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17 mar 2015 O Globo DANILO FARIELLO danilo. fariello@ bsb.oglobo.com. br
Governo cria faixa intermediária
para o Minha Casa Minha Vida
Mudança visa a combater inadimplência dos beneficiários
­BRASÍLIA­ O objetivo é combater a inadimplência. E, para isso, o governo aposta em um novo modelo
para a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a ser anunciado nas próximas semanas,
com a criação de uma faixa de renda intermediária entre as duas já existentes. A novidade visa a diminuir
a diferença entre o valor das prestações de uma faixa e outra.
BRUNO POPPE/13­6­2014
Expansão. Imóveis do Minha Casa Minha Vida: crescimento, apesar do ajuste
Hoje, na primeira faixa do Minha Casa Minha Vida, de até R$ 1.600, o beneficiário paga prestações de
R$ 80. Na segunda, entre R$ 1.600 e R$ 3.275, a parcela mensal sobe para R$ 400. E a distância entre
uma e outra pode levar à inadimplência, já que um mutuário que receba R$ 1.610, por exemplo, já paga
uma prestação de R$ 400.
A criação dessa nova classe, chamada por ora de “faixa 1 FGTS", foi um pleito das construtoras junto
ao governo federal e deverá, portanto, incorporar mais subsídios do Orçamento Geral da União. Diante de
um cenário de atrasos nos pagamentos às construtoras referentes ao programa Minha Casa Minha Vida,
por conta do ajuste fiscal, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reconheceu que a nova fase do
programa será aquela que se encaixar dentro do cenário econômico e financeiro do governo.
— Vamos discutir qual o cenário de transição da fase 2 para a fase 3, para adaptar essa transição ao
espaço fiscal que temos, que é limitado — afirmou. — Nossa expectativa é lançar a fase 3 ao longo deste
ano e crescer ao longo dos próximos, para contratar três milhões de unidades. Estamos discutindo um
cronograma, ao longo de quatro anos.
Barbosa e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, reuniram­se ontem com representantes da
iniciativa privada para discutir a terceira fase do Minha Casa Minha Vida, uma das promessas de campanha
da presidente Dilma Rousseff.
3 MILHÕES DE CASAS ATÉ 2018
O governo ainda não informou a data exata do início desta nova fase do programa. Kassab disse que,
apesar dos cortes, é ponto pacífico dentro do governo que a próxima etapa do MCMV contratará três
milhões de residências. Segundo ele, o programa ajudará na retomada do crescimento do país. E ao fim de
2018, pelas três fases do programa, terão sido contratadas 6,75 milhões de casas e entregues quatro
milhões.
— No seu início, o MCMV foi um dos principais vetores de retomada do crescimento do Brasil. Neste
momento, a fase 3 executará o mesmo papel, para alavancar nossa economia, gerar empregos e ser, no
campo social, um dos principais programas da presidenta Dilma, mesmo com ajuste fiscal — disse Kassab.
O presidente do conselho da MRV Engenharia e da Associação Brasileira das Incorporadoras
Imobiliárias ( Abrainc), Rubens Menin, afirmou que essa próxima etapa será anunciada brevemente:
— Temos certeza de que o MCMV 3 será uma grande alavanca para o crescimento, nós e o governo
não vamos deixar a peteca cair.
O mercado entende, porém, que levará algum tempo até que a terceira fase do MCMV esteja a pleno
vapor, o que deve arrastar a maior parte das obras para o próximo ano. Segundo José Carlos Martins,
presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foram formados grupos de trabalho
após as reuniões para ajudar na formatação final do MCMV 3.
— Pode ser que eu não contrate hoje, claro, todos sabemos que o Brasil vive hoje num ajuste fiscal.
Mas houve um compromisso de três milhões de unidades nesses quatro anos (até 2018).
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