIAMENTO BANCÁRIO: 1. AS PME NA ECONOMIA E AS DIFICULDADES NO ACESSO AO FINANCIAMENTO 2. A AVALIAÇÃO DO RISCO NA CONCESSÃO DO CRÉDITO ÀS PME PARTE III: ESTUDO EMPÍRICO SOBRE O RELACIONAMENTO BANCO – PME (só uma parte do estudo) 1. OBJECTIVOS E HIPÓTESES 2. METODOLOGIA 3. Análises cluster e discriminante PARTE IV: ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES FINAIS (só uma parte do estudo) Paginas : 10-99 e 328-341 e 356-368 e 380-386 I- Introdução Apesar de ser hoje inquestionável a importância das pequenas e médias empresas (PME) no desenvolvimento económico e social de qualquer região ou país, onde se destaca o seu tradicional contributo em termos de criação de riqueza e de emprego, são também os agentes produtivos que maiores dificuldades sentem no acesso a financiamento externo, nomeadamente bancário, destinado ao desenvolvimento/crescimento da actividade, pelo que se torna importante investigar as condições que podem facilitar o acesso e melhorar as suas condições de financiamento, permitindo, por essa via, uma redução dos entraves ao desenvolvimento das regiões em que operam. I- Introdução As especificidades financeiras próprias das PME e a assimetria e opacidade de informação apresentada reservam ao relacionamento bancário um papel determinante na melhoria das condições de financiamento obtidas. Contudo, verifica-se também que o conceito, as regras e os padrões do relacionamento que se estabelecem entre os bancos e as PME, e em particular as micro e pequenas empresas (MPE), não se encontram ainda retratados de modo consensual e acabado na literatura económica especializada! Estamos pois perante um universo multifacetado em que inúmeras variáveis de difícil detecção (que não se esgotam na vertente puramente económico- financeira) e mensurabilidade condicionam e determinam esse relacionamento, condicionando também o estabelecimento de padrões ou a definição rigorosa de medidas genéricas de actuação I- Introdução A estrutura desta investigação é repartida em quatro partes distintas: na primeira parte são analisadas as PME e o seu acesso ao financiamento bancário; na segunda parte é abordado de forma teórica e prática o relacionamento entre banco e PME; na terceira parte é apresentado o estudo empírico com o objectivo de analisar a influência do relacionamento nas condições de crédito às PME e na quarta e última parte, são expostos os resultados, as conclusões da investigação e apontadas algumas pistas para investigações futuras. Parte I. AS PME E O ACESSO AO FINANCIAMENTO BANCÁRIO Nesta primeira parte é inicialmente analisada a importância das empresas de pequena dimensão na economia de um país em geral e no contexto regional desfavorecido em particular, que contrasta com as suas dificuldades no acesso a financiamento bancário.. Constata-se a existência de uma dependência destas empresas pelo financiamento bancário, sendo apresentadas algumas medidas que permitem melhorar o acesso das PME a este tipo de crédito.. Por último, é realizada uma análise do processo de avaliação do risco de crédito às PME, onde se inclui a análise da relevância da informação contabilística e as principais técnicas quantitativas de avaliação do risco de crédito. Parte I. As PME na economia e as dificuldades no acesso ao financiamento As PME, e em particular as MPE, são na sua maioria empresas com uma definição estratégica muito incipiente, não tendo atingindo o estádio de desenvolvimento necessário para a implementação de uma estratégia independente de evolução (Guerra, 2000). O acesso ao financiamento surge como uma das principais restrições ao desenvolvimento de uma PME, de acordo com a generalidade dos estudos empíricos realizados um pouco por todo o mundo. Contudo, são as PME que caracterizam o tecido empresarial e que mais contribuem para o crescimento económico de qualquer país (Ianniello, 1999). Parte I. As PME na economia e as dificuldades no acesso ao financiamento Daí que se compreenda que as PME acusem os bancos de utilizarem práticas discriminatórias na política de crédito atribuído a este segmento do mercado, que passa, segundo Rocha (2001) pela simples recusa de crédito, ou pela prática de taxas de juro mais elevadas. Os bancos acabam por ser limitativos do crescimento e desenvolvimento das empresas de pequena dimensão, de acordo com a generalidade dos relatórios apresentados pelos observatórios das PME aquando da avaliação dos factores limitativos do investimento, onde o crédito bancário surge como uma das principais limitações. A Comissão Europeia, consciente da enorme importância das PME em qualquer economia de mercado, tem desenvolvido um conjunto de intervenções que visam essencialmente reduzir os custos associados à constituição, arranque e desenvolvimento das PME Parte I. As PME na economia e as dificuldades no acesso ao financiamento Quadro 2.1. Principais indicadores sobre a estrutura empresarial na EU-19 em 2000 Micro Pequenas Médias PME Grandes Empresas Emprego Valor Acrescentado (%) (%) (%) EU-19 POR EU-19 POR EU-19 POR 93,1% 5,9% 0,8% 99,8% 0,2% 93,4% 5,6% 0,9% 99,9% 0,1% 34,3% 19,0% 13,1% 66,4% 33,6% 37,7% 23,0% 18,1% 78,9% 21,1% 17,4% 17,1% 17,1% 51,5% 48,5% 23,5% 22,4% 20,9% 66,8% 33,2% Fonte: Observatório das PME europeias : SME statistics. Parte I. As PME na economia e as dificuldades no acesso ao financiamento Quadro 2.2. Peso das classes dimensionais de empresas na EU-19 e em Portugal em 2000 (%) Empresas Emprego Valor Acrescentado (milhares) (milhões Euros) Nº Peso Nº Peso Valor Peso 19.042 93,1% 41.749 34,3% 1.706.827 17,4% 1.202 5,9% 23.081 19,0% 1.678.763 17,1% 162 0,8% 15.963 13,1% 1.677.845 17,1% PME 20.406 99,8% 80.793 66,4% 5.063.435 51,5% Grandes 39 0,2% 40.955 33,6% 4.762.725 48,5% Total 20.445 100% 121.748 100% 9.826.160 100% Micro Pequenas Médias Fonte: Observatório das PME europeias : SME statistics. Parte 1: 2.3 A importância das PME no seio de regiões desfavorecidas As PME são também um elemento fundamental no plano de sustentação económica de qualquer região, uma vez que têm uma enorme capacidade de descentralizar a criação de emprego e a geração de riqueza. De acordo com Guerra (2000), verifica-se em Portugal uma crescente concentração espacial na localização das empresas, que passam por uma afirmação progressiva das duas grandes metrópoles litorais: a primeira estruturada em torno do eixo Braga/Porto/Aveiro e a segunda em torno do eixo Leiria/Santarém/Lisboa/Setúbal. Daí que as PME, e em especial as MPE, adquirem especial importância, em termos regionais, nos distritos que sofrem mais do efeito da interioridade, sendo elucidativa a sua superioridade no número de empresas aí localizadas: Beja (89,2%), Bragança, (87,1%), Portalegre (84%) e Guarda (83,7%) Parte 1. 2.4 As fragilidades financeiras das PME A) Fragilidades endógenas Estruturas financeiras débeis As PME apresentam de uma maneira geral uma estrutura financeira com uma dupla característica: fraca dotação em capitais próprios ao nível das actividades correntes e de investigação e um sobredimensionamento do passivo de curto prazo em relação ao de longo prazo Fraca transparência informativa dos documentos contabilísticos Esta manifestação de opacidade informativa da generalidade das empresas não facilita o estabelecimento de relações de confiança com as IC que, face à assimetria de informação, lhes impõem prémios de risco relativamente mais elevados e uma preferência estrita pelo créditode curto prazo, em detrimento do crédito de longo prazo Parte 1. 2.4 As fragilidades financeiras das PME Dois modelos de base: Indicadores quantitativos: Rosenwald, F., 1998, Coût du crédit et montant des prêts, une interprétation en termes de canal large du crédit, Revue économique, vol.49, p.1103-1127. Indicadores qualitativos de análise do risco credito: Milewicz, H., 1991, Model of reputation building and destruction, Journal of Business Research, p. 2331. Parte 1. 2.4 As fragilidades financeiras das PME B) Restrições exógenas Fontes de financiamento ao dispor das empresas Obstáculos em relação ao desenvolvimento do capital de risco originados pelo lado da procura e também da oferta e o papel limitado dos mercados de capitais. Constrangimentos e limitações impostas no acesso a financiamento externo Os constrangimentos e as limitações surgem logo nas dificuldades de acesso ao financiamento bancário e por fim nas próprias condições de crédito obtidas Parte 1. 2.4 As fragilidades financeiras das PME Figura 2.2. Principais restrições para as PME em 1999, 2001 e 2002 (% de PME) Fonte: Observatoire des PME européennes 2002 / Nº 8: p. 10. Parte 1. 2.4 As fragilidades financeiras das PME Quadro 2.4. Acesso ao financiamento, crédito bancário e garantias, por grupos -alvo, EU-19 em 1999 Fonte: Sexto relatório do observatório das PME europeias (2000). Parte 1. 2.5 A dependência em relação ao financiamento bancário A generalidade dos trabalhos de investigação já realizados conclui que as fontes de financiamento mais utilizadas pelas PME são o autofinanciamento e o crédito bancário. O crédito bancário é portanto a fonte externa de financiamento prioritária das PME, de acordo com Ang (1991), Gertler e Gilchrist (1993), Ang et al. (1995), Binks e Ennew (1997c), Meyer (1998) e Watanabe (2004), sendo utilizado em maior percentagem que pelas GE, conformeHernandez (2002) Parte 1. 2.5 A dependência em relação ao financiamento bancário: Figura 2.3. Fontes de financiamento ao longo do ciclo de vida da PME Parte 1. 2.6 Medidas para melhoria do acesso das PME a financiamento bancário 2.6.1 A confiança e a credibilidade da informação Parte 1. 2.6 Medidas para melhoria do acesso das PME a financiamento bancário A cultura do rating A longo prazo, os pedidos de informação devem cimentar uma cultura de rating em que asPME numa óptica de custo-benefício44, serão incentivadas a produzir de forma regular uma análise empresarial estruturada e fornecerão aos bancos informações sobre a sua situação corrente e perspectivas futuras. A intermediação informacional A intermediação informacional consiste num processo de produção de informação sobre a capacidade de uma PME em gerar fundos, consubstanciada na atribuição de uma notação, a ser divulgada não só junto de bancos, como também junto de outros parceiros financeiros. Este instrumento pela transparência que transmite pode melhorar a valia da PME junto do mercado e consequentemente as suas probabilidades de sobrevivência (Levratto, 2002). Parte 1. 2.6.2 As fontes de financiamento alternativas e complementares a titularização do financiamento a PME Os subsídios ao investimento, integrados nos programas financeiros de apoio às PME desenvolvidos pela União Europeia. O capital de risco consiste na participação temporária e minoritária de uma entidade externa, a Sociedade de Capital de Risco (SCR) no capital social da empresa. Parte 1. 3 A avaliação do risco na concessão do crédito às PME Na análise de uma operação de crédito, deve-se ter em consideração três elementos considerados fundamentais, de acordo com Blatt (1999): segurança, liquidez e rendibilidade. De acordo com Berni (1997) é possível representar o risco de crédito de um cliente por meio de uma equação como a seguinte, baseada também nos 5 C’s do crédito. Mais recentemente Blatt (1999) introduziu os modernos C’s do crédito. IV- Estudo Empírico Com base na revisão e sistematização da literatura relevante, parte-se para a investigação empírica, efectuada a partir de quem concede o crédito e onde são avaliados os efeitos do relacionamento bancário, da qualidade da empresa financiada e de algumas condicionantes específicos nas condições de financiamento para as PME localizadas numa região considerada desfavorecida, a região centro do país. No universo das PME, a investigação focou a sua análise especificamente no caso das MPE pois estas empresas estão ainda mais expostas aos graves problemas de assimetria informacional, devido ao seu reduzido tamanho e à ausência de “rating”. Objectivos do estudo Objectivo genérico Identificar e analisar a importância do relacionamento bancário na região centro de Portugal, com a sua realidade económica, social e jurídica própria, considerada globalmente desfavorecida. Objectivos específicos . Identificar e caracterizar os indicadores reveladores do relacionamento bancário; . Determinar a influência desse relacionamento nas condições de crédito bancário: preço, limite/montante de crédito e garantias afectas; . Compreender as vantagens do relacionamento bancário, identificado pela antiguidade do relacionamento e concentração de responsabilidades de crédito junto do banco financiador, que se traduzem numa melhoria das condições do financiamento bancário obtido; . Detectar eventuais desvantagens do relacionamento bancário, perante o desenvolvimento e a utilização dos benefícios proporcionados por essa relação, pela existência de um monopólio informacional, por parte da entidade financiadora; . Identificar grupos de empresas que registam padrões diferenciados no que respeita às condições de crédito obtidas nas suas operações de crédito. (outros objectivos) Hipóteses de investigação H1 O relacionamento bancário está positivamente associado com as condições de financiamento bancário para as MPE, ceteris paribus. H1a O relacionamento bancário está negativamente associado com o prémio de risco (spread) das operações de crédito, ceteris paribus. H1b O relacionamento bancário está positivamente associado com o limite (montante) de crédito da operação, ceteris paribus. H1c O relacionamento bancário está negativamente associado com a qualidade das garantias associadas às operações de crédito, ceteris paribus. Hipóteses de investigação H2 Uma reduzida opacidade informacional, a par com uma boa performance económico-financeira observada no período anterior à concessão do crédito, influenciam de forma positiva as condições de financiamento bancário para as MPE, ceteris paribus. H3 Um maior poder de mercado, no mercado bancário local, permite ao banco financiador impor taxas de juro mais elevadas e/ou conceder limites (montantes) de crédito mais baixos, ceteris paribus. H4 O sector de actividade é um factor determinante das condições de crédito, ceteris paribus. Hipóteses de investigação H5 A maior proximidade a um balcão regional de crédito pode influenciar de forma positiva as condições de cré dito, ao nível de menores taxas de juro e/ou afectação de garantias de menor qualidade, ceteris paribus. H6 Existem grupos de empresas que registam padrões diferenciados no que respeita à sua relação creditícia, reflectidos nas condições de crédito obtidas nas suas operações de crédito. 9.4 Análises cluster e discriminante O objectivo da utilização da análise clus ter e discriminante neste trabalho empírico é o de permitir testar a hipótese 6 formulada inicialmente, que pretende encontrar grupos homogéneos de empresas, construídos em função da semelhança das condições de crédito (variáveis dependentes) definidas à priori e em seguida detectar as variáveis que melhor os discriminam. A análise de clusters, que associa um conjunto de técnicas geralmente utilizadas para procura de agrupamentos em função da similitude ou distância entre membros de uma qualquer classe. Para validar a análise cluster obtida, é posteriormente realizada uma análise discriminante, cujo objectivo consiste em identificar as variáveis que melhor discriminam os grupos previamente fixados. 9.4 Análises cluster e discriminante A análise de cluster recai na amostra constituída pelas 426 empresas. A análise cluster inicial (análise cluster 1) é efectuada com base nas condições de crédito obtidas pelas empresas observadas e que são as três variáveis dependentes definidas na secção 3.4: prémio de risco (CLSP R), limite de crédito (LNMONT) e Garantia (GARR). Começa-se por determinar o número adequado de clusters, recorrendo inicialmente ao método hierárquico (hierarchical cluster), procedendo-se de seguida à classificação dos indivíduos através da utilização do método não-hierárquico K-Means Cluster. Resultados Quadro 10.11. Identificação do número de clusters - análise cluster 1 Clusters Nº observações % Cluster 1 (clu1) 220 52 Cluster 2 (clu2) 206 48 Quadro 10.12. Médias das variáveis por cluster - análise cluster 1 Cluster 1 CLSPR 4,04 7,04 LNMONT 4,31 3,39 0 0 GARR 2 Resultados Quadro 10.14. Caracterização sumária da solução de clusters inicial (análise cluster 1) Cluster 1 – Boas condições de crédito Menor prémio de risco médio e maior limite de crédito médio; As garantias pessoais são em maioria, encontrando-se as garantias reais afectas a 34,5% das operações de crédito. Cluster 2 – Más condições de crédito Maior prémio de risco médio e menor limite de crédito médio; As garantias pessoais são em maioria, encontrando-se as garantias reais afectas a 14,6% das operações de crédito. Quadro 10.17. Caracterização sumária da solução de clusters inicial após a análise discriminante Cluster 1 – Boas condições de crédito Em termos de relacionamento bancário, a duração da relação é comparativamente menor; ü As empresas registam maior dimensão, menor liquidez, maior rendibilidade operacional e um maior desvio positivo em relação aos indicadores de rendibilidade média do sector; ü O poder de mercado bancário local do banco é menor; As empresas encontram -se mais próximas da direcção regional de crédito; ü Agrupa 60% das empresas de construção; ü A operação de crédito regista um maior número de órgãos de decisão. Quadro 10.17. Caracterização sumária da solução de clusters inicial após a análise discriminante Cluster 2 – Más condições de crédito Em termos de relacionamento bancário, a duração da relação é comparativamente maior, indiciando a existência do “hold up problem”; ü As empresas registam menor dimensão, maior liquidez, menor rendibilidade operacional e também um menor desvio positivo em relação aos indicadores de rendibilidade média do sector; ü O poder de mercado bancário local do banco é maior; ü As empresas encontram -se mais distantes da direcção regional de crédito; ü A operação de crédito regista um menor número de órgãos de decisão e as empresas são participadas por um menor número relativo de sócios. Resultados Quadro 10.2. Duração da relação bancária (CLANREL) Nº de anos Frequência % % acumulado 0-2 27 6,3 6,3 2–5 86 20,2 26,5 5 - 10 213 50,0 76,5 > 10 100 23,5 100,0 Total 426 100,0 Resultados Quadro 10.3. Grau de concentração de responsabilidades bancárias junto do banco (CCCRED) Resp Banco X / Resp Bancárias Freq. % % acumulado 0 – 25% 75 17,6 17,6 25% - 50% 82 19,2 36,9 50% - 75% 84 19,7 56,6 75% - 100% 185 43,4 100,0 Total 426 100,0 Conclusão Contrastando com as limitações apontadas no acesso ao crédito, constata-se que são as MPE e PME que registam um papel importante na sustentação económica das regiões em que se inserem, em particular as desfavorecidas, ao permitirem uma descentralização da criação de emprego e de riqueza. Não obstante a difusão de fontes de financiamento alternativas e complementares não permite ainda que o crédito bancário deixe de ser a principal fonte externa de financiamento das PME, e em particular das MPE. Daí que seja essencial que a avaliação do risco de crédito bancário seja bem compreendida pelas PME CONCLUSÃO Problemas de selecção adversa e de risco moral, obriga à implementação de técnicas de screening e monitoring. A solução passa pelo desenvolvimento de relações banco – PME. Concluiu-se também que, na diversidade de MPE analisadas, é um subgrupo de empresas de menor dimensão (e com fraco desempenho económicofinanceiro), a que se associa um maior tempo de duração da relação bancária que globalmente regista piores condições de crédito (maiores prémios de risco, menores limites de crédito e maior probabilidade de serem afectas garantias reais ao crédito).