104 Luís Alexandre RODRIGUES da data, este painel contém o nome do pintor e confirma o seu apego à raiz: «1773 Damião Vallisoleti». 1778 Baptismo de Francisco José, filho de Francisco Xavier Aires que era filho de Damião Bustamante. Este registo foi assinado por «Joze pintor», ou seja, «Joze Rodrigues Bustamante». Este, em 1801, ainda residia em Vila Franca. 1787, Agosto, 20 Baptismo do seu neto, Francisco Inácio. Era filho da sua filha Luísa Maria, casada com Francisco da Costa Borga. Ambos eram naturais e residentes na freguesia de S. Bento de Vila Franca (Bragança). Neste e noutros registos de baptismos de seus netos, embora se apontem os nomes e a naturalidade do pintor e da sua mulher, nunca se mencionou o apelido Bustamante. Luísa Maria deu ainda à luz António Manuel, em 20 de Março de 1790, e Alexandre José, nascido em 5 de Novembro de 179226. 1789, Junho, 30 Assento de baptismo de Rosa Rita, filha de Francisco Xavier Aires e de Caetana Rodrigues, naturais e moradores em Vila Franca. Francisco Xavier Aires era filho de Bustamante e de Maria Manuela, naturais de Valhadolide e residentes em Vila Franca27. Com data indeterminada também se lhe podem atribuir: ··a pintura dos painéis do tecto da capela-mor da matriz de S. Bento, em Vila Franca; ··os confessionários da matriz de Vinhas; ··a pintura do tecto da capela-mor do santuário de Nossa Senhora de Balsamão, cuja assinatura se pode ver numa das paredes do presbitério. A pintura da cobertura da nave da mesma igreja, podendo também ser da sua mão, não exclui a participação de outros. Não cabe aqui a análise da obra deste mestre. Embora se referenciem as suas aptidões para contratar a pintura e douramento de retábulos em igrejas paroquiais pertencentes ao padroado do Cabido da Sé de Miranda do Douro diga-se que boa parte do seu trabalho consistiu em obra de pincel. Quadros de cavalete que depois eram colocados em retábulos ou, quase sempre, na cobertura dos tectos formando caixotões delimitados por fortes molduras que podiam ser valorizadas pela aplicação do formão e posterior revestimento a folha de ouro. A sacristia de Outeiro e a matriz de Avantos são dois bons exemplos desta prática e, mais que o apetrechamento técnico do artista reportam as preocupações estéticas em que as comunidades rurais se reviam. De resto, algumas intervenções, como na sacristia do santuário do Santo Cristo de Outeiro, denotam mais do que uma mão e distintas fontes de inspiração. 26 ADB, 27 ADB, PRQ., Bap., Vila Franca (Bragança), CX. 1, Lv.1, fls. 50, 54v, 59 PRQ., Bap., Vila Franca (Bragança), CX. 1, Lv.1, fl. 53