Marília, domingo, 17 de julho de 2011 Diário 3-P ESPECIAL Pistoleiro e ex-amásia já estão condenados e presos Julgamento durou mais de nove horas; Quini pegou nove anos e Luverci, sete No dia 24 de junho de 2008, após ininterruptas nove horas de julgamento, jurados condenaram o pistoleiro trapalhão Evandro Quini e sua examásia Luverci Luque a nove e sete anos de prisão em regime fechado, respectivamente. Os dois bandidos continuam na cadeia. Os dois chegaram algemados ao julgamento. A sessão foi presidida pela juíza substituta Liliana Regina de Araújo e teve início às 9h. Depois da seleção dos jurados por sor- teio, o casal contratado para executar o crime foi interrogado. Cada depoimento durou cerca de 15 minutos. Quini, montador desempregado, que durante o inquérito confessou ter sido contratado para matar Ursílio, tentou mudar a versão, mas não colou. Desde o início, a estratégia da defesa foi desclassificar o caso para uma tentativa de homicídio comum, ignorando as provas de crime encomendado mediante pagamento de recompensa. Quini chegou a alegar que veio à cidade vender a pistola Glock 9mm para pagar pensão alimentícia à ex-esposa. Disse que confundiu o motorista Almir Adauto Marcelo, vítima do atentado por engano, com um homem chamado Gilberto Silva, que nunca apareceu nas investigações. Interrogada em seguida, Luverci confirmou que o montador devia pensão e alegou desconhecer qualquer crime arquitetado contra José Ursílio. Também não colou. O jornalista alvo do atentado foi a primeira testemunha ouvida. José Ursílio negou contato anterior com os acusados e confirmou que, como jornalista investigativo, colaborou nas investigações que levaram os acusados à prisão. Almir Adauto Marcelo, motorista confundido com Ursílio, também depôs. Na época ele relatou com detalhes o ataque do pistoleiro, quando seguia para o carro, no cruzamento das ruas Maranhão e Carlos Gomes. “Eu estava dirigindo para os amigos que organizam a festa de peão em Cabrália. Tinha acabado de sair da rádio. De repente o rapaz (Evandro) chegou dizendo; ‘está aqui o que você merece’. Acho que pelo local onde eu estava, pelos óculos e a descrição, fui confundido com o Ursílio”, disse o motorista. Ainda pela manhã foram ouvidos Laércio Alves Ramos e Odemil Ortiz de Camargo, organizadores da festa que estavam com Almir no momento do crime. Eles confirmaram integralmente a versão e reconheceram Quini. A última testemunha de acusação foi um dos policiais que atuaram na prisão do atirador. O soldado reiterou a confissão de Quini e a frase que despertou as primeiras suspeitas de crime encomendado: “matei o José Ursílio”. Segundo o policial, o pistoleiro repetiu a confissão por três vezes. “Disse que havia matado o Ursílio logo que o pegamos na rua Coronel Galdino, depois repetiu na viatura e ainda falou quando estava recebendo atendimento no HC”. Em 2010, TJ nega soltar Quini e prende amásia Luverci No dia 11 de fevereiro do ano passado, o Tribunal de Justiça negou habeas corpus para Quini e ainda mandou prender novamente Luverci, que havia obtido liberdade condicional. O TJ atendeu pedido do Ministério Público. Cerca de dois meses antes, a Justiça havia aliviado a pena e permitido que Luverci deixasse a prisão à noite. “Deram provimento ao recurso ministerial, para cassar a decisão guerreada, determinando o retorno da agravada para o regime mais rigoroso”, diz a sentença. Ainda segundo o TJ, a decisão foi remetida imediatamente, por fax, à promotoria e à juíza relatora do caso, comunicando que Luverci deve ficar em regime fechado e sem benefícios. Os dois pedidos de liberdade foram analisados pela 6ª Câmara de Direito Criminal do TJ. O relator foi o desembargador Ricardo Tucunduva. Evandro Quini, pistoleiro contratado, está condenado a nove anos Luverci Luque, ex-amásia do pistoleiro, condenada a sete anos