VIVÊNCIA JUNTO AO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DE CHAPECO-SC Nemésio Carlos da Silva Professor especialista e Acadêmico Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais, Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó Introdução. A Constituição Federal institucionalizou Conselhos gestores nas três esferas de governo, contemplando direitos de participação da sociedade em praticamente todas as formulações de políticas sociais. Objetivos. Vivenciar a realidade de um Conselho Gestor de política pública, identificando o espaço institucional, os atores e organizações participantes, as estratégias e os mecanismos que evidenciam desafios e potenciais para a participação social e governança local. Metodologia. Ao escolher o Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial de Chapecó – CMDT, devido a minha participação direta, identifiquei o seu processo legal de institucionalização e organização. Registrei, através de observação crítica, o processo de participação efetiva dos diferentes segmentos sociais e governamentais nos debates e deliberações. Elaborei o resumo ampliado da experiência vivenciada, fundamentado por alguns textos utilizados na disciplina de Participação e Governança Local. Resultados. O CMDT foi criado pela Lei Complementar nº 202/2004, como órgão deliberativo e integrador, com a finalidade de formular e aprovar políticas, planos, programas e projetos de desenvolvimento territorial. É composto pelo Secretário de Planejamento, presidente, e mais 08 representantes de entidades governamentais indicados pelo Executivo, 08 representantes de entidades não-governamentais e 08 representantes das regiões geográficas de planejamento, definidos nas conferências municipais de avaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial de Chapecó. São reuniões quinzenais e somente participam não conselheiros durante a sessão, quando convidados e relacionados com as matérias a serem deliberadas, diferente de outros Conselhos, abertos a toda a sociedade, com direito a voz ou não. As decisões são obtidas por consenso, sem a exposição do voto individual. Observa-se uma grande participação quantitativa e qualitativa dos conselheiros nas decisões. As atas reproduzem apenas as decisões e encaminhamentos sem menção da qualidade das discussões e do posicionamento individual dos conselheiros. Considerações finais. Embora pareça ferir princípios da democracia, a sessão fechada, protege a livre expressão e decisão dos conselheiros, à pressão de grupos ou corporações. A deliberação por consenso, distinto de outros Conselhos, que deliberam por voto de maioria, amplia o debate, exigindo a negociação dos diversos interesses e proposições. Infelizmente a ata não reflete este debate, empobrecendo a análise documental e histórica do processo de discussão e deliberação dos temas que são relevantes no planejamento territorial. Há necessidade de aprofundarmos a discussão destas estratégias utilizadas pelos diferentes Conselhos na garantia de autonomia dos segmentos sociais na tomada de decisão. Palavra-chave: Conselho gestor. Participação social. Controle social