A relevância social do ISVOUGA
Maria Teresa Leão
07/2006
Índice
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Introdução
O presente projecto de investigação visa estudar o contributo do ISVOUGA – Instituto
Superior de Entre o Douro e Vouga, sedeado em Santa Maria da Feira, para a melhoria do
estatuto
sócio-profissional
dos
respectivos
diplomados,
para
o
desenvolvimento
e
modernização das entidades com as quais interage e ainda, em termos gerais, para o
progresso da região onde se localiza.
As técnicas privilegiadas para a obtenção de resultados foram o inquérito por
questionário e a entrevista.
1
Inquiriu-se o universo dos diplomados (1.111 ), bem como todas as entidades
empregadoras/acolhedoras que nos foram identificadas pelos mesmos, num total de 107. As
respectivas amostras são constituídas, respectivamente, por 208 diplomados e por 42
entidades empregadoras/acolhedoras, ou seja, por 19% dos diplomados e 39% das empresas.
No que respeita aos entrevistados, foram escolhidas pessoas e entidades privilegiadas,
no seio do universo dos diplomados e dos empregadores que, pelos cargos/funções que
desempenham, evidenciavam um considerável potencial para a construção de opiniões mais
estruturadas sobre a relação ou capacidade de resposta do sistema de ensino/formação às
necessidades do sistema de produção, isto é, indivíduos ou instituições que pudessem fazer
assentar as suas opiniões em experiências renovadas e/ou diversificadas ou seja, que, “pela
sua posição, acção ou responsabilidades têm um bom conhecimento do problema.”(Quivy et
Campenhoudt,1998:71).
I. Caracterização dos Diplomados
1. Domínios de Formação
Os diplomados que respondem aos questionários enviados e de acordo com os dados
constantes da tabela I, correspondem, maioritariamente, aos domínios da Contabilidade e do
Marketing e Relações Públicas. Este facto, se, no primeiro caso, põe proporcionalmente em
evidência o curso com maior procura e frequência na Escola, já no caso do segundo,
expressará, muito possivelmente, uma maior predisposição, para o preenchimento de
questionários por parte dos respectivos diplomados. Tal, na sequência de uma maior
sensibilidade quanto à funcionalidade desta técnica utilizada como meio privilegiado para a
auscultação das necessidades do mercado.
No âmbito do referido substrato encontramos diplomados desde o ano lectivo de 1992/93
ao de 2003/04. Dentro deste período, as percentagens mais significativas correspondem a
diplomados em 1999/2000, 2000/01 e 2001/02, variação a que não obedecem os diplomados
em Engenharia da Produção e Manutenção Industrial, em virtude de terem concluído o seu
curso nos anos lectivos de 1997/98 e 1998/99.
1
Naturalmente que destes 1.111 alunos diplomados, alguns são apenas bacharéis (564), os restantes
juntam ao diploma de bacharel o de C.E.S.E. ou o correspondente ao 2º ciclo das licenciaturas bietápicas
que lhes confere o grau de licenciado.
d
Tabela I – Distribuição dos Diplomados por Domínio Científico e Ano Lectivo em que concluíram o curso
Domínio Científico
Ano Lectivo
1992/1993
1993/1994
1994/1995
1995/1996
1996/1997
1997/1998
1998/1999
1999/2000
2000/2001
2001/2002
2002/2003
2003/2004
NS/NR (A. lectivo)
NS/NR (D. científico)
Total
Gestão de
Empresas
Nº
%
Contabilidade
Nº
%
Marketing e
Relações
Públicas
Informática
de Gestão
Nº
Nº
%
%
Engenharia
da Produção
e
Manutenção
Industrial
Nº
%
Total
Nº
%
1.0
2.0
0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
1.0
0.5
2.0
3.9
1
1.3
1.0
1.6
0.0
0.0
0.0
0.0
4.0
1.9
2.0
3.9
0
0.0
4.0
6.3
0.0
0.0
0.0
0.0
6.0
2.9
1.0
2.0
2
2.6
5.0
7.9
0.0
0.0
0.0
0.0
8.0
3.8
2.0
3.9
5
6.5
5.0
7.9
1.0
8.3
0.0
0.0
13.0
6.3
2.0
3.9
2
2.6
8.0
12.7
0.0
0.0
1.0
20.0
13.0
6.3
3.0
5.9
8
10.4
9.0
14.3
1.0
8.3
1.0
20.0
22.0
10.6
10.0
19.6
15
19.5
9.0
14.3
0.0
0.0
0.0
0.0
34.0
16.3
7.0
13.7
12
15.6
5.0
7.9
3.0
25.0
0.0
0.0
27.0
13.0
6.0
11.8
10
13.0
6.0
9.5
5.0
41.7
0.0
0.0
27.0
13.0
3.0
5.9
6
7.8
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
9.0
4.3
1.0
2.0
0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
1.0
0.5
11.0
21.6
16
20.8
7.0
11.1
2.0
16.7
3.0
60.0
39.0
18.8
0.0
0.0
0
0.0
4.0
6.3
0.0
0.0
0.0
0.0
4.0
1.9
51.0
100.0
77
100.0
63.0
100.0
12.0
100.0
5.0 100.0 208.0
100.0
2. Caracterização da situação profissional
De acordo com a tabela II, a maior parte dos diplomados (61,1%) realizou o seu curso
em regime de acumulação com o exercício de uma profissão. A segunda situação mais comum
é a de estudante a tempo inteiro, com 19,2% de respostas. O peso dos que se encontravam a
realizar estágio é igualmente considerável (16,8%).
Globalmente, poderá considerar-se que o peso dos diplomados que frequentaram o seu
curso em regime de acumulação com o exercício de uma profissão e com a realização de
estágios (77,9%) é significativo.
Tabela II – Distribuição dos Diplomados de acordo com a situação profissional durante a realização do curso
Diplomados
Situação Profissional
Nº
%
Estudante a tempo inteiro
40.0
19.2
Estudante a realizar estágio
35.0
16.8
127.0
61.1
6.0
2.9
208.0
100.0
Estudante a exercer profissão
NS/NR
Total
De acordo com a tabela III, a grande maioria dos diplomados encontra-se a exercer uma
profissão (87,5%). De notar que na situação de desempregado, à procura do 1º emprego, à
data de realização deste estudo, apenas se encontraram 4,3% dos respondentes, situação
que, de acordo com informação prestada pela UNIVA da Escola, indicia uma correlação entre
as expectativas dos diplomados, face ao “investimento” realizado, e o tipo de emprego
disponível, ou seja, um desencontro entre o tipo de emprego desejado e a oferta
e
disponibilizada. Ressalte-se, ainda, que cerca de 14,0% dos indivíduos se encontram a
realizar, em simultâneo, com o exercício das suas actividades profissionais, outros cursos
conducentes a grau académico ou acções/cursos de formação contínua. O contributo de uma
maior escolarização para a prossecução de novas investidas no sistema de ensino/formação,
parece, assim, uma evidência.
Tabela III – Distribuição dos Diplomados de acordo com a situação profissional actual
Diplomados
Situação Profissional
Nº
%
À procura de 1.º emprego
9.0
4.3
À procura de novo emprego
4.0
1.9
A realizar estágio não remunerado
0.0
0.0
A realizar estágio remunerado
3.0
1.4
153.0
73.6
9.0
4.3
20.0
9.6
Desempregado
A exercer profissão
A exercer profissão e a frequentar curso conducente a grau académico
A exercer profissão e a frequentar acção/curso de formação contínua
NS/NR
Total
10.0
4.8
208.0
100.0
Conforme a tabela IV, verifica-se uma grande incidência de respostas em duas, três e até
quatro experiências profissionais, com 23,6%, 22,6% e 13,9%, respectivamente. Aliás, a
proporção destes últimos é tão significativa como a dos que tiveram somente uma.
Tabela IV – Distribuição dos Diplomados de acordo com o número de experiências profissionais
Nº de
Diplomados
Experiências
Profissionais
Nº
%
0
0.0
0.0
1
29.0
13.9
2
49.0
23.6
3
47.0
22.6
4
29.0
13.9
5
21.0
10.1
>5
10.0
4.8
NS/NR
23.0
11.1
208.0
100.0
Total
2.1. O regime de trabalho
A partir da tabela V, que se refere ao regime de trabalho dos diplomados, constatamos
que, efectivamente, estes terão conquistado, após a conclusão do curso, uma relação mais
favorável com o trabalho, isto considerando que a transição de uma situação de trabalho em
regime parcial, para uma outra em regime integral, corresponde a uma variação positiva na
medida em que a relação assume um carácter mais sólido, mais estável - que, inclusive, se faz
habitualmente acompanhar por uma melhoria dos respectivos níveis de remuneração.
f
Tabela V – Distribuição dos Diplomados pelo regime de trabalho que usufruíam antes da conclusão do curso e a actual
Diplomados
Regime
Antes
Nº
Tempo Integral (dias úteis completos)
Tempo Parcial (uma parte do dia/alguns dias da semana)
Ns/Nr
Total
Actual
%
Nº
%
114.0
70.4
176.0
95.1
47.0
29.0
6.0
3.2
1.0
0.6
3.0
1.6
162.0
100.0
185.0
100.0
2.2. O tipo de relação contratual
Quanto à distribuição dos diplomados pelo tipo de relação contratual, aqui ao contrário da
tabela anterior não encontramos qualquer inversão de posição face às situações durante a
frequência do curso e após a conclusão do mesmo. De facto, de acordo com os dados
constantes na tabela VI, tanto num caso como no outro a maior percentagem de diplomados
trabalha numa relação de dependência, isto é, por contra de outrem. Verifica-se, todavia, uma
ligeira subida da percentagem daqueles que, após a conclusão do curso, trabalham por conta
própria, com 16,2%, contra os 7,4% anteriores.
Tabela VI – Distribuição dos Diplomados pelo tipo de relação contratual que usufruíam antes da conclusão do curso e
a actual
Diplomados
Tipo de Relação Contratual
Antes
Nº
Trabalhador por conta própria
Trabalhador por conta de outrem
Outra
NS/NR
Total
12.0
138.0
Actual
%
Nº
%
30.0
16.2
85.2 148.0
80.0
7.4
0.0
0.0
2.0
1.1
12.0
7.4
5.0
2.7
162.0 100.0 185.0
100.0
2.3. O tipo de contrato
Também no que respeita ao tipo de contrato dos diplomados, antes e após a conclusão
do curso, constata-se que a situação evolui de forma positiva. Com efeito, a percentagem de
indivíduos com contrato de trabalho sem termo, sem dúvida, entre as situações elencadas,
aquela a que correspondem níveis mais elevados de segurança na relação de trabalho, é
superior após a conclusão do curso.
Por outro lado, a percentagem de indivíduos com contrato de prestação de serviços
diminui de 8,0% para 4,3% e as de trabalho pontual e ocasional deixam de se verificar.
Admitimos que as referidas alterações produzam efeitos positivos sobre os níveis de
qualidade de vida dos sujeitos implicados, e se apresentem, porventura, como um dos
fenómenos com maior impacto no processo de individuação e autonomização dos mesmos,
face à família de origem e, simultaneamente, para a construção de novos núcleos familiares,
ou seja, para a organização daquele que poderemos considerar como um dos sistemas mais
estruturantes de sociabilização e de transmissão de conhecimentos.
g
Tabela VII – Distribuição dos Diplomados pelo tipo de contrato que usufruíam antes da conclusão do curso e o actual
Diplomados
Tipo de Contrato
Antes
Nº
Actual
%
Nº
%
Contrato de trabalho sem termo
88
54,3
134
72,4
Contrato individual de trabalho com termo (a prazo)
30
18,5
24
14,8
Contrato de prestação de serviços (recibos verdes ou semelhantes)
13
8,0
7
4,3
Situações de trabalho pontuais e ocasionais
13
8,0
0
0,0
1
0,6
3
1,9
17
10,5
17
10,5
162
100,0
185
100,0
Outro
NS/NR
Total
2.4. O tipo de funções
Relativamente ao tipo de funções exercidas pelos diplomados, antes e após a conclusão
do curso (tabela VIII), constata-se, igualmente, uma evolução significativa. Há uma redução da
percentagem de indivíduos que exercem funções operacionais e administrativas. Por outro
lado, considerando o grupo de funções que se situa entre as chefias intermédias e as de
administração, verifica-se que os valores percentuais após a conclusão do curso são sempre
superiores aos encontrados antes de os inquiridos se terem diplomado, destacando-se o grupo
dos que desempenham funções técnicas de nível superior, com uma variação de 8,6% e os
que desempenham funções de administração com uma variação de 6,7%.
Com efeito, se no que respeita às questões anteriores, através das quais se pretende
confirmar a melhoria generalizada do estatuto profissional dos indivíduos, após a conclusão do
curso, a evolução pode não ser directa ou isoladamente consequência do estatuto de
diplomado, mas de factores como, por exemplo, a antiguidade na empresa ou entidade, o
aumento da relação de confiança, a evolução da qualidade do desempenho fruto da
experiência adquirida, entre outros, entende-se que o tipo de funções exercidas resulta,
efectivamente, muito mais da obtenção do grau académico. Com efeito, a alteração do tipo de
funções constitui uma mudança com um carácter menos regular ou, se preferirmos, que
obedece a uma lógica menos sequencial ou linear do que as anteriores, implicando, de alguma
forma até, uma ruptura com o que “vem de trás”. Ainda que não disponhamos de dados que
nos permitam aferir se essa evolução se processou dentro da mesma entidade ou em
empresas ou entidades distintas e considerando que, nalguns casos, os diplomados poderão
“ter sido obrigados” a mudar de empresa/entidade empregadora para desempenhar funções
mais qualificadas, como, aliás, o indicia a questão relativa ao número de experiências
profissionais, destacamos o facto dessa evolução ter tido lugar e de muito dificilmente o tipo de
funções em causa serem atribuídas a indivíduos com habilitações ao nível do ensino
secundário ou equivalente. O diploma conferido pelo ensino superior terá sido, assim,
determinante para o efeito.
h
Tabela VIII – Distribuição dos Diplomados pelo tipo de funções desempenhadas antes da conclusão do curso e o
actual
Diplomados
Tipo de funções
Antes
Actual
Nº
%
Operacionais
17.0
10.5
3.0
1.6
Administrativas
82.0
50.6
69.0
37.3
8.0
4.9
16.0
8.6
15.0
9.3
17.0
9.2
Técnicas de nível superior
8.0
4.9
25.0
13.5
Direcção
7.0
4.3
16.0
8.6
Administração
3.0
1.9
16.0
8.6
Outro
2.0
1.2
1.0
0.5
Ns/Nr
20.0
12.3
22.0
11.9
Total
162.0
100.0
185.0
100.0
Chefia intermédia
Técnicas de nível intermédio
Nº
%
2.5. Os escalões de vencimento
No que respeita aos vencimentos verifica-se, igualmente, a partir da tabela IX, uma
considerável melhoria, a qual se admite, inclusive, que resulte, em grande parte dos casos, da
alteração do tipo de funções. Note-se que com vencimentos a partir dos 1255
foram
identificados, à data de realização do presente estudo, 16,2% dos diplomados, por oposição
aos 3,1% que se encontravam em idêntica situação antes da conclusão do curso. Recorde-se,
ainda, que de acordo com dados publicados pelo INE, Direcção Regional do Norte, o ganho
médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, em 2000, no país, era de 729 e na
região EDV de 624 , pelo que entendemos que o valor percentual (51,3%) dos diplomados
posicionados nos escalões de vencimento acima daquele em que os referidos montantes se
incluem (505-750) atesta a relevância social da Escola enquanto promotora, com considerável
expressão, de sucesso individual. Note-se que o substrato dos diplomados corresponde a um
grupo de indivíduos globalmente jovem e que, não obstante o número de experiências
profissionais a que possam ter já acedido, se encontra ainda a iniciar o conjunto de incursões
no mercado de trabalho. O capital escolar destes jovens parece-nos ser, por conseguinte,
efectivamente reconhecido e valorizado.
Tabela IX – Distribuição dos Diplomados pelos escalões de vencimento líquido/subsídio auferidos, mensalmente, antes
da conclusão do curso e os actuais
Diplomados
Vencimento líquido / Subsídio
Antes
Nº
Actual
%
Nº
%
Nenhum
8.0
4.9
0.0
0.0
500
56.0
34.6
9.0
4.9
505 - 750
60.0
37.0
73.0
39.5
755 - 1250
24.0
14.8
65.0
35.1
1255 – 1750
2.0
1.2
20.0
10.8
1755 – 2250
0.0
0.0
5.0
2.7
2255 – 2750
0.0
0.0
2.0
1.1
3.0
1.9
3.0
1.6
2755
Ns/Nr
Total
9.0
5.6
8.0
4.3
162.0
100.0
185.0
100.0
i
2.6. O sector de actividade
O sector de actividade com maior expressão, antes e após a conclusão do curso, é, de
acordo com os dados constantes da tabela X, o das indústrias transformadoras, situação que
não nos surpreende em virtude de constituir aquele que mais se destaca na região de EDV e
aquele que emprega um superior número de indivíduos, a que se segue o sector dos serviços
públicos e privados. Note-se, todavia, que o primeiro tem mais expressão antes da conclusão
do curso, o mesmo se passando com o sector do comércio por grosso e a retalho.
Em sentido inverso, surgem os sectores da banca e seguros, o do ensino, o dos serviços
públicos e privados e, ainda, o dos intermediários (prestação de serviços a empresas).
Globalmente, podemos assumir que se verifica uma deslocação de indivíduos entre os
dois momentos de avaliação, antes e após a conclusão do curso, para sectores de actividade
com conotações sociais de considerável prestígio.
Tabela X – Distribuição dos Diplomados de acordo com o sector de actividade das Entidades
Empregadoras/Acolhedoras antes da conclusão do curso e o actual
Diplomados
Sector de Actividade
Antes
Nº
Actual
%
Nº
%
Agricultura, Silvicultura e Pescas
0.0
0.0
0.0
0.0
Indústrias Extractivas
2.0
1.2
0.0
0.0
46.0
28.4
40.0
21.6
0.0
0.0
2.0
1.1
Construção e Obras Públicas
11.0
6.8
9.0
4.9
Comércio por Grosso e a Retalho
22.0
13.6
16.0
8.6
Restauração (Restaurantes, Hotéis ou Similares)
5.0
3.1
2.0
1.1
Transportes e Armazenamento de Produtos
0.0
0.0
0.0
0.0
4.0
2.5
1.0
0.5
2.0
1.2
13.0
7.0
Intermediários (prestação de serviços a empresas)
19.0
11.7
24.0
13.0
Serviços Públicos e Privados
29.0
17.9
37.0
20.0
Ensino
4.0
2.5
10.0
5.4
Outro. Qual?
1.0
0.6
1.0
0.5
Indústrias Transformadoras
Electricidade, Gás e Água
Comunicações e Informação (criação, circulação,
armazenamento e aplicação de informação)
Banca e Seguros
NS/NR
Total
17.0
10.5
30.0
16.2
162.0
100.0
185.0
100.0
II. Caracterização das Entidades Empregadoras/Acolhedoras
De entre as empresas inquiridas que efectivamente respondem aos questionários
remetidos, 31% pertencem ao sector de actividade das indústrias transformadoras, às quais se
seguem, ainda que a grande distância, aquelas que se dedicam à intermediação, isto é, à
prestação de serviços a empresas, com 19%. O sector do Comércio por grosso e a retalho,
bem como o dos Serviços Públicos e Privados ocupam a terceira posição, correspondendo a
11,9% cada um. Por seu turno, a Banca e Seguros ocupa a quarta posição, com 9,5%.
j
Com
vista
a
obtermos
uma
caracterização
mais
aprofundada
das
mesmas,
seleccionamos os seguintes indicadores: ano de constituição, natureza, dimensão e dinâmica
de internacionalização.
Relativamente ao ano de constituição das empresas inquiridas que nos responderam,
constata-se que a maioria foi criada entre o ano de 1951 e o ano 2000 (85,7%). Apenas 7,1%
foram constituídas antes de 1900 e também somente 7,1% foram criadas depois do ano 2000.
No que respeita à natureza das empresas, esta é, fundamentalmente, privada com
92,9% de respostas a incidir sobre este grupo, contra as 7,1% de empresas públicas, sendo
que no que concerne ao regime jurídico se repartem, maioritariamente, entre as “sociedades
por quotas” (47,6%) e as “sociedades anónimas” (35,7%).
Quanto à dimensão das empresas, perspectivada relativamente ao número de
trabalhadores, a maior percentagem de empresas (19,0%) tem entre 1 a 4 trabalhadores, logo
seguida do grupo que tem entre 10 a 19 e do grupo que tem entre 100 a 249 trabalhadores,
com uma representação de 16,7%, cada um, do que se poderá deduzir que, não obstante se
fazer sentir, no âmbito do presente estudo, a existência de empresas de muito reduzida
dimensão, apanágio da região e do distrito em que se insere a Escola, é já notória a presença
de empresas com uma dimensão média, ou pelo menos, a tendência, por parte destas últimas,
para a absorção de diplomados.
Analisando, ainda, a dimensão das mesmas com base na respectiva dinâmica de
internacionalização, e sem prejuízo de podermos retirar outras conclusões dos resultados,
constantes na tabela abaixo, destacamos o facto de a grande maioria das empresas, até à
data, não ter entrado numa tal dinâmica (71,4%).
Tabela XI – Locais de internacionalização das Entidades Empregadoras/Acolhedoras
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1. Valorização da frequência do ISVOUGA
Face aos resultados apurados, no âmbito do presente item, dados patentes na tabela XII,
constata-se
que
48,8%
dos
diplomados
considera
que
as
Entidades
Empregadoras/Acolhedoras reconheceram, no referido processo de formação, um factor
positivo, isto é, um potencial para a sua própria dinâmica de desenvolvimento/modernização.
Tais resultados permitem-nos admitir que - não obstante, ainda, os relativamente baixos níveis
lk
de sensibilidade, por parte das mesmas entidades, para a relevância do aumento dos níveis de
escolarização por parte dos respectivos colaboradores, designadamente no âmbito de um perfil
de ensino em princípio mais vocacionado para as apoiar - se poderá estar a assistir à
configuração de um contexto de crescente valorização e receptividade aos ditos processos de
qualificação.
Tabela XII – Percepção dos Diplomados relativamente à valorização, por parte das Entidades
Empregadoras/Acolhedoras quanto à frequência de um curso de ensino superior
Valorização do Curso
Diplomados
Nº
%
Sim
79.0
48.8
Não
77.0
47.5
6.0
3.7
162.0
100.0
NS/NR
Total
Os diplomados que consideram que a frequência de um curso de ensino superior é
valorizada, desenvolvem essa percepção a partir do facto de lhes ser solicitada “opinião sobre
matérias relacionadas com a área científica do curso…”, com 17,7% de respostas, bem como
pela circunstância de lhes solicitarem “opinião sobre matérias relacionadas com a função…“
que desempenhavam, com 15,2% de respostas, isto quanto à primeira razão. No que respeita
à 2ª razão, identificam mais recorrentemente o facto de lhes ser solicitada “opinião sobre
matérias relacionadas com a função…“ que desempenhavam, com 12,7% de respostas e o
facto de lhes terem atribuído …”funções mais prestigiantes”, com 10,1% de respostas. Por
último, a 3ª razão mais importante consiste, fundamentalmente, no facto de as entidades terem
acatado algumas das sugestões que emitiram com vista à melhoria dos resultados, no âmbito
da organização do trabalho”, com 13,9% de respostas, e terem-lhes atribuído …”funções mais
prestigiantes”, com 10,1% de respostas.
Globalmente, parece-nos que o estatuto de aluno/diplomado no ISVOUGA, enquanto
instituição de ensino superior de natureza politécnica, se repercute, só por si, de forma
favorável no estatuto profissional do mesmo, isto não só na medida em que se poderá assumir
que, num número considerável de casos, a sua opinião é mais requisitada, sobretudo
relativamente a questões que se enquadrem no âmbito científico do curso, mas também,
porque, algumas vezes, só por esse facto, lhes é proporcionada a prerrogativa de
desempenharem funções mais exigentes, gerando-se, pois, logo nesta etapa, um ambiente de
abertura à melhoria generalizada de condições de trabalho. Com efeito, esta crescente
afirmação profissional poderá repercutir-se, mais tarde, em alterações de vencimento e/ou até
mesmo de categoria, entre outras formas de reconhecimento ou ajustamento face ao tipo/grau
de contributo proporcionado.
Tabela XIII – Distribuição da opinião dos Diplomados que consideram que as respectivas entidades
empregadoras/acolhedoras valorizam/valorizaram a frequência de um curso de ensino superior, quanto às principais
vias como estas o evidenciaram
Diplomados
Vias
1ª Via
Nº
2ª Via
%
Nº
3ª Via
%
Nº
%
a.
14.0
17.7
1.0
1.3
7.0
8.9
b.
12.0
15.2 10.0
12.7
3.0
3.8
c.
5.0
6.3
7.0
8.9
3.0
3.8
d.
5.0
6.3
5.0
6.3
2.0
2.5
e.
3.0
3.8
2.0
2.5
2.0
2.5
f.
4.0
5.1
6.0
7.6 11.0
13.9
g.
1.0
1.3
3.0
3.8
3.0
3.8
h.
2.0
2.5
1.0
1.3
1.0
1.3
i.
5.0
6.3
8.0
10.1
8.0
10.1
j.
3.0
3.8
6.0
7.6
5.0
6.3
k.
0.0
0.0
1.0
1.3
0.0
0.0
l.
25.0
31.6 29.0
36.7 34.0
43.0
Total
79.0
100.0 79.0
100.0 79.0 100.0
Vias:
a. Solicitavam-lhe opinião sobre matérias relacionadas com a área científica do curso que frequentava
b. Solicitavam-lhe opinião sobre matérias relacionadas com a função que desempenhava
c. Acataram algumas das sugestões que emitiu com vista à melhoria dos resultados no âmbito comercial
d. Acataram algumas das sugestões que emitiu com vista à melhoria dos resultados no âmbito financeiro
e. Acataram algumas das sugestões que emitiu com vista à melhoria dos resultados no âmbito da produção
f.
Acataram algumas das sugestões que emitiu com vista à melhoria dos resultados no âmbito da organização do
trabalho
g. Acataram algumas das sugestões que emitiu com vista à melhoria dos resultados no âmbito do ambiente de
trabalho
h. Proporcionaram-lhe melhoria de condições no que respeita ao seu espaço físico de trabalho
i.
Atribuíram-lhe funções mais prestigiantes
j.
Atribuíram-lhe condições de trabalho mais aliciantes (vencimentos, categoria, horário)
k. Outra
l.
NS/NR
2. Adequação da prática de ensino às necessidades do sistema de produção
De acordo com a tabela XIV, a maior parte das Empresas (47,6%) consideram a
prestação da Escola estudada, no que respeita ao grau de adequação do ensino aos
conhecimentos e competências necessários para o exercício de uma actividade/profissão,
como “boa”. Aliás, 14,3% das Empresas consideram-na mesmo “muito boa”. Avaliações que
nos permitem concluir que, se por um lado a Escola concretiza aquele que assume como o seu
objectivo prioritário, isto é, o de proporcionar formações de nível superior sincronizadas com o
tipo de competências pessoais e funcionais de que carece o mercado de trabalho da região em
que se insere, por outro, confirmam que a sua missão é cumprida com significativo sucesso,
pelo que entendemos que a relevância social da Escola emerge, neste âmbito, com
considerável destaque.
Œ
Tabela XIV – Opinião das Entidades Empregadoras sobre o ensino superior politécnico
Grau de Adequação
Empresas
Nº
%
Nulo
0.0
0.0
Fraco
2.0
4.8
Aceitável
10.0
23.8
Bom
20.0
47.6
Muito Bom
6.0
14.3
Excelente
2.0
4.8
NS/NR
2.0
4.8
42.0
100.0
Total
As representações sociais das Entidades Empregadoras/Acolhedoras relativamente à
frequência de um curso na Escola, e considerando as respostas obtidas à presente questão,
são, pois, visivelmente positivas, indiciando, inclusive, que após a conclusão do mesmo, os
respectivos diplomados são ainda mais valorizados, o que, à partida, se repercutirá
favoravelmente nas condições (objectivas e simbólicas) de existência e, por conseguinte
também, na mobilidade social dos sujeitos implicados.
3. Motivações para a aceitação de trabalhadores ou estagiários provenientes do
ISVOUGA
De entre as razões mais identificadas pelas entidades empregadoras/acolhedoras, para
aceitar como trabalhador/estagiário um(a) diplomado(a) pela Escola, e de acordo com os
resultados constantes na tabela XV, apreende-se que 32,1% das empresas deu continuidade a
relações de trabalho anteriores à conclusão do curso. Já a segunda razão mais invocada, com
19,6% de respostas, consiste na coincidência entre as necessidades das mesmas e as
habilitações do diplomado, o que atesta que, de facto, a Escola é relevante para as entidades
da região, certamente que quer pelo nível de ensino que professa, quer pela oferta (aqui
designadamente os cursos) que disponibiliza, quer ainda, muito particularmente, pelo
paradigma de ensino que promove.
Tabela XV – Distribuição das Entidades Empregadoras/Acolhedoras em função das razões que as motivaram a aceitar
como trabalhador/estagiário um(a) diplomado(a) pela Escola
Razões
A relação de trabalho é anterior à frequência/conclusão do curso
Empresas
Nº
%
18.0
32.1
Uma relação de estágio bem sucedida a preceder a relação de trabalho
6.0
10.7
Perfil de formação do ensino recebido
3.0
5.4
Grau de credibilidade da instituição de ensino
4.0
7.1
11.0
19.6
Era o(a) candidato(a) mais habilitado(a) que concorreu ao lugar
4.0
7.1
Foi aquele(a) que aceitou as condições oferecidas
0.0
0.0
Ser familiar, amigo(a) ou conhecido(a) de pessoas que se relacionavam com
a entidade
8.0
14.3
Residir nas proximidades
2.0
3.6
Outra. Qual?
0.0
0.0
Coincidência entre as necessidades dessa instituição e as habilitações do(a)
diplomado(a)
ld
Uma leitura desenvolvida a partir dos resultados apurados para esta mesma questão que
é de resposta múltipla, permite-nos constatar que o item mais indicado, a título exclusivo, foi:
“uma relação de estágio bem sucedida a preceder a relação de trabalho”, com 26,2% de
respostas, seguida de “Coincidência entre as necessidades dessa instituição e as habilitações
do(a) diplomado(a)”, com 11,9% de respostas e, em terceira posição, “Era o(a) candidato(a)
mais habilitado(a) que concorreu ao lugar”, com 9,5% de respostas. Reforça-se deste modo a
ideia de que se por um lado o desempenho dos diplomados tem, no mínimo, correspondido às
expectativas das entidades empregadoras/acolhedoras, o que, em certa medida, se poderá
ficar a dever ao perfil de ensino recebido, por outro, a Escola estará, efectivamente, a
conseguir dar resposta, através do seu output, às necessidades do mercado de trabalho, no
que respeita a qualificações de recursos humanos, o que, uma vez mais, parece atestar a
respectiva relevância social, nomeadamente pelo contributo para o desenvolvimento e
modernização dos sistemas de produção e para o progresso generalizado da região em que se
encontra sedeada.
III. Relevância económica e social do ISVOUGA
No âmbito deste ponto, perspectivamos avaliar, com base nas percepções dos
substratos mencionados, os efeitos económicos e sociais produzidos pela obtenção de um
diploma, no âmbito do ISVOUGA.
Naturalmente que o fenómeno da relevância social da Escola pode ser abordado a dois
níveis: um mais individualizado e outro - ainda que com efeitos, porventura, mais intangíveis mais abrangente, correspondendo, neste último caso, a um fenómeno mais diluído, mas
também mais global. Por razões que se prendem com a organização do trabalho, iremos, de
imediato, focalizar o primeiro, respeitante aos Diplomados, para, numa segunda fase,
incidirmos, com particular ênfase, sobre um domínio mais colectivo, o dos sistemas de
produção, designadamente o que se reporta às Entidades Empregadoras/Acolhedoras e à
região.
1. O grau de concretização das expectativas dos Diplomados
Relativamente
ao
nível
de
concretização
das
expectativas,
é
considerado,
maioritariamente, “Bom”, parecendo-nos, pela leitura global da tabela XVI, que, genericamente,
a Escola permitiu e continua a permitir alcançar objectivos de índole pessoal e, portanto, se
assume como um importante meio de realização de aspirações individuais, revestindo-se,
igualmente, por essa via, de considerável relevância social.
e
Tabela XVI – Distribuição da opinião dos Diplomados quanto ao grau de concretização das expectativas relativamente
à Escola
Grau de Concretização
Diplomados
Nº
%
Nulo
0.0
0.0
Fraco
5.0
2.4
Aceitável
71.0
34.1
111.0
53.4
18.0
8.7
Excelente
1.0
0.5
NS/NR
2.0
1.0
208.0
100.0
Bom
Muito Bom
Total
Com efeito, até na sequência de depoimentos facultados por diplomados entrevistados,
se apreende que as expectativas foram concretizadas, na medida em que a conclusão do
curso lhes permitiu desempenhos eficientes e, por essa via, mais sucesso sócio-profissional.
“Os conhecimentos que recebi no âmbito do curso foram fundamentais para o
exercício da minha profissão...Tenho o maior orgulho em dizer que me
licenciei na Escola …” (Diplomada, Fevereiro: 2005)
2. Apreciação pelas Entidades Empregadoras/Acolhedoras da formação do
ISVOUGA relativamente a outras formações
De
acordo
com
as
respostas
apuradas,
junto
do
substrato
das
entidades
empregadoras/acolhedoras, e sistematizadas na tabela XVII, verifica-se que de entre as
capacidades mais reconhecidas aos diplomados face a outros colaboradores sem formação
superior, se destacam: a “capacidade de assumir responsabilidades”, com 14,4% de respostas,
a “capacidade de trabalhar em equipa”, com 13,8% de respostas, e a “capacidade de
planeamento, coordenação e organização” também com 13,8% de respostas. A “capacidade
de pensamento crítico”, ainda que com um peso consideravelmente inferior (10,6%), destacase, igualmente, no elenco de respostas proporcionado.
Tabela XVII – Distribuição das Entidades Empregadoras/Acolhedoras em função das mais-valias que reconhecem ao
Diplomado(a) pela Escola face a outros colaboradores sem formação superior
Mais-valias
Empresas
Nº
%
a. Capacidade de trabalhar em equipa
22.0
13.8
b. Capacidade de negociação/argumentação
14.0
8.8
c. Capacidade de planeamento, coordenação e organização
22.0
13.8
d. Capacidade de liderança
11.0
6.9
e. Capacidade de pensamento crítico
17.0
10.6
7.0
4.4
g. Capacidade de comunicação oral e escrita
13.0
8.1
h. Capacidade de tomar decisões
15.0
9.4
i. Capacidade de assumir responsabilidades
23.0
14.4
j. Conhecimentos sobre as organizações
12.0
7.5
k. Outra. Qual?
1.0
0.6
l. NS/NR
3.0
1.9
f. Capacidade de síntese
f
Numa outra análise, que tivemos oportunidade de desenvolver, verificamos que a
capacidade que mais se destaca no(a) diplomado(a) pela Escola, face a outros colaboradores
sem formação superior, é a “capacidade de planeamento, coordenação e organização”. De
facto, 7,1% de empresas identificam, única e exclusivamente, esta “mais-valia” e 4,8% a
“capacidade de trabalhar em equipa”.
Com o mesmo peso de respostas da primeira (7,1%), identificamos o conjunto de todas
as capacidades previstas no questionário, o que nos permite aferir que os diplomados são,
globalmente, considerados com mais capacidades do que os indivíduos sem formação
superior, e com o mesmo “peso” de respostas da segunda, o conjunto de três “capacidades”:
“capacidade de trabalhar em equipa”, “capacidade de planeamento, coordenação e
organização” e “capacidade de assumir responsabilidades”.
Com base nos resultados proporcionados pelos questionários, e de acordo com a tabela
XVIII, os diplomados pelo Isvouga destacam-se, relativamente aos diplomados pelo ensino
superior universitário, na “capacidade de trabalhar em equipa”, com 15,5% de respostas, na
“capacidade de tomar decisões” e na “capacidade de assumir responsabilidades”, com 11,8%
de respostas, cada, resultados que se poderão ficar a dever, em grande parte, ao carácter
regular com que na Escola se realizam trabalhos práticos, no contexto das várias disciplinas
leccionadas, no âmbito dos cursos disponibilizados. De facto, a concretização dos referidos
trabalhos parece corresponder a uma ferramenta pedagógica determinante para a aquisição
e/ou consolidação das competências acima identificadas, uma vez que implica divisão de
tarefas, partilha de objectivos, autonomia por parte dos sujeitos e considerável capacidade de
decisão face às orientações a seguir. Itens estes a privilegiar na prossecução dos trabalhos, a
par de um apurado sentido de responsabilidade, face à necessidade de cumprimento de
prazos, de zelar pela apresentação escrita e oral dos resultados, entre outras valências que,
decididamente, contribuem para que, no âmbito de contextos profissionais, as interacções
entre os sujeitos se processem com elevados graus de assertividade.
Tabela XVIII – Distribuição das Entidades Empregadoras/Acolhedoras em função das mais-valias que reconhecem ao
(à) Diplomado(a) pela Escola face a outros colaboradores com formação superior de perfil universitário
Mais-valias
Empresas
Nº
%
17.0
15.5
6.0
5.5
12.0
10.9
d. Capacidade de liderança
7.0
6.4
e. Capacidade de pensamento crítico
6.0
5.5
f. Capacidade de síntese
7.0
6.4
a. Capacidade de trabalhar em equipa
b. Capacidade de negociação/argumentação
c. Capacidade de planeamento, coordenação e organização
g. Capacidade de comunicação oral e escrita
5.0
4.5
h. Capacidade de tomar decisões
13.0
11.8
i. Capacidade de assumir responsabilidades
13.0
11.8
j. Conhecimentos sobre as organizações
7.0
6.4
k. Outra. Qual?
0.0
0.0
17.0
15.5
l. NS/NR
Uma perspectiva diversa da que a tabela acima nos proporciona e que espelha a
prerrogativa de resposta múltipla concedida no âmbito da respectiva questão, permite-nos
lg
constatar que a capacidade mais indicada, de forma isolada ou em situação exclusiva, foi a
“capacidade de trabalhar em equipa”, com 7,1% de respostas, o que vem corroborar o que
acima se referiu sobre este item e, por conseguinte, o impacto da estratégia pedagógica da
Escola ao dinamizar a vertente de trabalho em grupo, sendo que a segunda resposta mais
identificada
foi
a
“capacidade
de
tomar
decisões”
e
a
“capacidade
de
assumir
responsabilidades”, com 4,8% de respostas, cada.
No âmbito desta questão, o peso de respostas “não sei/não responde” é significativo
(40,5%), o que denota dificuldades, por parte das empresas, em comparar as “mais-valias”
entre os diplomados do Isvouga e de instituições de ensino universitário. Situação que se
poderá ficar a dever, no nosso entendimento, à circunstância de grande parte das empresas
inquiridas não disporem mesmo de qualquer termo de comparação, isto é, os colaboradores
diplomados provirem, única e exclusivamente, do Isvouga.
Tal facto poderá, ainda, interpretar-se como uma dificuldade - por parte de empresas de
menor dimensão e/ou cujos gestores/empresários detêm fracos níveis de conhecimento do
sistema de ensino/formação - em captar diferenças cognitivas, técnicas e comportamentais
entre colaboradores diplomados pelos dois subsistemas, bem como o resultado da
circunstância de, na prática, a dicotomização do ensino superior não estar a ser totalmente
interiorizada, quer porque o subsistema de ensino superior politécnico esteja, por uma questão
de estatuto, a adoptar um posicionamento idêntico ao do universitário, quer porque este último
esteja a tentar aproximar-se mais da realidade do mercado de trabalho, com vista a melhorar
os seus indicadores de relevância social.
Verifica-se uma percepção, generalizada, no sentido de os diplomados pelo Isvouga
evidenciarem uma “atitude diferente”, isto é, estarem muito mais receptivos para trabalhar nos
domínios em que a empresa realmente precisa em cada momento.
Relativamente à presente questão que perspectiva uma apreciação crítica de índole
comparativa às formações proporcionadas pelos dois tipos de paradigma de ensino superior, o
responsável pela autarquia do concelho de Santa Maria da Feira refere:
“Ao nível de competências não me é possível comparar uns com os outros,
isto porque o pessoal que temos cá das universidades desempenha funções
muito específicas…De qualquer forma, sente-se que os diplomados, em
geral, assimilaram, nos seus comportamentos, um modo de estar
diferente…dos não diplomados e, globalmente, considero, em particular, os
diplomados pela Escola bastante dinâmicos, determinados, com muita
iniciativa e lutadores. (Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Fevereiro:
2005)
Face ao grau de satisfação das empresas com as mais-valias que, em geral, o
Diplomado(a) pela escola apresenta, poder-se-á considerar, face aos dados constantes da
tabela XIX, na sua maioria, “Bom” (42,9%). À referida apreciação, segue-se, em
representatividade, a de “Muito Bom” com 35,7% de respostas.
h
Tabela XIX – Distribuição das Entidades Empregadoras/Acolhedoras de acordo com o grau de satisfação com as maisvalias que o(a) Diplomado(a), pela Escola, apresenta
Empresas
Grau de Satisfação
Nº
%
Nulo
0.0
0.0
Fraco
0.0
0.0
Aceitável
4.0
9.5
Bom
18.0
42.9
Muito Bom
15.0
35.7
Excelente
3.0
7.1
NS/NR
2.0
4.8
Total
42.0 100.0
No que respeita à opinião das entidades empregadoras/acolhedoras relativamente ao
contributo que a Escola proporciona, através dos conhecimentos e competências que promove,
para o desenvolvimento económico e social da região, e de acordo com a informação coligida
na tabela XX, a maior percentagem de respostas corresponde a “Bom”, com 47,6%. A
percentagem das que o percepcionam como “Muito Bom” é como se pode verificar,
considerável (21,4%).
Tabela XX – Contributo que a Escola proporciona, através dos conhecimentos e competências que promove, para o
desenvolvimento económico e social da região
Grau do contributo
Empresas
Nº
Nulo
Fraco
0.0
%
0.0
0.0
0.0
Aceitável
12.0
28.6
Bom
20.0
47.6
Muito Bom
9.0
21.4
Excelente
0.0
0.0
Ns/Nr
1.0
2.4
Total
42.0 100.0
Para terminar, podemos considerar, com base no presente projecto de investigação, o
contributo que a Escola proporciona para o desenvolvimento económico e social da região
como muito positivo: quer a título individual, quer do colectivo local.
“A presença da Escola no Concelho trouxe: alunos, prestígio e uma maior
movimentação sócio-económica da cidade. Por outro lado, proporcionou
maior facilidade, a muitos jovens, na obtenção de um curso superior. Sem a
sua existência, muitos com certeza não o teriam feito. A oferta de ensino em
horário nocturno reforçou essa possibilidade e assumiu-se como um valor
acrescentado ou vantagem competitiva, face às universidades clássicas.”
(Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Janeiro de 2005)
li
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A relevância social do ISVOUGA Maria Teresa Leão 07/2006