10 perguntas que sempre se quis saber sobre o rádio digital (mas nem sabia que queria saber) 1. Qual é a diferença entre rádio digital e rádio analógico? Fazer rádio significa transmitir um sinal de áudio (um som) no espectro eletromagnético. Para se conseguir isso, no modo analógico, o sinal é traduzido num impulso elétrico que representa uma vibração (da voz, da música, etc.) e logo mandado pelo ar para ser traduzido de novo num sinal só audível do lado do receptor. Já numa transmissão digital essa vibração sonora é traduzida primeiro num código binário (zeros e uns) para depois sair pela antena e precisa ser decodificado pelos aparelhos de recepção para ser ouvido. Rádio digital e rádio na Internet são a mesma coisa? Não, porque sendo estrito, não existe rádio na Internet. Ou seja, rádio se faz pelo ar, usam-se as onda electromagnéticas para transmitir um sinal. A Internet é uma rede que consiste em grande parte de fios pelos quais trafegam pacotes de dados digitais (zeros e uns) seguindo certas regras (protocolos). Existe a possibilidade de criar um fluxo de pacotes que representam áudios (streaming). É isso que se chama rádio na Internet, mas não é mais que uma imitação. 3. Quando começarem as transmissões digitais não vou mais poder ouvir rádio FM, AM ou nas Ondas Curtas? Não, porque não é prevista a substituição das transmissões analógicas, mas sim a transmissão simultânea complementar ao sistema de radiodifusão que existe. Tecnicamente é possível uma coexistência sem fim. Seja qual for o futuro da radiodifusão, ele depende de nós, da escolha dentre distintos padrões de transmissão e sua modificação e combinação. Que modelos de rádio digital existem? Existem muitos modelos, mais somente 4 são reconhecido pela União Internacional de Telecomunicações (DRM, HD-Radio, DAB, ISDB-Tsb) dos quais 2 competem par para ser introduzido com padrão da radiodifusão digital no Brasil: Digital Radio Mondiale (DRM) e HD-Radio. O primeiro é e desenvolvido e mantido por um consórcio sem fins de lucro, por rádios públicas, empresas privada e centros de pesquisa, enquanto o segundo é um sistema proprietário da empresa estadunidense iBiquity. 5. existe nenhum limite. Mas nem todos os padrões permitem ou conseguem produzir sinais de boa qualidade. O HD Radio, por exemplo somente funciona nas faixas onde hoje transmitem as rádios em FM (VHF) e OM, mas não permite a transmissão em Ondas Curtas. Em comparação, o DRM funciona em todas as faixas e dessa forma ajudaria também a melhoria do som das transmissões em Ondas Curtas até um nível comparável com o FM. comuns mais importantes para garantir a prática do direito à comunicação. Um padrão digital deveria então garantir o maior acesso possível para fazer e ouvir rádio abertamente. Isso significa que a tecnologia deveria ser de um custo baixo, permitir ser modificado segundo as necessidades da população, ficar disponível para todos os tipos e classes de radiodifusores sem prejudicar ninguém. 6. Existe um padrão de rádio digital 100% feito com software livre e sem royalties? Até agora não existe nenhum padrão livre de componentes para os quais devem se pagar royalties. Porém o DRM já possui implementações em software livre (open source) e nada proíbe ao Brasil de substituir elementos que causam o pagamento de royalties por outros componentes que até podem ser feitos aqui. Em comparação, o HD Radio é um sistema proprietário fechado que não permite esse tipo de modificações e prevê o pagamento de royalties que levam a custos mais elevados. Vantagens do rádio digital. O rádio digital exige um investimento em novos equipamentos de transmissão e recepção. Mas ao mesmo tempo promete um melhor som (sobretudo em ondas médias e curtas) e muitas caraterísticas adicionais que acompanhariam a transmissão de som. São imagináveis tanto mapas de orientação (posicionamento), recepção de notícias (numa pequena tela) e também aplicativos interativos. Esses últimos poderiam aproveitar o Ginga, middleware desenvolvido no Brasil e já usado na TV digital. 9. 4. Rádio digital pode ser transmitido em todas as faixas (VHF, OM, OC)? Teoricamente sim, não Que critérios são importantes para a escolha? O espectro electromagnético é um dos bens públicos/ 7. 2. 8. A digitalização fica ao alcance das Rádios Comunitárias também? O custo de fazer rádio digitalmente varia em relação com o padrão usado. Também depende se vai haver um apoio institucional para incidir no seu uso. Não existe nada contrário a se fazer rádio comunitária digitalmente, sendo que pelo sinal digital poderiam ser traduzidos necessidades e desejos comunicacionais das comunidades. As RadCom são representadas no atual Conselho Consultivo do Rádio Digital onde defendem um uso plural e aberto da radiodifusão digital. Como eu posso participar no debate e influenciar na escolha? É importante interrogar-se qual tecnologia apoia uma plena apropriação da rádio como espaço de comunicação plural, participativo e aberto. Porém a introdução do radio digital não vai poder resolver no âmbito tecnológico os graves problemas da atual legislação e regulamentação da mídia no Brasil. Mas existe uma campanha importante para um novo marco regulador que é essencial também para evitar a reprodução de monopólios comerciais e “apadrinhamentos políticos” no âmbito digital. Abaixo-assinado aqui: http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/ 10.